terça-feira, 30 de março de 2010

Jogando contra

A entrevista de Petkovic ao Lance! publicada no domingo contém dois pontos importantes, dentre tudo o que ele disse. A primeira parte é uma grande bobagem dita pelo sérvio. Ele afirmou que Andrade este ano está diferente e não o consulta mais para definir as decisões da equipe. Ora, Pet ao que me consta em seu contrato não há uma cláusula obrigando o treinador a lhe consultar sobre as suas decisões. O gringo precisa entender que o contexto do ano passado era diferente, quando Andrade recém efetivado buscava o apoio de Pet para formar a equipe. Pet era um dos mais experientes do grupo. Hoje Andrade já está adaptado ao trabalho e não tem que ficar dando satisfação a Petkovic.

Mas Pet tabém disse algo que é muito verdadeiro e triste. "O pior do Flamengo são os seus dirigentes". A flecha tinha endereço certo: o vice de futebol Marcos Braz. Braz em sua gestão do futebol conseguiu brigar com uma revelação que foi embora, o jovem Bruno Paulo, se desgastou com ídolos da conquista do hexacampeonato, como Angelim e Andrade e levou para o lado pessoal sua richa com Pet. Mas do mesmo modo não tem peito para enquadrar o "Império do Amor" (ou do Mal para alguns setores da mídia) que comandados por Adriano e Vágner Love, com a companhia de Bruno, faz o que quer na Gávea, com o aval do próprio Braz.

Marcos Braz é aquele tipo de dirigente que só faz atrapalhar. Ele quer aparecer mais que o jogador, mais que a equipe. Isso cria um ambiente ruim dentro do clube que só faz jogar contra. Braz tem seus méritos ao conseguir um título brasileiro com o Flamengo, que não vinha desde 1992. Mas ele precisa entender que se não fosse Andrade e principalmente os jogadores ele não conseguiria coisíssima nenhuma. É simples constatar porquê: ele não entra em campo. Apenas gerencia o futebol.

Marcos Braz assumiu o futebol do Flamengo após a saída de Kléber Leite, desde aquele episódio envolvendo a contratação de Pet, que culminou até com a saída de Cuca no meio do Brasileirão do ano passado. Ao efetivar Andrade e o time conseguir o título ele ganhou status de super poderes na Gávea e este sucesso claramente subiu à sua cabeça. Depois da conquista fez questão de expôr na mídia Angelim e Andrade, que com toda justiça pedia aumento para renovar. Um desgaste desnecessário!

Mas o ápice foi seu desentendimento com Pet, ídolo dos flamenguistas. Desde aquele episódio em que Pet deixou o Maracanão no intervalo do Fla x Flu, o que está errado, Braz passou a persseguir o meia e fez com que ele claramente perdesse a alegria de jogar que tinha no ano passado. Agora deixa claro que não vai onerar o orçamento para renovar com o sérvio. Ora, Pet não é um jogador qualquer! Eu insisto, ele é um dos maiores ídolos de toda a história do Flamengo. Precisa ser tratado com mais respeito por esse dirigente. A presidente do Flamengo, Patricia Amorim, deveria interceder e bancar a permanência de Pet.

Enquanto isso Adriano fala e faze o que quer (me refiro à postura profissional dos atletas, estou me lixando pra suas vidas particulares) sem que ninguém tome qualquer tipo de atitude! Marcos Braz está jogando contra um patrimônio. Acorda Patrícia Amorim!

segunda-feira, 29 de março de 2010

O camisa 10 do jornalismo esportivo

Assim como Pelé é enaltecido por suas jogadas e lances incríveis como o maior jogador de futebol de toda a história, Armando Nogueira, que nos deixou hoje pela manhã após perder a batalha para um câncer, deve ser reverenciado como o maior nome da crônica esportiva nacional. Apaixonado pelo Botafogo e pelo futebol brasileiro (não este de agora protagonizado pelo time de Dunga), mas o verdadeiro futebol brasileiro que o time do Santos vem nos brindando neste início de 2010. Parece até que o time de Pelé vem homenageando o seu Armando com este espetacular futebol. O seu Botafogo poderia bem que se inspirar e tentar fazer o mesmo.

Armando Nogueira não foi só um dos maiores nomes do jornalismo esportivo brasileiro, mas foi o principal criador do modelo de telejornalismo que se faz até hoje no Brasil. Armando foi o idealizador do projeto do Jornal Nacional, que até hoje é a principal fonte de informação do povo brasileiro, tão carente de cultura e conhecminento.

Entre 1966 e 1990, Armando Nogueira comandou o departamento de jornalismo da Rede Globo, cargo hoje ocupado por Carlos Henrique Schröder. Além da criação do JN, passaram pelo crivo de Armando o surgimento de programas como o Globo Repórter, o Fantástico, o Globo Esporte e o Esporte Espetacular. Sem falar nos telejornais locais, no Jornal Hoje e no Jornal da Globo.

Criador do estilo de crônicas românticas para retratar as partidas de futebol, Armando Nogueira transformava as partidas disputadas como batalhas em pura poesia com o poder que só ele tinha de fazer das palavras verdadeiras pétalas de rosas para adoçar os olhos e os ouvidos do torcedor. O histórico programa "Grande Resenha Facit", da extinta TV Rio, perde o seu segundo integrante. Após a ida de João Saldanha, o 'João sem medo' na década de 90, agora Armando Nogueira partiu, deixando órfão seu companheiro na resenha e nas letras, Luiz Mendes (o comentarista da palavra fácil) e todo o jornalismo brasileiro.

Para homenagear Armando, o Futebol+Samba publica abaixo a crônica escrita por ele quando o Brasil foi campeão mundial sobre a Itália, em 1970:


Armando Nogueira: um pioneiro do jornalismo na TV.

"E as palavras, eu que vivo delas, onde estão? Onde estão as palavras para contar a vocês e a mim mesmo que Tostão está morrendo asfixiado nos braços da multidão em transe? Parece um linchamento: Tostão deitado na grama, cem mãos a saqueá-lo. Levam-lhe a camisa levam-lhe os calções. Sei que é total a alucinação nos quatro cantos do estádio, mas só tenho olhos para a cena insólita: há muito que arrancaram as chuteiras de Tostão. Só falta, agora, alguém tomar-lhe a sunga azul, derradeira peça sobre o corpo de um semi-deus.
Mas, felizmente, a cautela e o sangue-frio vencem sempre: venceram, com o Brasil, o Mundial de 70, e venceram, também, na hora em que o desvario pretendia deixar Tostão completamente nu aos olhos de cem mil espectadores e de setecentos milhões de telespectadores do mundo inteiro.
E lá se vai Tostão, correndo pelo campo afora, coberto de glórias, coberto de lágrimas, atropelado por uma pequena multidão. Essa gente, que está ali por amor, vai acabar sufocando Tostão. Se a polícia não entra em campo para protegê-lo, coitado dele. Coitado, também, de Pelé, pendurado em mil pescoços e com um sombrero imenso, nu da cintura para cima, carregado por todos os lados ao sabor da paixão coletiva.
O campo do Azteca, nesse momento, é um manicômio: mexicanos e brasileiros, com bandeiras enormes, engalfinham-se num estranho esbanjamento de alegria.
Agora, quase não posso ver o campo lá embaixo: chove papel colorido em todo o estádio. Esse estádio que foi feito para uma festa de final: sua arquitetura põe o povo dentro do campo, criando um clima de intimidade que o futebol, aqui, no Azteca, toma emprestado à corrida de touros.
Cantemos, amigos, a fiesta brava, cantemos agora, mesmo em lágrimas, os derradeiros instantes do mais bonito Mundial que meus olhos jamais sonharam ver. Pela correção dos atletas, que jogaram trinta e duas partidas, sem uma só expulsão. Pelo respeito com que cerca de trezentos profissionais de futebol se enfrentaram, músculo a músculo, coração a coração, trocando camisas, trocando consolo, trocando destinos que hão de se encontrar, novamente, em Munique 74.
Choremos a alegria de uma campanha admirável em que o Brasil fez futebol de fantasia, fazendo amigos. Fazendo irmãos em todos os continentes.

Orgulha-me ver que o futebol, nossa vida, é o mais vibrante universo de paz que o homem é capaz de iluminar com uma bola, seu brinquedo fascinante. Trinta e duas batalhas, nenhuma baixa. Dezesseis países em luta ardente, durante vinte e um dias — ninguém morreu. Não há bandeiras de luto no mastro dos heróis do futebol.

