quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Largou bem!

No post de ontem eu disse que para vencer a Libertadores o Flamengo precisaria, acima de tudo, controlar os nervos. E não é que com dois minutos de jogo o poçante Williams teve um acesso de fúria e desferiu uma cotovelada no adversário? Merecidamente expulso e o Fla com dez diante do Universidad Católica em sua estreia na Libertadores, em pleno Maracanã.

Menos mal que Léo Moura, em uma de suas melhores exibições com a camisa do Flamengo, abriu o marcador, de falta (à lá Zico), aos dez minutos de jogo. O gol deu tranquilidade ao Flamengo, mas o time recuou excessivamente e deu muito espaço ao adversário, que se tivesse um pouquinho mais de qualidade poderia ter complicado a vida dos rubro-negros.

Após a expulsão de Williams, o atacante Vágner Love teve que voltar para ajudar na marcação. E o jogador mostrou por A + B que pode desempenhar esta função tranquilamente se for necessário. Ocupou muito os espaços no campo, deu combate, sem esquecer, claro, de atacar. Porém, o recuo de Love fez Adriano ficar muito isolado na frente, e o Flamengo passou todo o restante da primeira etapa sem poder ofensivo.

Quem ameaçava era o Universidad Católica. E aqui cabe um elogio à tão criticada defesa do Fla. Aliás, eu também havia dito ontem que, além dos nervos, o Flamengo tinha de acertar a defesa, pois não se ganha Libertadores levando tantos gols. Pois ontem, pela primeira vez neste ano, o Flamengo encerrou uma partida sem sofrer um gol sequer. Destaque para a excelenta atuação do garoto Fabrício.

Única válvula de escape lúcida de sua equipe, o sérvio (naturalizado chileno) Mirosevic foi expulso após cobrar uma falta no travessão do goleiro Marcelo Lomba (que não sentiu a pressão de substituir Bruno). O meia do Católica deu um pisão em Toró e foi muitobem expulso. Aliás, a arbitragem do paraguaio Carlos Amarilla merece a nota dez.

Léo Moura conduz o Fla! Craque do jogo.

No segundo tempo, com igualdade no número de jogadores, o Flamengo passou a atacar mais o adversário em busca do segundo gol. Melhor jogador em campo disparado, Léo Moura além de ser perfeito no combate, imprimia muita velocidade nos avanços pelo lado direito do ataque do Fla. Foi com muita velocidade que ele construiu a jogada do segundo gol. Após roubar a bola na entrada da área rubro-negra, o lateral driblou um adversário com um toque de letra e lançou Adriano com um passe de trivela. Linda jogada que o Imperador não disperdiçou. Flamengo 2 a 0.

O segundo gol fez a equipe chilena se entregar de vez e o Flamengo passou a dominar inteiramente o jogo e abusar do direito de perder gols. Andrade ainda faria entrar os jogadores Éverton Silva (em lugar de Léo Moura com cãimbras) e Fernando (no lugar de Vinícius Pacheco, parta fechar o meio-campo). O Fla ainda teria a chance de fazer o terceiro e matar de vez o jogo. Vágner Love sofreu um pênalti que ele mesmo cobrou e perdeu. Jogou por cima do gol. Recebeu o apoio dos companheiros, da torcida e disse: "Só perde quem bate!"

No fim do jogo Andrade tirou Love e fez entrar Petkovic. Em apenas dois lances, o sérvio já demonstra que está recuperando a boa forma que fez dele o craque do Brasileirão-2009. Logo, logo o "Tromba" terá que arrumar um lugar para ele no time.

Para uma estreia em Libertadores, que sempre é tensa, o Flamengo jogou o suficiente para vencer com certa tranquilidade. Se os outros times do grupo forem iguais ao Universidad Católica, não há com o que se preocupar na sequência da 1ª Fase. A largada da corrida ao domínio da América foi satisfatória.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Para superar o trauma

O Flamengo inicia hoje, às 21h50, no Maracanã diante do Universidad Católica (CHI) a sua caminhada rumo ao sonhado título da Taça Libertadores da América. Troféu que o Fla não levanta há 29 anos, desde que foi campeão em 1981, pela única vez. Esta é a 10ª vez que o rubro-negro vai disputar a principal competição do futebol sul-americano. No Brasil, apenas São Paulo, Palmeiras, Grêmio e Cruzeiro disputaram mais vezes a competição.

