quarta-feira, 30 de março de 2011

O Brasil está na crista da onda

Repare o leitor que o Brasil, em diversas áreas, deixou de ser o eterno país do futuro para se tornar uma realidade factível de uns tempos para cá. No esporte esta tendência se confirma com as vitórias para sediar as próximas Copa do Mundo (em 2014) e Olimpíadas (em 2016, no Rio). E nada melhor para representar o esporte do que a principal modalidade disputada no país: o futebol. Vivemos um momento único em nosso território.

A confirmação pelo Vasco essa semana do retorno de Juninho Pernambucano, aliada à apresentação pelo São Paulo de Luis Fabiano evidenciam este momento diferente que vive nosso futebol. Isso sem falar nas voltas de Adriano e Liedson, para o Corinthians e Ronaldinho Gaúcho, para o Flamengo. Ainda podemos citar Fred e Deco, no Fluminense, Rivaldo, no São Paulo, Elano, no Santos, Guilherme no Atlético-MG, apenas para ficar naqueles que me recordo. Todos jogadores de ponta na minha visão, mesmo que alguns em fim de carreira.

Outrora seria utopia para o torcedor imaginar a presença de tantos craques jogando aqui em nosso futebol. E hoje ainda estamos conseguindo competir com os europeus quando se abrem as famigeradas janelas. Basta recordar o caso de Neymar, que recusou oferta do poderoso Chelsea, da Inglaterra, para permanecer no Santos. Apenas não podemos enfrentar, ainda, a vontade de alguns de nossos atletas de jogar lá fora.

Tal momento só reforça que o Campeonato Brasileiro, que começa em maio, será um dos melhores dos últimos anos, o que aliás vem ocorrendo temporada após temporada. Resta aos amantes do bom futebol torcer para que os clubes brasileiros invistam cada vez mais no retorno destes grandes nomes, mas que também se preocupem com a renovação e apostem na revelação de novos talentos. O nosso futebol só tem a ganhar!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Um clube que desafia a lógica!

Que os torcedores das outras equipes me perdoem mas o Fluminense é highlander do futebol brasileiro. É impressionante constatar como esse clube consegur ressurgir quando tudo leva a crer que a morte é certa. A vitória, que vou me dar o direito sim de chamar de épica sobre o América no Engenhão, evidencia mais uma vez esta faceta do clube ao qual ninguém menos que Nelson Rodrigues escolheu para torcer.

Um time em crise, sem comando, sem treinador, com as estrelas na berlinda e que entra em campo desesperado pela vitória. Eis que este clube leva um gol pra lá de estranho e precisa da virada. Busca o empate, luta o tempo todo, mas a sorte parece não sorrir e leva o segundo gol, ainda mais estranho que o primeiro. E ainda assim busca forças para novamente empatar e de maneira inacreditável virar o marcador e seguir vivo na competição.

Mas engana-se quem acredita ser algo inédito na história do Fluminense. Como esquecer da Libertadores de 2008 e do gol antológico de Washington aos 48 do segundo tempo contra o São Paulo que levou o tricolor à semifinal? E a partida histórica diante do Boca duas semanas depois? A equipe acabou perdendo o título, mas a recuperação diante da LDU na final foi digna de aplausos!



1995! Fla x Flu na decisão do estadual. O rival tinha Romário, Sávio e uma constelação de estrelas em seu centenário. O tricolor abre 2x0, mas leva o empate, que daria o título aos rubro-negros. Mas novamente nos minutos finais, o tricolor consegue marcar e da maneira mais estranha possível. Renato Gaúcho, de barriga, rompeu um jejum de dez anos sem conquistas estaduais e de quebra impediu o triunfo do maior rival no ano de seu centenário.

Mas talvez o momento de maior ressurreição do Fluminense tenha ocorrido em 2009. Quando todo mundo, inclusive torcedores e até jogadores do próprio clube, davam como certa a queda do tricolor, uma arrancada histórica no Brasileiro culminou com a permanência da equipe, onde os matemáticos davam 99% de chance para o descenço! Mais uma vez o highlander aparecia!