Por isso, recebam, amanhã, os heróis do Mundial de 70 com a ternura que acolhe em casa os meninos que voltam do pátio, onde brincavam. Perdoem-me o arrebatamento que me faz sonegar-lhes a análise fria do jogo. Mas final é assim mesmo: as táticas cedem vez aos rasgos do coração. Tenho uma vida profissional cheia de finais e, em nenhuma delas, falou-se de estratégias. Final é sublimação, final é pirâmide humana atrás do gol a delirar com a cabeçada de Pelé, com o chute de Gérson e com o gesto bravo de Jairzinho, levando nas pernas a bola do terceiro gol. Final é antes do jogo, depois do jogo — nunca durante o jogo.
Que humanidade, senão a do esporte, seria capaz de construir, sobre a abstração de um gol, a cerimônia a que assisto, neste instante, querendo chorar, querendo gritar? Os campeões mundiais em volta olímpica, a beijar a tacinha, filha adotiva de todos nós, brasileiros? Ternamente, o capitão Carlos Alberto cola o corpinho dela no seu rosto fatigado: conquistou-a para sempre, conquistou-a por ti, adorável peladeiro do Aterro do Flamengo. A tacinha, agora, é tua, amiguinho, que mataste tantas aulas de junho para baixar, em espírito, no Jalisco de Guadalajara.
Sorve nela, amiguinho, a glória de Pelé, que tem a fragrância da nossa infância.
A taça de ouro é eternamente tua, amiguinho.

Até que os deuses do futebol inventem outra".
(Armando Nogueira *1923 +2010)

Renascer das Cinzas

Para falar da vitória do Vasco por 3 a 0 sobre o Fluminense ontem à noite no Maraca, me vem à cabeça um belo samba de um grande vascaíno, Martinho da Vila. Apesar de ter sido composto por Zé Catimba, um dos fundadores da Imperatriz Leopoldinense, o samba ganhou notoriedade na suave voz de Martinho e reproduz a fidelidade do componente com a sua escola, no caso a Vila Isabel, mesmo em um momento duro e de escassez de títulos. Recentemente, a Vila passou a adotar o samba como seu esquenta oficial na avenida. "Vamos renascer das cinzas/Plantar de novo o arvoredo/Bom calor nas mãos unidas/Na cabeça um grande enredo", diz um trecho do samba. Veja a íntegra aqui.

Pois bem, o samba daria um belo clipe para contar a história do jogo de ontem e o renascimento do Vasco, que com a vitória, retorna à zona de classificação para as semifinais da Taça Rio, beneficiado pela derrota do América diante do arqui-rival Flamengo. Recentemente escrevi aqui no Futebol+Samba, que o futebol nos reserva momentos épicos num jogo e grandes decepções logo na partida seguinte.

Até citei o caso de Bruno, goleiro do Fla, que pegou dois pênaltis contra o Vasco e três dias depois comeu dois frangos na partida contra o Universidad de Chile, pela Libertadores. Pois agora aconteceu o caminho inverso. Os vascaínos subiram do inferno ao céu. Na quarta-feira uma humilhante derrota para o Americano, lanterna do Estadual, dentro de São Januário que culminou com a demissão de Vágner Mancini do comando técnico da equipe. E no domingo quem poderia imaginar uma vitória por 3 a 0 sobre o Flu, um dos melhores times do campeonato? Nem o mais otimista dos vascaínos.

Dodô marcando o segundo Vasco. Ele voltou a marcar e o time a vencer!

Pois o Gigante da Colina não só venceu pois o fez com três gols de jogadores que vieram do banco de reservas. Dois começaram jogando (Thiago Martineli e Fagner), mas vinham sendo relacionados para o banco e um terceiro saiu da reserva para entrar na história e marcar o terceiro. Sim Dodô ressurge das cinzas e volta a balançar as redes com a gloriosa camisa cruzmaltina.

Agora o Vasco chega aos 12 pontos, superando o América que fica com 11. A equipe treinada por Gaúcho depende somente de suas forças para chegar às semifinais. Basta uma vitória sobre o Duque de Caxias em partida ainda sem local definido, ou que consiga o mesmo resultado que América e Macaé para sacramentar a vaga. Novamente devem chegar às semis os quatro grandes clubes da cidade do Rio de Janeiro: Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.

Assim é melhor mesmo pois quem sabe o torcedor se anime a comparecer no Maracanã. Ontem foram apenas 14 mil! Um público patético neste Estadual marcado pelo afastamento do torcedor. Um palpite para a semfinal? Não é muito difícil constatar que Botafogo x Fluminense e Flamengo x Vasco devem ser os confrontos. Que sejam belos duelos!

sábado, 27 de março de 2010

A Copa Sul-America agora vale alguma coisa!

Segundo o jornalista Renato Maurício Prado, do jornal O Globo, a Copa Sul Americana a partir deste ano dará a seu vencedor uma vaga na Libertadores. Ou seja, agora os clubes terão um bom motivo para escalarem o que têm de melhor na competiçao continental. Se for confirmada esta notícia, trata-se de um golaço da CONMEBOL, afinal não valia nada, absolutamente nada esta competição, a não ser pelo ganho financeiro.

É uma boa notícia também para as torcidas de Palmeiras, Avaí, Atlético-MG, Grêmio, Goiás, Barueri, Santos e Vitória. As equipes que disputam a Libertadores não podem disputar a Sul-America no mesmo ano, portanto Flamengo, Internacional, São Paulo, Cruzeiro e Corinthians estão fora. Quatro ou cinco destas equipes só terão o Brasileiro para tentarem voltar à Libertadores em 2011 em caso de eliminação nesta edição, pois também não disputam a Copa do Brasil.

A Copa Sul-Americana começa a ser disputada no dia 11 de agosto, mesma data da primeira final da Taça Libertadores. A partir de outubro, a competição passa a ter jogos em todas as quartas, simultaneamente ao Campeonato Brasileiro. As datas começam a coincidir a partir da 29ª rodada da competição nacional. Ou seja, se algum time que estiver disputando algo importante no Brasileiro e também for adiante na Sul-Americana não poderá abdicar de nenhuma das duas competições, se quiser é claro.

Os times brasileiros simplesmente desprezavam a competição até hoje. Exceção feita ao Internacional, campeão em 2008 e único brasileiro a vencer, e o Fluminense ano passado, vice-campeão. Mesmo assim, antes das fases mais agudas ambas equipes escalaram times reservas. Basta lembrar que o Flu brigava para não cair no ano passado. O auge do desprezo foi o Palmeiras em 2008. Nem o então treinador Vanderlei Luxemburgo viajou com a equipe para a Argentina, onde a equipe enfrentaria o Argentinos JRs. Preferiu ficar no Brasil e comentar a partida pela Globo. A equipe acabou eliminada e no Brasileiro também não conseguiu o título.

O Inter campeão em 2009! Agora vale vaga na Libertadores!

A CONMEBOL ainda não divulgou a fórmula de disputa do torneio este ano. Nos últimos anos havia uma fase preliminar com as equipes do mesmo país se enfrentando e os classificados partiam para a fase internacional, aí sim com confrontos entre países. 16 equipes chegavam à esta fase para disputarem o título. A Argentina detém o domínio da competição, com quatro títulos. Brasil, Equador e Peru tem um título cada.

Veja abaixo todas as finais da Copa Sul-Americana:

2002: San Lorenzo (ARG) x Atlético Nacional (COL)*
2003: Cienciano (PER) x River PLate (ARG)
2004: Boca Juniors (ARG) x Bolivar (BOL)
2005: Boca Juniors (ARG) x Pumas (MEX)
2006: Pachuca (MEX) x Colo Colo (CHI)
2007: Arsenal (ARG) x América (MEX)
2008: Internacional (BRA) x Estudiantes (ARG)
2009: LDU (EQU) x Fluminense (BRA)

*Neste ano nenhuma equipe brasileira disputou a competição.

sexta-feira, 26 de março de 2010

E agora?

O Flamengo já está classificado para as semifinais da Taça Rio. A única coisa em disputa é a briga para ver quem será o líder do Grupo A (Fla e Flu têm 16 pontos). O adversário do rubro-negro neste fim de semana é o América, que está em segundo no Grupo B com 11 pontos, dois a menos que o líder Botafogo e dois a mais que o terceiro colocado Vasco, que enfrenta o Fluminense no clássico da rodada.

Ou seja, em caso de derrota para o América o Fla não compromete a sua classificação e de quebra pode sacramentar a eliminação do rival. Além de excluir da disputa um adversário tradicional e poder jogar contra uma equipe de menor porte nas semifinais (com todo o respeito ao América, mas a equipe acabou de voltar para a Série A do estadual).

Sempre que acontece uma situação como esta no futebol, vem à tona a questão ética. Se houver uma derrota todos falarão que o Fla entregou para eliminar o rival. Se vencer dirão que fez sua obrigação. Basta lembrar a reta final do Brasileirão do ano passado, quando na última rodada Flamengo x Grêmio se enfrentariam. Se vencesse o rubro-negro, o tricolor gaúcho poderia fazer do Inter (seu maior rival) o campeão. Se perdesse, o Flamengo seria campeão. Todos sabem o final da história: o Flamengo venceu por 2 a 1, de virada, e todos disseram que o Grêmio entregou. Na minha opinião não é verdade! O Grêmio jogou com muita vontade e por pouco não joga água no chopp rubro-negro.


Andrade: "Poupar ou não poupar? Eis a questão!"

