quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A bipolaridade rubro-negra

A torcida do Flamengo e o próprio clube recebem muitas alcunhas devido à enorme mania de grandeza que os cercam. Algumas são positivas, outra negativas. Faz parte. Mas nenhuma delas é tão justa quanto à bipolaridade tanto da instituição como do seu torcedor. É usual ver no rubro-negro um exagerado desespero no caso de derrotas e uma alucinante empolgação no caso de vitórias.

Senão vejamos o que aconteceu nos últimos dias e vem sendo uma tônica na temporada 2013, devido ao processo de formação de um time limitado. O Flamengo goleou o campeão da Libertadores (Atlético-MG) por 3 a 0 no domingo, 04. Apenas três dias depois jogou muito mal diante da fraca Portuguesa e foi castigado com um empate na bacia das almas, com direito a gol do goleiro Lauro, aquele mesmo que marcou no próprio Fla quando atuava pela Ponte Preta no Brasileiro de 2003, nas mesmas circunstâncias.

Euforia x Depressão. O Flamengo no divã!

Depois da vitória contra o Galo foi aquela empolgação nas redes sociais, chegando ao cúmulo de menosprezar um time que acabou de provar que é disparado o melhor do continente. Exagero típico do rubro-negro. Com o jogo da Lusa foi o oposto, o empate com gosto de derrota fez muito torcedor sacramentar que o clube dessa vez não escapará do rebaixamento e que os atletas comandados por Mano Menezes são um bando de perebas. Percebem a bipolaridade?

A realidade é que o elenco do Flamengo está longe das tradições gloriosas do rubro-negro, é forçoso reconhecer. Mas também não é esse bando atroz de pernas de pau que a torcida acredita nos momentos ruins. Mano, ao assumir o clube, pediu cinco reforços. Já chegaram Marcelo Moreno, André Santos e Chicão. Nomes experientes e consagrados. Restam um meia, o caso mais urgente, e um atacante que jogue pelo lado. Um elenco limitado que vai sim intercalar vitórias com derrotas, devido à sua inexperiência e fraquezas, como deixou claro o gol da Lusa

Tanto o desespero quanto a euforia, tão rubro-negros quanto seus mais de 40 milhões de torcedores, não podem servir de parâmetro.  

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Agora é pra valer !!!



A Copa do Brasil começa de verdade a partir de agora. O sorteio dos confrontos sorriu para Corinthians, Vasco e Inter, que pegaram as carne assadas Luverdense-MT, Nacional-AM e Salgueiro-PE. Os grandes têm obrigação de avançar.

Teremos dois confrontos entre mineiros e cariocas que na minha visão serão os mais eletrizantes. O Botafogo, em ótimo momento, encara o Galo, campeão da América. Imprevisível! O Flamengo tem o Cruzeiro pela frente, com os mineiros vivendo ótima fase e o rubro-negro se reconstruindo. Dois jogaços, que eu espero que aconteçam nos templos Mineirão e Maracanã!

Um outro confronto interessante e que opõe dois gigantes será Grêmio x Santos. As duas equipes não vivem bom momento e nem de longe lembram os times de 2010, quando na mesma Copa do Brasil fizeram um confronto épico. Na ocasião deu Santos. Nessa acho o Grêmio ligeiramente favorito.

Fechando os duelos teremos Palmeiras x Atlético-PR que, apesar do Verdão estar na Segundona, tem mais time e tradição e acredito que passe. O duelo Fluminense x Goiás pode ser perigoso para o tricolor, caso o time de Luxemburgo continue a atuar de maneira desinteressada como vem fazendo. O time do Goiás é certinho e tem o rechonchudo, porém matador, Walter.

Os confrontos, agrupados pelas chaves sorteadas:

Corinthians* x Luverdense (Favorito: Corinthians)
Santos x Grêmio* (Favorito: Grêmio)

Internacional x Salgueiro* (Favorito: Internacional)
Palmeiras x Atlético-PR* (Favorito: Palmeiras)

Fluminense x Goiás* (Favorito: Fluminense)
Vasco* x Nacional (Favorito: Vasco)

Botafogo x Atlético-MG* (Favorito: Impossível determinar)
Cruzeiro x Flamengo* (Favorito: Cruzeiro)


* Times que fazem a partida de volta em casa !

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Galo Libertado !!!

Está registrado na bandeira do estado de Minas Gerais para quem quiser ler o lema de todos os mineiros, "Libertas Quae Sera Tamen", do latim, "Liberdade, ainda que tardia". Não poderia haver definição melhor para a conquista histórica da Copa Libertadores da América pelo Clube Atlético Mineiro, o Galo mais lindo do mundo de acordo com sua apaixonada, e hoje mais feliz do que nunca, torcida.

Um título cunhado com suor, lágrimas, sangue e um quê de roteiro de filme de terror. Senão vejamos: o pênalti milagroso defendido por Victor na bacia das almas diante dos mexicanos do Tijuana, a improvável recuperação diante dos argentinos do Newells Old Boys, com direito a gol aos 40 do segundo tempo e o gran finale contra o Olimpia nos dramáticos pênaltis. Uma epopeia rumo à conquista da América.

Não há o que contestar nesta conquista do Atlético. Apesar da reta final ter sido mais difícil do que deveria, o Galo fez disparada a melhor campanha da competição. Só perdeu um jogo na fase de classificação e foi copeiro na fase de mata-mata, com direito a um baile de bola sobre o poderoso São Paulo. De quebra o clube acabou com uma escrita que já durava 16 anos. Desde 1996 que o time de melhor campanha na fase inicial não conquistava a competição, a última vez foi o River, da Argentina.

A Libertadores é do Galo finalmente !
A vitoriosa campanha não está calcada apenas na frieza dos números. A consagração de Cuca como melhor treinador do Brasil, o renascimento de Ronaldinho Gaúcho como jogador vencedor (o único na história quem tem a Bola de Ouro da FIFA, a Copa do Mundo, a Champions League e a Libertadores) e o surgimento de um talentoso jogador, Bernard. A espinha dorsal de um time experiente, vencedor e de extrema qualidade. Os segredos para se chegar aos títulos. O Galo que não conquistava um de expressão há tantos anos.

Foi a quarta Libertadores consecutiva do futebol brasileiro (Inter em 2010, Santos em 2011, Corinthians em 2012 e Galo em 2013). Um recorde de nosso futebol. Futebol que sobra no continente. Nossos clubes são os melhores da América e parece que definitivamente aprenderam a jogar a Libertadores. Estamos há 5 títulos de alcançar os argentinos, questão de tempo.

E como gosta de cantar a apaixonada torcida do Galo, "o nosso time é imortal". Agora mais do que nunca, um imortal libertado, ainda que tardiamente !!!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Acredita Galo !

O glorioso Clube Atlético Mineiro vive o maior momento de sua história, independente de vencer ou não a final da Libertadores contra o Olímpia. A campanha que fez, aliada ao padrão de jogo imposto por Cuca já fazem do Galo de 2013 o maior de sua história, superando o time campeão brasileiro de 1971, o esquadrão dos anos 80 e o modesto elenco que deu ao alvinegro mineiro seus primeiros títulos internacionais, nos anos 90.

Mas se dizem que a história só registra os vencedores (para mim uma tremenda mentira) o Galo precisará erguer a Taça Libertadores no dia 24 de julho no Mineirão. Para chegar lá o Galo precisará, mais do que qualquer outra coisa, acreditar que é capaz. Porque time por time o Atlético tem muito mais que o Olimpia. Se jogarem 10 vezes em jogos avulsos, o Galo vence 8 vezes, no mínimo.


