domingo, 8 de julho de 2012

Fla x Flu é 100....

E 100 anos se passaram. Uma centena de temporadas desde que naquele 7 de julho de 1912 o Fluminense derrotou o Flamengo por 3 a 2 no estádio das Laranjeiras, que na época não passava de um simples campo de futebol. Muito já se falou e escreveu sobre o Fla-Flu, livros foram publicados, debates entre as torcidas e até uma tola discussão sobre qual o maior clássico do Rio. Aqui não vamos dizer se é ou não, mas este blogueiro defende a tese de que o Fla-Flu está muito acima de um simples jogo de futebol. Faz parte da cultura popular do Rio de Janeiro, tal qual o carnaval, o samba, as praias.

A rivalidade entre os dois rivais já começa no surgimento do futebol do Flamengo, que se iniciou graças à uma rebelião de atletas do tricolor quer criaram a modalidade no clube rubro-negro, que era apenas um clube de regatas. Os tricolores se gabam de terem mais título em cima do rival que o contrário. E eles têm razão, pois em 11 finais há uma ampla vantagem tricolor: 8 a 3. Em contrapartida, os rubro-negros, além de terem se tornado recentemente nos reis do Rio, possuem mais vitórias no confronto geral. E até neste caso há divergências: para o Flu foram 380 jogos (com 119 vitórias do tricolor e 137 do rival), mas para o Fla este será o 391o. Fla-Flu (com 139 vitórias rubro-negras contra 123 tricolores).



Abaixo este blogueiro lista os 10 maiores Fla-Flus da história, segundo o Futebol e Samba, em uma avaliação de mero gosto pessoal. Nada de muita pesquisa os estudos detalhados. Vamos a eles:

01: 25/06/1995 - Fluminense 3x2 Flamengo: O maior Fla-Flu da história não poderia ser outro, e não por acaso ficou conhecido como o Fla-Flu do século. O Flamengo tinha uma constelação de estrelas, encabeçada pelo então melhor jogador do mundo Romário. Some-se a isso o fato do clube estar comemorando o centenário. O Fluminense estava há dez anos na fila desde o tricampeonato (83-84-85). Um empate dava o título ao Flamengo. Na grande final o Flu fez 2 a 0, diante de 120 mil pessoas no Maracanã. O Flamengo foi buscar o empate, mas Renato Gaúcho, com um gol de barriga, fez a alegria da torcida tricolor.

02: 15/12/1963 - Flamengo 0x0 Fluminense: Nesta partida foi registrado o maior público em partidas engtre clubes no futebol mundial, e Flamengo e Fluminense foram parar no Guiness Book. Foram 194.603 testemunhas daquele último jogo do Carioca de 1963. Tal qual em 1995, o Flamengo jogava pelo empate para se sagrar campeão. Apesar da pressão tricolor, o goleiro Marcial segurou até pensamento e o Flamengo foi campeão em cima do rival.

03: 11/12/1983 - Fluminense 1x0 Flamengo: No Carioca de 1983, Flamengo, Fluminense e Bangu fizeram um triangular final, apenas em três partidas. No primeiro jogo Bangu e Fluminense empataram em 1 a 1. Portanto o Fla-Flu era uma espécie de final, já que se o Fla vencesse seria campeão, e um empate eliminaria o tricolor. O jogo estava 0 a 0 até os 45 do segundo tempo e o tricolor sendo eliminado. Até que Delei lançou Assis e o atacante estufou as redes de Raul. O Flu venceu e acabou campeão na rodada seguinte, depois que o Flamengo derrotou o Bangu. Melhor impossível para os tricolores.

04: 02/12/1989 - Flamengo 5x0 Fluminense: O templo do Fla-Flu sempre foi o Maracanã, mas um dos maiores da história aconteceu fora de lá. Foi em Juiz de Fora que o maior jogador da história do clube, Zico, disputou o último jogo oficial com a camisa rubro-negra. E foi um show rubro-negro. O Galinho abriu o placar marcando de falta (claro) e o Fla ainda marcou com  Renato, Luís Carlos, Uidemar e Bujica. Chocolate histórico.

05: 16/12/1984 - Fluminense 1x0 Flamengo: Tal qual aconteceu em 1983, o carioca foi decidido em um triangular final, desta vez com a dupla Fla-Flu acompanhada do Vasco. O Flu derrotou o Vasco na primeira rodada (2x0) e o Fla também superou o rival (1x0). Na última partida, quem vencesse seria campeão e o Fluminense, por ter feito um saldo superior, precisava empatar o Fla-Flu. 153 mil pessoas no Maracanã. Aos 30 minutos da etapa final Assis provou porque era o carrasco rubro-negro, e marcou o gol do bi-campeonato tricolor.