A rivalidade entre Flamengo x Vasco é semelhante à de Grêmio x Internacional. Neste sentido , fica a pergunta: o Flamengo vai entregar para o América e eliminar o Vasco? É bom lembrar que caso o Vasco vença o Flu ainda terá chances, mesmo se o Mequinha vencer o Mengo. O técnico do Fla, Andrade, já anunciou que vai escalar alguns reservas neste jogo. O treinador ainda não fez isso este ano, mesmo com jogos do Carioca e da Libertadores sendo jogados num intervalo de três dias.

Vale ressaltar que o treinador anunciou esta medida logo após a vitória sobre o Tiges, na quarta, por 3 a 1. Antes de saber da derrota do Vasco para o Americano. Portanto não há qualquer tipo de benefício proposital ao América ou de prejuízoo ao Vasco. Além disso, em caso de eliminação do Gigante da Colina a culpa será total e exclusiva do clube que não terá feito a sua parte de vencer os caquéticos times pequenos deste estadual.

Mesmo assim eu se fosse o Andrade escalaria o melhor que ele pode colocar em campo. Primeiro porquê o Flamengo não jogará na quarta, pois só volta a jogar na libertadores em 07 de abril. Portanto, daria tempo de descansar os jogadores para o último jogo da fase de classificação da Taça Rio, no outro fim de semana, aí sim podendo colocar uma equipe reserva. Segundo, porque poderia estancar esse burburinho e essa desconfiança que paira no ar sobre o fato de o Fla entregar para o América e eliminar o Vasco. Basta lembrar que o Grêmio escalou um monte de reservas naquele jogo do ano passado, e todo mundo disse que os gaúchos entregaram, mesmo não tendo sido a verdade.

E agora? Escalar ou não os reservas? A bola está com Andrade. Eu escalaria os titulares! E você, o que faria?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Não adianta trocar o treinador

Mais uma vez a bomba explode nas mãos do treinador! A derrota do Vasco para o Americano por 3 a 2 ontem , a segunda consecutiva para uma equipe de menor porte, fez com que a diretoria do Vasco optasse pelo caminho mais fácil: mandou o treinador Vágner Mancini embora. Mancini deixa o comando da equipe com um aproveitamento de 63% dos pontos conquistados. Mas perdeu a Taça GB, e só venceu um clássico.

O cidadão que demitiu Mancini, com o aval do presidente Roberto Dinamite, foi o mesmo que o mandou embora do Grêmio no começo de 2008, quando o treinador não perdeu sequer uma partida, mas o senhor Rodrigo Caetano afirmou que "a equipe não jogava de acordo com o perfil e as tradições do Grêmio". Agora todo o planejamento que estava sendo feito irá cair por terra com a chegada de um novo comandante.

Eu pergunto ao leitor deste blog: Venha quem venha para o Vasco, o que o novo treinador poderá fazer que Vágner Mancini já não vinha fazendo? Com a chegada de um treinador tudo muda. Muda a programação de treinamentos, jogadores que eram titulares absolutos passam a ser preteridos e atletas que vinham no ostracismo passam a ser a salvação da pátria. Até a equipe conseguir um padrão de jogo com a cara do novo comandante, lá se vão quatro, cinco jogos. O Vasco não tem esse tempo. Estaria fora das semifinais da Taça Rio hoje e tem um clássico decisivo contra o Fluminense domingo.

Mancini: demitido com 63% de aproveitamento. Não é o único culpado!

Há uma velha máxima no futebol que diz "não se faz omelete sem ovos". É a mais pura verdade! Se o treinador não tem jogadores de qualidade para trabalhar, ele não consegue os resultados, isso é tão fácil constatar como 2+2=4! Eu sempre defendi a tese de que a influência do técnico nos resultados não passam de 20%, isso na vitória ou na derrota. O mérito ou a falta dele deve ser creditado na conta dos jogadores.

A verdade é que o Vasco possui jogadores em seu elenco que simplesmente não poderiam sequer passar à porta de São Januário. Vejam só, se o Elder Granja não serviu para o rebaixado Sport, porquê serve ao Vasco? Se Fernando foi escurraçado do rival Flamenho, porquê no Vasco ele tem status de xerifão e capitão da equipe, na ausência de Carlos Alberto? É duro constatar, mas excetuando-se o goleiro Fernando Prass, o meia Carlos Alberto e o atacante Philippe Coutinho, o Gigante da Colina tem em seu elenco jogadores medíocres que poderiam perfeitamente serem aproveitados no Olaria, Americano ou qualquer outro time pequeno do futebol carioca, mas não no Vasco!

E a culpa é do treinador? Acorda Dinamite!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Salve a Portela!

Após o esdrúxulo e inacreditável enredo sobre a história do computador e da internet, patrocinado pela empresa Positivo, a Portela promete voltar à sua tradição de belos enredos para o carnaval de 2011. Segundo informações veiculadas na imprensa especializada, a Águia virá contando sua própria história no ano que vem.

Nada melhor para a escola voltar ao lugar que é seu desde sempre: o de grande escola do carnaval carioca, maior vencedora de todos os tempos com 21 títulos conquistados. É como diz a letra de um belo samba da escola, de 1991: "Posso perder, posso ganhar isso é normal, 21 vezes campeã do carnaval"! Perder ou ganhar faz parte realmente, mas o que não pode acontecer é uma escola como a Portela se deixar vender por um enredo que não tem a menor condição de ser contado na avenida. O resultado só poderia ter sido este: um nono lugar, muito aquém das tradições da Portela. Aquela águia totalmente robotizada foi um choque para todos os portelenses e os amantes do samba e do carnaval.

Mas ao falar de sua própria história em 2011, a escola tem tudo para fazer um dos maiores carnavais de toda a sua história. É como diz também um outro samba exaltação da escola, "Se for falar da Portela hoje não vou terminar". Só de grandes nomes que fizeram a história da música brasileira, a escola de Madureira poderia fazer uns dez desfiles. Monarco, Candeia, Manacéia, Casquinha, Tia Surica, Tia Doca, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Clara Nunes, João Nogueira, e por aí vai.

Sem contar os grandes momentos que a escola protagonizou com seus antológicos desfiles e sambas-enredo que vão ficar para sempre na memória de várias gerações. Carnavais como "Lendas e Mistérios da Amazônia" (1970), "Hoje tem marmelada" (1980), "Das maravilhas do mar, fez-se o esplendor de uma noite" (1981), "Contos de Areia" (1984), "E por falar em saudade..." (1995), são alguns dos grandes momentos da águia na Sapucaí.

Certamente emocionará a todos se realmente for levada a história da Portela para a avenida em 2011. Eu já estou na maior torcida para que se concretizem as informações. Imaginem uma águia cheia de medalhas simbolizando os 21 carnavais da escola? Seria antológico. Para encerrar o post com mais um belo samba da escola, fiquemos com o hino da Portela, uma obra-prima assinada pelo inesquecível bamba Chico Santana:

Portela
suas cores tem
Na bandeira do Brasil
E no céu também
Avante portelense para a vitória
Não vê que o teu passado é cheio de glória
Eu tenho saudade
Desperta oh! grande mocidade
As suas cores são lindas
Seus valores não têm fim
Portela querida
És tudo na vida pra mim.

terça-feira, 23 de março de 2010

O Flamengo entra nos trilhos

Apesar dos problemas extra-campo e da insistência de alguns veículos de comunicação insistirem em criar uma "crise" na Gávea, o fato é que o Flamengo, após muitos anos de desmandos e administrações desastrosas, parece que vem encontrando o seu caminho. Precisa apenas ajustar uma melhor gestão do futebol para acabar com essas história de regalias para A ou B. Assim, o clube pode retomar a sua gloriosa era de vitórias, vivida entre 1980 e 1983.

Dentro de campo, desde 2006, o Flamengo voltou a protagonizar momentos de vitória e sucesso no cenário nacional do futebol. O título da Copa do Brasil no mesmo ano fez o rubro-negro retornar à Libertadores após cinco anos afastado. De lá pra cá, o Fla disputou as edições de 2007, 2008 e a atual de 2010, chegando à dez participações na competição continental. É bem verdade que foram participações muito discretas, mas apenas São paulo, Palmeiras, Grêmio e Cruzeiro já disputramam mais vezes a Libertadpores que o Flamengo, no Brasil. Desde então o rubro-negro venceu três vezes seguidas o Estadual do Rio (2007/08/09), tendo angariado ainda duas Taças GB e uma Taça Rio no período. Ano passado o Fla conseguiu um feito que nem o time de ouro da Era Zico conseguira. Venceu, na mesma temporada, o Estadual e o Brasileiro. Nas outras cinco conquistas rubro-negras, outro rival carioca levou o título no Rio (80-Flu/82-Vasco/83-Flu/87-Vasco/92-Vasco).

Ontem na Gávea foi anunciada mais uma parceria do clube. O Flamengo vai ceder jogadores não aproveitados ao CFZ e este pode emprestar suas instalações de centro de Treinamento para o clube rubro-negro usufruir quando necessário. Há a intenção de fazer do CFZ uma espécie de Flamengo-B com esse jogadores não aproveitados na Gávea. Mais que a parceria em sim, o fato de Zico retornar ao Flamengo oficialmente enche a nação rubro-negra de esperanças de um dia o Galinho de Quintino assumir um papel de destaque na gestão do futebol no Flamengo. Imaginem Zico como diretor de futebol, Adílio no comando das divisões de base e Andrade como treinadfor do elenco profissional? Qual rubro-negro não ficaria feliz com este time?


