segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Um campeão muito competente

Se no ano passado o Fla tinha um elenco capaz de disputar e ganhar todas as competições depois de ter sido campeão brasileiro, mas demonstrava um desequilíbrio emocional que botou tido a perder, a situação agora em 2011 se inverte. Com um time ainda em formação, mas que demonstra muita frieza e competência para vencer as partidas, o Flamengo começou a temporada da maneira que a torcida rubro-negra se acostumou ao longo dos anos: sendo campeão.
Se o clube não vem realizando grandes exibições neste primeiros meses de 2011, por outro lado a conquista de sua 19ª Taça Guanabara de maneira invicta coroou a melhor equipe dentre todos os 16 participantes. Em nove partidas, o rubro-negro venceu oito e empatou apenas uma. Um aproveitamento superior a 90%. Foram marcados 16 gols e a defesa, tão criticada, sofreu apenas cinco gols.
Talvez o jogador que melhor represente esta tendência de um Fla pouco brilhante mas muito eficiente serja justamente aquele que foi a maior contratação do clube para a temporada. Ronaldinho Gaúcho ainda está à léguas de distância daquele atleta que chegou a encantar o mundo em 2005. Mas se não está tendo exibições de gala, está conduzindo o time com sua liderança e experiência e demonstrou na conquista diante do Boavista que é iluminado ao marcar o gol do título na vitória por 1 a 0.
Não há como negar que o Fla ainda tem muito a melhorar se quiser alçar voos mais altos em 2011, como as conquistas da Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Copa Sul-Americana e do próprio Campeonato Estadual. É preciso um lateral-esquerdo de confiança e de ponta e não as improvisações que Luxemburgo vem fazendo a cada jogo. A zaga, apesar dos bons números, precisa de pelo menos um zagueiro experiente.
O ataque do Flamengo tem duas belas promessas que podem dar muitas alegrias aos rubro-negros. Mas Negueba e Diego Maurício ainda não podem carregar sozinhos a responsabilidade de comandar a linha de frente do clube. Deivid definitivamente está em fim de carreira e nem lembra aquele atacante espetacular de anos atrás. Acredito que Vanderlei pode ser este nome, caso continue a ter boa média de gols.
O torcedor rubro-negro pode e deve sim comemorar a Taça Guanabara. Não que seja um título sensacional, mas represanta o renascimento do maior clube brasileiro depois de um 2010 triste. E 2011 começa muito promissor com a conquista da Copa São Paulo, da Taça Guanabara e do surpreendente reconhecimento do título brasileiro de 1987. Já que estamos na véspera do carnaval, recordo uma antiga marchinha para os rubro-negros: "Este carnaval não será igual àquele que passou..." Que assim seja!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Clube dos 13 à míngua

No dia 12 de abril de 2010, eu postei aqui neste espaço sobrea a eleição no Clube dos 13, que opôs Fábio Koff (apoiado pela maioria dos grandes clubes) e Kléber Leite (apoiado por Ricardo Teixeira, presidente da CBF). Koff venceu e deixou Teixeira enfraquecido. Para se vingar, o dirigente confirmou que a famigerada Taça de Bolinhas iria para o São Paulo, como primeiro pentacampeão do Brasil.

Pois bem, quase um ano depois, a própria CBF voltou atrás e reconheceu o Flamengo como legítimo campeão brasileiro em 1987. Mas, claro, não foi de graça. Um dia depois, os quatro grandes clubes do Rio aliados ao Corinthians anunciaram que iriam negociar os contratos de TV independente do Clube dos 13. Um dia depois, 12 clubes já anunciaram também o rompimento com o C13. Dentre os 12 membros fundadores de 87, romperam com a entidade nove agremiações.

O rompimento tem um motivo claro: a divergência entre a entidade e seus membros. Os clubes estão insatisfeitos por ficarem "alijados" das negociações de comercialização dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. Outro fator é a insatisfação de Corinthians e Flamengo com a divisão das cotas. As duas maiores torcidas do país querem uma fatia ainda maior do bolo.

