segunda-feira, 27 de julho de 2009

O prazer de torcer

É muito bom torcer pela seleção brasileira de Vôlei. Desde que começou a Era Bernardinho, em 2001, só faz ganhar, o escrete canarinho nas quadras do planeta. E se a Copa do Mundo é a principal competição para o futebol, a Liga Mundial está também neste patamar para o Vôlei masculino. E é aí que comprovamos nossa incrível superioridade. Antes de começar a edição de 2001, o Brasil havia vencido 1 vez (no Brasil, em 1993) contra inatingíveis 8 títulos da Itália.

Ao longo destes nove anos, só não fomos campeões nas edições de 2002 e 2008 (curiosamente perdemos em casa para Rússia e EUA, respectivamente). E atingimos 8 títulos, empatando com a Itália. Feito que parecia impossível. Além disso, conquistamos outros dez títulos ao longo desses anos, onde se destacam dois Mundiais (2002 e 2006) e uma Olimpíada (2004).

Mas o que mais chama a atenção neste time não é nem a óbvia eficiência. É a garra e luta que estes jogadores demonstram dentro da quadra. Se Bernardinho está promovendo uma renovação, com nomes como Bruno, Leandrão e Lucão, e nesta fator reside a explicação para tamanha raça, afinal ambos querem mostrar serviço e conquistar a titularidade, temos por outro lado nomes como Giba, Serginho e Murilo, amplamente consagrados, demonstrando a mesma vontade de vencer e jogar pela seleção.

Na partida de ontem, com dura vitória por 3 a 2, vimos uma seleção brasileira bem inferior aos anos dourados da Era Bernardinho. Arrisco-me a dizer que a seleção da Sérvia é melhor que a do Brasil. Mas jogando com uma garra incrível, os brasileiros conquistaram mais um título. E como o próprio Bernardinho salientou, saiu melhor que a encomenda, pois o processo de renovação não visava vencer a Liga, logo neste ano.

Saiu mesmo melhor que a encomenda. Mais uma vitória fantástica. Dá gosto torcer pela seleção brasileira.


sexta-feira, 24 de julho de 2009

Isso aqui é Flamengo

Vejam o que se passou dentro da Gávea durante esses pouco mais de 7 meses de comando de Cuca no Flamengo. Brilhante material do repórter Eduardo Peixoto, do globoesporte.com, em que ele esmiúça a relação dos jogadores com o comandante. É assustador.

Tirem suas próprias conclusões:

"Campeão infeliz: os bastidores da era Cuca no Flamengo

Confira detalhes exclusivos dos problemas que o treinador enfrentou na Gávea
Eduardo Peixoto, do Globoesporte.com
Rio de Janeiro
Pode parecer cena do jardim de infância. Mas não é, e aconteceu no auditório da Gávea, em abril. Enquanto os jogadores do Flamengo, sob a liderança do então capitão Fábio Luciano, tinham uma reunião interna, o auxiliar e irmão de Cuca, Dirceo Stival, o Cuquinha, posicionou-se na entrada e colocou o ouvido atrás da porta para saber o conteúdo do encontro. Temia que estivessem tramando contra a comissão técnica. Não estavam e muitos sequer sabem que foram espionados.

A cena fez parte da redoma de desconfiança que o treinador criou desde que chegou ao clube, em dezembro. A bola de neve cresceu e transformou-se em um emaranhado de problemas que o afastou cada vez mais do elenco e terminou com a demissão dele, na tarde de quinta-feira.

Para muitos, a saída de Cuca é a vitória do antiprofissionalismo sobre um treinador empenhado em mudar o panorama reinante na Gávea. Talvez seja. Para a maioria dos jogadores e de quem conviveu com ele no período, no entanto, a história tem um outro lado.
- Infelizmente, já conhecia o Cuca de 2005 e a experiência não tinha sido das melhores. Ele é difícil de lidar, alterna muito o humor. A saída demorou até demais. Não havia clima - disse uma das fontes.

