domingo, 12 de abril de 2009

Um ato de coragem

É preciso ter muito peito, muita coragem para abdicar de dinheiro, fama e sucesso, em prol de uma felicidade, de uma paz, de um sossego na vida. Foi o que fez Adriano. Ele anunciou na última sexta-feira que sua carreira de jogador profissional está suspensa por tempo indeterminado. Sua decisão, claro, já foi julgada pelos moralistas de plantão. Opiniões do tipo "falta de estrutura emocional", "dependência de entorpecentes" e até "envolvimento com tráfico de drogas" já foram proferidas aos quatro cantos por aí.

Eu aplaudo a decisão do Imperador! Sim, ele estava saturado com a pressão de ter que levar uma vida de atleta. Concentrações, jogos a cada 3 dias, clausura, invasão de privacidade. É preciso ter muita força interior para suportar a carga de ser um dos principais jogadores de um dos maiores clubes do planeta, a Internazionale de Milão.

Mas Adriano demonstrou ainda mais força e, em um ato de coragem, decidiu: "Minha carreira está suspensa por tempo indeterminado". O motivo? Não estava feliz. E é aí que, na minha visão, reside o ato louvável de Adriano. Eu admiro pessoas capazes de romper com uma situação confortável e estável para, em troca, buscar a felicidade. Como diz a sabedoria popular, a felicidade está nas coisas simples.



Adriano estava sentindo falta de visitar "sua comunidade", como ele mesmo disse. Estar perto das pessoas com as quais cresceu e viveu, segundo o próprio, os melhores momentos de sua vida. Mas tembém não sejamos hipócritas. Adriano chutou o balde. Sim. Rompeu totalmente com o status-quo. Sim. Mas ele só o fez graças a um bem gordo pé de meia, acumulado ao longo de quase 10 anos de carreira.

Mas acredito que, mesmo para aqueles que não possuem tal pé de meia gordo, colocar sempre o dinheiro acima de tudo é um erro. Há que haver qualidade de vida. E nem sempre qualidade de vida corresponde a uma conta bancária recheada de verdinhas.

Recentemente ouvi de um reitor de uma universidade para uma turma que estava se formando. "Jamais coloquem o dinheiro acima de seu cresimento enquanto profissionais. O preço que pagarão será muito alto, e não compensa". Frase pronta? Talvez.

Adriano, com certeza, ama jogar futebol. Mas ele não concorda com o rumo que sua carreira tomou. Resolver parar por um tempo. Não estava feliz.

Palmas para ele !

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