Não sei se o clube vai garantir a vaga nas oitavas e sinceremante nem sei se merece isso. Mas eu não duvido nada se o clube conseguir esta vaga e seguir fazendo milagres dentro da Libertadores. É da essência do Fluminense ser um clube fidalgo e elegante. Mas eu acrescento uma nova fasceta ao tricolor mais charmoso do Brasil: o renascimento das cinzas! Alguém duvida?

quarta-feira, 23 de março de 2011

Carnaval 2011 - Análise Final


Passadas duas semanas desde a apuração e a divulgação oficial dos resultados dos desfiles do Grupo Especial em 2011, conforme eu prometi este post é para uma análise, segundo meus conceitos e minha opinião, do carnaval. Conforme postagem publicada em 14 de março aqui no Futebol e Samba, já está claro que não considerei justo o resultado. Portanto, desta vez vou fazer uma análise detalhada sobre a cada escola que passou na Sapucaí em 06 e 07 de março de 2011. Vamos às análises:

São Clemente: Um dos grandes problemas do carnaval carioca é o "pré-conceito" com que os julgadores usam para analisar cada escola. Fosse a São Clemente uma escola maior ou mais famosa e teria conquistado uma colocação melhor. Gostei do desfile da escola, apesar de ter sido a agremiação a abrir o carnaval, o que é sempre um estorvo. Gostei da Comissão de Frente e o "Conselho Deliberativo" de criação do Rio, enredo da escola. Com um tema batido, a amarelo e preto da Zona Sul veio com alegorias e fantasias caprichadas e um samba bonito. Receber apenas um 10 de todos os 50 jorados foi muito cruel com a escola, na minha visão.

Imperatriz: O melhor desfile do povo de Ramos desde 2008, com "João e Marias". Apesar de um samba inferior ao do ano passado, a bateria de Marcone e Dominguinhos do Estácio fizeram o hino de 2011 empolgar a avenida e foi um dos pontos altos de todo o carnaval 2011. A comissão de frente também foi semnsacional com a homenagem aos doutores da alegria. Max Lopes desenvolveu com bom humor e criatividade um enredo que eu considerava estranho. Parabéns pelo desfile. O retorno ao Sábado das Campeãs foi merecido!

Portela: Como dói a um amante do samba ter que dizer isso, mas o desfile da Portela foi o pior deste ano. Sem ser julgada devido ao incêndio na Cidade do Samba a escola passou fria na avenida, nem parecia a Portela, maior vencedora da história do carnaval. A fatalidade do incêndio não serve como desculpa porque as outras duas escolas que foram vitimadas empolgaram. Enredo sobre o mar, pela milésima vez no carnaval, muito confuso. Fantasias simples, alegorias comuns. Ainda bem que não tivemos rebaixamento em 2011. Acorda Oswaldo Cruz!

Unidos da Tijuca: Podem me atirar pedras os defensores do samba em detrimento do espetáculo (eu também defendo esta tese), mas teremos de engolir Paulo Barros. Mais uma vez fez um desfile genial. Ele aborda temas absolutamente inéditos na avenida, encanta o público com alegorias sensacionais e está marcado para sempre como o homem que está mudando o panorama dos desfiles. Mais uma vez arrebatou a Sapucaí com uma comissão de frente surpreendente. As alegorias estavam impecáveis e os compontes cantaram muito o samba. Ovacionado pelo público no desfile das campeãs, Paulo Barros pode se considerar o grande vencedor de 2011.



Vila Isabel: Esperava mais da Vila. Não que tenha sido um desfile ruim, longe disso. Mas com o maior patrocínio dentre as agremiações do Grupo Especial e uma carnavalesca do porte de Rosa Ma\galhães, o enredo sobre os cabelos poderia ter sido melhor desenvolvido. Achei as alegorias simples demais e em contrapartida as fantasias pesadas. Ponto alto para a bateria de mestre Átila e o excelente samba, interpretado de forma brilhante por Tinga. A Vila voltou a ser grande!