Zico e Patrica. A volta do Galinho enche os rubro-negros de esperança.

Fora de campo, apesar de ainda precisar melhorar muita coisa, o Flamengo vem aos poucos se acertando no que tange à sua organização. Ao eleger Patrícia Amorim como presidente (a primeira mulher a comandar o clube na história) o Fla trouxe para a Gávea uma competente administradora e uma ex-atleta das mais vencedoras que pode investir pesado em outros esportes, muito além do futebol.

Há muito tempo o Fla não chamava a atenção fora do esporte bretão. Pois o basquete do clube vem encantando aos amantes do esporte no Brasil. O clube carioca é o atual bi-campeão brasileiro e lidera a segunda edição do Novo Basquete Brasil (NBB). A presidente Patricia Amorim assumiu pessoalmente a negociação para o clube contar com o nadador César Cielo em seus quadros de esportes olímpicos. Ex-nadadora que foi Patricia sabe a importância de contar com o atleta mais rápido do mundo dentro d'água. Para o Flamengo uma bela jogada de marketing e para Cielo uma bela vitrine no maior clube do Brasil.


Time de basquete do Fla. Atual bi-campeão do NBB e líder da edição de 2010.

Com Patrícia no comando, o Fla tem no momento o maior contrato de patrocínio do futebol brasileiro. Os números giram em torno de R$ 25 milhões ao ano em um contrato com a holding Hypermarcas, que expõe nas camisas do Flamengo as marcas Batavo e Bozzano. Falando em camisas, o contrato com a Olympikus também é revolucionário na história do futebol brasileiro. Após penar com a incompetência da Nike (maior empresa do ramo no mundo), o Fla vendeu ano passado a bagatela de 1 milhão de camisas com a marca da Olympikus. Um recorde no país.

Na sede da Gávea uma reforma de pouco mais de um ano, fez surgir uma loja oficial que nenhum clube brasileiro tem. A FlaConcept, inaugurada ainda na gestão Márcio Braga, impressiona pela grandiosidade e a beleza para quem passa na Avenida Borges de Medeiros, na Lagoa, onde fica a sede do Flamengo. Há ainda a previsão da inauguração de um museu, também na Gávea, que estaria nos moldes dos grandes clubes do futebol europeu. Patricia, aliás, esteve na Espanha para conhecer a estrutura do Barcelona, o maior clube do mundo, e trazer a experiência para o Flamengo.


Fla-Concept: loja que nenhum clube do país tem.

Um bom momento dentro de campo, com cinco títulos nos últimos cinco anos. Jogadores de alto nível técnico e retorno de marketing muito positivo para o clube (apesar do caso Império do Amor - Favelas) e uma gestão que parece estar encontrando o caminho para fazer uma das maiores marcas do mundo progredir. É o Flamengo, após tantos anos, voltando a ser protagonista no cenário do futebol nacional.

segunda-feira, 22 de março de 2010

O equilíbrio de um clássico*

Muito se discute no Rio de Janeiro sobre qual seria o clássico de maior rivalidade no estado. Alguns apontam o "Clássico dos Milhõs", entre Flamengo e Vasco. Outros preferam a tradição e o charme do "Clássico das Multidões", o Fla x Flu. Mas gostos e opiniões à parte, pode-se afirmar que hoje o clássico mais disputado do Rio é Flamengo x Botafogo. E quem corrobora esta tese são os números.

Neste início de século XXI, Flamengo e Botafogo já duelaram 37 vezes. Foram 15 empates. Sendo que em nove partidas o placar foi 2 x 2, como no jogo de ontem. O Flamengo saiu vitorioso em 13 oportunidades e o Fogão levou a melhor sete vezes. Apesar da superioridade rubro-negra, dificilmente os resultados superaram os dois gols de diferença.

Neste período de quase dez anos, o maior tempo que o Fla ficou sem perder do Bota foi de 14 jogos, ou quatro anos, entre 2004 e 2008. Neste jejum alvi-negro foram apenas duas vitórias por dois gols de diferença do Fla. O Fogão ficou dois anos sem perder o clássico (entra 2000 e 2002), ou sete jogos. E também apenas duas vitórias por dois gols de diferença.

Durante o período entre 2001 e 2010 apenas uma vez houve uma vitória por mais de dois gols de diferença. Foi na vitória do Botafogo por 3 a 0, em 2008, pela semifinal da Taça Rio. Os últimos três estaduais foram decidos por Flamengo e Botafogo. Apesar dos rubro-negros terem vencido as três decisões, em seis jogos foram quatro empates, e duas vezes o Fla levou a taça nos pênaltis.

Desde que o sistema do Campeonato Carioca passou a ser este, com dois grupos e semifinais e finas para os dois turnos e os vencedores dos mesmos chegando à decisão, desde 2004, em 13 decisões de turno até aqui, em dez oportunidades ou Flamengo ou Botafogo estiveram na decisão. Em duas ocasiões eles se enfrentaram. Na final da Taça Guanabara de 2008 e na decisão da Taça Rio de 2009, também deu Flamengo.

O torcedor carioca pode até discutir e argumentar sobre qual seria a maior rivalidade do estado. Mas os números, que não costumam mentir, sacramentam que Flamengo e Botafogo atualmente dominam as fronteiras do Rio e fazem o clássico mais equilibrado nesta primeira década do século XXI.

*Texto publicado no site FUTNET em 22/03/2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Heroi no Domingo! Vilão na Quarta!

O futebol é mesmo um esporte fascinante. Isto porque ele faz com que um jogador que saiu de campo domingo ovacionado e acolhido como heroi de uma partida, apenas três dias depois, após falhar feio, deixa o campo como vilão e cuplado por uma derrota. Foi assim com Bruno, o controverso goleiro do Flamengo. De grande nome do jogo contra o Vasco domingo, por ter pego dois pênaltis, foi alçado à categoria de culpado após a derrota diante do Universidad de Chile, ontem. A primeira do Fla na Libertadores.


Bruno: Heroi no domingo...

Mas colocar somente na conta de Bruno a derrota em Santiago é injusto. Todo o time do Flamengo não se portou bem no jogo de ontem. Apenas o lateral Léo Moura jogou bem. Até aqueles jogadores que vinham atuando bem, exceção claro feita ao lateral-direito, jogaram mal ontem. E os que vinham mal continuaram na regular ruindade. Casos de Álvaro e Juan, que precisam de barração com urgência.


...Vilão na quarta.

Mesmo jogando mal, o Flamengo poderia ter saído do Monumental David Arellano com pelo menos um empate. Não fossem as falhas de Bruno (que acontecem com qualquer um e ele tem muito crédito) o resultado poderia ter sido outro. Mas que fique bem claro: o Flamengo mereceu a derrota, porque jogou muito mal e me pareceu displiscente em campo. Passou a impressão de que os jogadores achavam que iam vencer quando quisessem. Me parece que a vitória sobre o Vasco contribuiu para este pensamento coletivo. Isto porque o Fla venceu jogando pior que o adversário. Mas Libertadores não é Taça Rio. E o Universidad de Chile não é o Vasco.

Que os vascaínos não me entendam mal: não estou julgando história e tradição (isso o Vasco tem muito mais que "La U"), mas sim os times atuais. Se bem, que o time chileno não é nenhuma maravilha. Enfim, a derrota de ontem pode ter vindo em boa hora e não causa um grande prejuízo de imediato. No dia 07 de abril o Fla recebe a mesma equipe no Maracanã e, caso vença, retoma a liderança do grupo 8.

Com duas vitórias em casa (Universidad de Chile e Caracas) e pelo menos um empate diante da Universidad Católica, fora, o rubro-negro sacramentará a passagem às oitavas-de-final. A derrota não tira o prumo desta equipe. Mas precisa jogar melhor do que vem jogando se quiser fazer algo mais que figuração nesta Taça Libertadores.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Andrade perto da formação ideal

O Flamengo encara logo mais o Universidad de Chile em seu terceiro jogo nesta Libertadores. O jogo será no estádio do Colo Colo (CHI), grande rival do Universidad, porque o campo de "La U" sofreu abalos estruturais após o terremoto que assolou o Chile há três semanas. A partida começa às 21h50, hora de Brasília.

Este será o 15º jogo do rubro-negro carioca na temporada e, na minha opinião, o técnico Andrade se aproxima da escalação ideal do Flamengo. Após a saraivada de gols que a equipe levou na Taça Guanabara, o Tromba parece ter conseguido dar um equilíbrio maior à defesa. Apesar de que eu acredito que Álvaro e Juan vêm destoando dos bons momentos que os demais companheiros de defesa passam. Também acho que se o zagueiro continuar falhando, Andrade vai sacá-lo e David pode encaixar como uma luva ao lado de Fabrício. O mesmo serve para Juan, mas aí acho mais difícil que ele seja sacado, apesar do bom momento de Rodrigo Alvim.

