segunda-feira, 27 de abril de 2009

Só os cariocas ainda torcem

Após as primeiras partidas decisivas dos principais estaduais do Brasil, Carioca, Mineiro e Paulista, podemos constatar que apenas no Rio as coisas não estão decididas.

Após um jogo sensacional, Botafogo e Flamengo empataram por 2 a 2 e deixaram para o próximo domingo o grito de campeão. Quem vencer leva o caneco e se houver novo empate a decisão será nos pênaltis. O resultado, na minha visão, foi justo. Isto porque o Flamengo dominou boa parte do primeiro tempo, abriu o placar e, após um apagão, favoreceu o Bota, que virou para 2 a 1. Na segunda etapa, O Fogão dominava as ações e poderia ter ampliado o marcador, assim como o Fla poderia tê-lo feito logo após marcar o primeiro gol da partida. Mas após os 30 minutos da segunda etapa, quando perdeu Maicossuel e Reinaldo por lesão, o alvinegro de General Severiano perdeu seu poder de força no ataque e chamou o Fla para seu campo. Foi quando aos 40 minutos Williams entrou na área, se enrolou com um botafoguense, levantou e chutou. A bola desviou no azarado Emerson (aquele que marcou contra na final da Taça Rio) e morreu no fundo da rede. 2 a 2. Tem coisas que só acontecem ao Botafogo.

Favoritismo: Maicosuel está fora e Reinaldo é dúvida. Cuca acaba de ser suspenso. Acredito estar mais para o Fla. (60% a 40%)

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Em Minas o filme se repetiu. O Cruzeiro não tomou o menor conhecimento do Galo e passou por cima do rival. 5 a 0, repetindo o placar da primeira partida da decisão do ano passado. Agora, o Atlético tem de vencer por 5 gols de diferença se quiser levantar ocaneco do Mineiro. Foi a 12ª vitória consecutiva do Cruzeiro sobre o maior rival. O fato é que em Minas Gerais quem canta de galo, e há um bom tempo já, é o Cruzeiro. Venceu cinco, das últimas dez edições do Mineiro. E venceu seis (sete, né !!) das pultimas dez decisões contra o Galo. Convenhamos, a diferença entre os dois times é simplismente gigantesca, apesar de o Galo ter feito a melhor campanha da 1ª Fase e demonstrar alguma força neste primeiro semestre.

Favorito: Não tem. O Cruzeiro já é campeão !!

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Em São Paulo a decisão tem nome e sobrenome: Ronaldo Luiz Nazário de Lima. O gordinho simplismente decidiu o campeonato. Com dois lances de pura genialidade marcou dois golaços. No primeiro, após receber uma tijolada vinda da defesa conseguiu dominar a bola com incrível facilidade (parecia que seu pé tinha um imã para atrair a bola) e fuzilou o gol de Fábio Costa para marcar o segundo do Corinthians na decisão. O segundo então foi digno de receber os aplausos do rei Pelé, que estava na arquibancada da Vila Belmiro. Em um lance que parecia despretensioso, o Fenômeno viu Fábio Costa adiantado e mandou por cobertura. Um lance sensacional. E que dá uma vantagem gigantesca ao Corinthians, que jogará a segunda partida em casa.

Favoritismo: Corinthians está com mas duas mãos na taça. Basta erguero o troféu. (90% a 10%)

sábado, 25 de abril de 2009

Acreditar

Começa amanhã, no Maracanã, a decisão do Campeonato Carioca 2009, entre Flamengo e Botafogo. Decisão mais que justa, na minha visão, pois confronta os dois melhores times do futebol do Rio. O Bota, com seu trio mortal (Vitor Simões, Maicosuel e Reinaldo) e o Fla, em busca de mais um tri e da hegemonia do futebol do Rio.

Os torcedores de ambas equipes tem motivos de sobra para acreditarem na conquista e comparecer ao Maraca amanhã e no outro domingo, quando acontece agrande decisão. Vamos a eles:

Torcida do Flamengo:

*Equipe pode conquistar o seu quinto tricampeonato estadual da histórie e, de quebra, ultrapassar o Fluminense em número de conquistas pela primeira vez na história.