Mangueira: Que me desculpe o rei Roberto Carlos, mas o momento de maior emoção do carnaval 2011 foi o desfile todo da Mangueira. A começar pelo discurso de Milton Gonçalves, passando pela comissão de frente que homenageou Nelson Cavaquinho e encerrando no grande momento da Marquês de Sapucaí: a paradinha de 20 segundos da bateria, que um jurado sem noção fez o favor de dar a nota 9,0. Por outro lado, como de costume, as alegorias e fantasias estavam muito ruins. Mas a Mangueira renasceu em 2011.



União da Ilha: Vencedora do Estandarte de Ouro de melhor escola, a Ilha iria dar um belo trabalho se tivesse sendo julgada este ano. Desfile muito bom, com alegorias de grande impacto. Um tema complicado, sobre a Teoria da Evolução, mas que Alez de Souza soube explanar de maneira clara. Se mantiver o bom npivel nos próximos anos, a Uniãso da ilha pode voltar a sonhar cpom voos mais altos. Mais uma vez Ito Melodia arrasou, mas desta vez com um samba fraco, o único senão do desfile.

Salgueiro: Se a Ilha daria trabalho caso não tivesse sido vítima de um incêndio, o Salgueiro brigaria pelo campeonato não fosse a própria incompetência de seus diretores. O carro do King Kong foi o mais impactante deste carnaval, mas simplesmente não cabia na avenida. Resultado? Dez minutos de estouro no tempo e 1,0 ponto de penalização. Caso tivesse se planejado melhor, a escola teria terminado empatada com a Mangueira na pontuação, e se somarmos as notas perdidas em evolução, harmonia, alegorias e conjunto, poderia ter atrapalhado a vida da campeã Beija-Flor. Excetuando-se estes problemas o desenvolvimento do enredo sobre o Rio no Cinema foi sensacional e o samba-enredo levantou o público. A bateria de mestre Marcão fantasiada de Bope foi uma grande sacada de Renato Lage e Márcia!

Mocidade: O que disse sobre a Portela logo acima se encaixa para a Mocidade. A escola parece que esqueceu que é grande. Desfilou fria, burocrática, sem sequer lembrar o rolo compressor dos tempos de Castor de Andrade nos anos 90. E se em anos anteriores o samba salvava, o mesmo não se pode dizer deste ano, tanto que a escola ficoui mais uma vez fora do Sábado das Campeãs neste quesito. Só tinha o refrão. Alegorias simples, enredo absolutamente confuso. Falar de colheitas, festas e misturar com a história do carnaval. Foi o segundo pior desfile do ano. Uma pena. Padre Miguel também tem de acordar!

Grande Rio: Sempre criticada por ser uma escola comercial, a Grande Rio mostrou que tem comunidade sim. Emocionou a Sapucaí com um desfile baseado na superação. Em 26 dias refez quase que 70% do carnaval e entrou para a história. A partir de agora a escola será vista como uma agremiação que também tem chão, além de artistas. A bateria de mestre Ciça como de praxe deu um show e foi um dos pontos altos do enredo sobre Florianópolis. Parabéns ao povo de Caxias.

Porto da Pedra: Se em anos anteriores eu me queixava da Porto da Pedra por fazer desfiles fracos e se manterno Grupo Especial, agora a situação se inverte. A escola fez um belo desfile ao homenagear Maria Clara Machado. Impressionantes o tigre no abre-alas como se fosse uma marionete e a modelo que veio "flutando" sobre a bateria, respresentando Pluft, o fantasminha, um dos personagens mais conhecidos da escritora. O 8º lugar foi injusto e fosse a Porto da Pedra uma escola grande poderia ter voltado no Sábado das Campeãs.

Beija-Flor: Samba espetacular, homenageado poderoso, escola organizada, público petrificado e emocionado! Estes ingredientes deram à Beija-Flor seu 12º campeonato. A figura de Roberto Carlos no último carro da escola e uma avenida inteira cantando o samba é sem dúvida um dos momentos históricos da história do Sambódromo. Mas em minha opinião não foi um desfile para ser campeão. As alegorias estavam aquém do padrão da escola e o casal de mestre-sala e porta bandeira cometeu erros, não por culpa deles. Em ambos os quesitos a escola não foi punida como deveria.