No meio-campo, a formação que vai à campo hoje é quase a que Andrade espera usar ao longo do ano. Exceção feita a Rodrigo Alvim, que joga improvisado no lugar que é de Maldonado. O chileno já tem condições de jogo, mas Andrade acha arriscado lançá-lo numa partida complicada como a de hoje. Eu concordo. Ele pode ir sendo lançado na Taça Rio, pois os adversários são capengas, exceção feita aos grandes. Portanto o meio ideal do Flamengo é Williams, Maldonado, Kleberson e Vinicius Pacheco. Sim, Pet no banco. Eu não vejo como ele entrar no time agora. Pode ser que cresça ao longo do ano, mas no momento é reserva. Um reserva de luxo que pode entrar e mudar um jogo.

Estádio Monumental David Arellano, em Santiago (CHI).


O ataque é indiscutível. A maior dupla de atacantes do futebol brasileiro hoje. Adriano e Vagner Love sempre deixam a sua marca nas partidas. Quando um passa em branco, o outro resolve. Isto quando os dois não marcam juntos e levam o Fla à vitória. A equipe virá formada com Bruno, Léo Moura, Álvaro, Fabrício e Juan; Williams, Rodrigo Alvim, Kleberson e Vinícius Pacheco; Vágner Love e Adriano.

Um empate no Chile hoje é excelente resultado. O Fla lidera o grupo com seis pontos. O Universidad tem quatro. Se empatarem, o rubro-negro chega aos sete e os chilenos vão à cinco. Como o Fla tem dois jogos seguidos em casa, a situação pode se configurar tranquila com um empate lá hoje. Apesar de eu achar que uma vitória é um resultado tranquilamente normal para a diferença de qualidade entre as equipes.

Vão chamar as autoridades também?

Eu havia prometido para mim e para os leitores deste blog que me recusava a comentar as notícias esdrúxulas sobre a vida pessoal dos jogadores. Mas não consigo me calar diante de tanta perseguição e conspiração contra Vágner Love e Adriano.

Agora a polícia do Rio quer convocar Love a prestar esclarecimentos sobre seu comparecimento em um baile funk na Rocinha, onde foi filmado no mesmo ambiente de traficantes armados. Como é que é? Agora, o sujeito tem de explicar à polícia porque frequenta certos lugares? E ninguém vai chamar o Kaká para prestar esclarecimentos sobre as doações que ele fez aos donos da Igreja Renascer, que foram presos por lavagem de dinheiro?

A polícia deveria convocar também os delegados que mantém negócios escusos com traficantes de vários morros. Que tal ouvir os policiais da corporação que recebem propina dos bandidos para não subir nos morros e fazer cumprir a lei? E o que acham as autoridades de segurança pública de intimar vereadores e deputados que têm ligações com as milícias da Zona Oeste?

Ora, me poupem! Vão achar algo mais interessante para fazer! A cidade do Rio tem problemas mais urgentes para resolver.

terça-feira, 16 de março de 2010

A paciência do vascaíno acabou!

O Vasco fez até aqui 15 jogos em 2010, e perdeu apenas dois! Dois clássicos diante do Botafogo e o Flamengo, neste caso jogando melhor que o adversário segundo alguns analistas (eu não vi a partida). Então porquê o torcedor vascaíno vem vaiando a equipe constantemente? E porquê parou de comparecer às partidas do Gigante da Colina? Alguém que pense mais imediatista mente pode afirmar que há um exagero do torcedor do Vasco.

Mas não há! O fato é que a paciência dos vascaínos chegou ao fim. A lua de mel do ano passado se transformou num pesado confronto entre o time e sua torcida. E tudo isso porque o torcedor não aguenta mais sofrer. Desde que o Vasco viveu a maior fase de sua história, entre os anos de 1997 e 2000, começou uma derrocada que parece não ter fim. Todos sabem minha opinião sobre o motivo pelo qual o Vasco paga um preço tão alto até hoje, mas o objetivo do post não é esse.

Desde aquela fase de ouro, o Vasco só venceu um Campeonato Carioca em 2003 e a Série B em 2009. É muito pouco para um clube com o tamanho e a importância do Vasco no cenário brasileiro. Aos poucos o Gigante da Colina viu seus três maiores adversários o ultrapassarem no cenário carioca, onde ele mandava prender e soltar. A grande rivalidade com o Flamengo está limitada à história (hoje o grande confronto do Rio é Fla x Botafogo). O Vasco hoje tem de se contentar em ser a quarta força do Estado do Rio. No cenário nacional então a situação é ainda pior, pois o clube acaba de vir de uma Série B, fato impensável naqueles anos de ouro.


A torcida do Vasco lota São Janu. Será que não voltaremos a ver esta cena?

Pois não culpem a torcida! Ela veio apoiando o tempo que pode. Ela não abandonou o time na Série B. Ela sequer questionou as contratações duvidosas da diretoria nos últimos anos. Pois agora eles se rebelaram. Com total razão. O time do Vasco é muito fraco. Com este elenco, o clube não chegará há lugar nenhum. Tem é grande chance de lutar novamente para não cair.

Urge que a direção do Vasco contrate jogadores à altura da grandeza e da camisa do clube. Se isto for feito não tenho a menor dúvida de que o torcedor voltará a lotar os estádios. E o futebol brasileiro vai agradecer de ter de volta o Vasco grande, como sempre foi o Gigante da Colina, tetra campeão brasileiro, campeão da Libertadores e tantas vezes campeão do Rio de Janeiro. Se voltar a ser grande, os vascaínos podem voltar a cantar que "sua imensa torcida é tão feliz".

segunda-feira, 15 de março de 2010

A Imprensa Marrom

Em um momento que o Brasil inteiro parece achar mais importante julgar e analisar a vida pessoal de Adriano, do que discutir os assuntos importantes que envolvem o país, a imprensa marrom resolve atacar novamente e tratar da maneira mais leviana possível a vida particular de um cidadão, não interessando quem ele seja.

O jornal "O Dia" publicou um verdadeiro dossiê sobre a intimidade de Adriano na edição do último domingo. As matérias foram o mais fundo possível na intimidade do craque do Flamengo, com informações sobre orgias em sua mansão, sua relação com a bebida e insinuações de problemas do Imperador com drogas ilícitas. As fontes que corroboram com as informações sequer são citadas. Portanto, não se sabe quem são e nem sua procedência de veracidade.

Na minha opinião isto está longe de ser jornalismo. Aprendi na faculdade que para uma informação se transformar em notícia, dentre outros fatores, ela precisa atender ao interesse público. Ou seja, tem que ser uma coisa que afete a vida de um grupo de pessoas considerável de alguma forma. Não me parece que a vida e os problemas pessoais de Adriano vá mudar a vida de alguém a ponto de receber o destaque que recebeu de um jornal tão importante. Aos torcedores que acompanham futebol (sejam do Flamengo ou não) interessa - ou deveria interessar - o desempenho de Adriano em campo, seus problemas disciplinares com o clube ou tudo que esteja exclusivamente relacionado ao esporte.

Há um sem número de casos de jogadores muito talentosos e problemáticos na mesma medida de seu talento. Assim como Adriano, nomes como Edmundo, Djalminha, Paulo César Cajú, Garrinhca e muitos outros conviviam com problemas extra-campo, ao mesmo tempo que brilhavam dentro dos gramados. E a imprensa sempre agindo da mesma forma. Especulando sobre a vida particular de cada um.

Eu volto a insistir na tese de que jornalistas (e qualquer outra pessoa comum) nada tem a ver com a vida pessoal de quem quer que seja. Eu li outro dia que o Dunga deveria tomar uma atitude contra as arruaças de Adriano. Ora, citem-me um atacante brasileiro que tenha tido desempenho melhor que Adriano no ano de 2010. E outra, Dunga não é babá de jogador para ficar dando puxões de orelha em craques que aprontam fora de campo. Tem de cobrar é desempenho satisafatório.

Os defensores deste tipo de jornalismo, alegam que Adriano é uma pessoa pública e tudo aquilo que ele faz é de interesse público. Eu discordo radicalmente. É de interesse público tudo aquilo que ele faz e que estejqa relacionado diretamente ao esporte. E não me venham com esta balela que o jogador é exemplo para as crianças e deve se comportar como tal. Primeiro ao que me consta Adriano é amado pelos jovens rubro-negros e segundo cabe a ele resolver se quer ou não seguir como exemplo.

O grande João Saldanha costumava dizer, quando perguntado sobre a vida pessoal de um atleta, que queria um jogador para atuar bem e corresponder em campo, e não para namorar e casar com a sua filha. Está completamente certo o João Sem Medo. Na minha opinião, como torcedor eu prefiro um jogador que apronte até fora das quatro linhas mas que no dia do jogo decida, do que um que seja evangélico (nada contra a religião) e tenha uma vida regrada mas na hora de resolver pipoque, como aconteceu no clássico de ontem, quando Dodô perdeu dois pênaltis e entregou a vitória ao Flamengo, que por sinal venceu com um gol de pênalto de Adriano, que outra vez foi decisivo na vitória do rubro-negro sobre o Vasco por 1 a 0.

