quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Até as Cinzas !!

Mas afinal, que dia é esse?


Que dia é esse que nos faz tremer, suar frio e o coração bater mais forte?


Que nos faz sofrer sem dor?


Que nos faz temê-lo e, ao mesmo tempo, ansiar pela sua excitante chegada?


Que dia é esse que nos extrai o sangue, o suor e até mesmo nossas lágrimas?


Que faz nossa individualidade ser completamente absorvida pelo êxtase coletivo?

A minha alegria atravessou o mar
E ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante
No maior show da Terra


Será que eu serei o dono desta festa?
Um rei
No meio de uma gente tão modesta

Eu vim descendo a serra
Cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera
Hoje é dia do riso chorar

Levei o meu samba
Pra mãe-de-santo rezar
Contra o mau olhado
Carrego o meu Patuá

Acredito ser o mais valente
Nesta luta do rochedo com o mar
(E com o mar)

É hoje o dia da alegria e a tristeza
Nem pode pensar em chegar

Diga espelho meu
Se há na avenida
Alguém mais feliz que eu

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ATÉ AS CINZAS...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

INACEITÁVEL

É inaceitável que Campeonato Carioca seja paralisado. Assim como é inaceitável que o Vasco esteja fora das semifinais da Taça Guanabara. Afinal, o clube da Colina somou dentro do campo os 14 pontos que o colocariam a enfrentar o Botafogo em uma das semifinais a Taça GB.

Porém, equivocadamente o TJD-RJ manteve a sentença de retirar do Vasco 6 pontos, graças à escalação "irregular" do jogador Jefferson. Não tive acesso ao processo. Não sei se o jogador estava regular ou não na partida.

Para relembrar: o Vasco estreeou contra o Americano pelo Cariocão 2009 em 24/01, e perdeu por 2 a 0. Porém, segundo o TJD-RJ, escalou irregularmente o meia Jefferson, o que fez a equipe da Colina perder 6 pontos e "terminar" a fase de classificação da Taça GB com 08 pontos, e na 6ª posição do Grupo A, portanto fora das semifinais.

Inaceitável que um clube deixe de participar de uma fase final de campeonato graças à uma decisão concebida dentro de um tribunal. Mas é também inaceitável que o campeonato seja paralisado por causa disso. Vão ficar sem jogar as outras equipes por causa do "equívoco" de uma? Reitero: mesmo que o Vasco esteja errado no caso Jefferson não acredito que a punição de perda dos pontos seja justa. O correto seria multar a equipe que cometeu a infração.

Porém, se está no regulamento de competições do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) que a punição da perda de pontos é plausível, então que se faça o que está escrito (mesmo que seja um absurdo). O que não pode acontecer é a paralisação do campeonato. E os interesses da televisão (que paga por exclusividade de transmissão)? E a organização para os jogos das semifinais? Como vai ficar?

É inaceitável que, em pleno século XXI, um campeonato de futebol seja paralisado graças à imbróglios judicias.

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Perguntar não Ofende:

Este Jefferson, do Vasco, joga tanto assim para valer o risco de tê-lo escalado em uma partida de estreia que não valia nada pelo campeonato, e ainda o Vasco perdeu ?

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Até quando ??















Que o futebol é uma paixão nacional não há discussão. Que o amor incondicional de torcedores por seus clubes é algo louvável e bonito até, também há de ser dito. Que os espetáculos promovidos pelas torcidas nos estádios de futebol é algo emocionante para quem os presencia, também é desnecessário dizer. Ou seja, não há como questionar a paixão do povo brasileiro pelo futebol.

Mas paixão exarcebada torna-se fanatismo. Amor demais causa mal. Excesso de zelo torna a pessoa obsessiva e perigosa. Não se pode confundir o ato de torcer com a atitude de nutrir ódio pelo próximo. Os estádios de futebol pelo Brasil estão criando uma nova modalidade de intolerância: a esportiva.

Quando o futebol causa morte

Este foi um domingo de clássicos nas três principais capitais brasileiras. E o horror e a barbárie, infelizmente, sobressaem em detrimento das notícias esportivas. Em Belo Horizonte o caso mais grave: um torcedor do Atlético/MG foi morto a tiros quando esperava o ônibus para ir para o Mineirão assistir ao jogo entre Cruzeiro e Atlético. Lucas Batista Marcelino, de apenas 20 anos, foi alvejado no pescoço por um torcedor cruzeirense que estava em uma moto. O jovem não resistiu aos ferimentos e faleceu. No Rio, antes, durante e depois do clássico entre Flamengo e Botafogo as duas maiores facções organizadas dos clubes se enfrentaram do lado de fora do Maracanã. Alguns deixaram até de assistir o jogo (!?) simplesmente para poder brigar e demonstrar qual lado seria o vencedor. Após o jogo, em todo o entorno do estádio, as torcidas se confrontaram e se juraram até de morte (segundo testemunho de pessoas que assistiam ao confronto completamente apavoradas). Após o fim do jogo, a polícia teve de deslocar os brigões para a Rodoviária (!?) para que os torcedores normais (aqueles que vão apenas torcer...) pudessem ir embora para suas casas. Até isto acontecer o policiamento teve que ficar tomando conta dos marginais, como se fossem suas babás. Ninguém foi preso.