*Cuca pode ser campeão e jogar para cima do Bota a pecha de vice definitivamente.

*Fla não perde uma final de Estadual desde 1989.

*Rubro-Negro não costuma deixar escapar títulos em finais, principalmente contra os maiores rivais.

*Josiel ainda pode ser o artilheiro da competição.



*Ibson provavelmente tem a última chance de ser campeão com a camisa do Flamengo.

*Além da hegemonia de todos os tempos, Flamengo pode conquistar o seu quinto estadual do século XXI, contra 2 do Flu, 1 do Vasco e 1 do Botafogo.

*Equipe pode repetir a façanha do tri 99/00/01, quando venceu o Vasco nas três decisões seguidas. Vítima, agora, pode ser o Bota.

*Fla e Bota já decidiram 4 vezes o Estadual. Placar está empatado em 2 a 2. É hora do tira-teima.

*Lotando o Maraca e empurrando o time, a nação pode levar mais um caneco para a Gávea.

Torcida do Botafogo:

*Ney Franco pode vencer novamente Cuca em uma decisão.

*Botafogo pode empurrar para Cuca a sina de eterno vice.

*Vítor Simões e Maicosuel ainda disputam a artilharia do Estadual. Se conseguirem será a terceira vez consecutiva que o artilheiro do Carioca será do Bota.

*Se conquistar o título o Bota interrompe a sequência de títulos do rival e, de quebra, impede que o Fla se torne o maior vencedor da história do Rio.

*Grande menos badalado antes do início do campeonato, Botafogo pode coroar a melhor campanha da competição com um título que não vem desde 2006.



*Melhor ataque do campeonato, Botafogo só não marcou gol em uma partida nesta temporada.

*Se vencer o decisão, Bota conquistará seu 19º título estadual e ficará a apenas 3 de alcançar o Vasco.

*Bota x Fla representa a maior rivalidade do futebol carioca dos últimos tempos.

*Leandro Guerreiro, presente nos vices de 2007 e 2008, pode dar o troco e levar o troféu pela primeira vez.

*Torcida pode dividir o Maraca com o Fla e ser decisiva na briga pelo caneco.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

SALVE JORGE...

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

São Jorge Rogai por Nós.

sábado, 18 de abril de 2009

UM DOMINGO QUALQUER ?

Pedindo licença ao Arthur Mulenberg, do Urublog, publico texto extraído de su blog:

Era um dia frio, sem chuva. Seria um dia chato, não fosse o Maracanã lotado e a expectativa de um título. Ele não era fanático, sequer tinha visto o estádio lotado na vida, até então. Tinha 13 anos e torcia, timidamente, para o Palmeiras, apesar de morar no RJ.



Naquele domingo seu pai o levou na final. De bandeira, camisa e ingresso na mão, chegou assustado com a multidão. Entrou faltando 15 minutos pra começar e, quando olhou em volta, disse: “Pai, quantas pessoas tem aqui?!?”.

- Muitas, filho… uma nação inteira, disse o pai.

Aquela multidão explodiu em faixas, bandeiras e papel picado minutos depois. O garotinho se encolheu com medo e sentou. Com 1 minuto de jogo a torcida levantou e não deixou que o guri visse mais nada. Ele ouvia, sentia, mas não assistia.

Seu pai, rubro-negro fanático, não tinha muita esperança de que seu pivete palmeirense um dia se envolvesse com futebol. Jamais mostrou grande interesse, e só torcia porque tinha um amigo que era palmeiras.

O Flamengo saiu ganhando, mas não bastava. Tinha que ser com 2 gols de diferença, ou nada. Seu pai explicou que “faltava um”, e o garotinho não entendeu. Afinal… vitória não é vitória de qualquer jeito?

Sofreu um gol, e ele não tirou sarro do pai como sempre fazia. Ficou triste, como que contagiado pela multidão. O outro lado, 40% do estádio apenas, fazia barulho, e ele ouvia o silencio da nação a sua volta. Segundo ele, o silencio mais dolorido que já escutou na vida.