Entretanto trata-se de uma final de Libertadores onde o adversário merece muito respeito, pois tem mais tradição internacional que o clube brasileiro. O Olimpia tem três títulos de Libertadores (1979, 1991 e 2002) e outros três vices. Sim, é a sétima decisão de Libertadores do clube. Jogando no Defensores del Chaco o Rei de Copas (apelido do time) venceu todos os adversários na atual edição da competição. Respeito sim, medo nunca!

O jogo de volta foi confirmado para o Mineirão, contrariando a diretoria do Atlético e muitos torcedores, talvez por conta do enorme sucesso das partidas do clube no Independência, onde não perde desde que o estádio foi reinaugurado. Mas a casa do Galo sempre foi o Mineirão. Foi lá que o Galo construiu sua história e alcançou o status de grande clube brasileiro. Sem falar que a renda deverá ser polpuda e o Atlético vai ser empurrado pelo grito de 60 mil atleticanos apaixonados e esperançosos de que o grito de campeão em um torneio importante finalmente sairá de vossas gargantas. Basta acreditar! Yes, We CAM !

terça-feira, 9 de julho de 2013

Ordem dos Desfiles e Enredos do Carnaval 2014

A LIESA sorteou na noite desta segunda (08) a ordem dos desfiles do Grupo Especial do carnaval 2014. É o pontapé inicial oficial dos preparativos para a festa de Momo. A partir de agora, com todos os enredos definidos, entregam-se as sinopses para os compositores e iniciam-se as eliminatórias de samba-enredo. Esta fase do ano é a favorita por 9 entre 10 sambistas. Vamos às observações sobre os enredos e ordens de apresentação:


Domingo, 02 de março de 2014:

01. Império da Tijuca: A agremiação do Morro da Formiga estava afastada da elite desde 1996 e retorna abrindo os desfiles, tarefa muito ingrata, pois quase sempre a escola que abre o carnaval acaba caindo. Muita gente vem dizendo que a escola está estruturada e o desfile que fez esse ano no Acesso foi digno de Grupo Especial. O enredo escolhido foi "Batuk", uma temática afro que sempre é rica em exploração e tem afinidade com a escola. O sonho do Imperinho é a permanência;

02. Grande Rio: Tarefa ingrata para o povo de Caxias. Ser a segunda de domingo é tão ruim quanto ser a primeira. O enredo escolhido foi "Verdes Olhos sobre o Mar no Caminho: Maricá". É fraco e deve fazer a escola perder a vaga entre as campeãs, uma vez que a agremiação vem fazendo desfiles ruins, o que deve voltar a acontecer com este tema e com esta posição;

03. São Clemente: Pela primeira vez a escola da Zona Sul entra no sorteio, sem a obrigação de abrir o domingo ou a segunda devido a colocação do ano anterior. A agremiação foi sorteada inicialmente para encerrar o domingo, mas optou por trocar de posição com a Beija-Flor. O enredo da São Clemente para 2014 é sucinto: "Favela". Segue a linha ousada adotada pela escola desde seu retorno ao Grupo Especial, em 2011. Excelente desfile em 2012, decepcionante em 2013. Aguardemos 2014;

04. Mangueira: Inicialmente sorteada para ser a 5a. de domingo, a Mangueira decidiu trocar com o Salgueiro para ser a 4a. por uma questão de superstição de ambas: a Verde e Rosa prefere se concentrar do lado do edifício Balança Mas Não Cai e o Salgueiro pelos Correios. A Estação Primeira, que tem nova direção e com muita força política junto ao governo do estado, escolheu um tema batido, mas de fácil execução: "A Festança Brasileira cai no Samba da Mangueira", sobre as festas populares no Brasil;

05. Salgueiro: Enfim o Salgueiro escapa do viaduto 31 de março, um verdadeiro trauma para a escola, vítima de seu próprio gigantismo nos últimos anos. Sempre favorita, a escola da Tijuca escolheu um enredo complicado e que a meu ver não tem afinidade com a comunidade "Gaia, a Vida em nossas mãos". Sustentabilidade não combina com carnaval. Mas respeito a escola e Renato Lage;

06. Beija-Flor: O sorteio foi ingrato com a Beija. Sorteada inicialmente como 3a. de domingo, pegaria a plateia fria ainda depois da Grande Rio. Mas conseguiu trocar com a São Clemente, para quem não seria interessante fechar o dia. Com o enredo sobre Boni, "O Astro Iluminado da Comunicação Brasileira", vai segurar o público e tudo dependerá da execução do tema. A comunidade nilopolitana não gosta de desfilar domingo;

Segunda, 03 de março de 2014:

01. Mocidade: O clima em Padre Miguel é de apreensão. Obrigada a abrir a segunda noite de desfiles devido ao penúltimo lugar em 2013, a escola precisa fazer um desfile melhor porque todas as candidatas diretas à permanência desfilaram melhor em 2013. O alento para os independentes é o acerto na escolha do enredo, "Pernambucópolis", bela sacada para homenagear Fernando Pinto, lendário carnavalesco da escola e o estado natal dele, riquíssimo culturalmente;

02. União da Ilha: O fato de ser a Mocidade, uma das maiores torcidas do carnaval carioca, a abrir a segunda foi bom para a Ilha. Vai pegar a arquibancada cheia com a passagem da escola de Padre Miguel, fato raro no início das noites de desfiles. O enredo escolhido pela escola foi "É Brinquedo, é Brincadeira, a Ilha vai levantar poeira", temática infantil com patrocínio de uma fabricante de brinquedos. Pode dar certo de acordo com o estilo da escola;

03. Vila Isabel: A grande campeã de 2013 é uma grande incógnita em 2014. Foi a última a definir o enredo ("Retratos de um país plural") e perdeu todo o time campeão, coreógrafo, carnavalesca, intérprete, diretor de carnaval. Será preciso remontar a casa e torcer para que a ala de compositores produza outro samba antológico para lutar pelo bi;

04. Imperatriz: Depois do surpreendente desfile em 2013, a Imperatriz optou por um enredo biográfico, "Artur X, o Reino do Galinho de Ouro na Corte da Imperatriz", sobre o maior ídolo da história do Flamengo, Zico. Foi o próprio homenageado quem sorteou a agremiação para segunda. O carnavalesco Cahê Rodrigues já disse que não será uma mera homenagem a Zico e ao Flamengo. Pode ser que haja uma comoção na avenida, ainda mais que Zico estará completando 61 anos exatamente no momento em que a Imperatriz cruzar a avenida;

05. Portela: A grande vedete do carnaval 2014 será a Portela. Com uma nova diretoria moderna no aspecto de gestão, mas que respeita a tradição portelense e um enredo, que na minha visão tem a melhor sinopse do ano: "Um Rio de mar à mar: do Valongo à Glória de São Sebastião". Certamente teremos novamente um sambaço. A Portela foi sorteada para fechar o carnaval, mas a diretoria optou pela troca com a Tijuca para não desfilar com o dia amanhecendo;

06. Unidos da Tijuca: A sempre favorita Tijuca, que decepcionou em 2013 e obteve complacência dos jurados, optou por uma outra linha para o ano que vem. Um homenageado acima de qualquer suspeita: Ayrton Senna, o  maior ídolo do esporte brasileiro em todos os tempos ("Acelera Tijuca"). Paulo Barros reclamou esse ano do viaduto e chegou a defender sua demolição. No sorteio escapou do Balança mas aceitou a troca com a Portela. Vejamos se irá reclamar de novo. 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Depois do baile, hora de limpar o salão !

Nem o mais otimista torcedor brasileiro imaginou desfecho tão apoteótico. A seleção brasileira venceu todos os jogos na Copa das Confederações, com direito a um verdadeiro massacre na final contra o temido time da Espanha. A campanha foi inquestionável, com 14 gols marcados e apenas 3 sofridos. Mas a história recente orienta a não se empolgar tanto com o título da Copa das Confederações. Jamais o campeão do mundo venceu o torneio teste do ano anterior. A própria seleção, que venceu as últimas três edições do torneio, acabou caindo na Copa do Mundo.