Apesar da experiência de nove Libertadores no currículo, nos últimos anos o Flamengo vem amargando campanhas vexatórias nesta competição. Após uma longa ausência de nove anos (entre 1993 e 2002) o rubro-negro voltaria disputar a Taça Libertadores, graças ao título da Copa dos Campeões Regionais em 2001, mas seria eliminado ainda na 1ª Fase, em um grupo que tinha o Once Caldas (COL), o Universidad Católica (CHI) e o Olímpia (PAR), que viria a ser o campeão naquele ano.

Cinco anos depois, o Flamengo chegou à Libertadores como campeão da Copa do Brasil de 2006. Desacreditado, o Fla fez a melhor campanha de toda a 1ª Fase da competição, num grupo que contava com o Real Potosí (BOL), o Maracaibo (VEN) e o brasileiro Paraná Clube. Porém nas oitavas-de-final foi surpreendido pelo desconhecido Defensor (URU). Após uma derrota por 3 a 0 no Uruguai, a vitória por 2 a 0 no Maracanã não foi suficiente e o Fla foi novamente eliminado.

Em 2008, o Flamengo chegou à Libertadores com a credencial de ter sido o 3º colocado no Brasileiro de 2007, após uma incrível arrancada da zona de rebaixamento à classificação para o torneio continental. Com um time mais qualificado que o do ano anterior, o Flamengo novamente fez uma boa primeira fase em um grupo que continha Coronel Bolognesi (PER), o Cienciano (PER) e o tradicional Nacional (URU). A segunda melhor campanha da 1ª Fase fez o Fla encarar o América (MEX) nas oitavas. Com uma convincente vitória por 4 a 2 no México, o rubro-negro praticamente sacramentava sua passagem às quartas-de-final. Aí veio o grande baque. Em estado de euforia pela conquista do bi-campeonato carioca e pela despedida de Joel Santana, o Fla foi derrotado, em pleno Maracanã, por 3 a 0 (com show do atacante paraguaio Salvador Cabañas) e novamente sucumbiu nas oitavas.


Joel era o técnico em 2008. Soberba teve como desfecho um "Maracanazzo"

O time que o Flamengo leva para a edição de 2010 é o melhor que o clube montou nos últimos anos. Pelo menos se comparado aos elencos de 2007 e 2008. Com a responsabilidade e o peso de ser o campeão brasileiro de 2009, o Flamengo chega com o status de um dos grandes favoritos da competição. Ao lado de outros concorrentes brasileiros e dos sempre fortes times argentinos.

Para vencer a Libertadores o Flamengo precisa aprender a conviver com a pressão dos jogos fora de casa e a lidar com um favoritismo que, se não for muito bem dosado, pode fazer o clube protagonizar um novo vexame. O elenco é muito bom. Um goleiro em ótima fase. Um meio-campo que é dos melhores do futebol sul-americano e um ataque mortal, com dois jogadores de seleção brasileira.

Porém a defesa vem deixando a desejar e sofrendo muitos gols nesta temporada. Para ser campeão, o Flamengo tem de acertar a defesa, continuar fazendo os gols que a dupla Adriano-Vágner Love (o chamado "Império do Amor") vem marcando na temporada, mas principalmente tem de acertar a cabeça e jogar com a imponência que o campeão brasileiro precisa demonstrar para refletir em campo a força que este plantel tem no papel.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Papa Títulos do Rio!

É como disse Joel logo que o juiz encerrou a partida e o título do Botafogo na Taça Guanabara estava sacramentado: "Falam que sou antigo, que uso prancheta, mas quando chego numa final, têm que me respeitar". Nada mais coerente. Joel já ganhou 6 estaduais no Rio, com os quatro grandes clubes da cidade. Igual a ele somente Flávio Costa. Mais que ele, ninguém!

Esse título da Taça GB deve ter um sabor especial para Joel. Desta vez pegou um grupo esfacelado por uma goleada histórica sofrida para um tradicional rival. O Botafogo dos 6 a 0 diante do Vasco era um time acuado, entregue, desorganizado. Joel chegou e fez o que dele se esperava. Motivou uma equipe completamente derrotada.