O Flamengo fez o segundo, e o garotinho, se envolvendo com o jogo, vibrou. Pulou no colo do seu pai e o abraçou como se fosse um legítimo urubuzinho.
Não era, ainda.

A torcida começou a cantar o hino, que ele sabia de cor de tanto ouvir o pai cantar. Pela primeira vez, cantou num estádio, e fez parte da nação. A angustia de milhares não passou em branco. Em mais alguns minutos o garotinho suava e já rezava de mãos grudadas ao peito.
O Flamengo virou, mas não bastava.

40 minutos do segundo tempo. Mesmo com 2×1 no Placar, a nação ouvia gozações do outro lado. Ele não entendia, e fez o pai explicar, mesmo num momento dramático do jogo.

Atencioso, o pai sentou e contou pro garoto que o Flamengo precisava ter 2 gols de vantagem, porque a vitória por um gol empataria a soma de 2 jogos, e o empate era do rival. Ele não entendeu bem, mas simplificou em sua cabeça: “Mais um e ganharemos”.
Opa… “ganharemos”? Ele não era palmeirense?

E então, aos 43 minutos, onde alguns já se mexiam na direção da saída, uma falta do meio da rua. Seu pai vibrou e ele questionou: “O que foi? Foi pênalti!? “
- Quase isso, filho!! Dali pro Pet é pênalti!!, profetizou o pai, ignorando a distancia da falta.

A cobrança… o silencio eterno de 1 segundo e a explosão. Gol do Flamengo! Petkovic! E seu pai o abraça como nunca abraçou em toda sua vida. Pula, joga o garoto pra cima, beija, chora…
O garotinho, numa mistura de susto com euforia, olha em volta e, de braços abertos, comemora em silencio um gol que não era dele.

Sem razão, ele chora. E chorando, abraça o pai que, preocupado, rompe a alegria e pergunta: O que foi? O que foi? Se machucou?
- Não… Eu to feliz, pai!
Sem mais palavras, o pai sentou e abraçado ao garotinho deu um abraço de tricampeão. O jogo acabou, e os dois continuaram abraçados.

A festa rolando, os dois assistindo a tudo aquilo emocionados, o garotinho absolutamente embasbacado com a cena, já que nunca havia visitado um estádio lotado, muito menos uma decisão. O pai olhava pro campo e pro filho, porque sabia que, talvez, aquele fosse seu único momento na vida onde teria a imagem de seu garoto comemorando um titulo do time dele.

E chorava, sem vergonha nenhuma de quem estivesse em volta.

O menino foi embora pensativo, eufórico. Em casa, contou pra mãe com uma empolgação incomum sobre tudo que viveu naquela tarde. E não falava do jogo, apenas da torcida. Iludido por uma frase, contou pra mãe:

- Aí, no finalzinho, teve um pênalti! E o Flamengo fez o gol…
- Não filho… não foi pênalti! Foi de falta.
- Mas você disse que foi pênalti…
- Era modo de falar…. hahahahahah
- Então, mãe… aí, o cara fez o gol e a gente foi campeão!!!

Pronto. Aquele “a gente” fez o pai parar de colocar cerveja no copo, virar a cabeça lentamente e perguntar, com medo da resposta:
- A gente, filho?
(silencio…)
- É pai! O Mengão!!!!!

Emocionado, o pai abraçou o garoto e não falou nada. Ali, seu maior sonho virava realidade. A mãe entendeu, deixou os dois na cozinha e saiu de fininho, enquanto o pai começava a contar de uma outra final que viveu em mil novecentos e bolinha, com toda a atenção do novo rubro-negro.
Hoje o garoto tem 21, completados há alguns dias.

Quando seu pai perguntou o que ele queria de presente este ano, a resposta foi essa:
- Dois ingressos, uma bandeira, a camisa nova e ver você chorando igual aquele dia.



E há quem diga que “futebol é bobagem”*


*Rica Perrone

Pior: Há quem acredite que o futebol é um circo armado...