Como acontece todo ano e como estou cansado de dizer: o julgamento do carnaval é subjetivo e pessoal. Não adianta querer entender cabeça de jurado. Como disse outro dia Paulo barros, os desfiles devem ter o público como "ator principal" e não os julgadores. Assim o espetáculo fica ainda mais belo. Verdade que a cada ano o nível dos desfiles se eleva e a disputa fica mais acirrada. Em breve, assim que a Liga liberar as justificativas, prometo falar sobre os critérios de julgamento, sempre de acordo com minha opinião.

terça-feira, 15 de março de 2011

Lei de Muricy

No ano de 1976 o já ex-jogador Gérson, o canhotinha de ouro, fez uma propaganda de cigarro em que afirmava gostar de levar vantagem em tudo. A repercussão, óbviamente foi negativa, e o fato acabou recebendo a alcunha de Lei de Gérson, expressão criada para pessoas que tentam sempre tirar vantagens de qualquer situação. Mais de 30 anos depois o futebol brasileiro convice com uma outra lei: a Lei de Muricy, bem inversa à de Gérson. Muricy Ramalho, até domingo técnico do Fluminense, bradava aos sete ventos dois mantras: "Não se vence sem estrutura" e "Eu jamais romperei um contrato".

Pois bem, o ex-comandante tricolor deixou o clube em que foi campeão brasileiro pela quarta vez alegando que seus objetivos, pelo menos extra-campo, não puderam ser alcançados, uma vez que ele não conseguiu impor no clube a estrutura segundo ele necessária para se vencer. Entretanto, Muricy rompeu com uma de suas mais fortes premissas: abandonou o barco em pleno curso das águas, apesar de ter afirmado que romper contrato é deixar um clube para acertar com outro. Falácias do Mura. Romper um contrato é simplesmente deixar de cumprí-lo até o seu final.

Eu entendo que estrutura e condições de trabalho são importantes no atual estágio de profissionalização do futebol, mas devagar com a louça. Afinal, os últimos dois campeões brasileiros têm estrutura inferior a clubes de terceira divisão. Ou Flamengo e Fluminense podem se orgulhar de suas instalações? Estrutura pode ajudar muito e eu até acredito que seja verdade, mas o que vence mesmo é jogador.


Não acredito que a saída de Muricy esteja atrelada exclusivamente à falta de estrtura do tricolor. Não tenho qualquer informação, o que escrevo são apenas impressões minhas e eu trabalho com duas hipóteses. A primeira, Muricy sentiu que não classificaria o Flu na Libertadores e poderia pagar mico no Estadual e, com medo de ser taxado de treinador de segundo semestre mais uma vez, pulou fora. A segunda, e na minha visão mais concreta, é que o treinador foi contratado na gestão Horcades e, assim como o ex-vice de futebol, Alcides Antunes, foi alijado do clube por divergências políticas com a nova diretoria, capitaneada pelo presidente Peter Siemsem, opositor ferrenho do ex-presidente.

Não é apenas estrutura que falta ao Flu. Falta autonomia a uma diretoria refém das cifras de Celso Barros e sua milionária Unimed. Uma política equivocada, uma vez que privilegia a contratação de estrelas e seus salários astronômicos, em detrimento do aproveitamento das joias que surgem a cada ano em Xerém e que são vendidas a preço de banana para pagar os ordenados de Freds, Decos, Bellettis e outros jogadores chinelinho.