É isso que importa no esporte. Os jogadores têm de decidir em campo. É ali que é o habitat natural deles e é ali que eles tem de resolver. Uma pena que essa imprensa marrom e suja prefira dar destaque à vida particular de uma pessoa. Seria muito bom que a vida íntima dos "jornalistas" que publicaram o Dossiê do Imperador de " O Dia" tivessem a sua intimidade também devassada. Eles devem ser um exemplo de conduta. É lamentável ver os rumos do jornalismo na atualidade.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Nos embalos de Love!

Ao entrar em campo ontem contra o Caracas (VEN) muitos rubro-negros estavam preocupados, com razão, com a ausência de Adriano no jogo. Apesar do retrospecto positivo do Flamengo sem ele. 15 jogos, com o de ontem, e a 11ª vitória. Mas quem realmente vem decidindo para o Flamengo neste começo de 2010 é o atacante Vágner Love, a parte menos badalada do "Império do Amor". Love deixou dois ontem na vitória por 3 a 1, e já tem 12 nesta temporada.

Mais que fazer gols, Vágner Love vem jogando muito com a camisa do Flamengo. Para se ter uma ideia, já marcou mais que o dobro de gols que toda a sua passagem pelo Palmeiras ano passado. Pela terceira vez nesta temporada, Love fez as vezes de volante quando a equipe não tinha a bola, após a expulsão de Toró (o segundo cartão vermelho do Flamengo em dois jogos na Libertadores). O empenho de Vágner Love está fazendo ele cair nas graças do torcedor do Flamengo.

A partida de ontem serviu apenas para sacaramentar mais três pontos e consolidar a liderança do Flamengo no Grupo 8 da Libertadores. Agora o rubro-negro já tem cinco pontos de frente em relação ao terceiro colocado, o Universidad Católica. Pode se dar ao luxo de empatar na semana que vem com o Universidad de Chile para manter a dianteira. Mas o fato é que o Flamengo jogou mal. Principalmente nos primeiros 30 e nos primeiros 20 minutos do segundo tempo.

A única coisa que Pet fez em campo foi dar um chute que o zagueiro venezuelano cortou com a mão e o juiz marcou pênalti. Assim fica difícil defender a permanência de Pet no time titular do Flamengo. Love cobrou bem desta vez e abriu o marcador. Mas o Flamengo, como também aconteceu diante do Universidad Católica, recuou demais e chamou o adversário para seu campo, obrigando Bruno a trabalhar.

Na volta para o segundo tempo, o rubro-negro continuou recuado e Toró acabou expulso após fazer falta em um jogador do Caracas. Eu achei a expulsão exagerada, mas o fato é que é a segunda do Fla em dois jogos. Se acontecer num jogo mais difícil pode complicar bastante a vida de Andrade. Eu continuo dizendo que é preciso ter time e nervos em dia para ganhar a Libertadores. Até o momento os nervos do Flamengo não estão muito bem controlados.

O erro do time venezuelano, que acabou empatando a partida de tanto que pressinou o rubo-negro, foi partir todo para o ataque se descuidando da defesa. Com isso, em um contra-araque, Love recebeu de Kleberson (que acabara de perder gol feito minutos antes) driblou o goleiro e marcou seu segundo gol. O Flamengo respirava aliviado. O Caracas sentiu o gol e parou de ameaçar com tanta frequência, apesar de ainda ter obrigado Bruno a realizar algumas defesas difíceis.

O golpe de misericórdia foi o gol de Felipe Alvim, que vem entrando muito bem e pode sim fazer sombra no acomodado Juan. Ele roubou uma bola na ponta esquerda de ataque do Flamengo e só parou dentro do gol de Vegas. O terceiro do Flamengo para sacramentar os 100% de aproveitamento. Acabou de bom tamanho pelos três pontos conquistados. E acabou sendo justo, porque em futebol merece mais quem faz gols. A caminhada segue. O rubro-negro agora vai encarar o Vasco no domingo e na próxima quarta, 17, já volta a viajar para jogar contra o Universidad de Chile.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Para espantar a crise

Em meio ao bombardeio de infornações sobre o caso Adriano, que desde que saiu no tapa com sua noiva em uma favela do Rio de Janeiro fez alguns coleguinhas esquecerem de que o Flamengo entra em campo hoje, às 21h50 na cidade de Caracas, na Venezuela, para enfrentar o time de mesmo nome da capital daquele país. É o segundo compromisso do Flamengo na Taça Libertadores (o primeiro fora de casa), competição que é a grande prioridade do campeão brasileiro.

Se vencer hoje, o rubro-negro chega aos seis pontos ganhos e assume de maneira isolada a liderança do Grupo 8. Se empatar tabém garante a liderança, pois empatará com o Universidad de Chile em pontos (quatro) mas levará vantagem no saldo de gols. Em caso de derrota matém-se na segunda posição do grupo.


Placa comemorativa celebra o 1º encontro entre Flamengo e Caracas

Muito tem se falado sobre a ausência de Adriano neste jogo. Eu não vou ficar comentando aqui a vida pessoal de ninguém, pois isso não é da minha conta. O que me interessa é o seu desempenho dentro de campo (e é o que deveria interessar para toda a mídia esportiva) e quanto a isso não há o que questionar. Em seis jogos pelo Flamengo neste ano, Adriano marcou seis gols. Média de um por jogo. Me digam qual atacante tem esta média na atual temporada.

Acho inaceitável a decisão de tirar Adriano do jogo. Não sei se a ordem partiu da comissão técinca, diretoria ou se foi decisão do próprio jogador. Seja quem foi está equivocado, pois Adriano gordo (dizem que está 8 kg acima do peso) é o jogador mais decisivo do Flamengo e do futebol brasileiro. Porém, não dá também para por na conta somente do Imperador um possível resultado negativo hoje.


Estádio Olimpico de la Universidad Central de Venezuela.

Até porque desde que chegou à Gávea Adriano esteve ausente em 13 partidas do clube. E o Flamengo não perdeu nenhum destes jogos. Foram quatro empates e nove vitórias. Até que pode ser bom para o Fla a ausência do Imperador neste jogo. Andrade, finalmente, escalará Petkovic na condição de titular e deslocará Vinicius Pacheco para o ataque ao lado de Vágner Love. Acredito que este trio pode dar samba na Venezuela.

Não conheço o time do Caracas, mas sei que na última Libertadores eles não perderam uma partida sequer em casa. Inclusive cruzaram o caminho do Grêmio nas quartas-de-final e os gaúchos só se classificaram porque marcaram um gol fora de casa. Portanto, não é um time bobo como a seleção venezuelana.

Na circurstância da competição, em que um empate garante a liderança do grupo, e na conjuntura extra-campo, com a crise envolvendo o jogador Adriano, acredito que se trouxer um ponto do Estádio Olímpico de la Universidad Central de Venezuela estará de ótimo tamanho. Mas acredito também que é possível beliscar os três pontos na capital da terra de Hugo Chavez.

terça-feira, 9 de março de 2010

Carnaval - O Balanço Final do Grupo Especial

Eu sei que já se vão muitos dias desde o fim do carnaval, mas como viajei no reinado de Momo, só agora consegui assistir todos os desfiles do Grupo Especial, na íntegra, e chegar a uma conclusão sobre o que aconteceu na Marquês de Sapucaí nos dias 07 e 08 de fevereiro de 2010. Parece até que os deuses do carnaval estavam reservando para o último ano da década de 2000 o melhor desfile dos último anos.

Sim, eu achei o carnaval 2010 do Grupo Especial o melhor desta década, justo na última chance da década. Curiosamente, os desfiles de domingo reservaram as melhores surpresas, afinal há uma "lenda urbana" que determina que os desfiles de segunda são os mais esperados. A maioria das escolas campeãs na Era Sambódromo desfilou na segunda. União da Ilha e Unidos da Tijuca, na minha visão, empolgaram mais. Na segunda destaco a Mocidade, a Grande Rio e a Mangueira.

Vamos a uma análise escola por escola, pela ordem de classificação:

UNIDOS DA TIJUCA:

Existe um samba exaltação lá no Borel que diz: "O dia vai chegar/não vou tentar conter a emoção..." Pois bem, este dia chegou e já não era sem tempo. Em um dos desfiles que vai ficar cravado na memória dos grandes da história do Sambódromo, a Tijuca deu um show. Paulo Barros causou um choque na avenida ao fazer uma comissão de frente nunca antes vista na Sapucaí. Mulheres trocavam de roupa como num passe de mágica. E se o "mago" do carnaval não tinha conseguido decifrar o segredo em anos anteriores, agora chegou na fórmula do título: ousadia, aliada à alegorias "vivas" e bem acabadas, juntaram-se à uma evolução e uma harmonia perfeitas. Parabéns Borel! O dia chegou.