Que pena !!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Uma noite trágica para o futebol carioca

Vitor Simões, atacante do Botafogo, declarou antes do confronto de ontem, contra o Americano, pela Copa do Brasil, que a partida seria mais difícil que o confronto contra o Flamengo pela final da Taça Rio. E o não é que novo pantera tinha razão? Novamente atuando com inteligência na defesa, o bem armado time de Campos dos Goytacazes complicou a vida do Bota. Segurou o empata até os 48' do segundo tempo. Resultado que classificava a equipe campista. O grande nome do Bota, Maicosuel, acertou um belo chute no fim da partida e levou o jogo para os penaltis. Mas, como existem coisas que só acontecem ao Botafogo, o próprio Maicosuel desperdiçou sua cobrança e o alvinegro carioca deixa a Copa do Brasil na 2ª Fase. O sonho da libertadores fica mais distante. O título carioca ainda é uma realidade bem palpável. Basta uma vitória contra o Flamengo, domingo no Maraca. Resta saber como esta eliminação abaterá o emocional da equipe de Ney Franco.

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O Flu pagou mico ontem. Foi inteiramente dominado pelo poçante Águia de Marabá, do Pará, no primeiro tempo. Teve sorte de não sair para o intervalo com uma derrota ainda mais incômoda que os 2 a 0 da etapa inicial. A mesma sorte que teve contra o Flamengo na semifinal da Taça Rio, onde podia ter saído goleado do Maracanã. A verdade é que o tricolor das Laranjeiras ainda não jogou este ano. A equipe não possui padrão de jogo. Seus jogadores estão, nitidamente, desequilibrados dentro de campo. Vide a imbecil expulsão do meia Thiago neves (parece que aquele aguerrido armador da Taça Libertadores de 2008 ficou em Hamburgo). E Parreira demonstra a mesma pasmaceira daquele comandante omisso da Copa de 2006. O fato é que, desde 2002, o comandante do tetra não faz um trabalho com consistência no futebol. O Flu conseguiu melhorar no segundo tempo e diminiuiu o placar, com Fred, outro que está inoperante em campo, o que não é só culpa dele. O Flu tem todas as condições de reverter a situação e chegar às oitavas. Mas precisa discutir a relação. Precisa sacudir a poeira.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O maior espetáculo da Terra

Não há o que discutir. O Fla x Flu tem a cara do Rio. É o charme e o encanto da cidade maravilhosa que durante 90 minutos são representados de dentro das quatro linhas. O que se viu no Maraca ontem foi um espetáculo de cores e sons que só o Fla x Flu e o torcedor carioca é capaz de proporcionar.

O jogo? Apenas um time jogou e venceu. O Flamengo entrou com espírito de decisão e sufocou o Fluminense praticamente o jogo todo. Antes dos 5 minutos de partida, após cruzamento de Juan, Léo Moura cabeceou e levou perigo ao gol daquele que seria o personagem do Fla x Flu, o gleiro tricolor Fernando Henrique, do Flu.

O Fla seguia pressionando muito, tanto que chegamos a ver um Flu completamente acuado em campo. A torcida do Fla, maioria absoluta no Maraca (proporção era de 70%), sentia o memento e empurrava sua equipe para cima do rival. Tanta pressão surtiu efeito, curiosamente, em um lance despretensisoso do letral Juan, do Fla. Ele chutou fraco de fora da área e goleiro FH aceitou. Fla 1 a 0.



No fim do primeiro tempo um lance que poderia entrar para os anais do Fla x Flu. Luiz Alberto perdeu bisonhamente a bola para Léo Moura, que avançou e ficou cara a cara com FH, mas chtou em cima do goleiro. O próprio Léo ficou com o rebote e passou para Josiel, que chutou em cima de Edcarlos. Inacreditável. Antes do apito final Thiago Neves acertou a trave em cobrança de falta.