Para chegar mais forte ainda no Mundial do Brasil, a seleção precisa jogar bem com maior regularidade. Nesta Copa das Confederações a única partida em que o Brasil foi soberano o jogo todo foi justamente a final contra os espanhois. Correu sérios riscos diante de México, Itália e principalmente Uruguai. Felipão parecia estar certo quando defendeu a tese de que acertando a defesa, era meio caminho andado para ter um time competitivo.


A defesa brasileira sofreu apenas três gols na competição, média de apenas 0,6 por partida. Mas Felipão sabe que o setor defensivo precisa de muitos ajustes para a Copa do Mundo. A dupla titular de zagueiros, Thiago Silva e David Luiz, apesar de excelentes tecnicamente vem jogando muito pilhada e em um duelo contra atacantes velozes e técnicos, isso pode ser fatal. A meu juízo saída de bola do time precisa melhorar. Não é raro ver Júlio César e os zagueiros arriscarem chutões. Tática equivocada a meu ver, uma vez que Luiz Gustavo e Paulinho tem qualidade para sair com a bola dominada.

A Copa das Confederações serviu, além de acertar um espinha dorsal, para mostrar ao mundo do futebol que não será fácil jogar contra o Brasil aqui no nosso território. A seleção brasileira dificilmente perde um jogo atuando em casa e o clamor popular que os jogos causaram será ainda mais forte ano que vem. O Brasil proporcionou ao torcedor um baile de futebol na final. Resta agora organizar o salão para a festa que realmente interessa: a Copa do Mundo, em 2014!

sábado, 8 de junho de 2013

O escândalo do Engenhão...

O anúncio hoje de que o Engenhão vai ter de sofrer uma obra e só será reaberto dentro de 18 meses só tem um objetivo: obrigar os clubes cariocas a jogar no Maracanã. O consórcio vencedor deu um jeito de a prefeitura fechar o outro estádio da cidade, para que na hora de negociar os clubes não tenham saída. Tática covarde e suja, bem típica dos DES(governos) estadual e municipal. Agora, sem ter onde jogar no Rio, Botafogo, Flamengo e Fluminense ficam na mão do Consórcio Maracanã.

Consórcio que, aliás, têm maioria das ações da Odrebecht, a construtora que reconstruiu o Maraca e cujos engenheiros desenvolveram o laudo que condena a estrutura do Engenhão. Ora, profissionais contratados pela construtora elaboraram o laudo. Conflito de interesses que seria um escândalo em qualquer país sério, mas no BraZil da Copa do Mundo pode!

O Engenhão não tem NENHUM problema, seja de estrutura ou cobertura. O que há é um assalto à mão armada comandado por Odebrecht, Eike Batista, Sérgio Cabral e Eduardo Paes. Esta QUADRILHA que governa o Rio de Janeiro....

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Acabou o amor...

A diretoria do Flamengo decidiu demitir o técnico Jorginho após nova derrota no Campeonato Brasileiro, desta vez para o Náutico, que era o lanterna do campeonato. O rubro-negro ocupa a vice-lanterna na tabela de classificação e já começa a temer o risco de rebaixamento, apesar de o campeonato estar apenas começando. A realidade é que Jorginho ainda não tem cacife para treinar um time grande e mostrou isso claramente durante as partidas, uma vez que não conseguiu definir um time.

A nova diretoria do clube, que vem acertando muito nos aspectos administrativos, não consegue se encontrar quando o assunto é o departamento de futebol, talvez porque os líderes da antiga Chapa Azul não tenham experiência em futebol. As contratações até aqui foram equivocadas e a escolha de Jorginho para comandar o clube se mostrou desastrada. E agora vem o dilema, contratar um técnico de ponta e rasgar a política de austeridade financeira ou trazer um profissional de menos impacto, mas correr o risco de repetir o erro com Jorginho?

Jorginho estava perdido e sua demissão foi acertada.

As vitórias conquistadas pela diretoria ao conseguir as Certidões Negativas de Débito (CND) possibilitaram o aporte de patrocínios e recuperaram a imagem do Fla no mercado, mas sacrificaram a montagem de um time competitivo, uma vez que o clube não possui dinheiro para altos investimentos. Prova disso foram as dispensas de Vágner Love, Ibson e do treinador Dorival Júnior, que possuíam altos salários, mas também muita experiência e bagagem no futebol.

Na mina visão, a diretoria deveria repensar um pouco esta política de austeridade. Afinal, o Flamengo não é uma empresa como as outras. É preciso trabalhar com bom senso e respeitar as tradições do clube. Em uma empresa normal quando se precisa cortar gastos, parte-se para o choque de gestão e não importa o departamento que precise ser atingido. Mas no Flamengo não se pode agir tão friamente. Afinal, vai que o clube caia e esses dirigentes entram para a história como os primeiros a rebaixarem o Flamengo. Precisam pensar e muito nisso!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O retorno do Maraca

Foram longos 1.008 dias desde a última vez que este blogueiro pisou no Maracanã, no dia 26 de agosto de 2010, um Flamengo e Atlético-MG xoxo, que terminou 0 a 0 na estreia do atacante Diogo pela 16a. rodada do Brasileiro daquele ano. O estádio fechou de vez as portas para se modernizar para o Mundial de 2014, no dia 05 de setembro de 2010. E finalmente reabriu para um jogo oficial 2 anos e 9 meses depois.

No dia 02 de junho Brasil e Inglaterra empataram em 2 a 2 e daquele estádio sessentão só restaram o nome e a fachada. A partir deste momento contarei como foi todo meu processo de chegada no entorno e até o momento que retornei para minha casa, depois de novamente pisar o sagrado templo maior do futebol mundial.



O domingo amanheceu ensolorado no Rio, depois de alguns dias chuvosos. Como sempre gosto de fazer em dias de jogos de grande apelo, decidi ir para a região do estádio bem antes do jogo, afim de almoçar por lá e evitar maiores transtornos. Deixei a Zona Sul por volta do meio-dia e peguei o metrô na estação Catete. Excepcionalmente no domingo a linha 2 estava operando no esquema Pavuna-Botafogo devido ao jogo. Desembarquei na Estação São Cristóvão tranquilamente por volta de 12h30 e fui almoçar no restaurante Chicos, que fica na esquina das ruas General Canabarro com Luiz Gama. Aproximadamente 600 metros do estádio. Terminei a refeição perto de 14h30 e rumei para o entorno do Maraca.

Ao me aproximar do gigantesco estádio já me deparei com todas as ruas do entorno bloqueadas ao tráfego, o que facilitou o deslocamento dos torcedores. Me deparei com muitos voluntários ajudando o público a encontrar o seu acesso correto. Adquiri ingressos para a entrada F, na Avenida Radial Oeste.  Aliás, antes de continuar um relato sobre os ingressos. Comprei a minha entrada através do site Futebol Card e paguei por ele R$ 50,00 e uma taxa de R$ 7,50 de conveniência. Entretanto tive de encarar uma fila para resgatar os ingressos mesmo assim. Ora, para que comprar pela internet então, se o fiz justamente para fugir das filas. Coisas que só acontecem no país da Copa.


Voltando ao Maracanã. Demorei um pouco para encontrar meu setor pois acabei me confundindo e indo na direção contrário. Uma vez que me coloquei no lugar correto e me aproximei do acesso, tive de passar por um detector de metais, semelhante ao que tem nos aeroportos. Acessei o estádio por volta das 14h40 até finalmente passar por todas as barreiras que o acesso Fifa impõe. A minha entrada se deu por uma das rampas novas criadas para facilitar o escoamento do estádio. Elas são semelhantes às do Engenhão, circulares e bem largas. Como meu setor era o superior, tive de subir até o final.