GRANDE RIO:

Para mim foi o maior desfile da história da Grande Rio. A escola de Caxias só não abiscoitou a taça este ano porque a Tijuca fez um desfile perfeito e histórico. Mas uma alegoria que foi pouco citada me causou uma grande emoção assistindo ao desfile. Aquele carro da escola todo feito de lixo, com um urubu no alto e ratos abaixo foi sensacional. E com Joãozinho Trinta acenando para o público. Emocionante! Eu contesto este modo como a Grande Rio faz carnaval só por patrocínio. Mas este ano tenho que dar a mão á palmatória: foi um belo desfile do povo de Caxias. A escola se aproxima de um campeonato a cada ano.




BEIJA-FLOR:

Um dos piores desfiles da Beija nos últimos anos. Com um enredo sobre Brasília sendo executado de maneira completamente equivocada pela comissão de carnaval da escola, não dava para esperar que o título voltasse para Nilópolis. As alegorias e fantasias muito bem feitas e bonitas, uma marca da escola, não conseguiram suplantar a ausência de escândalos e momentos marcantes de nossa política no desfile da agremiação. O samba, muito bonito, não "pegou" na avenida e a escola perdeu muitos pontos onde não costuma perder. Achei até que ficou de bom tamanho o terceiro lugar, pois outras escolas fizeram desfiles melhores. Mas é a Beija-Flor né? A pior colocação da escola desde 2006.




VILA ISABEL:

Eu escrevi aqui antes do carnaval que acreditava ser a Vila a grande favorita ao título em 2010. Pois é, quebrei a cara. Mas acho que os próprios diretores da escola acabaram tendo uma decepção com sua escola. O samba, que era o grande trunfo da Vila, simplesmente não funcionou na avenida, primeiramente devido à uma falha no sistema de som do Sambódromo (até hoje não conseguiram equilibrar o som daquela avenida), e também porque o andamento que lhe foi dado na avenida não ajudou no canto dos componentes. Também esperava mais das alegorias da escola. O principal personagem, por exemplo, o Noel, parecia estar em segundo plano.




SALGUEIRO:

O desfile do Salgueiro este ano foi muito abaixo do ano passado, quando a escola levou o título após 17 anos de jejum. Acredito que o tema escolhido não tinha a ver com o estilo da escola e do carnavalesco. Falar sobre a história do livro não é para o Salgueiro. Não entendi algumas alegorias da escola, que estavam confusas. Enredo bom é aquele que a gente entende só de olhar. O samba também não empolgou, como era de se esperar, pois tirando refrão, era fraco. Também saiu barato para o Salgueiro. Não merecia voltar no sábado.




MANGUEIRA:

Mais uma vez a comunidade conduz a Mangueira ao Sábado das Campeãs. Novamente a escola abusa do mau acabamento de suas alegorias e fantasias. A ala de bainas da escola foi a mais mal vestida de todo o Grupo Especial. Mas com um samba muito bom (o melhor desde 2002) a escola conseguiu, através da emoção e da garra dos componentes, tirar uma boa colocação na apuração. A comissão de frente também estava muito previsível. Queriam destacar a dança de salão. Mas só fizeram dançar. Cadê a criatividade? A bateria foi o ponto alto com suas paradinhas e a coreografia de Carlinhos de Jesus foi muito criativa e o grande momento da Mangueira no carnaval de 2010.




MOCIDADE:

Num carnaval de poucas injustiças, a Mocidade pode reclamar. Fez um desfile que não fazia pelo menos desde a era Renato Lage. Foi para a venida mais leve, mais solta. Lembrou muito a Mocidade de Fernando Pinto. Fantasias menos elaboradas, mas bem acabadas e que deixaram o componente brincar o carnaval. O samba também cresceu muito na avenida. O refrão "meu copração vai disparar, sair pela boca..." foi o momento de maior canto (componentes e público) de todo o carnaval 2010. A Mocidade merecia voltar para o Desfile das Campeãs. Talvez no lugar do Salgueiro. Se seguir nesta toada pode voltar a ser a grande Mocidade dos anos 90.




IMPERATRIZ:

Outra escola que acabou não aproveitando o belo samba que tinha nas mãos. Vencedor do Estandarte de Ouro de melhor samba-enredo de 2010, o hino da escola de Ramos não ecoou na avenida da maneira que a diretoria de harmonia esperava. A escola fez um desfile muito frio (como naqueles anos em que ganhava tudo) mas sem ser técnica como era antigamente. Algumas alegorias também estavam muito confusas. A explosão de branco no carro abre-alas ficou de péssimo gosto. Max Lopes precisa se reciclar com urgência.




PORTELA:

Mais uma vez a Portela escapa de um rebaixamento. Desta vez não acho que merecia cair, pois a Viradouro fez o pior desfile da década no Sambódromo. Em 2005 merecia cair e só não foi para o Grupo de Acesso graças ao seu nome e tradição. Mas falando de 2010, o que foi aquela "águia" no abre-alas da escola? Que coisa horrorosa! Eu demorei alguns minutos para entender que aquilo era o símbolo maior da Portela. O presidente da agremiação devia ter proibido aquilo de ter saído na avenida. Enredo sobre computador não tem nada a ver com carnaval. Algumas escolas precisam entender que não vale tudo para levar um patrocínio. Nem o samba dava para aproveitar, porque era horrível também. O desfile de 2010 manchou a bela história da Portela. Que volte a brilhar em 2011.




PORTO DA PEDRA:

A escola de São Gonçalo parece ter garantido um lugar vitalício na 10ª posição. Não faz desfile para disputar título nem para voltar nas campeãs, mas também não comete tantos erros para ser rebaixada. O samba da Porto este ano era muito fraco. O enredo também é bastante questionável. Com tanto assunto para falar eles me escolhem abordar a história da moda!! Nada contra estilistas e modelos, mas isso não tem nada a ver com carnaval. E o tigre de piercing e boné? Podia fazer companhia para a águia robotizada da Portela.




UNIÃO DA ILHA:

Na minha opinião a maior injustiça do carnaval de 2010. A Ilha fez um desfile emocionante na sua volta ao Especial. O trecho do samba que dizia "Voltou a Ilha/Delira o povo de alegria..." foi um dos pontos altos deste carnaval. Sempre detalhista com suas alegorias e fantasias, Rosa Magalhães fez um ótimo trabalho na escola. Acredito que a escola merecia uma colocação muito melhor. Se não entre as campeãs, pelo menos para brigar por um lugar no sábado. Menos mal que acabou essa história da escola que abre o carnaval sempre é rebaixada. Que se mantenha daqui pra frente.




VIRADOURO:

O que falar do desfile da Viradouro? Um samba horrível. Um enredo completamente confuso, componentes calados e arquibancada rezando para a escola passar logo. A Viradouro nem de longe lembrava aquela escola alegre e contagiante dos fim dos anos 90 e da primeira metade da década de 2000. Fez um desfile digno de Grupo de Acesso e muito merecidamente vai desfilar no sábado de carnaval em 2011, após 19 anos no Grupo Especial. Que sirva de lição, pois a escola pode voltar em 2012. Niterói fica sem sua representante na elite.




Em 2011 a São Clemente integrará o Grupo Especial novamente. Que o carnaval de 2010 inspire as diretorias da LIESA e das escolas a manterem o bom nível que foi apresentado este ano. Sambas muito bons, enredos interessantes e muita emoção na avenida. E as escolas que foram a exceção a este comentário que se estruturem melhor e coloquem de uma vez por todas na cabeça que o carnaval do Grupo Especial é de alto nível e deixou de ser uma mera brincadeira há um bom tempo.

Inteligência dentro e fora de campo!

Num momento em que somos obrigados a ouvir este tipo de declaração de Bruno, goleiro do Flamengo ("Quem aqui de vocês nunca saiu na mão com uma mulher?") em plena semana de comemoração do Dia Internacional da Mulher, chegamos a pensar que jogadores de futebol só servem mesmo para atuar dentro das quatro linhas. Nomes como Zico, Raí, Leonardo, Bebeto, Rogério Ceni, Marcos, dentre outros, que sabiam, além de jogar o fino, se expressar sem abaixar o nível, são cada vez mais raros no mundo do futebol de hoje.

Mas ao assistir o Bem Amigos, do Sportv, ontem me veio um alento. Um dos convidados foi o garoto do Botafogo Caio, que foi alcunhando de "talismã do papai Joel" por entrar nas partidas e marcar gols importantes. Me chamou muito a atenção a personalidade com que respondia às perguntas de consagrados jornalistas como Milton Leite, Renato Maurício Prado e Alberto Helena Júnior. A seu lado estava o outro convidado da noite: o ex-goleiro e empresário de Adriano, Gilmar Rinaldi. Ele tentava justificar as últimas peripécias do Imperador que, francamente, me recuso a comentar.

Voltando ao Caio. Numa de suas incurssões ele não se fez de rogado e, bem mais jovem, deu uma chamada em Adriano. Sim, o Imperador! "É muito triste ver esta situação com um jogador de tanto talento. Para mim, um craque. Sua posição na seleção está ameaçada". Uma declaração como esta não se consegue arrancar nem de jogadores renomados, imagine só de um jovem que, como diria Romário, acabou de entrar no ônibus.

Caio: Um talento com a bola e também longe dos gramados.