O segundo tempo começou como terminou o primeiro. Fla no ataque, Flu acuado. Sentindo o péssimo momento da equipe, Parreira tratou de mexer no time ainda no intervalo. Sacou o inoperante Marquinho para fazer entrar o volante wellinton Monteiro. Apesar de ainda estar pior na partida, o Flu voltou com uma certa organização para a segunda etapa. Mas chance de gol mesmo, quem criava era o Fla. O tricolor seguia fazendo uma partida burocrática, como se estivesse vencendo.



E o Flamengo fez, neste jogo, o que melhor sabe fazer: perder uma infinidade de gols. E aí volta a aparecer a figura do personagem do jogo. Se a torcida tricolor se queixa da falha de FH no gol do Fla, a mesma deve agradecê-lo por ter salvado o tricolor de ter sofrido uma goleada histórica. O goleiro salvou a eqwuipe em pelo menos 5 lances capitais.

Deseperado o Flu partiu para cima no final, mas sem nenuma organização. O Fla assustava nos contra-ataques e seguia perdendo uma infinidade de gols. Calada a torcida do tricolor parecia pressentir que o empate não vira. Dou outro lado a massa rubro-negra entoava seus cantos de exaltação, empurrando o time para decidir logo a parada.

Ao fim da partida, vitória do Mengão por 1 a 0. E o presidente do Flu, Roberto Horcades, que disse que o Fla iria tremer teve de ouvir mais uma sátira criada pela torcida rubro-negra. Baseada na melkodia da música "Poeira", de Ivete Sangalo, os rubro-negros entoaram: "Parreiraaaaa/Parreiraaaa/Parreiraaaa/Seu time é de terceiraaaa"



Ponto para a criatividade do torcedor carioca. Mais um show da galera, que só podemos assistir mesmo é no Maraca, é no Rio de Janeiro.

O Maior Espetáculo da terra.

domingo, 12 de abril de 2009

Um ato de coragem

É preciso ter muito peito, muita coragem para abdicar de dinheiro, fama e sucesso, em prol de uma felicidade, de uma paz, de um sossego na vida. Foi o que fez Adriano. Ele anunciou na última sexta-feira que sua carreira de jogador profissional está suspensa por tempo indeterminado. Sua decisão, claro, já foi julgada pelos moralistas de plantão. Opiniões do tipo "falta de estrutura emocional", "dependência de entorpecentes" e até "envolvimento com tráfico de drogas" já foram proferidas aos quatro cantos por aí.

Eu aplaudo a decisão do Imperador! Sim, ele estava saturado com a pressão de ter que levar uma vida de atleta. Concentrações, jogos a cada 3 dias, clausura, invasão de privacidade. É preciso ter muita força interior para suportar a carga de ser um dos principais jogadores de um dos maiores clubes do planeta, a Internazionale de Milão.

Mas Adriano demonstrou ainda mais força e, em um ato de coragem, decidiu: "Minha carreira está suspensa por tempo indeterminado". O motivo? Não estava feliz. E é aí que, na minha visão, reside o ato louvável de Adriano. Eu admiro pessoas capazes de romper com uma situação confortável e estável para, em troca, buscar a felicidade. Como diz a sabedoria popular, a felicidade está nas coisas simples.



Adriano estava sentindo falta de visitar "sua comunidade", como ele mesmo disse. Estar perto das pessoas com as quais cresceu e viveu, segundo o próprio, os melhores momentos de sua vida. Mas tembém não sejamos hipócritas. Adriano chutou o balde. Sim. Rompeu totalmente com o status-quo. Sim. Mas ele só o fez graças a um bem gordo pé de meia, acumulado ao longo de quase 10 anos de carreira.

Mas acredito que, mesmo para aqueles que não possuem tal pé de meia gordo, colocar sempre o dinheiro acima de tudo é um erro. Há que haver qualidade de vida. E nem sempre qualidade de vida corresponde a uma conta bancária recheada de verdinhas.

Recentemente ouvi de um reitor de uma universidade para uma turma que estava se formando. "Jamais coloquem o dinheiro acima de seu cresimento enquanto profissionais. O preço que pagarão será muito alto, e não compensa". Frase pronta? Talvez.

Adriano, com certeza, ama jogar futebol. Mas ele não concorda com o rumo que sua carreira tomou. Resolver parar por um tempo. Não estava feliz.

