quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Para superar o trauma

O Flamengo inicia hoje, às 21h50, no Maracanã diante do Universidad Católica (CHI) a sua caminhada rumo ao sonhado título da Taça Libertadores da América. Troféu que o Fla não levanta há 29 anos, desde que foi campeão em 1981, pela única vez. Esta é a 10ª vez que o rubro-negro vai disputar a principal competição do futebol sul-americano. No Brasil, apenas São Paulo, Palmeiras, Grêmio e Cruzeiro disputaram mais vezes a competição.

Apesar da experiência de nove Libertadores no currículo, nos últimos anos o Flamengo vem amargando campanhas vexatórias nesta competição. Após uma longa ausência de nove anos (entre 1993 e 2002) o rubro-negro voltaria disputar a Taça Libertadores, graças ao título da Copa dos Campeões Regionais em 2001, mas seria eliminado ainda na 1ª Fase, em um grupo que tinha o Once Caldas (COL), o Universidad Católica (CHI) e o Olímpia (PAR), que viria a ser o campeão naquele ano.

Cinco anos depois, o Flamengo chegou à Libertadores como campeão da Copa do Brasil de 2006. Desacreditado, o Fla fez a melhor campanha de toda a 1ª Fase da competição, num grupo que contava com o Real Potosí (BOL), o Maracaibo (VEN) e o brasileiro Paraná Clube. Porém nas oitavas-de-final foi surpreendido pelo desconhecido Defensor (URU). Após uma derrota por 3 a 0 no Uruguai, a vitória por 2 a 0 no Maracanã não foi suficiente e o Fla foi novamente eliminado.

Em 2008, o Flamengo chegou à Libertadores com a credencial de ter sido o 3º colocado no Brasileiro de 2007, após uma incrível arrancada da zona de rebaixamento à classificação para o torneio continental. Com um time mais qualificado que o do ano anterior, o Flamengo novamente fez uma boa primeira fase em um grupo que continha Coronel Bolognesi (PER), o Cienciano (PER) e o tradicional Nacional (URU). A segunda melhor campanha da 1ª Fase fez o Fla encarar o América (MEX) nas oitavas. Com uma convincente vitória por 4 a 2 no México, o rubro-negro praticamente sacramentava sua passagem às quartas-de-final. Aí veio o grande baque. Em estado de euforia pela conquista do bi-campeonato carioca e pela despedida de Joel Santana, o Fla foi derrotado, em pleno Maracanã, por 3 a 0 (com show do atacante paraguaio Salvador Cabañas) e novamente sucumbiu nas oitavas.


Joel era o técnico em 2008. Soberba teve como desfecho um "Maracanazzo"

O time que o Flamengo leva para a edição de 2010 é o melhor que o clube montou nos últimos anos. Pelo menos se comparado aos elencos de 2007 e 2008. Com a responsabilidade e o peso de ser o campeão brasileiro de 2009, o Flamengo chega com o status de um dos grandes favoritos da competição. Ao lado de outros concorrentes brasileiros e dos sempre fortes times argentinos.

Para vencer a Libertadores o Flamengo precisa aprender a conviver com a pressão dos jogos fora de casa e a lidar com um favoritismo que, se não for muito bem dosado, pode fazer o clube protagonizar um novo vexame. O elenco é muito bom. Um goleiro em ótima fase. Um meio-campo que é dos melhores do futebol sul-americano e um ataque mortal, com dois jogadores de seleção brasileira.

Porém a defesa vem deixando a desejar e sofrendo muitos gols nesta temporada. Para ser campeão, o Flamengo tem de acertar a defesa, continuar fazendo os gols que a dupla Adriano-Vágner Love (o chamado "Império do Amor") vem marcando na temporada, mas principalmente tem de acertar a cabeça e jogar com a imponência que o campeão brasileiro precisa demonstrar para refletir em campo a força que este plantel tem no papel.

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