Eu não acredito que treinador ganhe uma partida. Nunca acreditei. Acho que a parcela de um treinador numa vitória não passa de 20%. A diferença que o treinador pode fazer está justamente no seu poder de motivação. Aí Joel é um mestre. Vide o número de títulos em seu currículo. A linguagem próxima do boleiro ajuda os jogadores a jogarem para ele. Foi o que fizeram os atletas do Botafogo.

Joel Santana: o "Rei do Rio"

Joel Santana, ao chegar ao Botafogo, sabia do elenco limitado que tinha (e ainda tem) e resolveu "dançar conforme a música". Armou um ferrolho defensivo lá atrás e adotou o chuveirinho para a área como arma ofensiva. Graças ao atacante que dispõe no seu elenco: o perigoso El Loco Abreu. E foi assim, jogando atrás e apostando nos contra-ataques regados a chuveirinho que o Botafogo é campeão (bi-campeão) da Taça Guanabara.

O que fazia do Botafogo de Estevam Soares uma presa fácil para os adversários, pois partia para cima e levava um caminhão de gols, Joel tratou de estancar. Segura todo mundo atrás e parte para o contra-ataque. Para muitos é uma estratégia de time pequeno. Eu até concordo. Mas, infelizmente, apesar de ser um clube com uma história e uma camisa gigantescas, o Botafogo de hoje tem um time pequeno e limitado. E foi assim, jogando dentro de suas limitações que Joel levou o Fogão para a final do Estadual.

É a raposa felpuda, o Rei do Rio!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Procurando Pêlo em Ovo

Na cultura popular quando se diz que alguém está procrando pêlo em ovo é porque esta pessoa está criando problemas onde não existe, afinal pêlo em ovo é uma coisa que não existe. São os neuróticos e adeptos das teorias de conspiração, que preferem criar justificativas a reconhecer um erro ou uma derrota.

É o que setores da mídia esportiva estão fazendo agora para justificar a derrota do Flamengo diante do Botafogo, pela semifinal da Taça GB. O Botafogo venceu por 2x1, com um gol de Caio aos 38 minutos do segundo tempo, quendo o Flamengo dominava inteiramente o jogo. O Rubro-negro não teve competência nas finalizações e o Botafogo teve. E por isso, venceu. É tão simples como deduzir que pêlo em ovo não existe.

Mas como algumas pessoas têm que criar justificativas esdrúxulas, a culpa é do carnaval. Porque se os jogadores do Flamengo não tivessem caído na folia na Sapucaí, o Botafogo não teria vencido. Se Adriano tivesse ido treinar no sábado, certamente teria feito 5 gols na partida. Se Vágner Love não tivesse enchido a cara no camarote da Brahma, com certeza não teria perdido o caminhão de gols que perdeu no jogo. Ora, me poupem!

Porquê não valorizar que Joel armou um verdadeiro ferrolho defensivo e ganhou o jogo nos contra-ataques? Sim, porque o Bota chutou duas vezes no gol e fez dois gols. Aproveitamento de 100%! Isso deveria ser mais exaltado do que a velha e idiota lorota de que na Gávea existem regalias para uns e para outros não. De fato o Flamengo é um clube mais liberal do que devia, reconheço. Mas daí creditar a isso uma derrota vai uma longa distância. Lembro-me da revelião de jogadores do Corinthians, na década de 80, contra a concentração, que ficou conhecida como democracia corinthiana.

Concentração nunca ganhou jogo. Que o diga Romário. O fato de jogadores irem curtir o carnaval não configura falta de foco na partida, porque ao que me consta não faltou empenho a qualquer jogador do Fla em campo. E quem precisa de foco, com todo o respeito, é máquina filmadora. Jogador tem que jogar. Só que às vezes as coisas não dão certo. Isso acontece em qualquer esfera de atividade profissional.