06: 19/12/1991 - Flamengo 4x2 Fluminense: Esta foi a última vez que o Flamengo superou o rival em uma final. O rubro-negro estava havia cinco anos na fila desde a conquista de 1986. Na primeira partida da final, empate por 1 a 1. No jogo de volta só restava ao Flu vencer e forçar um terceiro jogo. Mas deu Flamengo, e de virada. Uidemar, Gaúcho e Zinho marcaram e Júnior fez o gol do título. Havia o rumor na época de que Júnior encerraria a carreira depois daquela partida. Mas o maestro jogou até 1993, dando tempo ainda para erguer o pentacampeonato brasileiro em 1992.

07: 03/04/2005 - Fluminense 4x1 Flamengo: Em 1980 o Papa João Paulo II veio ao Brasil e foi fotografado com uma bandeira do Flamengo. Mas a música feita para sua visita foi adotada pelos tricolores, que a entoavam sempre no Maracanã. O papa faleceu em 02 de abril de 2005, véspera de um Fla-Flu que decidiria a Taça Rio. Na hora da entrada em campo os tricolores cantaram a música em homenagem a João Paulo II, o que não faziam depois de muito tempo. No jogo o Flu atropelou o rival, foi campeão e conquistou o Estadual em cima do Volta Redonda.

08: 01/02/2004 - Flamengo 4x3 Fluminense: Ainda no início da temporada 2004, teríamos o primeiro Fla-Flu. Os tricolores montaram um timaço que tinha Romário, Roger, Ramon e Edmundo. E venciam o Fla-Flu por 3 a 1, dando show no Maracanã. A torcida gritava olé ainda na primeira etapa. Mas o Flamengo virou com gols de Jean, Felipe e com dois do desconhecido lateral Roger, o personagem do jogo. Os rubro-negros se vingaram ao fim da partida e entoaram a música "Poeira", sucesso na voz de Ivete Sangalo.

09: 10/02/2008 - Fluminense 4x1 Flamengo: Em 2008, pela primeira vez na história, a dupla Fla-Flu disputaria junta a Copa Libertadores. Na ante-véspera da estreia o Fla escalou os reservas, mas o Flu (que estrearia depois) colocou os titulares. O Flu atropelou com direito a três gol de Thiago Neves, que comemorou dançando o funk "Créu". Coincidência ou não, a música embalou o carnaval daquele ano. Mas carnaval mesmo foi da torcida tricolor no Maraca.

10: 03/03/2001 - Flamengo 1x1 Fluminense: Dizia o tricolor Nelson Rodrigues que o Sobrenatural de Almeida adorava aprontar contra o Fluminense em Fla-Flus. E ele resolveu aparecer neste em 2001. Era a final da Taça Guanabara e o jogo terminou empatado em 1 a 1. Na disputa de penaltis o Fla superou o rival por 5 a 3, ficando com o título. Mas uma cobrança chamou a atenção. O lateral Cássio partiu para a bola, o goleiro Murilo fez a defesa, mas o Sobrenatural encarregou de empurrar a bola para o fundo do gol. Só no Fla-Flu!

Este são os 10 grandes Fla-Flus para o Futebol e Samba. Neste domingo no Engenhão mais um capítulo desta história será escrita! Aguardemos com atenção, pois como disse Nelson Rodrigues, o Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada!     

sábado, 7 de julho de 2012

O legado da Eurocopa

Terminou a Eurocopa e mais uma vez com alegria espanhola. A "Fúria" atropelou a Itália na final com inquestionáveis 4 a 0, apesar de na minha visão o time de Vicente Del Bosque não ter encantado tanto assim ao longo de toda a competição. Mas quando realmente valia, a Espanha deu show. E entrou para a história, ao empilhar duas Euros e uma Copa do Mundo no período de quatro anos. Feito inédito no futebol europeu.

Mais que o bicampeonato espanhol, a Euro deixa um legado esportivo para sa próxima Copa do Mundo, a ser disputada no Brasil. Parece que finalmente as grandes seleções enxergam o óbvio: é preciso ter jogadores de qualidade e valorizar a posse de bola para vencer. Foi isso que mostraram as melhores equipes da competição, até as outrora pragmáticas Itália e Alemanha.


No caso dos alemães eu creio ser o país que possui o maior número de jogadores talentosos. Entretanto, por se tratar de uma geração muito jovem, parece ser clara a dificuldade nos jogos decisivos. Foi assim em 2008 na final da Euro contra a Espanha na própria Copa de 2010, contra a mesma adversária e diante da Itália na semifinal.