Palmas para ele !

terça-feira, 7 de abril de 2009

Parabéns !!!

Hoje é dia 07 de abril. Dia dos jornalistas. Data de fundação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). E é com imenso orgulho que, pela primeira vez, estou passando o dia do jornalista como o meu dia. A graduação em Jornalismo foi a realização de um dos meus maiores sonhos.

Desde criança acompanhando telejornais, ouvindo rádio e lendo jornais e revistas eu sempre sonhava: "um dia eu farei parte deste mundo". O sonho de ser jornalista vem desde a 5ª série, aos 12 anos de idade. Eu sempre adorei escrever, sempre aforei falar muito, discutir, debater os mais variados assuntos. Sempre fui curioso com tudo.

Curiosidade. Essa é a chave para ser um bom jornalista. Nós somos, antes de qualquer coisa, perguntadores. Às vezes as pessoas não entendem. Criticam a imprensa por isso. Ora, a gente pergunta. Quem quiser que responda. Cá entre nós, se a pessoa se irrita com uma pergunta é porque deve ter algo a esconder. E a nossa função é justamente desvendar o que ela esconde.

Uma vez assisti um jornalista dizer em uma palestra. "A matéria prima do jornalismo é a informação. E a investigação é a máquina que faz esta engrenagem funcionar. Se não há investigação, não há jornalismo sério".

É por isso que há diferença entre informação e notícia. Ao receber uma informação (e nós recebemos várias) precisamos apurar, perguntar, investigar, para chegarmos ao nosso produto final: uma boa reportagem. Um trabalho bem feito traz como fruto a maior vitória do jornalismo: a mobilização da sociedade em torno de um tema abordado em uma matéria.

Essa é a maior gratificação desta profissão. O jornalismo faz a sociedade pensar, se indignar, querer mudar. Temos um grande poder nas mãos. O quarto poder, como alguns preferem dizer.
Quarto porque vem depois do primeiro, o Executivo, o segundo, o Legislativo, e o terceiro, o Judiciário. Um exagero. A mídia tem apenas a função de fiscalizar esses 3 poderes. E fiscalizar incomoda, por isso a criação deste termo "Quarto Poder".

Assumir compromisso com a verdade e com a informação, empenhar atos, palavras, esforços e conhecimento na construção de uma nação consciente de sua história e capacidade. Não omiti, não mentir, não distorcer informações, não manipular dados e não se subordinar, em favor de interesses pessoais, o direito do cidadão à informação.

Estamos onde os ouvidos e os olhos do povo não podem estar.

Agora faço parte deste mundo. Com muito orgulho.

Parabéns a todos os jornalistas. Os do passado, os do presente e os do futuro !!


domingo, 5 de abril de 2009

Um FLA X FLU sempre será um FLA X FLU

Eu sempre gostei dos Fla x Flus. Acho o jogo que mais traduz o charme e o encanto do futebol da cidade do Rio de Janeiro. E não faltam razões para esta opinião. Desde o primeiro jogo entre as equipes, lá em 1912, Flamengo e Fluminense já protagonizaram jogos inesquecíveis em todos os sentidos. Nada contra os demais, mas para mim, o Fla x Flu é o maior clássico do futebol brasileiro pelo conjunto da obra.

Porém, nos últimos clássicos este grande jogo vem sendo sempre esvaziado. A última vez que me lembro de um Fla x Flu com o Maraca lotado havia sido em 2004, quando eles decidiram a Taça GB daquele ano, com vitória para os rubro-negros.

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Para o jogo que foi realizado hoje no Maraca, a mesma expectativa. Um amistoso de luxo com o Maracanã às moscas, já que ambos já estavam classificados às semis da Taça Rio. O Flamengo entrou em campo com apenas 4 titulares. O Flu escalou força máxima. Fred começo jogando.