Tal qual aconteceu na minha primeira vez no maior do mundo, ao cruzar a rampa que dá acesso à antiga arquibancada, hoje totalmente ocupada por cadeiras muito confortáveis, minha primeira sensação foi de impacto, ao me deparar com aquele gigante, totalmente remodelado e muito, mas muito bonito. Procurei o meu assento e não tive qualquer problema para encontrá-lo e também não tinha ninguém lá sentado. Consumi apenas uma água durante os 90 minutos e gastei R$ 4,00.

É claro que fiz várias fotos para a posteridade, pois eu insisto, o Maracanã ficou deslumbrante e totalmente diferente. Em nada lembra o antigo. Ao final do jogo, um pouco frustrado pelo resultado, percebi que em menos de 5 minutos o estádio já estava quase que totalmente vazio. Esse, aliás, era um grande problema do velho Maracanã: a saída. Para deixar o estádio utilizei a rampa Monumental da UERJ, que estava desativada há anos. Em seguida acessei a passarela do metrô, por volta das 18h30 da noite. Demorei aproximadamente 30 minutos até entrar no vagão, entre filas e acessos na estação Maracanã. Cheguei no Catete 19h, em total segurança e sem sofrer qualquer percalço durante minha estadia no Maracanã e em seu entorno. O evento teste, ao menos a meu juízo, foi aprovado.

O Maracanã sempre será o Maracanã. Está muito diferente, mas é uma questão de adaptação do torcedor. E convenhamos, adaptar-se ao conforto é muito mais fácil que o contrário.

domingo, 26 de maio de 2013

Neymar no maior do mundo

Neymar decidiu permanecer no Santos quando tinha propostas de fora, em 2010. Mas a permanência foi condicionada ao pagamento de um salário no nível das maiores estrelas do futebol internacional. Com o apoio de mais de 10 empresas os vencimentos do craque ficaram garantidos, mas o Barcelona já havia acertado com o craque para ele ir pra Espanha após o término do contrato, depois da Copa do Mundo.
Neymar irá brilhar no Barça (Foto: Montagem do jornal Mundo Deportivo)
A princípio o Santos não receberia nada com a transferência, mas não é verdade. O clube lucrou muito com a permanência de Neymar, sua marca dobrou de valor e o lucro com o craque, em diversas frentes, superou os R$ 100 milhões. Isso sem falar nos ganhos dentro de campo, com títulos. O Santos, portanto, recebeu e muito.

Neymar iria ficar até o fim da Copa, não fossem acontecimentos externos que forçaram sua ida 1 ano antes. O time do Santos se desfez e o jogador ficou sobrecarregado dentro de campo, desgastando-se. O Real Madrid entrou forte na jogada para tentar tirar o jogador do rival. E o próprio Barcelona fez uma temporada irregular, forçando sua diretoria a fazer uma contratação de impacto. O acordo foi apenas antecipado, não há surpresa. Tanto que o clube catalão já estava pagando um gordo seguro para o caso de Neymar se machucar.

Eu não tenho dúvida alguma de que Neymar vá brilhar no Barcelona. Sua parceria com Messi vai entrar para a história do futebol e a seleção brasileira só terá a ganhar com esta transferência. Jogando na Europa, Neymar criará uma consciência tática que não possui hoje. Aprenderá a jogar de pé (sem cair a cada sopro do adversário) e verá como seu futebol irá melhorar ao jogar de maneira mais coletiva. Portanto, todos sairão ganhando. Boa sorte pra ele!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Embaixada Carioca: o Flamengo em Juiz de Fora

Juiz de Fora é uma cidade da zona da mata mineira, com pouco mais de 500 mil habitantes, e uma das mais importantes do estado de Minas Gerais. Entretanto, pela proximidade com o Rio de Janeiro (cerca de 150 km), o povo juizforano costuma ser muito mais adepto da cultura e dos times cariocas que dos mineiros. A simpática cidade é muito mais conhecida como embaixada carioca do que por qualquer outro motivo. Por isso, por lá as torcidas de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco superam facilmente a dos mineiros Cruzeiro e Atlético.

O Flamengo volta à Juiz de Fora, depois de quase seis anos de sua última partida por lá (vitória por 3 a 1 sobre o América-RN). Sem estádio para jogar na capital fluminense, o Fla começará por JF uma espécie de turnê por vários estados brasileiros. Com uma legião de rubro-negros na cidade mineira, a história rubro-negra na cidade tem momentos gloriosos e dramáticos para o Flamengo.

Ao entrar em campo para enfrentar o Campinense logo mais, o time do Flamengo atuará pela 40a. vez em Juiz de Fora. Para avançar à terceira fase da Copa do Brasil, basta um empate ou até mesmo uma derrota por 1 a 0. Se perder por 2 a 1 a decisão da vaga se definirá nos pênaltis. Nas outras 39 vezes em que jogou em JF, o Fla saiu vencedor 25 vezes, empatou oito e perdeu apenas seis, a última delas em 1990 para o Grêmio, por 1 a 0.

Estádio Radialista Mário Helênio deve estar lotado logo mais.

Sempre que precisou da força da torcida juizforana, o Fla obteve apoio incondicional. Na primeira conquista da Copa do Brasil, em 1990, o Fla jogou a final em Juiz de Fora contra o Goiás. O último gol em partida oficial marcado por Zico, também aconteceu no estádio Radialista Mário Helênio, em uma goleada aplicada sobre o Fluminense: 5 a 0. Esta partida marcou a inauguração do estádio municipal.

Entretanto nem tudo foram flores em Juiz de Fora. Em algumas oportunidades o Fla usou a força da torcida local para escapar da fúria dos cariocas, quando o clube beirava o rebaixamento à segunda divisão. Em 2001, com uma queda que parecia iminente, o Fla mandou os confrontos contra Internacional e Palmeiras em Juiz de Fora e saiu vitorioso nas duas oportunidades, mantendo-se na primeira divisão.

Desta vez a situação é bem mais tranquila e o Fla é franco favorito para avançar de fase. A diretoria rubro-negra prometeu mandar outros jogos pelo Campeonato Brasileiro em Juiz de Fora. A diretoria inclusive já confirmou o jogo contra a Ponte Preta (dia 25/05) para a cidade. Os mineiros mais cariocas do Brasil certamente irão lotar o Mário Helênio sempre que o Flamengo estiver por lá.

terça-feira, 14 de maio de 2013

O 'modus operandi' de Felipão

Quando Felipão foi anunciado como treinador da seleção brasileira no lugar de Mano Menezes, eu avisei que as suas atitudes e seu modo de trabalhar seriam os mesmos daqueles de 2001 e 2002. Suas convicções táticas, sua recusa em falar sobre não convocados, seu gosto por trabalhar com jogadores de sua confiança e raramente convocar para uma competição algum atleta que não tenha sido testado antes. Esse é o "modus operandi" dele e foi com ele que o treinador ganhou tantos títulos em sua carreira. Isso não vai mudar.

A lista definitiva da Copa das Confederações anunciada na manhã desta terça, 14, no Rio de Janeiro, só teve uma grande novidade, que foi a surpreendente troca de jogadores do Atlético-MG na convocação, saiu Ronaldinho e entrou Bernard. Os demais nomes eram esperados e poucas eram as dúvidas. Neste aspecto a lista foi coerente e a meu ver conta com os melhores jogadores para tentarem dar ao Brasil o título da Copa das Confederações.