O fato é que sem Corinthians, Flamengo, Vasco e Corinthians, o Clube dos 13 fica praticamente à míngua para demonstrar poder nas negociações com as emissoras de TV interessadas nas transmissões. Apenas o São Paulo está com a entidade e Inter e Atlético-MG não possuem a força política necessária para pender a balança para o lado do C13, apesar de srrem clubes grandes.

A realidade é que o C13 há muito faz figuração no futebol brasileiro e não defende o interesse dos clubes, que foi o mote de sua fundação. Há muito eu defendo que os grandes clubes brasileiros criem uma LIga própria e organizem os campeonatos nacionais, pleiteando eles os direitos de imagem destas competições. À CBF caberia simplesmente o papel de viabilizar isso e de cuidar exclusivamente da SEleção Brasileira. É assim que acontece na Europa há décadas. Quem sabe este motim liderado pelos maiores clubes do país (Flamengo e Corinthians) não seja um embrião para isso? Vamos aguardar!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O calcanhar de aquiles do Flu

O Fluminense voltou a viver dias de glória com o Brasileiro do ano passado e tem um time capaz de brigar pelo título da Libertadores, apesar do tropeço na partida de estreia. Ainda considero o tricolor com fortes chances de levar o título carioca, também apesar da eliminação surpreendente para o Boavista. Entretanto, considero que o time de Muricy tem um calcanhar de aquiles que preocupa a qualquer treinador: o gol!

E não é de hoje que o Flu pena para encontrar um goleiro que honre a camisa 1 tricolor, que já teve Paulo Víctor, Castilho, dentre outros. Há pelo menos 25 anos o clube não consegue ter um homem de confiança debaixo das traves. Ano passado o título brasileiro parecia ter consagrado a figura de Ricardo Berna no gol, mas todos sabem que ele é fraco.

Para esta temporada, o Fluminense trouxe Diego Cavalieri na esperança de sanar o crônico problema no gol. A aposta foi boa, mas a execução foi desastrosa. O ex-goleiro do Palmeiras já cometeu várias falhas e chegou a ser barrado por Muricy já neste Campeonato Carioca, sob alegação de que o comandante o estava preservando.

Na minha opinião o Fluminense tem que buscar um goleiro de ponta, que tenha histórico de grandes atuações. Dinheiro para isso não vai faltar e qualquer jogador gostaria de trabalhar com Muricy numa Libertadores. Diego Cavalieri e Berna poderiam ficar como opções. Como disse uma vez Carlos Alberto Parreira, goleiro é cargo de confiança do treinador dentro de campo. E no Fluminense há um bom tempo os arqueiros não inspiram a menor confiança!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Uma singela homenagem a uma nação Hexacampeã!

A CBF resolveu, depois de 24 anos, fazer justiça e reconhecer o Flamengo o legítimo campeão do Brasil em 1987, ao lado do Sport! Para os rubro-negros, nada muda, pois o clube foi tetra brasileiro em 1987 jogando contra os maiores clubes brasileiros, dentro do gramado! Uma decisão política dizia que o clube não era vencedor e, portanto penta brasileiro. Falácia, porque assim como todos sabem que a Terra é redonda, qualquer sujeito que pense, sabe que o Flamengo é hexa desde o dia 6 de dezembro de 2009. Para o torcedor do Fla, os melhores lances daquele jogo, com direito a gol do título marcado por Bebeto!


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Como não se deve tratar um ídolo

A presidente Patrícia Amorim merece todos os aplausos e méritos por ter trazido para o Flamengo um jogador do gabarito de Ronaldinho Gaúcho, uma das maiores contratações do futebol brasileiro em todos os tempos. A chegada de um ídolo é sempre positiva tanto pelo aspecto do marketing como pela ótica de trazer novos adeptos para o clube, mesmo sendo o Flamengo, detentor da maior torcida do planeta.

Entretanto o Flamengo tem inúmeros ídolos eternos que jogaram pelo clube no passado. E com relação a estes o papel do clube tem sido lamentável. Nem vou citar aqui o que aconteceu com o maior deles (Zico) pois na época de sua saída já dei minha opinião. Quero falar aqui daquele que foi o principal ídolo do Fla neste século até aqui: Deján Petkovic.