Posso estar errado, mas o início de 2011 do Fluminense me lembra muito o ano de 2010 do Flamengo, então campeão nacional, assim como o tricolor. A direção que assumiu não teve peito para retirar o então comando do futebol e só o fez quase no meio do Estadual e da Libertadores, exatamente como acontece agora no Flu. Todos sabem no que deu tal covardia. Que a torcida do tricolor não passe pelo mesmo calvário dos rubro-negros ano passado. Vamos aguardar.

segunda-feira, 14 de março de 2011

O resultado do carnaval em xeque

A vitória da Beija-Flor no Grupo Especial em 2011, a 12ª de toda a história da escola, deixou pairando no ar dos amantes do carnaval uma pulga atrás da orelha. Afinal, foi bem claro que o desfile da Unidos da Tijuca como um todo foi superior ao da escola Nilopolitana, pelo menos para boa parte do público e da crítica. E a escola da Zona Norte acabou com o vice-campeonato.

Pelo menos três jurados deixaram seu trabalho em xeque ao tirar muitos décimos de todas as agremiações e dar a nota máxima somente para a Beija-Flor. Será que o desfile da escola foi assim tão superior aos demais concorrentes? A diferença de 1,4 ponto para a segunda colocada foi merecida? Na minha opinião, a resposta é o não.

Em minha concepção as quatro primeiras colocadas eram mesmo as favoritas à briga do título. Tanto que foram justamente elas as primeiras. Um pouco mais para Beija-Flor e Tijuca, com Mangueira e Vila Isabel como possíveis surpresas. Parece loucura minha questionar o título de uma agremiação que nos últimos dez anos venceu seis vezes. Não que a escola não merecesse, mas talvez de todos esses títulos o de 2011 tenha sido o mais questionável.


E a cada ano o resultado do carnaval é mais estranho. A LIESA é absolutamente soberana nos julgamentos, sem receber qualquer tipo de auditoria. A prefeitura há anos tenta assumir a organização e o julgamento dos desfiles. Mas o lobby dos bicheiros impede tal mudança. Por isso, os jurados acabam julgando as agremiações de acordo com o seu nome ou o de seu homenageado, como foi o caso de Roberto Carlos na Beija-Flor em 2011.

Assim que tiver a oportunidade de rever todos os desfiles deste ano farei um post com minhas impressões do carnaval 2011. Mas mesmo antes disso eu posso atestar que o resultado do carnaval em 2011 deixou muito a desejar e não foi nem um pouco justo! Que para os próximos anos a coisa melhore, é o desejo de todos que amam o maior espetáculo da Terra.

sexta-feira, 4 de março de 2011

É Carnaval!

A partir de hoje e até o fim da folia de Momo este blogueiro, que é um carnavalesco de mão cheia, vai curtir os embalos da maior festa popular do planeta e vai deixar o blog descansar. Aproveito para deixar um excelente descanso a quem pretende relaxar e muita alegria a quem, como eu, vai curtir o Carnaval. Deixo também em letra e áudio um samba de Candeia, interpretado magistralmente pelo próprio, sobre a grande festa. Deliciem-se, divirtam-se ou descansem! Bom carnaval!

Dia de Graça (Candeia)
Interpretação: Candeia


Hoje é manhã de carnaval, ao esplendor
as escolas já vão desfilar, garbosamente
Ah! aquela gente de cor
com a imponência de um rei
vai pisar na passarela, salve a Portela
Vamos esquecer os desenganos que passamos
reviver a alegria que sonhamos
durante o ano
Dão ao nosso coração
com alegria e amor
a todos sem distinção de cor
mas depois da ilusão, coitado
negro volta ao humilde barracão
Negro acorda, é hora de acordar
não negue a raça
torne toda manhã
dia de graça
Negro não humilhe, nem se humilhe a ninguém
Todas as raças, já foram escravas também
Deixa de ser rei só na folia
faça da tua Maria, uma rainha todos os dias
e cante um samba na universidade
e verás que teu filho será, principe de verdade
Daí então, jamais tú voltarás ao barracão

quinta-feira, 3 de março de 2011

Quem vai levar o caneco?

Há poucos dias dos desfiles do grupo Especial na Marquês de Sapucaí, o mundo do samba especula quais seriam as agremiações favoritas a ficar com o título de grande campeã do carnaval carioca em 2011. O desfile de escola de samba é um julgamento subjetivo, que envolve fatores de gosto individual, principalmente no que tange aos chamados quesitos plásticos, como fantasias e alegorias.