Os italianos surpreenderam com um estilo de jogo muito mais ofensivo do que a sua gloriosa história indica. O jovem e problemático Mario Balotelli, aliado com a categoria e experiência de Andrea Pirlo, fizeram do time de Cesare Prandelli a surpresa da competição, depois do fracasso na Copa de 2010. E os portugueses finalmente puderam ver um Cristiano Ronaldo se destacando com a camisa da seleção.

Para o Mundial do Brasil, ao lado dos sul-amdericanos Argentina, Brasil e Uruguai, as quatro seleções semifinalistas da Euro devem brigar peo título. Mas mais que isso, a maioria destes países jogam sempre com a valorização da posse de bola, mas com vias de objetividade e com o destino do gol. Que futebol é resultado já se sabe há séculos, mas vencer jogando bonito é muito mais fácil. Uma pena que muitos treinadores brasileiros (que ironia!) parecem discordar!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Todo Poderoso Timão

Terminou a agonia corintiana. O que vinha se aproximando de acontecer, finalmente aconteceu na noite histórica de 4 de julho de 2012. O dia em que o Corinthians conquistou a Copa Libertadores da América e se juntou ao seleto grupo de campeões continentais, que já possui outros oito clubes brasileiros. E não dá nem para questionar a conquista do alvi-negro. Em 14 partidas, venceu oito e empatou seis. Um título invicto, o que não acontecia havia 34 anos na Libertadores. Foram 22 gols marcados e apenas 4 sofridos. Some-se a isso o fato de ter deixado pelo caminho ninguém menos que o Vasco (campeão uma vez), o Santos (tricampeão) e o Boca (hexacampeão). Dez títulos de Libertadores foram superados pelo Corinthians. Campanha absolutamente inquestionável.

A Libertadores era uma obssessão do corintiano, porque era o único clube de São Paulo que ainda não tinha tamanha conquista. Até 1990, o Corinthians só ganhava Campeonato Paulista e ficou incríveis 23 anos sem sequer conquistar uma única taça, entre 1954 e 1977, ano em que além de sair da fila, disputou apenas a sua primeira Libertadores. Em 22 anos, o Corinthians empilhou cinco títulos brasileiros, duas Copas do Brasil, um Mundial e a Libertadores agora se junta à sala de troféus corintiana.


E pensar que há quatro anos atrás o Corinthians amargou um rebaixamento traumático, culpa de seguidos desmandos de uma administração mafiosa e corrupta. Mas a chegada de um polêmico dirigente iria mudar a história do clube. Sim, Andrés Sanchez é o maior presidente da história corintiana, independente de ser ou não uma figura das mais éticas. Estruturou o clube, que agora tem Centro de Treinamento e está erguendo um estádio. Trouxe Ronaldo para revolucionar o conceito de marketing no futebol brasileiro. E, claro, conquistou títulos. É o responsável direto, apesar de não mais ser presidente, por essa conquista da Libertadores.

E o horizonte para o torcedor corintiano não tem nada de preto e branco, mas sim de um azul bem claro. A marca Corinthians se valoriza a cada dia e tem tudo para ser uma das maiores do mundo, equiparando-se às grandes da Europa, uma vez que o clube tem a figura de Ronaldo para trazê-la ao mundo. Muitas pessoas se irritaram com a overdose de cobertura na mídia, mas trata-se de um processo de nacionalização da marca, que pela primeira vez pode sim sonhar em ter a maior torcida do Brasil, superando o Flamengo, algo inimaginável anos antes. A torcida costuma chamar o time de Todo Poderoso, e em breve esta alcunha poderá se tornar muito mais verdadeira do que imagina-se!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Dá para acreditar Timão...

No dia do jogo mais importante da história do Corinthians, certamente a ansiedade toma conta de todos os torcedores do clube, que esperam pela conquista de uma Libertadores desde 1977, ano em que quebrou o jejum de 21 anos sem títulos, além de chegar pela primeira vez à competição continental. Coincidentemente foi justamente nesse ano que o Boca Juniors, adversário da decisão, conquistou a primeira de suas seis conquistas. Esta é a décima final do Boca e apenas a primeira do Corinthians.

Depois do heroico empate por 1 a 1 na Bombonera, os torcedores corintianos se encheram de esperança, pois uma vitória simples dá a primeira Libertadores de sua história aos paulistas. Entretanto, rivais e secadores se apoiam no fato de que o próprio time argentino já conquistou três vezes a competição atuando justamente a segunda partida no Brasil. Foram vítimas o Palmeiras, o Grêmio e Santos.