Pet participou de quase todas as principais conquistas do Flamengo de 2000 pra cá. Mas a diretoria do Flamengo parece ter esquecido disso. Concordo que o sérvio, infelizmente, não tem mais condições de ajudar o time em campo devido à sua idade. Mas o mínimo que se poderia fazer é dar um jogo de despedida a Pet, à altura de sua contribuição para a história recente do Flamengo.

Ronaldo anunciou nesta semana sua aposentadoria. E a direção do Corinthians tem sido exemplar nas homenagens aos Fenômeno. Além da emocionante coletiva de despedida, o time entrará em campo contra o Mogi Mirim na rodada de fim de semana do Paulistão com uma camisa em homenagem ao ídolo. Merecido!


Nada custaria para a direção do Flamengo fazer um jogo de despedida para Pet. Garanto que o torcedor rubro-negro iria em peso onde quer que fosse esse jogo. Ronaldinho pode ter feito muito ao longo dos anos em sua carreira, mas em termos de Flamengo ele ainda engatinha e Petkovic está no panteón de ídolos eternos. Inteligente, o sérvio poderia ser uma espécie de embaixador internacional do Flamengo. Mas a falta de visão do clube neste caso salta aos olhos.

Deján Petkovic chegou ao Flamengo na temporada de 2000, vindo do Vitória, como a grande contratação daquela temporada. Ao longo de dez anos, e algumas saídas, jogou pelo rubro-negro 172 partidas, tendo marcado 57 gols. O mais importante e inesquecível deles, o gol de falta aos 43 minutos do segundo tempo no antológico jogo diante do Vasco em 27 de maio de 2001, que deu o quarto tricampeonato estadual ao Flamengo.

Pelo rubro-negro, Pet foi bi-campeão carioca (2000-01) e conseguiu na mesma época vencer dois turnos do CAmpeonato Estadual. Ainda fez um gol na final da Copa dos Campeões de 2001, vencida pelo Flamengo contra o São Paulo. Mas foi em 2009 que Pet ajudou a dar aos rubro-negros o título mais importante de toda esta vitoriosa trajetória: a conquista do Brasileiro, que não vinha havia 17 anos.

A diretoria do Flamengo pode até não aceitar esta realidade, mas Deján Petkovic está e estará para sempre no coração de todo rubro-negro. Que seja feliz!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A democracia do futebol

Criada em 1989 para fazer os times de menor expressão terem a oportunidade de atuar contra os grandes de nosso futebel, começa hoje a 23ª edição da Copa do Brasil, a competição mais democrática do Brasil sem dúvida. Nestas duas primeiras fases, o torcedor de rincões do Brasil têm a oportunidade de ver os grandes jogadores de nosso futebol atuarem na sua terra. E se estas agremiações de menor porte conseguirem perder por apenas um gol de diferença, garantem o jogo de volta em um grande centro do futebol brasileiro.

E vez ou outra estas equipes de menor expressão conseguem muito mais que conseguir jogar a partida de volta nas fases iniciais da Copa do Brasil. Não são raros os casos em que zebras passeiam pelos gramados brasileiros e até conquistam o título. Apenas para ficar nos exemplos mais marcantes, tivemos o título de Santo André e Paulista, em 2004 e 2005, vencendo na final respectivamente os gigantes Flamengo e Fluminense.

É bom sempre ficar atento com as equipes de menor porte, mas não dá para negar que as grandes forças do futebol entram sempre como favoritas para chegar ao título e à Libertadores no próximo ano. Ainda mais que as maiores forças do país estão disputando a competição continental e impossibilitadas de lutarem pelo título da Copa do Brasil.

Neste aspecto colocaria como favoritas destacadas nesta edição da Copa do Brasil o Flamengo, o Atlético Mineiro e o São Paulo. O primeiro tem tradição nesta competição e é um dos recordistas de semifinais, ao lado do Grêmio: nove vezes. Galo e São Paulo ainda não venceram mas têm elencos capazes de lutarem pelo inédito caneco. Em um patamar inferior, mas com força de camisa, colocaria o Vasco, o Botafogo e o Palmeiras. Destes, apenas o Verdão já venceu. O Botafogo foi vice-campeão em 1999 e o Vasco em 2006. O Gigante da Colina tenta se livrar de uma sina neste ano: chegou sete vezes às semifinais, mas só chegou à decisão uma vez!