Felipão durante o anúncio, no Rio. (Foto: André Durão/Globoesporte.com)

Eis a lista:

Goleiros: Julio Cesar (Queens Park Rangers-ING); Jefferson (Botafogo) e Diego Cavalieri (Fluminense);
Laterais: Daniel Alves (Barcelona-ESP); Jean (Fluminense); Marcelo (Real Madrid) e Filipe Luis (Atlético de Madrid-ESP);
Zagueiros: Thiago Silva (Paris Saint Germain-FRA); David Luiz (Chelsea-ING); Dante (Bayern de Munique-ALE) e Réver (Atlético Mineiro);
Volantes: Paulinho (Corinthians); Fernando (Grêmio); Luiz Gustavo (Bayern de Munique-ALE) e Hernanes (Lazio-ITA);
Meias: Oscar (Chelsea-ING); Bernard (Atlético Mineiro); Jadson (São Paulo) e Lucas (Paris Saint Germain-FRA);
Atacantes: Neymar (Santos), Fred (Fluminense), Hulk (Zenit-RUS) e Leandro Damião (Internacional).

Durante a coletiva de anúncio dos 23 convocados, Felipão, Parreira e o presidente da CBF, José Maria Marin, invocaram a velha e batida estratégia de invocar o espírito nacionalista do povo brasileiro com relação à sua seleção. Como se estivéssemos em 1970, faltou só ecoar no salão do hotel Sofitel a lendária música "Pra frente Brasil". Esse tipo de estratégia não cola mais e se mostrou furada na última Copa, quando Dunga quis imprimir um espírito excessivamente guerreiro no time brasileiro e todos lembramos o que houve.

Espírito de porco à parte, acredito que se Felipão conseguir dar uma cara a este time e os jogadores conseguirem um entrosamento dá para acreditar que o Brasil possa brigar pelo título da Copa das Confederações. Na minha opinião faltaram na lista os nomes de Alexandre Pato e Ramires. Os demais nomes eu também levaria. Boa sorte à seleção, mas sem essa de "ame-o ou deixe-o".

quarta-feira, 8 de maio de 2013

A 'guerra' das camisas

A batalha de bastidores que envolve Flamengo e Corinthians desde que eles viraram as maiores marcas do futebol brasileiro nunca terá fim. Estava adormecida desde a má fase dos paulistas, até 2009 e a dos rubro-negros, que ainda persiste, ao menos dentro de campo. O novo round deste duelo é acerca da validade dos dois mantos. Qual tem maior valor de mercado? Corinthians ou Flamengo?

Os campeões do mundo em 2012 vinham navegando em céu de brigadeiro sem o incômodo de ninguém e se vangloriavam de possuir a camisa mais valiosa do futebol brasileiro. Entretanto a nova diretoria que assumiu o Flamengo tratou de acirrar esta disputa com o anúncio de novos patrocinadores que se aproximam dos valores pagos ao Timão. A diferença é inferior a R$ 1 milhão, a favor dos paulistas de acordo com reportagem do site Globoesporte.com.

O Corinthians arrecada por ano com espaços de seu uniforme algo em torno de R$ 74 milhões. São R$ 30 mi da Nike (fornecedora de material esportivo) e mais R$ 30 mi da Caixa Econômica Federal (patrocínio master). Além disso mais R$ 14 mi de marcas (Fisk e Tim) que expõe em outros espaços menos nobres. O cálculo do Flamengo é de que receberá a partir de agora R$ 25 mi da Caixa (master), mais os R$ 35,6 mi da Adidas, novo fornecdor de material esportivo, além de R$ 12,5 mi da Tim e da Peugeot. O Fla pode tomar a dianteira nesta batalha pois há um espaço ainda a ser explorado, as mangas das camisas, que em tese valem mais do que a diferença atual. 

Estaria o futebol brasileiro caminhando para uma polaridade entre Flamengo e Corinthians, algo que de fato jamais aconteceu dentro das quatro linhas?

Fla e Corinthians polarizam os maiores contratos do futebol brasileiro.

Fogão incontestável

Não dá para colocar dúvidas sobre um título onde o campeão derrotou todos os adversários. O Botafogo sobrou na Taça Rio e levou com justiça o seu 20o. título Carioca de maneira antecipada. Para alçar voos mais ousados, entretanto, o Fogão precisa de um centro-avante de qualidade e mais opções no banco de reservas. A espinha dorsal com Jefferson, Mateus Dória, Seedorf e Lodeiro indica que o Botafogo pode brigar pelas primeiras posições do Campeonato Brasileiro. E onde estão os corneteiros do excelente Oswaldo de Oliveira? Desapareceram?

Os melhores

A seleção do Campeonato Carioca ficou assim para o Futebol e Samba: Jefferson (Botafogo), Lucas (Botafogo), Dória (Botafogo), Bolívar (Botafogo) e Carlinhos (Fluminense); Jean (Fluminense), Renato (Flamengo), Seedorf (Botafogo) e Lodeiro (Botafogo); Rafael Marques (Botafogo) e Hernane (Flamengo). Treinador: Oswaldo de Oliveira (Botafogo). 

Farsa insustentável

Está ficando a cada dia mais difícil para o poder público sustentar a farsa que foi a interdição do Engenhão. A Associação Brasileira de Engenharia divulgou uma nota em que defende que o projeto do estádio não tem qualquer problema. E para piorar o temporal que abalou o Rio na última segunda-feira, 06, com ventos de até 90 km/h, não causou sequer um arranhão na cobertura do estádio. Vale lembrar que a Prefeitura do Rio alega que com ventos superiores a 70 km/h e a cobertura poderia vir abaixo.

A verdade é que esta interdição é mais um jogo político da dupla Eduardo Paes e Sérgio Cabral para beneficiar o amigo Eike Batista, que pleitea administrar o Maracanã. O edital exige o acordo com dois grandes clubes da cidade (provavelmente Fla e Flu). Com o Engenhão fechado por tempo indeterminado um dos poderes de barganha dos clubes na negociação se perde. E a falácia de que o estádio, que custou mais de R$ 500 milhões de dinheiro público, oferece risco aos seus frequentadores, se desfaz como areia em construção de má qualidade!

Em tempo

Urge que o nome Estádio Olímpico João Havelange seja substituído por outro menos indecente!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Ôxente Mengão...

Flamengo e Campinense-PB começam nesta quarta a brigar por uma vaga na terceira fase da Copa do Brasil na cidade paraibana de Campina Grande. Eliminado precocemente do Estadual, o rubro-negro carioca pode evitar o jogo de volta caso vença o também rubro-negro paraibano por dois ou mais gols de diferença. Tarefa que não será fácil, uma vez que o time da Paraíba é o atual campeão do Nordeste e lidera o estadual local.

Entretanto um outro fator sempre chama a atenção toda vez que o Flamengo vai jogar no Nordeste do Brasil. A impressionante legião de torcedores do clube que vivem por lá. Não é exagero dizer que se o Flamengo é hoje o clube mais querido do Brasil, isto se deve à torcida que tem no Nordeste. No local do jogo de hoje, o estado da Paraíba, o Fla tem 42% da preferência dos paraibanos. Em toda a região, o rubro-negro só não lidera em Pernambuco e no Ceará, que junto com a Bahia, são os centros de futebol mais desenvolvidos por lá. De acordo com recente pesquisa da Pluri Consultoria, o Flamengo possui 22% dos torcedores da região Nordeste. Quase o triplo do segundo colocado, o Corinthians, com 8%.

O estádio Amigão, em Campina Grande, onde o Fla jamais perdeu.

Ao longo de sua história o Flamengo já realizou 353 partidas nos nove estados que compõem a região Nordeste - Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Conseguiu 197 vitórias, 91 empates e saiu derrotado 65 vezes. Um aproveitamento superior a 60% nos estados que, apesar de não terem hoje mais grandes times disputando títulos importantes, possuem a torcida mais apaixonada por futebol do Brasil.