O primeiro tiro pela culatra foi dado logo no primeiro mês. Sentado no hall do hotel em que a delegação estava, em Volta Redonda, ele detonou o grupo que acabara de conhecer:

- Não sei como consegui perder dois títulos estaduais com o Botafogo para esse time.
Era a forma que encontrou para se defender de um possível fracasso no Estadual. Apesar disso, o mesmo elenco, três meses depois, garantiu a Cuca o único título expressivo de sua carreira.
Mas até o tricampeonato carioca, aquele que seria o momento mais feliz da relação, diversas minicrises foram instaladas e resolvidas. O técnico dizia para quem quisesse ouvir que os jogadores não se empenhavam nos treinamentos.
Os métodos de trabalho do preparador físico Riva Carli geraram rejeição. Na pré-temporada, havia lamentos sem pudor sobre a saída de Ronaldo Torres, profissional que trabalhava com Joel Santana. Em um dos episódios públicos, Juan ofendeu Riva diante da câmera do GLOBOESPORTE.COM reclamando do seu programa de treino.
A forma física de Obina, que posteriormente foi emprestado ao Palmeiras, sempre trouxe comentários desabonadores ao atacante. Em um deles, o comandante lamentou com Ronaldo Angelim:

- Essa barriga não é só de quem come muito. É de cachaça.

Antes de virar as costas e sair, o zagueiro afirmou:

- O Obina não bebe.

Ibson ameaçou abandonar final

Por mais que estivesse inconformado com algumas atitudes de descompromisso do grupo, o treinador escolheu uma forma perigosa de se esquivar e passou a criticar quase todos os jogadores. Por trás. Léo Moura recebeu a alcunha de lateral mais preguiçoso do Brasil. Nem mesmo o capitão Fabio Luciano escapava. Mas os dois nunca bateram de frente. O capitão, apesar de descontente com o que ouvia por terceiros, sempre tentou apaziguar o ambiente ruim. Mas os comentários não cessaram. Um dia, ao olhar Josiel em um treino, o técnico disse:


- É dose escalá-lo.

Um dos episódios de maior tensão aconteceu na final da Taça Rio contra o Botafogo. No jogo em questão, Cuca passou todo o primeiro tempo cobrando mais empenho do camisa 7, a quem chamava de "mimado", e gritando sem parar:
- Volta, Ibson! Marca Ibson! Se não fizer isso vou te tirar.

Na saída para o intervalo, o apoiador estava transtornado e reagiu:

- Você não pode falar assim comigo. Sou homem e te respeito.

A discussão se estendeu até o vestiário. Ibson trocou de roupa para ir embora e foi convencido por companheiros e dirigentes a rever sua posição e voltar ao campo. O título abafou a crise.


Cuca no empate do Fla sobre o Barueri

Mal visto por quase todos os atletas, Cuca encontrou nas divisões de base uma saída para seus problemas. Além de ver mais facilidade para dar ordens aos jovens, o ex-técnico queria promover uma reformulação. Ele via o grupo impregnado por "panelas" e uma superproteção a jogadores em quem não confiava, como Jônatas.

- No meio do ano a gente vai se livrar do Léo Moura, Juan, Fabio Luciano, Kleberson e Ibson, e aí nosso futuro serão os jovens. O Flamengo precisa passar por isso – dizia pelos cantos.

O amor pelos garotos durou até a primeira falha e novamente a língua o traiu. Após a atuação ruim de Welinton, contra o Cruzeiro, a metralhadora do técnico voltou a girar.

- Ele nunca vai ser bom porque é burro. Inteligência não se aprende – disse, durante um treino.
O Imperador
Por incrível que pareça, Adriano, um dos principais alvos do treinador, jamais tramou contra ele. De personalidade tranquila, o Imperador dava de ombros para as ameaças que recebeu.

- Se ele não se enquadrar, vou dentro dele. Não vai me sacanear – disse Cuca, depois de o jogador não comparecer a um treino.

Mas a relação entre os dois se complicou na véspera da partida contra o São Paulo. Ao contrário de todos os dias, quando os treinos não começam enquanto todos os jogadores não estão em campo, o técnico fez questão de iniciar logo a atividade. O Imperador viu aquilo como uma forma de expor que ele chegou atrasado. Coube a Cuquinha contemporizar a situação.