Eu particularmente acho a Copa do Brasil um grande barato. É a oportunidade de jogadores sem qualquer expressão se mostrarem para o cenário nacional e quem sabe conseguirem um contrato em um grande clube brasileiro. Além de ser um atalho para se chegar à Libertadores, já que é mais fácil vencer a Copa do Brasil do que terminar no G4 do Brasileiro. A rodada de abertura tem 15 jogos nesta quarta-feira. Confira as principais partidas:

Bangu x Portuguesa (Rio de Janeiro)
União Rondonópolis-RO x Piauí (Rondonópolis)
Botafogo-PB x Vitória (João Pessoa)
Vitória-ES x Goiás (Vitória)
Fast Clube-AM x Fortaleza (Manaus)
São Domingos-SE x Bahia (Aracaju)
Murici-AL x Flamengo (Maceió)
Treze-PB x São Paulo (Campina Grande)

Nas duas primeiras fases da competição, se a equipe visitante conseguir uma vitória por dois ou mais gols de diferença elimina a necessidade do jogo de volta. São 64 equipes duelando pelo sonho em comum: a Libertadores! Neste aspecto ricos e pobres, grandes e pequenos, são iguais na luta pelo troféu de campeão! Que seja mais um sucesso!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um gênio derrotado pela dor

Nos filmes de super-heróis que a gente costuma ver na infância assistimos aos protagonistas que jamais são derrotados e não sabem o que é sentir dor. Uma ilusão se confrontada com a realidade da vida. A despedida de Ronaldo, o Fenômeno, nesta manhã evidenciou que nem os mais geniais estão livres da simples constatação: a de que o tempo chega e neste aspecto é cruel sem distinção de raça, cor, riqueza ou time de futebol.

Foi comovente ver o genial Ronaldo, que entortou vários adversários ao longo desses 18 anos de carreira, admitir quase num tom de súplica que não pode mais atuar em alto nível. Suas dores o impedem até, segundo ele, de subir uma simples escada. Logo ele que sempre foi sinônimo de alegria para o sofrido povo brasileiro, principalmente por suas atuações na seleção brasileira.

Ronaldo está no panteon eterno dos maiores nomes da história do futebol. Certamente ele foi um dos cinco maiores que eu já vi jogar. E me entristecia muito o ver se arrastando em campo, como se ele precisasse provar alguma coisa mais para alguém. Cheguei a escrever isso aqui no Futebol e Samba, quando o Corinthians saiu da Libertadores de 2010.

Ainda sem ser o Fenômeno, Ronaldo surgiu no modesto São Cristóvão do Rio de Janeiro. Seu talento encheu os olhos do Cruzeiro que o levou para Minas e o jogou em um patamar de grande promessa do futebol. No PSV ele deixou de ser uma promessa e no Barcelona chegou ao patamar de gênio, Fenômeno. Foi na Internazionale de Milão que ele começou a sentir que era um herói, mas de carne e osso. As lesões sérias nos joelhos o tiraram dos campos por quase dois anos. Foi eleito o melhor do mundo três vezes e colecionou títulos e vitórias ainda no Real Madrid, Corinthians e Milan.

Na seleção brasileira, Ronaldo também marcou época. Campeão sem jogar em 1994 na Copa dos EUA, terminou sua participação em Mundiais como o maior artilheiro da história das Copas. Chegou à final em 1998, perdeu. Foi decisivo em 2002, o ano de seu renascimento. Pelo Brasil foram 97 partidas e 62 gols. Apenas Pelé marcou mais que ele com a camisa canarinho.

Um distúrbio denominado hipotireodismo o impedia de perder peso, vital para se praticar futebol em alto nível. Ronaldo deixa os gramados e agora entra para histópria como um dos maiores mitos na história do esporte mais popular do planeta. As dores derrotaram o herói. Paciência, afinal infelizmente a carreira de Ronaldo Luiz Nazário de Lima não foi um filme, como aqueles que víamos na infância. Uma pena, pois bem que poderia ter sido!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Por uma nova caminhada épica!

É impossível não associar Libertadores e Fluminense à épica campanha do clube carioca na edição de 2008, quando tirou do caminho gigantes sul-americanos como São Paulo e Boca Juniors, mas sucumbiu na final diante de uma desconhecida porém organizada LDU, e acabou ficando com o vice-campeonato, gerando um enorme sentimento de frustração em sua apaixonada torcida.