Mas o que dizem as estatísticas? Desde a primeira Libertadores, disputada em 1960, esta é a 52ª final da competição. Houve um tempo em que o regulamento previa um jogo desempate em caso de uma vitória para cada equipe em dois jogos finais, independente do saldo de gols. Este jogo era realizado em um campo neutro e isso aconteceu por 11 vezes na história. Foram 24 os campeões de Libertadores que ganharam o título em casa, após atuarem a primeira fora. Margem de 47% de aproveitamento. E 17 vezes o time visitante saiu campeão, o que representa 32,7% dos casos.


Houve um empate na primeira decisão, tal qual já houve em outras 15 vezes na história da Copa Libertadores da América. E a chance de o Corinthians conquistar o título, pelo menos segundo as estatíticas, é grande. Em dez oportunidades o time que somou ao menos um ponto fora de casa, terminou com a conquista da taça. Entretanto os dois últimos vice-campeões que perderam o título em casa depois de um empate na primeira partida são brasileiros: o Palmeiras em 2000, que perdeu o título para o próprio Boca, e o Cruzeiro, em 2009, que foi derrotado pelo Estudiantes.

Dirão os simpatizantes do Boca e rivais do Corinthians que as estatíticas não entram em campo. Certamente eles têm razão, até porque é bom que não entrem mesmo, afinal esta é a 13ª final de Libertadores envolvendo brasileiros e argentinos, e a vantagem dos hermanos é sintomática. Foram nove conquistas sobre os clubes daqui. A última vez que o Brasil venceu foi na Libertadores de 1992, quando o São Paulo superou o New's Old Boys. Atuando a segunda partida da final em casa contra os argentinos, os brasileiros venceram apenas em 1962 (Santos) e 1992. Perdemos em nossos domínios em 1994, 2000, 2003, 2007 e 2009. Um jejum que já dura 20 anos.

Estatíticas não entram em campo? Camisa não joga? Torcida não ganha jogo? Tudo isso faz parte da cultura futebolística e serve muito mais para o bate-papo no boteco. O que é certo é que ao entrar em campo nesta quarta às 22h no Pacaembu para encarar o poderoso Boca, o Corinthians estará diante do principal jogo de sua história. Faltam 90 minutos para este time fazer história, se bem que eu considero que já fizeram! A torcida tem motivos para acreditar!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Botafogo traz Seedorf e marca golaço

O futebol brasileiro pode até estar por baixo no ranking da Fifa e nas atuações da seleção, mas os clubes daqui há algum tempo viraram o jogo e são cada vez mais comuns a vinda de grandes estrelas do futebol para jogar aqui. Depois das chegadas de nomes como Luis Fabiano, Ronaldinho Gaúcho, Juninho Pernambucano, Ronaldo, Adriano, Robinho, Deco, Fred e tantos outros, chega a vez do super-astro Clarence Seedorf, ao Botafogo.

A transferência do craque holandês representa um golaço do clube de General Severiano e sua diretoria. Contratação que já se arrastava em negociações que datam de mais de um ano. Seedorf é aquele tipo de jogador que podemos chamar de craque. Voluntarioso na marcação, disciplinado taticamente e com uma visão de jogo ímpar. Vai encaixar como uma luva em um meio de campo que já tem nomes como Renato e Marcelo Mattos. O treinador Oswaldo de Oliveira tem muito o que comemorar e a torcida então nem se fala.


Mas a vinda de Seedorf não é somente um gol de placa no aspecto técnico. Sim, porque o competente departamento de marketing do alvi-negro vai poder usar e abusar da boa imagem do jogador, que é um exemplo de profissional dentro e fora de campo. Ações do Botafogo que terão Seedorf como garoto-propaganda certamente trarão muito dinheiro aos cofres do clube. Uma bela sacada.

Clarence Seedorf completou 36 anos no dia 01 de abril. Mas como se cuida e joga com inteligência, acredito que a idade não pesará tanto assim. O jogador nasceu no Suriname, mas naturolizou-se holandês. Começou a carreira no Ajax-HOL, e teve passagens por Sampdoria-ITA, Real Madrid-ESP, Internazionale-ITA e Milan-ITA. Disputou 87 partidas pela seleção holandesa e duas Copas do Mundo. Dentre seus inúmeros títulos tem quatro Champions League, dois Mundiais e 12 títulos nacionais. Seedorf tem, dentre algumas premiações individuais, o troféu Fifa-100, que premiou os melhores jogadores em atividade no futebol mundial em 2004.