A cobrança do grupo

Aos poucos, os comentários chegaram aos ouvidos dos jogadores, que passaram a chamá-lo de traíra (na gíria boleira, o termo refere-se a uma pessoa que fala bem na frente, mas pelas costas detona). Na reunião que aconteceu em Teresópolis, em junho, o capitão Bruno abriu o jogo e externou essa situação:

- Cuca, estamos sabendo que você anda falando muitas coisas pelas costas.

Emocionado, o treinador se defendeu. Acreditou que estava tudo encerrado e os jogadores voltariam a confiar nele. Mas já era tarde.

- Posso garantir que quase ninguém gostava dele. Até o Angelim e o Juan, que não costumam reclamar de técnico algum, tinham um pé atrás com o Cuca. Ele se complicou muito – disse um jogador, que pediu para não se identificar.
No último dia, Adriano pediu a palavra na reunião para criticar as ações do treinador. Em vez de emoção e lamentos na despedida, a indiferença predominou. Os jogadores não o abraçaram. Apenas acenaram de longe e encerraram uma relação de aparências."
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MEU DEUS !!


Boa sorte ao próximo comandante da nau...



quinta-feira, 23 de julho de 2009

O Cuca não é o culpado

Mais uma vez a diretoria do Flamengo demonstra o quão é amadora e passional. A demissão de Cuca do comando técnico da equipe comprava esta tese. Cuca assumiu o Fla (nesta segunda passagem) ainda em dezembro de 2008. Comandou o time em 39 partidas, e perdeu apenas 7. 60% de aproveitamento. Sim, Cuca só perdeu sete jogos nesse ano. E caiu.

E porquê caiu? Porque os comandantes do rubro-negro conduzem o time com um nível de amadorismo assustador. Antes mesmo do confronto com o Barueri, o presidente em exercício do Flamengo (quem é o presidente do clube?) declarou que, caso o time não vencesse, a situação do treinador ficaria insustentável. Ora, quem pode trabalhar com tranquilidade assim?

Não é de hoje que a paixão fala mais alto que a razão na Gávea. Aliás, esta é uma marca dos dirigentes cariocas. Só Flu está no terceiro treinador nesta temporada.

O Flamengo conquistou, neste ano, o tricampeonato carioca. Foi eliminado na Copa do Brasil pelo Inter, que para muitos tem o melhor plantel do Brasil, jogando de igual para igual com o adversário. Vinha em 5º lugar no Brasileiro, até a sequência atual de 4 jogos sem vencer. Perdeu Ibson, o melhor jogador da equipe. Se o trabalho não era bom (a derrota para o Resende nas semifinais da Taça GB não pode ser esquecida) também estava longe de ser ruim.

Cuca deixa o clube em 11º lugar e com apenas 7 derrotas no ano. É lamentável o amadorismo dos dirigentes do Flamengo. Será por isso que o clube não vence um Brasileiro há 17 anos?

Kléber Leite anuncia a demissão de Cuca. "O futebol é dinâmico", declarou o treinador.

Cuca é um injustiçado

Alex Stival, o Cuca, é um profissional dos mais injustiçados na história recente do futebol brasileiro. Taxado de perdedor e pé frio, é um exímio montador de equipes. Um rápido exercício de reflexão comprova tal tese.

O time do Goiás, que em 2003, saiu da Zona de Rebaixamento para o 9º lugar, tendo feito a melhor campanha do 2º turno, foi comandado por Cuca.

No ano seguinte, já no São Paulo, Cuca levou para o tricolor nomes como Danilo e Josué, que seriam campeões mundias no ano seguinte. Sim, Cuca foi quem iniciou a montagem do vitorioso São Paulo de 2004 a 2008.

Apesar de não ter conseguido nenhum título, foi no Botafogo que Cuca mostrou sua competência. No brasileiro de 2007 vinha encantando o Brasil com uma equipe que jogava um futebol vistoso e ofensivo. Até a abertura da janela (em julho) o Bota liderou o Brasileiro por 10 rodadas. Sem contar as semifinais da Copa do Brasil, em 2007 e 2008.