O jogo desta quarta acontece no estádio Amigão, casa do Campinense e também do Treze, o grande rival do clube rubro-negro. O Fla só atuou lá quatro vezes e em nenhuma delas o adversário foi o desta noite (três vezes o Treze e uma vez o Fluminense). Foram três vitórias e um empate. Contra o Campinense o rubro-negro só jogou em duas ocasiões - empate por 2 a 2 em 1959 e vitória por 3 a 0 em 1960. A primeira e única derrota do Fla no estado da Paraíba aconteceu justamente na primeira vez em que atuou lá em 1952, 3 a 2 para um combinado de atletas do Botafogo e do Auto Esporte, na capital João Pessoa.  

segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Maraca é nosso?

O novo Maraca em nada lembra o velho...

 Muito se falou sobre a "reabertura" do Maracanã, que aconteceu no último sábado, 27. Os mais saudosistas lamentaram a morte do velho Maraca, onde o rico e o pobre se encontravam no Rio, em prol do futebol. Os defensores de que era preciso renovar se encantaram com a beleza do novo estádio, que é inegável que ficou lindo, mas fecharam os olhos para o inacabamento de uma obra que já teve sua entrega adiada três vezes. E tenho cá minhas dúvidas que ele fique realmente pronto até o fim de maio, data limite estipulada pela Fifa para a Copa das Confederações.


O grande cerne desta questão, na minha opinião, está calcado em dois pilares gravíssimos. O primeiro deles é o assustador desperdício de dinheiro público para um objetivo supérfluo em um país que ainda tem uma saúde doente e uma educação primária. As obras do Maracanã custaram próximo de R$ 1 bilhão desde 2005 até hoje. E com sua privatização nem 50% deste valor será recuperado. Ou seja, R$ 500 milhões de dinheiro público foi pelo ralo. E não há conforto ou modernidade que justifique tal desperdício. E nem Copa do Mundo.

O outro fator, de ordem sociológica e ideológica e, portanto, menos grave, é a latente elitização que engole o futebol brasileiro desde o início deste século. E esta obra do Maracanã é um ponto definitivo neste aspecto. A geral não existe mais, a arquibancada foi definitivamente substituída pela cadeira numerada, famosa na canção "O campeão", de Neguinho da Beija-Flor. O novo Maracanã ficou belo, mas será para poucos, muito pocos.

Dilema tricolor

O técnico Abel Braga vive um dilema decisivo nesta altura da temporada. E tudo dependerá do resultado diante do Emelec no Equador nesta quarta. Se vencer bem, poderá usar o que tem de melhor na final da Taça Rio contra o Botafogo, que é favorito e tem a vantagem de empatar para ficar com o título. Mas e se o Fluminense precisar fazer o resultado na outra semana contra os equatorianos? Abel poupará seus principais jogadores diante do Bota? Vale lembrar que em 2012, Abel sacrificou Deco para ficar com o título Carioca, mas perdeu o meia para o jogo de volta contra o Boca pelas quartas da Libertadores e acabou eliminado. Valeu a pena?

Começou bem

Como era esperado, o deputado estadual Chiquinho da Mangueira (PMDB-RJ) foi eleito o novo presidente da agremiação. E suas primeiras medidas foram acertadíssimas, as contratações da carnavalesca Rosa Magalhães (campeã do carnaval 2013 com a Vila Isabel) e do coreógrafo Carlinhos de Jesus, que volta à escola onde fez seus melhores trabalhos. Que todos tenham boa sorte na recondução da Velha Manga aos caminhos das vitórias...

Falando nisso, PARABÉNS ESTAÇÃO PRIMEIRA !

Mequetrefes

Precisavam reabrir o principal estádio do Brasil na Copa com este amistoso sem sal entre amigos do Ronaldo e amigos do Bebeto? Deixaram de fora os maiores nomes que fizeram a história do Maraca! Bola fora.....

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Em que planeta vive Felipão ?

O empate do Brasil diante do Chile no novíssimo e moderno Mineirão não deve ser levado à ferro e fogo porque alguns de nossos principais jogadores não puderam atuar, pois o duelo não foi em uma data oficial da Fifa. Só que mesmo assim arrancar um ponto diante do outrora freguês Chile, tendo sido dominado a maior parte do encontro é algo constrangedor. Ainda mais preocupante é notar que as convicções que Felipão tem de futebol são mais apropriadas aos anos 2000.

Felipão tem convicções táticas da década passada. (Foto: Karime Xavier/Folhapress)

A entrevista que nosso treinador deu essa semana para o jornal Folha de São Paulo é estarrecedora. Entre outros absurdos, Felipão afirma que volante com caraterísticas de boa saída de bola é bom apenas para imprensa, que nosso time está no nível dos principais favoritos à Copa e assegura que prefere a seleção de 1994 à de 1982, pois a primeira foi vencedora. E bradou, depois que o Barcelona foi humilhado pelo Bayern de Munique da Champions League, "quero ver agora pedirem para o Brasil jogar como eles". Como se tudo que os espanhois fizeram nos últimos cinco anos fosse desprezível.

A realidade é que a escolha de Felipão para treinar o Brasil foi um tremendo tiro no pé de dona CBF. Seus conhecimentos táticos, de que é preciso volantes marcadores, laterais velozes e atacantes altos, podiam funcionar lá em 2002, mas em pleno 2013, estão totalmente ultrapassados. Será que Felipão assiste os jogos da Champions League ?

Massacre Alemão

Falando na principal competição interclubes do mundo, o que dizer dos dois autênticos bailes de bola aplicados pelos alemães do Bayern de Munique e do Borussia Dortmund aos poderosos espanhois do Barcelona e do Real Madrid? Em dois jogos, 8 a 1. Aquilo sim é um futebol  moderno, com volantes inteligentes, atacantes rápidos, goleadores e aplicados taticamente. A Alemanha joga hoje o melhor futebol do mundo e pode ser tetra campeã do mundo em pleno país do futebol.

A titulo de curiosidade para os superticiosos: O Brasil foi tetra em 1994, 24 anos depois de ser tri em 1970. A Itália também esperou os mesmos 24 anos até ser tetra em 2006. A Alemanha, tricampeã em 1990, completa 24 anos na fila em 2014. Xiiiiii......

Perguntar não ofende

Esquecendo a questão salarial e financeira, e atendo-me apenas no aspecto técnico, questiono o seguinte: será que Ibson está tão mal assim que nem na reserva deste Flamengo ele tem futebol para estar?

Em tempo...

Muda Mangueira !!!!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Todo carnaval tem seu fim

A acachapanta e inconteste goleada aplicada pelo Bayern de Munique sobre o Barcelona nas semifinais da Champions League na última terça-feira, 23, acendeu uma discussão no mundo do futebol. Teria acabado a era  Barcelona, que encantou o mundo entre 2008 e 2012? A nova ordem mundial do futebol teria nos alemães da Baviera os novos donos da bola? Talvez seja precipitado analisar apenas porque os catalães sofreram uma inesperada derrota por 4 a 0, já que seu principal astro, Lionel Messi, está lesionado. O Barcelona não sofria derrota deste tamanho desde 2007.

Mas eu considero sim que vivemos um período transitório no futebol. O Barcelona, desde que perdeu o treinador Josep Guardiola, passou a ser um time, ainda que no seu nível de excelência, muito mais possível de ser batido que outrora. Tanto que basta recordarmos três momentos chave desde a saída de Guardiola. A eliminação para o Chelesa na Champions League 2011-2012, as derrotas para o Real Madrid já na atual temporada e a categórica derrota para o Bayern de Munique.

Messi assiste à festa alemã! Fim de uma era? (Foto: AP)
   


A história do futebol nos conta que todo grande esquadrão que marcou época teve seu período de auge e de queda. O Santos de Pelé perdeu do Corinthians, algo que jamais havia acontecido, em 1968 marcando o fim de uma era. O Flamengo dos anos 80, já sem Zico, perdeu um título carioca para o Fluminense em 1983 marcando o início do fim daquele time de sonhos. Pode ser que a derrota do Barça seja o marco zero de uma nova era.