E o que se viu em campo foi um belo jogo. Cheio de alternativas. E com aquela boa e velha mística de volta. O primeiro tempo foi bem morno. O Flamengo assustou com Fierro, aos 25'. O chileno perdeu cara a cara com o goleiro Fernando Henrique. O Flu respondeu 2 minutos depois. Thiago Neves chtou na rede pelo lado de fora, após cruzamento de Éverton Santos. A primeira etapa ficou restrita a isto.

Sem Juan, o Fla escalou o jovem Egídio. E perdeu muito em qualidade pelo setor esquerdo. Por outro lado, o limitado Mariano, do Flu, não soube aproveitar os espaços deixados pelo rubro-negro. Estava claro. Para vencer o clássico, era só explorar aquela região com inteligência.

Para o segundo tempo, Cuca tirou Egídio e escalou o estreante Emerson. Ele estaria escrevendo a história de mais um memorável Fla x Flu com esta alteração. A segunda etapa começou com o Fla sufocando o Flu. Mas foi do tricolor a melhor chance até então. Conca bateu firme e o reserva Diego, um dos grandes nomes do Fla no jogo, fez a defesa mais difícil do jogo.

O jogo era eletrizante com chances de gol alternadas. Mas aos 32' da etapa final o jovem atacante Maicon abriu o placar para o Fluminense com um chute rasteiro no canto esquerdo, após cruzamento de Mariano.

Sem se entregar o Fla partiu para cima do rival. O tricolor cometeu um grande pecado. Se encolheu contra o flamengo no Maracanã. E aí passou a jogar contra 12. O rubro-negro e sua inflamada torcida, que não parou de cantar 1 segundo. Mas os guerreiros tricolores suportaram até os 48' do segundo tempo.

Emerson, atacante estreante do Flamengo, empatou o clássico após uma confusa jogada. Erick Flores cruzou, Welinton desviou para o meio da área e o iluminado estreante empatou de cabeça para frustração dos tricolores e alegria dos rubro-negros.


Um Fla x Flu digno dos velhos tempos de Nelson Rodrigues e Mário Filho.

Todos acharam que seriam apenas um amistoso de luxo.

Não.

Um Fla x Flu nunca será um amistoso.

Um Fla x Flu sempre será um Fla x Flu.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Uma nova era...

Terminou oficialmente hoje a maior parceria da história do esporte brasileiro. Após 25 anos de um longo e vencedor casamento, Flamengo e Petrobrás romperam de vez. De vez, porque o contrato já havia se encerrado em dezembro passado, mas o Fla resolveu manter a marca da Petrobrás em sua camisa. E porquê fez isso? Amizade? Gratidão? Esperança? Não sei. Acredito num misto das três coisas.

Passando por uma das piores crises financeiras de sua história, o rubro-negro carioca deixará de ganhar 25 milhõs de reais por ano. Será a derrocada de um dos maiores clubes do mundo? Não. Por mais paradoxal que possa parecer, é o início de uma nova era. Vitoriosa, se houver maturidade e competência de dirigentes para saber explorar a potência de uma marca como o Flamengo.


Na prática o Flamengo nunca foi patrocinado pela Petrobrás. Todo contrato de patrocínio que envolve uma empresa estatal e uma instituição privada requer que a última apresente, a cada ano, a chamada CND (Certidão Negativa de Débito), que nada mais é que uma comprovação de que tal instituição não está em débito com o fisco. Não é segredo para ninguém que as dívidas do Fla beiram a casa de R$ 300 milhões.

As CND'S não são necessárias em caso de relação entre duas instituições privadas. E é aí que reside, na minha visão, a salvação! Com a força da marca Flamengo aliada a uma empresa de capital forte, ambos podem lucrar e muito com uma parceria. Palavras de um diretor do Mengão: "Estamos no mercado". Verdade.




Como o contrato com a Petrobrás foi assinado em 1984, arrisco dizer que o Fla nunca esteve no mercado. Pelo menos, não nos moldes atuais. Uma nova parceria, aliada a projetos de marketing fortes e consistentes podem ser a salvação da maior torcida do mundo. Há de haver, como disse, competência, planejamento e estratégia para que tudo dê certo. E fiscalização. Se seguirem esta cartilha não há como dar errado.

É conferir. E torcer.