O Flamengo deve pensar agora em sua estreia pela Libertadores, na próxima quarta, 24/02. E deixem os caçadores de pêlo em ovo criando teorias esdrúxulas para as derrotas que ainda virão, até porque é esporte. Se ganha e se perde. É normal.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Um novo mago nasce na Sapucaí

Desde que os desfiles das escolas de samba do Rio se tornaram um espetáculo muito mais para encher os olhos do que para se brincar o carnaval, a figura do carnavalesco se tornou decisiva para se vencer um carnaval. Desde o surgimento de Joãosinho Trinta, no Salgueiro, que em 1974 ganhou o carnaval, após um domínio secular de Mangueira, Portela e Império Serrano. A partir de então, nomes como Arlindo Rodrigues, Fernando Pinto, Fernando Pamplona, Rosa Magalhães, Renato Lage, dentre outros, fizeram a história dos desfiles.

Paulo Barros enfim é campeão! Novo mago da Sapucaí!

Agora surge um novo nome para este panteon de carnavalescos que revolucionaram os desfiles. Paulo Barros, ao inovar no desfile da Unidos da Tijuca, se equipara aos nomes citados acima. Nem tanto pelo título em si. Mas pelo ineditosmo de um estilo que impacta a todos a cada carnaval. Se Joãozinho foi mundiamente reconhecido pelo luxo, Renato Lage pelo estilo high-tech, Rosa Magalhães por seus desfiles técnicos, Paulo barros entra para a história por suas alegorias "vivas".

O carro do DNA, em 2004, causou impacto na avenida.

Desde que surgiu para o Brasil em 2004, com o histórico carro do DNA, na mesma Tijuca, em 2004, Barros já mostrava a que veio. O vice-campeonato para a escola do Borel fez todo mundo crescer o olho no estilo de Barros. No ano seguinte, com um pavão gigante que se mexia, novamente Paulo Barros levou a Tijuca ao 2º lugar. Porém, Barros não conseguia convencer os jurados de que este estilo era a tendência do novo carnaval. É o século XXI que chega na Sapucaí.

Porém, o desfile de 2010 da Tijuca vai entrar para os anais dos maiores desfiles do carnaval carioca. É divisor de águas como foram os desfiles da Beija-Flor em 76/77/78, os do próprio Salgueiro em 74/75, da Mocidade em 85, da Vila Isabel em 88, da Beija-Flor em 89, apenas para ficar nos mais recentes.

A comissão de frente da Tijuca em 2010. Truques de ilusionismo levantaram a avenida.

A vitória de Paulo Barros e da Unidos da Tijuca (que venceu um jejum de 74 anos de fila) vai criar uma nova tendência no carnaval carioca. É bom os carnavalescos mais antigos botarem as barbas de molho e seguirem o estilo de Barros, caso contrário veremos uma nova hegemonia dominar os desfiles da Sapucaí. Renato Lage já deu a entender que vai correr atrás de se atualizar e parabenizou Barros pelo título antes até da apuração.

O desfile de 2010 da Unidos da Tijuca, com o enredo "É Segredo!", fez surgir um novo mago na Sapucaí e inaugurou o novo século nos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A minha alegria atravessou o mar...


Mas afinal, que dia é esse?


Que dia é esse que nos faz tremer, suar frio e o coração bater mais forte?


Que nos faz sofrer sem dor?


Que nos faz temê-lo e, ao mesmo tempo, ansiar pela sua excitante chegada?


Que dia é esse que nos extrai o sangue, o suor e até mesmo nossas lágrimas?


Que faz nossa individualidade ser completamente absorvida pelo êxtase coletivo?

A minha alegria atravessou o mar
E ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante
No maior show da Terra

Será que eu serei o dono desta festa?
Um rei
No meio de uma gente tão modesta
Eu vim descendo a serra
Cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera
Hoje é dia do riso chorar
Levei o meu samba
Pra mãe-de-santo rezar
Contra o mau olhado
Carrego o meu Patuá

Acredito ser o mais valente
Nesta luta do rochedo com o mar
(E com o mar)

É hoje o dia da alegria e a tristeza
Nem pode pensar em chegar

Diga espelho meu
Se há na avenida
Alguém mais feliz que eu
*************************************************************************************************
ATÉ AS CINZAS...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Dunga é coerente!

Não sou nenhum entusiasta de Dunga como treinador, assim como nunca fui do mesmo como jogador. Mas é inegável concordar. O treinador da seleção é extremamente coerente em suas convocações e dificilmente vai haver uma grande mudança no nome dos convocados para o Mundial da África do Sul, em junho.