O que não se pode esquecer e nem questionar é o lugar que esta geração do Barcelona tem na história do futebol. O encanto que causaram Messi, Iniesta, Xavi e companhia, tudo com o comando de Josep Guardiola, nos amantes do futebol está para sempre gravado nos anais do futebol. E como se diz na gíria do futebolês, ele é cíclico. Guardiola agora irá assumir o Bayern, que já joga um futebol tão vistoso como aquele Barcelona e ainda possui a aplicação tática da escola alemã. 

Parece que chegou a quarta-feira de cinzas para o Barcelona! Até o próximo carnaval....

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Salvem a Portela

Portela, querida Portela, razão da vida de dez entre dez portelenses, como diz um dos zilhões de antológicos sambas exaltação. Você, Majestade do Samba, que completa hoje 90 anos, possui o respeito que todos que chegam a essa idade merecem. Continua elegante e as marcas do tempo quase não se notam, externamente.

Mas você sabe que por dentro está doente, tem um câncer já em estágio avançado. O tumor Nilo precisa ser tratado com um tratamento de choque. O melhor remédio vem das mãos de seu filho mais ilustre, com todo o respeito que qualquer baluarte seu mereça, mestre Monarco. Todo portelense deve estar sempre ao lado dele. Porque Monarco não é um portelense, ele é a Portela.

Falar de sua história, cheia de páginas belas Portela? Não preciso, afinal, se eu for falar de você, eu hoje não vou terminar! Mais 90 anos de vida, e que esteja saudável a partir daqui!

Salve a Portela!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Gigantes feridos

Eu não me recordo em um passado recente de fases tão macabras envolvendo (ao mesmo tempo) os rivais cariocas Flamengo e Vasco. Ambos estão precocemente eliminados do Estadual de maneira melancólica e possuem times que estão há anos luz de suas tradições. Os vascaínos possuem apenas um ponto na Taça Rio e já amargam duas goleadas sofridas em clássicos. Os rubro-negros somaram cinco pontos no segundo turno, mas as derrotas para Audax e Resende sacramentaram a eliminação do maior campeão estadual do Rio.

O alento para os rubro-negros, ao menos por enquanto, é o discurso de reestruturação do clube prometido pela nova diretoria, com vistas a recuperar a credibilidade do Flamengo e recolocá-lo no caminho das glórias de outrora. Para os rivais vascaínos o horizonte pode ser ainda pior. Com um time muito fraco dentro de campo e o presidente Roberto Dinamite completamente perdido, o Gigante da Colina já é apontado como candidato ao rebaixamento no Brasileiro. Sem dinheiro para investir em reforços, o torcedor vascaíno terá um ano de muito sofrimento pela frente. E os rubro-negros também!

Tensão no Flu

Sem Deco, Thiago Neves, Wellinton Nem e agora Fred, o Fluminense vê seu time se enfraquecer justamente nos momentos decisivos do primeiro semestre. Uma derrota nesta quarta para o Grêmio pode tirar o clube da zona de classificação da Libertadores e obrigar a uma vitória na última rodada contra o Caracas. Isso sem falar nas finais da Taça Rio. Vale lembrar que em 2012, Abel Braga não poupo jogadores no Estadual, que acabou vencendo, mas sacrificou a classificação na Libertadores.

Bota Abaixo do Século XXI

No início do Século XX, o então prefeito do Rio, Pereira Passos, promoveu na cidade inúmeras obras que trouxeram inúmeras melhorias e avanços. Dentre elas o surgimento da Avenida Central (hoje Avenida Rio Branco). Mas o carioca pagou um elevado preço com as intervenções. O mais caro foi o surgimento das favelas, devido à "limpeza" étnica promovida pela prefeitura no centro da cidade. O período ficou conhecido como "Bota-Abaixo".

O novo Maracanã! Que preço pagaremos?




Pois mais de cem anos depois, o prefeito Eduardo Paes pretende ser um novo Pereira Passos. Com os grandes eventos que se avizinham, o Rio é um enorme canteiro de obras. Mas para isso, a prefeitura vem promovendo nova "limpeza" na cidade. Vide o que foi feito no Mudeu do Índio e a futura demolição da escola Friendereinch. Tudo isso para que? Criar estacionamentos para o Maracanã na Copa e Olimpíadas. Vergonhoso !!


O Maraca é nosso?

É nesta quinta, 11, que saberemos quem administrará o Maracanã pelo próximo ano. E é bom ficar de olho.

Constrangedor

A entrevista do ministro do esporte, Aldo Rebelo (PC do B-SP), ao programa Roda Viva da TV Cultura, desta segunda-feira, 08, pode ser resumida em uma palavra: Constragimento! 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O irresistível Galo

Já classificado com sobrar para as oitavas da Copa Libertadores, o Atlético segue atropelando sem dó nem piedade seus adversários. A vítima da vez foi o Arsenal-ARG, que já havia sido massacrado por um impiedoso 5 a 2 na Argentina e sofreu novo revés, desta vez em Belo Horizonte, pelo mesmo placar. Para terminar com a melhor campanha da primeira fase, o Galo precisa de uma vitória simples sobre o São Paulo na última rodada. Mas pode conseguir o feito sem entrar em campo, caso o Velez-ARG perca pontos até lá.
Ronaldinho vem jogando o fino.

O segredo do Galo na minha visão é seu quarteto ofensivo, com o craque Ronaldinho, o promissor Bernard, o matador Diego Tardelli e o guerreiro Jô. Todos iniciam a marcação ainda no campo de defesa do adversário. O Atlético joga com uma intensidade ofensiva que impressiona. E quando atua no Independência é quase impossível o adversário respirar (já são 43 partidas sem perder em casa). Na fase de mata-mata tudo muda, mas o Galo de Cuca é o time a ser batido no momento.

E a certidão do futebol ?

A nova diretoria do Flamengo vem trabalhando muito bem nos bastidores e conquistou uma enorme vitória fora das quatro linhas, no afã de moralizar o clube. O anúncio de que conseguiu todas as certidões negativas de débito com a União permite ao Fla receber incentivos e patrocínios de estatais. Nos bastidores da Gávea fala-se em uma proposta da Caixa Econômica Federal com valores de R$ 35 milhões por ano. Superiores ao que o banco paga ao Corinthians.

Entretanto dentro de campo a coisa continua muito negativa. O time não tem nenhum padrão de jogo e vive dos lampejos individuais dos ainda verdes Rafinha e Rodolfo. Para sonhar com títulos ou boas campanhas no Brasileiro e na Copa do Brasil o elenco precisa de ao menos seis nomes de qualidade, que cheguem para tomar conta da posição. A zaga é pífia, o meio não existe e o ataque ineficiente. Há muito o que fazer dentro de campo também.

Samba das cadeiras

Desde que acompanho o mundo do samba e do carnaval, há quase 20 anos, eu jamais vi um período de pós-carnaval tão movimentado. A dança das cadeiras atingiu seu ápice com um troca-troca envolvendo as poderosas Vila Isabel e Unidos da Tijuca. Os casais de mestre-sala e porta-bandeira trocaram de casa e a Vila perdeu Tinga, o intérprete, para a Tijuca. Em contrapartida Gilsinho, ex-cantor da Portela, é o novo puxador da azul e branco da Zona Norte. Isso porque ainda estamos em abril. O ritmo da dança, claro, é o samba....

Coincidência?

Só eu estou achando estranho que essa interdição do Engenhão tenha acontecido às vésperas da licitação do Maracanã ?