Cuca é muito competente. Mas é injustiçado. Certamente assumirá outro clube ainda neste brasileiro.


terça-feira, 21 de julho de 2009

Uma boa pedida na TV

Samba na Gamboa

Tão carente de programas instrutivos e interessantes, eis que surge um bom programa na TV brasileira. "Samba na Gamboa" é apresentado por Diogo Nogueira, estrela da nova geração (Diogo é filho do inesquecível João Nogueira) e vai ao ar às terças-feiras na Rede Brasil, de 19h30 às 20h30. Uma hora de muita música de qualidade.

Diogo recebe no lendário boteco Trapiche Gamboa (que fica no bairro homônimo no Rio) duas personalidades do mundo do samba. Uma já consagrada e outra ainda à procura de um lugar ao sol. O programa aborda, a cada edição, um tema que tenha relação com o ambiente: samba aliado a boteco.

Na última edição, Diogo abordou o tema "Madrugada", muito oportuno com a, digamos, linha editorial da atração. Pegando carona no título de seu último trabalho, Mart'nália foi uma das convidadas.

A filha de Martinho da Vila entoou, ao lado de Diogo, músicas que tratavam do tema. Destaque para as lendárias "Galo cantou" (sucesso de Clara Nunes), "Diz que fui por aí" - de autoria de Zé Keti, mas eternizada na voz de Nara Leão - e "Vem chegando a madrugada", de Noel Rosa. Além, de cantarem os dois bateram um agradável papo, abordando o tema. Filhos de grandes nomes do samba, ambos lembraram de histórias hilárias da época em que acompanhavam a vida boêmia de seus patriarcas.

Impressiona a qualidade da produção e do som do programa. O que não deixa de ser uma novidade, em se tratando da Rede Brasil. Uma emissora que prima pelo conteúdo (está certíssima em fazê-lo) mas se esqueça da parte técnica. A plateia apenas faz figuração, como deve ser, aliás, senão o programa não anda. Diogo se sai muito bem em frente às câmeras. E o horário é excelente.

É uma ótima pedida.

"Samba na Gamboa" é reapresentado todo sábado às 18h30. Vale muito à pena conferir.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ronaldo é enfadonho

Ronaldo é fenômeno. É o maior craque brasileiro surgido após Romário. É o maior artilheiro da história das Copas. Tem bola para jogar, no mínimo, a próxima. É um fenômeno de marketing capaz de superar Kakás e Cristianos Ronaldos da vida. Tudo isso é fato. E contra fatos não há argumentos.

Mas às vezes eu imagino: Ronaldo é um mala, como pessoa. Nada que ele diz pode ser aproveitável (assim como 90% dos boleiros). Sua última participação no "Bem Amigos" (programa do Sportv comandado por seu amigo Galvão Bueno, onde o fenômeno sempre se sente à vontade) foi simplesmente inútil.

Tudo o que Ronaldo disse é digno de ser creditado a um completo imbecil. A começar pela provocação barata aos flamenguistas (Ronaldo deve ter uma frustração muito grande em não ter assinado com o Fla, pois sempre que pode faz questão de colocar o assunto na pauta de debates). Dizer que a torcida do Flamengo não é a maior do Brasil é brigar contra fatos. E contra fatos não há argumentos, ainda mais se tais argumentos vierem de Ronaldo.

E não parou por aí. O craque é contra o regime de concentrações. Também sou. Mas no caso específico do fenômeno, ele tem de ficar trancafiado sim, pois quando é liberado apronta farras com travestis bizarros. Age como criança, que seja tratado como tal.

Para encerrar seu vasto repertório de impropérios, o fenômeno encerrou alegando o porquê de ter pedido à diretoria do Corinthians para ficar em um quarto sozinho na concentração do Timão. "Não é nada pessoal contra o André [Santos, lateral esquerdo titular da equipe paulista], mas é que ele fala e peida demais". Meu Deus!

Um jogador eleito 3 vezes o melhor do mundo. Embaixador da ONU. Que serve de exemplo para milhões de crianças em todo o planeta. Ronaldo é um fenômeno nos campos. Mas fora dele suas palavras e ideias são medíocres. Como o "gordito" é enfadonho. E chato !

Ora Ronaldo, vá pentear macacos!