Em um outro momento do programa Caio foi perguntado sobre como se deu a sua chegada ao Botafogo. O jovem garoto afirmou que recebeu propostas até do Cruzeiro. "Recebi um contato deles sim. Não tenho nada contra o Cruzeiro, muito pelo contrário, acho um dos maiores clubes do Brasil. Mas no Botafogo eu teria mais chances de jogar. No Cruzeiro tem muitos atacantes já consagrados e eu não teria espaço". Isto chama-se planejamento de carreira. Certamente Caio iria receber mais no Cruzeiro, mas como queria jogar preferiu o Bota, já que a concorrência é muito menor, apesar do garoto ainda ser reserva.

É muito raro ver surgir na mesma proporção o talento, a personalidade e bom trato com as palavras. Caio fez o caminho inverso da maioria de nossos jovens jogadores. Natural de Volta Redonda, interior do Rio, o jogador se mudou aos dez anos para os EUA e lá realizou seus estudos, dando os primeiros passos no esporte jogando futebol nas universidades de Boston. Não é preciso comentar sobre as diferenças na educação dos EUA e do Brasil.

Por isso Caio, além de muito talentoso e habilidoso com a bola, sabe se expressar sem dizer as bobagens a que somos diariamente obrigados a escutar de idiotas feito Bruno, que diga-se de passagem não é o único. Caio tem um brilhante futuro pela frente. Certamente jogará num clube de ponta da Europa, porque como ele mesmo disse ontem, não irá para o velho continente para cair no ostracismo. Mesmo que espere um pouco mais, quando chegar sua hora ele há de brilhar.

Está certíssimo!

segunda-feira, 8 de março de 2010

A chatice dos Estaduais

Desde que começou a discussão sobre a adaptação do calendário brasileiro ao modelo europeu, o que para muitos sacrificaria os charmosos torneios estaduais, eu sempre saí em defesa dos torneios regionais, pois acredito que a tradição e a rivalidade que eles trazem para o "papo de bar" dos torcedores não pode ser desprezada. Mas os clubes não devem se enganar, afinal estas competições não servem de parâmetro para absolutamente nada. Nem para o mal, tampouco para o bem.

Esta temporada tem sido emblemática nesta tese. Se tomarmos por base o Estadual do Rio de Janeiro, tido como o mais charmoso do Brasil, concluiremos que está muito fácil para os clubes grandes nos confrontos com os tidos pequenos. Sem qualquer tipo de esforço ou demonstrativo de algum futebol, as equipes de tradição vão lá e detonam as pequenas. Na rodada do fim de semana, apenas para ficar num exemplo, o Flamengo (desfalcado de Adriano e com a cabeça quente após o barraco na favela) não precisou de muito para trucidar o Resende por 4 a 0 em Volta Redonda, no sábado. Ontem em São Januário o Vasco fez mais uma partida pífia, mas venceu o Boavista (que destoa um pouco de seus co-irmãos pequenos e até joga um futebol mais lúcido) por 1 a 0, graças a um gol de pênalti de Carlos Alberto.

Tradicionalmente o Estadual do Rio, apesar do pouco nível técnico, costuma levar um bom público aos estádios. Pois nesta edição parece que o torcedor carioca está vendo a ruindade das partidas e simplesmente abandonou os estádios nestas fases classificatórias. Mas se formos considerar as fases decisivas da Taça GB, a única partida que levou mais de 50 mil ao Maraca, foi a decisão vencida pelo Botafogo diante do Vasco por 2 a 0.

Ontem foi disputado o primeiro clássico da Taça Rio, com vitória do Fluminense por 2 a 1 sobre o Botafogo. Apenas 11 mil pessoas pagaram ingressos para ver o jogo. O Vasco vem batendo recorde atrás de recorde negativo de público, levando menos de mil pagantes por jogo. Até o Flamengo, que possui média anual de 40 mil pessoas por partida, outro dia pagou mico quando o número de gratuidades superou o número de pagantes.

A verdade é que o torcedor não é bobo. Ele sabe que os Estaduais não valem absolutamente nada, a não ser pela zoação ao rival, em caso de vitória. É completamente impraticável ver que o Estadual do Rio tem a exorbitante quantidade de 16 equipes. Logo no Rio, um dos menores estados da federação. O paulista conta com 20 equipes. O mineiro tem 12. É muito time! Isso faz com que equipes muito bem estruturadas financeira e esportivamente se confrontem com equipes sem a menor condição de disputar uma competição de alto nível. Como resultado temos goleadas impiedosas e estádios vazios.

Porquê não enxugarmos os estaduais e reduzirmos suas datas? Um exemplo: o campeonato carioca poderia contar com oito, dez times. Seria bem mais aprazível ao torcedor, afinal o que realmente interessa são os clássicos. Além disso, sobrariam mais datas e assim o calendário poderia ser adequado ao modelo europeu. Com isso, as equipes que disputam a Taça Libertadores poderiam também disputar a Copa do Brasil, já que elas só não o fazem porque as datas dos Estaduais as impedem. Sem contar que o êxodo de craques ao exterior, se não seria estancado totalmente, pelo menos não aconteceria no meio das temporadas.

Urge que os dirigentes enxerguem a chatice que se tornaram os estaduais. Eles devem ser reduzidos. Sob pena de que até o seu charme fique na saudade com o passar dos anos.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Dois pesos e duas medidas

Recentemente ao ser indagado sobre privilégios dentro do grupo do Flamengo, o dirigente Marcos Braz disse que eles haviam e eram exclusivos de alguns jogadores, e justificou: "O Adriano e o Vágner Love abriram mão de muito dinheiro para jogar no Flamengo. Os privilégios, portanto, são mais do que merecidos".

Este é o tipo de declaração que resume bem como é feita a gestão do futebol na Gávea. E não é de hoje. Enquanto outros jogadores, que atuam no Brasil e defenderam a seleção no jogo de terça contra a Irlanda, jogaram por seus clubes ontem, casos de Robinho de El Loco Abreu (o uruguaio que defende as cores do Botafogo), o Flamengo liberou dos treinamentos os seus selecionáveis Adriano e Kleberson.

O caso de Adriano é ainda mais vergonhoso. O jogador, desde que chegou ao Flamengo, só faz aquilo que quer. Logo no início de sua estadia na Gávea foi feita uma enquete na internet para escolher o número que o Imperador usaria. O número 9 foi o vencedor. Mas Adriano bateu o pé e joga com a 10 desde então. De lá pra cá não foram raras as faltas dele em treinamentos. Durante a fase decisiva do Brasileirão no ano passado, ele apareceu um dia na Gávea com o pé esquerdo com uma enorme bolha, fruto de uma queimadura muito mal explicada, e ficou fora do jogo decisivo contra o Corinthians (vencido pelo Fla por 2 a 0). A diretoria do Fla abafou o caso.

Mas é curioso constatar que o mesmo desprendimento em jogar água fria em focos de incêndio não se percebe quando o assunto é o sérvio Petkovic. Primeiro foi o caso do Fla-Flu, em que Pet deixou o Maracanã no intervalo ao ser substituído e foi punido pela diretoria só retornando nas semifinais da Taça GB. Agora Pet parece estar sendo punido até hoje.

Nos dois últimos jogos do Flamengo em que Pet esteve apto a jogar (Universidad Católica e Madureira) o técnico Andrade deixou o gringo no banco. E só o utilizou nos momentos finais de cada partida. Contra a Católica, Pet entrou e em dois lances produziu muito mais que Kleberson em todo o jogo - Pet entrou no lugar de Vágner Love. Diante do Madureira, o Tromba, sem Kleberson e Adriano em campo, preferiu escalar Fierro e avançou Vinicius Pacheco para o lugar do Imperador. E em sua primeira mudança, fez entrar Ramón em detrimento de Pet, para o lugar do chileno.

Não me passa pela cabeça que Andrade acredite que Pet esteja tão mal assim tecnicamente. Será que o craque do time no Campeonato Brasileiro do ano passado passou a ser assim tão descartável, a ponto de ser preterido por Fierro, que convenhamos é muito menos jogador que ele? Durante a semana, o comandante do futebol Marcos Braz, ao ser perguntado sobre a renovação de contrato de jogadores que tem o vínculo com o Flamengo se encerrando antes do término da Libertadores, ele disse que estava negociando com todos, mas não citou o nome de Pet, que tem seu compromisso com o clube se encerrando em maio.

Realmente não dá para entender. O critério não pode ser técnico. Muito menos físico, afinal Ramón não está em melhor condição física que Pet. E vem sendo aproveitado. Algumas perguntas não querem calar: Será que a indisciplina de Pet foi tão grave assim, a ponto de ele se transformar num coadjuvante no clube? E as indisciplinas de Adriano, não serão cobradas? Pet, ao que me consta, abriu mão de uma enorme dívida para jogar no Flamengo assim como Adriano e Love. Não receberá o mesmo tratamento de Braz?

Só não enxerga quem não quer: além da tradicional bagunça já tradicional na Gávea, agora usa-se o critério de dois pesos e duas medidas. O que é lamentável!