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O caminho não é mais tão curto

A Copa do Brasil foi criada em 1989, nos moldes das copas europeias, e passou a dar ao seu campeão uma vaga na Copa Libertadores do ano seguinte. Por contar com várias equipes de pouca expressão no cenário nacional, usou-se dizer por aqui que o caminho mais curto para chegar à principal competição das Américas era ganhar o torneio nacional. Desde 2001 os clubes que disputavam a Libertadores não podiam jogar a Copa do Brasil, tornando o caminho ainda mais fácil para os grandes, apesar de algumas zebras que aconteceram ao longo desses 25 anos.

Mas a partir da edição de 2013, a grande novidade é o retorno das equipes que disputam a Libertadores. Elas só entrarão na competição a partir do segundo semestre, quando a Libertadores já terá terminado. Terão acesso diretamente à fase de oitavas de final e se unirão aos demais nove classificados das fases preliminares e ao Vasco, que herdou do São Paulo a vaga, já que o tricolor irá disputar a Sul-Americana e está impedido de jogar a Copa do Brasil, por uma questão esdrúxula de nosso calendário. Aliás, quem estiver na fase final da Copa do Brasil e também tiver vaga garantida na Sul-Americana, vai ceder a vaga, uma vez que as competições acontecem de forma simultânea. 

Em 2012 o título ficou com o Palmeiras

Por contar com os melhores times do país, a Copa do Brasil deixa de ser um atalho tão fácil para a Libertadores. Como exemplo, basta lembrar a edição de 2012, vencida pelo Palmeiras com um time muito limitado e que acabou rebaixado no fim da temporada. A partir deste ano esta situação fica bem difícil de se repetir, apesar de estar longe de ser descartada.

Como a competição só termina em novembro, é cedo para apontar favoritos. Mas é impossível deixar de fora os times da Libertadores, principalmente Atlético-MG, Fluminense, Corinthians e Grêmio. Dos que terão de jogar já nas fases iniciais destaco Cruzeiro, Botafogo, Internacional e Santos. Flamengo, Vasco e Palmeiras correm por fora e precisarão se reforçar muito se sonham com o título.

Que comece a democrática e surpreendente Copa do Brasil !

sábado, 2 de março de 2013

Eu não vi Zico !

Meu pai trabalhou bem. Me fez admirador e adepto de tudo o que ele curte: mangueirense incorrigível no samba, rubro-negro soberbo no futebol. E eu só não me chamo Arthur porque a minha mãe (botafoguense) vetou de maneira veemente. Mas herdei a idolatria por Zico de uma maneira bem obediente. Entretanto, por uma questão sazonal, eu não tive o privilégio de ver o meu maior ídolo no futebol em uma única partida. Nasci em uma segunda-feira de novembro de 1984, dia seguinte de um Flamengo x Vasco (terminou empatado em 1 a 1), quando Zico já havia deixado o Flamengo para atuar na Udinese-ITA (ele retornaria ao rubro-negro para encerrar a carreira, em 1990).

Zico é o maior ídolo de um clube brasileiro em toda a história. Pelé não é tão idolatrado pelos santistas como o Galinho de Quintino é pelos rubro-negros. O exagero chega às raias da insanidade quando muito torcedor do Flamengo que eu conheço afirma que comemora duas datas para o Natal. O tradicional 24 de dezembro e o dia 3 de março, data de nascimento de Arthur Antunes Coimbra, que completa  neste domingo 60 anos de idade.
Zico jamais será igualado como ídolo maior do Flamengo!

Para me convencer a torcer pelo seu clube de coração, meu pai usou de tratamento de choque, já que não morávamos no Rio e ele não poderia ter a chance de me levar no Maracanã para ver o Flamengo (isso só foi acontecer em 1999, quando eu já tinha 15 anos de idade). Mas ele fez questão de me fixar três premissas na cabeça, qu eu sigo à risca até hoje: que a torcida do Flamengo é a mais incrível do mundo, que o rubro-negro é o maior clube de futebol do Brasil e que Zico foi muito mais que um craque dentro dos gramados, foi um mito que deve servir de exemplo a qualquer cidadão, seja ele rubro-negro ou não.

Eu costumo dizer que nasci na época errada e meus gostos não combinam com a maiorias das pessoas de minha geração. Como eu já disse, vim ao mundo quando Zico nem era mais jogador do Flamengo. Mas uma vantagem eu pude ter, pois a evolução da tecnologia me permitiu e me permite ainda nos dias de hoje me deliciar com os grandes momentos da carreira de Zico. Não é a mesma coisa, é claro. Mas uma espécie de prêmio de consolação.

Zico disse em uma entrevista, quando questionado sobre o pouco sucesso que fizera com a camisa da seleção brasileira, que não trocaria nenhum título que ganhou (e não foram poucos) pelo Flamengo pela Copa do Mundo, que os caprichos do futebol lhe tiraram. Pois eu digo que trocaria a minha maior emoção como torcedor do Flamengo (o título brasileiro de 2009, visto in loco em um Maracanã lotado) pelo prazer de ter visto ao menos uma vez uma partida de Zico no templo maior do futebol mundial, como meu pai tantas vezes tivera e me contara com o maior orgulho. Parabéns Galinho !   

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Os azuis portelenses

Serginho, Monarco e Falcon, os nomes que pretendem mudar a Portela.
Maior vencedora da história do carnaval carioca com 21 campeonatos (mas que não leva um título sozinha desde 1970), a Portela já tem o seu bastidor político agitado menos de um mês depois do fim do carnaval. Após mais uma decepção na avenida (um modesto 7o. lugar) os portelenses resolveram se organizar para derrotar o atual presidente da agremiação nas eleições de maio. Foi lançada oficialmente nesta segunda-feira (25) a chapa Portela Verdade, que tem na figura do baluarte Monarco seu presidente de honra, além de Serginho Procópio (presidente) e Marcos Falcon (vice-presidente).

A chapa, que lembra demais as diretrizes da Chapa Azul nas últimas eleições presidenciais do Flamengo, vem com a intenção de devolver à Portela seus dias de glória, que se perderam ao longo das últimas décadas, mas principalmente na gestão Nilo Figueiredo (onde a escola teve a pior colocação de sua história em 2005, além de carnavais mal executados na avenida). Por trás destes grandes portelenses estão as principais torcidas organizadas da agremiação e algumas empresas fortes, capazes de investirem na escola. Sem falar nos portelenses, que engajados e insatisfeitos com a gestão de Nilo, estão produzindo um enorme barulho nas redes sociais.

A candidatura foi lançada na sede da concessionária de automóveis Peugeot, uma das apoiadoras financeiras do grupo político, no bairro de Campinho. No evento, que teve participação maciça de integrantes da velha-guarda da escola, foi divulgado um texto com as diretrizes da chapa Portela Verdade. Dentre as principais ações anunciadas estão o resgate da importância política dos baluartes, a valorização da ala de compositores e a seriedade na gestão da escola e de seu carnaval, principalmente no que tange aos quesitos plásticos e visuais. O manifesto pode ser lido, na íntegra, neste link.

Como amante do carnaval que é, este blogueiro deseja sucesso e sorte à Chapa Portela Verdade e desde já declara seu integral apoio aos portelenses que verdadeiramente estão preocupados com o futuro da Águia. A gestão do atual presidente é um desastre (tanto que a escola foi a 9a. colocada se considerarmos somente os quesitos plásticos em 2013). A Portela precisa de uma gestão moderna, pois já provou inúmeras vezes que nos quesitos que dependam do chão da escola, as notas altas estão garantidas (vide o 3o. lugar nos quesitos de pista no último carnaval). Uma escola da envergadura da Portela precisa estar disputando sempre o campeonato. Com este grupo sério e engajado no comando da escola, os dias de glória tendem a retornar! Salvem a Portela...