A lista divulgada hoje para o amistoso contra a Irlanda, em 2 de março, tem muito poucas surpresas e uma ausência, a de Ronaldinho. Há pouco tempo escrevi aqui mesmo no blog que o clamor pela volta do craque era exagerado e antecipado e que isso poderia afetá-lo, como de fato aconteceu. Desde o jogo contra a Inter, pelo Italiano, que Ronaldinho voltou a se omitir nas partidas. Portanto não merecia estar na lista de hoje.

Dunga manteve seu setor defensivo quase que intacto em relação à última lista de 2009. Manteve Júlio César incontestável no gol. Não entendi a volta de Doni, em detrimento de Vítor, do Grêmio, que é muito mais goleiro e vem jogando muito mais. Mas como são 3 goleiros na Copa, acredito que ele irá à África. Os laterais Maicon e Daniel Alves também são unânimes, mas a ala esquerda segue sendo testada. Os "cobaias" da vez são Michel Bastos, do Lyon e Gilberto, do Cruzeiro, talvez a grande novidade da lista. É bom lembrar que o jogador vem atuando no meio pelo Cruzeiro, mas quando entrou, em 2006, deu conta do recado. Vamos aguardar! A zaga também está fechada para a Copa: Juan, Lúcio, Luisão e Thiago Silva vão à África, salvo se alguém se lesionar.

Dunga, técnico da seleção. Não podem reclamar de falta de coerência!

No meio campo, Dunga ainda tem algumas dúvidas. E eu questiono muito esta formação escolhida pelo técnico, apesar de achar coerente com o que ele, Dunga, pensa!. Não dá para engolir 07 jogadores, de um total de 08 convocados para o setor, com características mais defensivas que ofensivas. O certo seriam 04 para cada lado. Gilberto Silva e Josué já não demonstram merecimento com atuações convincentes há um bom tempo. Felipe Mello, apesar das boas atuações na seleção, foi eleito o pior jogador jogador do Italiano ano passado. Ramires e Kleberson pelo menos tem qualidade no toque de bola e são habilidosos. Júlio Batista parece o mesmo caso de Josué e Gilberto Silva. Joga com o nome! Kaká é o grande craque da seleção, apesar da lesão no púbis. Por isso tendo a concordar com quem deseja a volta de Ronaldinho, apesar de achar que ele não atua bem há um longo período. Mas mesmo mal ele é muito melhor que Júlio Batista e Elano, outra teimosia de Dunga que eu realmente não consigo entender.

O ataque, na minha visão, tem nomes incontestáveis também. Não dá para sair dos nomes de Robinho, Adriano, Luís Fabiano e Nilmar. Como Dunga é muito coerente e os nomes escolhidos vêm cumprindo com o papel que deles se espera, estes serão os atacantes do Brasil na Copa. Os entusiastas de Ronaldo que se conformem. O gordo não jogará o Mundial da África do Sul. E o culpado é exclusivamente ele. Desde 2006 nunca fez uma atuação sequer que o fizesse merecedor de uma convocação. Parem de lutar contra os fatos!

A conhecida coerência de Dunga me faz concluir que uma vaga no gol, duas na lateral-esquerda e uma no meio-campo, são as únicas que restam para definir o time que enfrentará a Coréia do Norte, em 15 de junho de 2010, pela estreia na Copa do Mundo da África do Sul.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

É disso que o povo gosta!

Não há dúvida: o mês de fevereiro é o mais brasileiro dentre os todos do ano! Estamos no verão. Muitos ainda curtem as férias. O Carnaval já está betendo as portas. E no caso do Rio, as semifinais da Taça GB vão ocorrer bem no meio da folia de momo! Na cidade maravilhosa, aliás, já é carnaval. O fim de semana foi recheado dos desfiles de blocos e a última escola a desfilar na Sapucaí, o Salgueiro, já fez os últimos retoques para o desfile oficial.

E para melhorar o carnaval do carioca, no sábado de carnaval um grande clássico para decidir o primeiro finalista da Taça Guanabra. Fluminense e Vasco se enfrentam no Maracanã por uma vaga na final do 1º Turno. E sem essa de que clássico e clássico e não tem favorito. Tem sim senhor! E, na minha opinião, o favorito para este confronto é o Vasco. É o time que vem desempenhando o melhor futebol do Estadual, ainda vem cheio de moral, após a goleada sobre o Botafogo e o Flu, apesar de ter feito bons jogos, não se apresenta bem desde o fatídico Fla x Flu dos 5x3! Pode ser que eu erre, mas a torcida vascaína deve brincar o carnaval com mais alegria que os tricolores.