Agora o tricolor volta à principal competição do continente com a grife de ser o atual campeão do Brasil e com um elenco mais qualificado e experiente que aquele de 2008. O Flu tenta acabar com o estigma que marca a campanha de campeões brasileiros nas Libertadores conseguintes ao ano do título. O último campeão ncional a vencer também o torneio sul-americano foi o Vasco, em 1998. Além do cruzmaltino, apenas o Flamengo de Zico (em 1981) e o Santos de Pelé (em 1962 e 1963) conseguiram a façanha.
O Flu pode sonhar em repetir, até porquê em minha visão os tricolores estão entre os favoritos à conquista do título. O grupo em que estão não é nada fácil. Equipes tradicionais irão duelar com o time de Muricy pelas duas vagas nas oitavas de final. Clubes do quilate do Argentino Juniors (campeão do torneio em 1985), do Nacional-URU (vencedor em três oportunidades) e o América-MEX, que protagonizou uma das maiores zebras da história da competição ao tirar o Flamengo em 2008 em pleno Maracanã e chegar à semifinal.

Para não ter surpresas desagradáveis, o Fluminense tem de cumprir a cartilha básica para se chegar longe na Libertadores: somar o máximo de pontos possíveis fora de casa e vencer todos os confrontos em casa. Apoio de seu torcedor certamente não faltará. Com um time forte, comandado por um treinador experiente, vencedor e em busca de sua primeira Libertadores, o Fluminense tem tudo para se juntar ao seleto grupo de equipes brasileiras campeãs nacionais e continentais no ano seguinte! Será novamente épico!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Para prevalecer o bom senso

O incêndio que atingiu a Cidade do samba, no Rio, nesta segunda atingiu no fundo a alma de todo os sambistas e amantes do carnaval. Em especial aos compontes de Portela, União da Ilha e Grande Rio, esta com quase 100% de todo o seu carnaval destruído, há apenas um mês dos desfiles na Marquês de Sapucaí.

Não tenho a menor dúvida de que a solidariedade que sempre acontece entre os sambistas será capaz de fazer com que estas três escolas tenham condições de colocar o carnaval na avenida. Entretanto, com pouco tempo, a reposição não se dará com o mesmo nível de beleza que nos acostumamos a ver ao longo dos anos no carnaval carioca.


Por isso acredito ser de bom tom haver uma mudança no regulamento e que, excepcionalmente em 2011, não haja nenhuma escola rebaixada, ou então que as três agremiações atingidas sejam elevadas à categoria de "Hors Concours", estando isentas do julgamento. Afinal elas entrariam em condições diferentes das demais, ferindo um dos conceitos básicos da competitividade: o fator da igualdade.

Não será a primeira vez que isso ocorreria no carnaval carioca. Excetuando-se as viradas de mesas políticas que já aconteceram, recordo-me do ano de 1983, quando uma falha no sistema de luz da Marquês de Sapucaí (ainda não existia o sambódromo) durante o desfile da Caprichosos fez com que nenhuma agremiação caísse naquele ano. O bom senso pede que aconteçe o mesmo neste ano. A representante do Grupo de Acesso sobe normalmente e o desfile ficaria com 13 agremiações em 2012, sem qualquer tipo de ônus para o espetáculo.

Desejo antigo dos sambistas, a Cidade do Samba foi inaugurada no ano de 2004, para a confecção de alegorias e fantasias para os desfiles de 2005. As escolas viviam sofrendo revezes, como incêndios e enchentes, em seus antigos barracões, além das condições insalubres. A Cidade do Samba foi criada para tentar melhorar estas condições. Apesar da tragédia deste 07 de fevereiro, mais uma vez o mundo do samba saberá superar e colocar um belo carnaval na avenida. Afinal são eles os responsáveis pelo maior espetáculo da terra.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Gomes terá autonomia?