Mesmo assim é possível, através da temporada de Ensaios Técnicos e dos trabalhos nos barracões, apontar as escolas favoritas a brigar pelo título e pelas vagas no Sábado das Campeãs, já que excepcionalmente em 2011 não haverá rebaixamento devido ao incêndio que praticamente destruiu os trabalhos de três escolas: Grande Rio, Portela e União da Ilha. Estas não serão julgadas neste carnaval. Abaixo traço aqui no Futebol e Samba alguns grupos de escolas, respeitando qual a condição de cada uma no desfile, segundo minha opinião.

Favoritas ao Título: Acredito que a campeã de 2010 Unidos da Tijuca é a adversária a ser batida neste carnaval. Com um enredo que tem a cara de Paulo Barros e da escola (os filmes de terror) a escola do Borel vem com muita força para o bi. Favorita quase vitalícia do carnaval carioca, a Beija-Flor é a agremiação que tem mais possibilidades de tomar o reinado da escola de Fernando Horta. O povo de Nilópolis está empolgado com a homenagem a ninguém menos que Roberto Carlos. Com a organização de sempre e a emoção que vai tomar a avenida, a Beija-Flor tem que ser respeitada!

Correndo por Fora: Com reais possibilidades de brigar nas primeiras colocações e quem sabe incomodar as francas favoritas, eu colocaria mais duas escolas. A Vila Isabel, que vem falando sobre o cabelo, fez dois ensaios excelentes na Sapucaí e tem um dos melhores sambas do ano. O Salgueiro tem na minha opinião o melhor samba do Grupo Especial e vai brigar forte pelo título também. Renato Lage vai contar na avenida o Rio no cinema. Como diz o samba da Vila, é bom respeitar as duas.

Azarãs: Escolas que estão sendo comentadas, mas que são azarãs são a Mangueira, a Mocidade e a Porto da Pedra. Esta última tem um de seus melhores sambas nos últimos anos e vai contar a vida de Maria Clara Machado. A Mocidade fez dois ensaios regulares, mas pode se beneficiar pelas "ausências" de Grande Rio, Portela e Ilha e beliscar uma vaga nas Campeãs. A Mangueira, deste grupo que citei, é a que vejo com maiores possibilidades de chegar longe. Um samba muito bom, dois ensaios excelentes e um tema que vai emocionar: o baluarte Nelson Cavaquinho. A Mangueira sempre causa frisson!

O que vier é lucro: Sem o rebaixamento este ano, Imperatriz e São Clemente devem ficar naquela região de conforto. Se fizerem um desfile empolgante quem sabe podem sonhar com uma vaguinha no Sábado das Campeãs. A escola de Botafogo vai cantar o próprio Rio em seu desfile e foi muito beneficiada pelo não descenço. A verde e branco de Ramos vai narrar a história da medicina e infelizmente não repetiu o bom samba de 2010. Para essas, o que vier é lucro.

Sem dúvida o momento de maior expectativa e emoção está reservado justamente para aquelas escolas que sequer serão julgadas. Quando Portela, União da Ilha e Grande Rio cruzarem a Marquês de Sapucaí, não tenho dúvidas de que protagonizarão um dos momentos mais emocionantes de toda a história do carnaval carioca. A superação dos componentes depois do terrível incêndio na Cidade do Samba é algo louvável!

Que venha o carnaval!

terça-feira, 1 de março de 2011

Parabéns Rio!

A 300ª postagem deste blog é especial. Neste 1º de março de 2011, quando o Rio de Janeiro completa 446 anos de fundação, o blogueiro mineiro com muito orgulho, mas um pouco carioca também presta uma homenagem à cidade que escolheu como se fosse sua. Um vídeo sobre o jeito carioca de ser. Apesar de não ter nascido aqui, considero que ser carioca não é apenas ser natural nos limites da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Representa um estado de espírito, como evidencia o vídeo! Curtam e mais uma vez parabéns ao Rio e a todos os cariocas, em especial aos amigos Maurício Motta, Camille Rosa e Nilo Chagas! Viva o Rio!