Bem mesmo estão os torcedores de Flamengo e Botafogo, que vão poder brincar o carnaval sem receios de terem uma decepção bem no meio da folia. Além, é claro, da zoação ao perdedor da partida entre Flu x Vasco. Mas também há favorito neste confronto. Acredito que até mais claramente que no outro clássico. É o Flamengo. Apesar da defesa apelidada de "Império do Terror", em contraponto aop "Império do Amor", vejo o time do Fla bem superior ao do Bota. Será o grande teste de Joal Santana à frente do Fogão. E cai encarar logo a dupla Adriano-Vágner Love. Não será fácil. A quarta terá mais cara de cinza para os botafoguenses, na minha opinião. Seja quem for o derrotado, que pelo menos a escola de coração saia vitoriosa na apuração do Grupo Especial!

Eu acredito que após muitos anos o grande clássico dos milhões voltará a protagonizar o futebol carioca. Flamengo x Vasco tem tudo para decidir a Taça GB. Não há uma decisão decisivo entre as duas maiores torcidas do Rio desde a Copa do brasil de 2006, vencida pelo Fla. É muito tempo sem o maior clássico do Rio na linha de frente do Maraca. Que as torcidas de Flu e Bota não fiquem bravas, afinal é apenas minha opinião. Não sou o dono daverdade, e nem tenho essa pretensão.

Enfim, que venha o carnaval e os jogaços. Afinal, é disso que o povo gosta!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A energia da Vila Isabel

Apesar de ter vencido apenas duas vezes o carnaval do Grupo Especial no Rio de Janeiro, a Unidos de Vila Isabel pode se considerar no panteón das maiores escolas de samba desta cidade. Mais pelas transformações que imprimiu dentro dos desfiles, muito em razão de sambas-enredos históricos, do que propriamente por resultados. Aí está Martinho da Vila que não nos deixa mentir!



Se a Vila não tem a força política e financeira de uma Beija-Flor, ou o atrativo turístico de um Salgueiro, muito menos uma vanguarda de um Salgueiro, ela tem no povo de Noel seu grande trunfo. E desde sua ultima queda, há dez anos atrás, e seu último acesso, em 2004, a Vila acordou e resolveu mostrar que não está para brincadeira. O inesperado título em 2006, quando falou da latinidade, mostrou isso. E desde então a Vila vem impressionando com desfiles competitivos aliados a sambas-enredo fortes.





Mas este ano a Vila está causando um imenso frisson antes do desfile oficial, quando vai contar a história de Noel Rosa. E para contar a história do poeta da Vila, ninguém menos que Martinho da Vila fez o samba. Um samba-enredo antológico, que vai sim entrar para a galeria das obras primas da escola da Zona Norte. E olha que esta galeria já conta com um "Kizomba", com um "Sonho de um sonho", um "Iaiá do Cais Dourado", dentre outros mais.





Os céticos gostam de esperar para ver se a obra-prima irá funcionar no desfile, na avenida. Pois eu digo que vai. Já vem funcionando muito nos ensaios técnicos. Os dois treinos realizados pela Vila Isabel impressionaram pela compactação e pelo canto dos componentes. Sem apresentar buracos e com um conjunto que nos acostumamos a ver nos desfiles da Beija-Flor e nos melhores anos da Imperatriz.





É claro que um desfile de escola de samba tem a avaliação de dez quesitos, basicamente divididos entre musicalidade e beleza plástica. Não vi como está o barracão da Vila. Mas quem viu disse que está muito bonito e a matéria que o RJTV fez lá no barracão da escola mostrou um carro incrível, com a réplica de uma estátua de Noel Rosa, que promete emocionar a Sapucaí.





Com este conjunto dificilmente uma escola deixa de levar o carnaval. Não estou dizendo que a escola vá levar o campeonato, afinal não dá para desprezar Mangueira, Beija-Flor, Salgueiro, etc. Mas que a Vila desponta como a grande favorita, isso desponta!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Tempestade em Rubro-Negro

Pet, pivô de confusão. Dirigentes do Fla atrapalhados.