O Vasco, mergulhado em uma crise sem precedentes, à qual já disse aqui neste espaço por quais motivos acontece, anunciou Ricardo Gomes como seu novo treinador para o lugar de PC Gusmão. Confesso que este nome não me empolga, apesar de reconhecer o conhecimento do ex-zagueiro do Fluminense no futebol. Não é o tipo de perfil adequado para o momento. Mas por outro lado se mudaram o perfil é porque o de PC Gusmão também não deu certo. É uma tentativa.

Mas para que ela dê certo, ou pelo menos não fracasse tão melancolicamente quanto à anterior, é preciso que Gomes tenha autonomia para trabalhar. Mesmo que os resultados não venham em um primeiro momento. Há que entender que com este elenco o Vasco não vai chegar a lugar algum e o treinador nada poderá fazer. Mas mesmo com o atual time, Gomes precisa definir ele o que fazer, quem escalar e como conduzir o planejamento.

Vê-se a olhos distantes que o presidente Roberto Dinamite infelizmente não consegue demonstrar pulso e firmeza na condução da nau vascaína. O patético afastamento de Felipe e sua iminente reintegração evidenciam esta tese. Até hoje eu não sei o que Felipe fez para receber o mesmo tratamento que Carlos Alberto, que discutiu com o presidente, em caso flagrante de desrespeito à hierarquia.

É claro que nomes do calibre de Felipe e Carlos Alberto fazem bem a qualquer time. Mas isso desde que resolvam jogar e se conscientizem de que o vasco é uma instituição infinitamente maior que todos dois. Felipe não pode ser sacado de time e criticar a torcida no banco de reservas, até porquê são eles quem "pagam" seu salário milionário. E Carlos Alberto não pode enfrentar Roberto Dinamite como se ele fosse um moleque qualquer e não o jogador que mais gols e jogos tem com a camisa do Vasco da Gama.

Para o Vasco se reeguer, o que eu creio que vá acontecer, é preciso que cada parte ceda um pouco. O presidente deve dar autonomia ao treinador e buscar reforçar a equipe. O treinador deve ter consciência de que presssão sempre haverá no Vasco ainda mais neste momento de crise e estar preprado. E os jogadores, principalmente os líderes, se conscientizarem que o vasco é maior que tudo. Aos torcedores resta apoiar as decisões de quem comanda neste que é um dos piores momentos da história do Vasco!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Muita calma nessa hora!

Depois de 21 dias de espera, sem contar a longa novela que se arrastou quase um mês, hoje o torcedor rubro-negro e os amantes do futebol em geral, poderão voltar a ver Ronaldinho Gaúcho desfilar seu futebol em gramados brasileiros, o que não ocorria por clubes daqui desde sua saída do Grêmio em 2001. O Engenhão estará lotado e o torcedor fará uma festa merecida a um craque do quilate de R10.



Porém é preciso ter muita calma nesta hora. O adversário não representa muita força no futebol, e por isso considero o jogo ideal para a estreia de um jogador que possui uma imensa interrogação sobre o que esperar de seu desempenho. Quando digo que é preciso calma, falo no caso de acontecerem dois cenários diferentes, um positivo e outro negativo.

Se Ronaldinho arrebentar, desfilar lances geniais, marcar gols, dar passes, protagonizar um belo show no Engenhão logo mais, a empolgação será inevitável, mas será exagerada! O Nova Iguaçu não é uma potência do futebol e naturalmente não servirá de teste à vera para Ronaldinho. Como diz um velho ditado, canja de galinha e cautela nunca fizeram mal à ninguém.

Mas no caso de, mesmo defrontando um adversário fraco, Ronaldinho sentir a pressão do estádio cheio, não conseguir uma boa exibição, o que á natural devido à sua falta de ritmo, é bom também não haver um desânimo exarcebado. Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. Vide a estreia de Thiago Neves contra o Americano e sua exibição três dias depois diante do Vasco.

Eu particularmente acredito que dificilmente Ronaldinho não trará alegrias ao torcedor rubro-negro. Basta analisar a história recente de retornos de grandes nomes ao nosso futebol. Ronaldo, Fred, Adriano e Robinho jogaram pra burro e ajudaram seus respectivos clubes, tendo todos conquistados títulos de expressão. Vamos ter calma com o início de Ronaldinho, mas é inevitável constatar que começa hoje uma era vitoriosa para R10 e para o Flamengo! Boa sorte a ele!