Foi lugar comum após a épica virada sobre o Flu o seguinte comentário: "O Flamengo é o único clube do mundo que entra em crise após golear um tradicional adversário, e de virada!" Faz todo sentido. Isso tudo porque o clube da Gávea não consegue resolver seus problemas internamente, como manda qualquer cartilha de gestão profissional do futebol. Certa vez o treinador Caio Júnior, lembram dele?, disse que até o diretor da Bocha dá pitaco no futebol do Flamengo. E não é que ele tinha razão?

O caso Pet explicita toda essa dificuldade de estancar feridas, sejam do tamanho que forem. Petkovic ao ser substituído, de maneira correta, no intervalo do Fla x Flu de domingo, quando o Fla era derrotado por 3x1, resolveu deixar o Maracanã e ir embora. O diretor de futebol Marcos Braz o pediu para não ir pois o mesmo poderia ser sorteado no exame anti-doping, mas o sérvio ignorou a ordem e foi embora aborrecido. Em sua versão Pet disse que estava irritado com o resultado apenas e que fora dar voltinhas de carro no bairro da Tijuca e como ninguém o telefonou achou que estava liberado.

Ora, a versão de Pet parece descupla de um adolescente que foi pego aprontando alguma. Mas francamente, sua atitude, que está completamente errada, não é nenhum pouco pior que as inúmeras faltas de Adriano. E sua desculpa não chega nem perto, em termos de infantilidade, à dada pelo Imperador no famigerado caso da bolha, no fim do ano passado. E o que aconteceu com Adriano? Nada! Porque ele é o craque do time, e naquela ocasião o departamento agiu com inteligência e abafou o caso. Como o fez nas vezes que Adriano resolveu não ir à Gávea treinar. Assim que deve ser feito.

Inteligência que faltou agora no caso de Pet. Pra quê ficar criando toda essa situação de expectativa em todo mundo sobre se o sérvio iria ou não ficar na Gávea? Se seu contrato seria ou não rescindido? Não é preciso ser muito inteligente para saber que tudo terminaria em pizza, afinal Pet aceitou retornar ao Fla para receber a quitação de uma dívida que o clube tem com ele. Uma nova rescisão iria aumentar ainda mais esta dívida. Será que Marcos Braz não sabia disso? Se não sabia deveria saber.

Via de regra esta confusão só serviu para abafar o ótimo segundo tempo da equipe contra o Fluminense e para expôr a maior deficiência da gestão de futebol no Flamengo, desde sempre: a falta de habilidade em contornar problemas internamente. Que sirva de lição!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Uma partida antológica!

Para contar a história do jogaço de ontem entre Flamengo e Fluminense, peço licença a dois torcedores ilustres dos clubes, que já não estão entre nós, infelizmente. O tricolor Nelson Rodrigues e o rubro-negro Bussunda. Vamos imaginar que os dois marcaram de ver a partida juntos lá no céu, regado à cerveja e tira-gosto de primeira!

Nem em seus mais delirantes sonhos, o dramaturgo e escritor tricolor, Nelson Rodrigues imaginaria um jogo tão épico como o que se viu ontem à noite no Maracanã, que aliás tem o nome de seu irmão, Mário Filho, criador do apelido Fla x Flu. Nelson certa vez escreveu que o Fla-Flu "começou 40 minutos antes do nada".

Nelson, se vivo fosse, começaria a tarde de ontem apreensivo, pois Fred, o principal jogador do tricolor fora vetado momentos antes de a bola rolar. Desconfiado, como sempre foi, Bussunda não ficaria muito aliviado, afinal a defesa do seu Flamengo já sofrera 6 gols na temporada, em 4 jogos.

Tensões pré-jogo à parte, não havia nenhum indício de que o jogo seria como foi. Aliás, jogos épicos sempre começam como um jogo num dia qualquer. Mas Allan, o jovem atacante tricolor, começou a nutrir na torcida tricolor um sentimento de que uma goleada poderia estar se desenhando. Ao receber passe de Diguinho, em posição legal, o atacante chutou no canto direito de Bruno. Flu 1 a 0. Mais que o resultado, eram emblemáticas as atuações de Fla e Flu. O primeiro, apático, entregue, perdido. O segundo, veloz, eficiente, técnico. Quando Conca marcou o segundo, de pênalti, aos 40, a apreensão tomou conta da porção rubro-negra no Maraca!

Conca comemora seu gol. Flu golearia?

Lá no céu, o encontro entre Bussunda e Nelson Rodrigues já rendia provocações que pareciam irreverssíveis. Afinal, o Flu vencia por 2 a 0 e jogava o suficiente para golear por mais. Mas, como no Fla x Flu nada é muito tranquilo ou ireverssível, Adriano diminuiu, também de pênalti, e deu um alento aos rubro-negros. Aliás, os 2 pênaltis foram muito bem marcados. Aos 42', parecia que o Sobrenatural de Almeida, personagem cunhado por Nelson para explicar as façanhas do Fla x Flu, estava vestido de verde, branco e grená ontem. Após chute de Cássio, a bola desvia na zaga do Fla e mata o goleiro Bruno. Flu 3 a 1.

Bussunda já estava era doido para que este famigerado jogo se encerrasse, quando fora lembrado por Nelson que em 2004, também pela 1ª Fase da Taça GB, o Flu vencia por 3 a 1 e também dava olé quando o Fla virou para 4 a 3, com show de Felipe e do lateral Roger, lembra?

Adriano abraçado pelos companheiros. Show do Imperador!

Pois bem, Bussunda foi convencido a pedir mais uma cerveja e uma nova rodada de frango à passarinho, desta vez por sua conta. Eis que começa o segundo tempo, e o mal que acomete o Fla no primeiro tempo, muda de lado no campo. Agora é o Fluminense que parece com sono e afim de entregar o ouro! As alterações de Andrade surtem efeito (ele fez entrar Vinícius Pacheco e Willians em lugar de Pet e Fernando) e o Fla volta endiabrado para a etapa complementar.

Aos 07' de jogo, Vágner Love mostra para Bussunda e toda a nação rubro-negra que o Sobrenatural de Almeida virara a casaca no intervalo e agora estampava as cores vermelha e preta! Em um bate rebate dentro da área tricolor a bola sobra para o artilheiro do amor e o Fla diminui. O jogo está aberto. No minuto seguinte, Kleberson acerta belo chute e empata o jogo. Bussunda se empolga e pede outra cerveja. Nelson Rodrigues já está arrependido de ter convencido o amigo a ficar.

Era nítida a superioridade do Flamengo no campo. Principalmente no que tange à motivação. O Fluminense parecia rezar para que o jogo acabasse e o empate se confirmasse. E os tricolores respiraram aliviados, quando Álvaro foi expulso aos 17 minutos. Segunda expulsão do zagueiro na temporada. Mas o pior ainda estava por vir na tarde-noite de gala no Maraca!

Bussunda nos deixou em 2006, no dia em que o Brasil enfrentaria a Austrália pela Copa do Mundo. Morreu vítima de seu coração apaixonado pelo Brasil e pelo Flamengo. Aquela seleção maltratava o coração do humorista. E Adriano estava naquela seleção. Ele tinha de se redimir. Tinha de mostrar para Bussunda que aquilo fora um acidente de percurso.

A partir de então começou o show de Adriano, que ontem justificou o seu apelido de Imperador. Aos 37 minutos, em um contra-ataque mortal, ele recebeu de Vinicius Pacheco dentro da área e só empurrou para o gol. O que parecia impossível se repetia 6 anos depois. O Fla vencia por 4 a 3! Uma virada histórica.

Quando Nelson já se levantava para ir embora e Bussunda, extasiado e embriagado se esbaldava em zoações e piadinhas infames, ambos viram o show de Adriano ser fechado com chave de ouro. Novo lançamento de Vinicius Pacheco para o imperador que, em posição legal, correu em direção ao gol e fechou o caixão do Flu. 5 a 3! Festa rubro-negra no Maracanã.

E mesmo sendo tricolor Nelson Rodrigues gostou do jogo. Afinal, foi um jogo com a cara do Fla x Flu. Histórico, cheio de alternativas, 8 gols, uma verdadeira peça teatral que parecia ter sido escrita por Nelson e Bussunda. É pena que os dois viram lá do céu a mais um Fla x Flu que ficará para sempre nos anais do Maracanã.

Uma partida antológica!