E em São Paulo, torcedores do Corinthians e a PM se enfrentaram do lado de fora do estádio do Morumbi após o clássico entre Corinthians e São Paulo. Segundo relatos dos corinthianos a polícia os atacou simplesmente porque eles estavam cantados músicas que enalteciam seu amor pelo Corinthians.

Brigas, confusões, correria, confrontos, tiros, morte. Palavras que geralmente são utilizadas nas páginas policiais, agora também nas linhas esportivas, principalmente em dias de grandes jogos. Será que teremos de amargar o que aconteceu na Inglaterra, quando o governo decidiu proibir a prática do futebol no país, devido à violência dos hooligans ?

Ahhhh.... Os jogos ??

São Paulo 1x1 Corinthians - São Paulo/SP
Botafogo 1x1 Flamengo - Rio de Janeiro/RJ
Cruzeiro 2x1 Atlético - Belo Horizonte/MG

Houve algum vencedor ??


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Até tu Brutus ???

Foi com um sentimento de muita esperança que recebi a notícia da vitória (após uma intensa batalha judicial) de Roberto Dinamite para a presidência do Vasco, apesar de não ser vascaíno. Afinal, me lembrei de Platini e Beckenbauer, caos em que ídolos do gramado assumiram o terno e a gravata e arregaçaram as mangas, com algum sucesso nas suas gestões.

Roberto Dinamite foi o maior ídolo da história do Vasco. Isto é inquestionável e irrefutável. Mas não basta ser um ídolo para se dar bem no campo da gestão esportiva. Tem de estar preparado, cercado de pessoas de confiança e, principalmente, tem de ser profissional, qualidade tão rara em nossos dirigentes. Eu imaginei que Dinamite tivesse estas características, até porque ele é deputado estadual e conhece os trâmites da lei esportiva.

Mas eu me enganei. As denúncias do ex-vice de marketing do clube, José Henrique Coelho (ainda não comprovadas judicialmente) são graves e precisam de um rápido e convincente esclarecimento. Coelho acusa a administração de Dinamite de nepotismo e caixa dois. Segundo o ex-dirigente, o presidente mantém nos quadros de funcionários vários parentes. Do ponto de vista jurídico não há nada de mais, até porque o Vasco é uma instituição privada e seu presidente tem o total direito de se cercar de pessoas de confiança. Mas do ponto de vista ético não é o ideal, longe disso.

Coelho acusa ainda a diretoria de fazer caixa dois com os ingressos dos jogos, ao vender bilhetes de meia entrada pelo preço de inteira e de repassar gratuitamente entradas para as torcidas organizadas do clube, prática tão utilizada na gestão de Eurico Miranda.

Roberto Dinamite, por toda sua história no esporte e luta para moralizar, não só o Vasco mas todo o futebol carioca, merece crédito e chance para se defender. Mas há que fazê-lo rápido, sob pena de ser igualado a outros dirigentes que colocam os ganhos pessoais em detrimento das instituições que representam.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

E o Samba Sambou...

O samba-enredo campeão do Império Serrano em 1982 - aliás última vez em que a escola da Serrinha levou o título do carnaval carioca - já alertava:

"Super escolas de samba S.A./super alegorias
Escondendo gente de bamba/que covardia..."

Oito anos depois, em 1990, a simpática São Clemente também deu o recado:

"Vejam só/o jeito que o samba ficou (e sambou)
nosso povão ficou fora da jogada
nem lugar na arquibancada
ele tem mais pra ficar"

As escolas já deram o recado nestes dois sambas antológicos, mas as pessoas que dirijem o carnaval carioca não comprrenderam ainda, ou não quiseram comprrender. O resultado ?? A perda de espontaneidade dos componentes, o afastamento a cada ano dos verdadeiros bambas (nos áureos tempos a Velha Guarda vinha como a Comissão de Frente; hoje em dia ela vem atrás do último carro, quando vem).

Pior: as pessoas que são responsáveis pelo carnaval das escolas sequer tem alguma identificação com a agremiação que representam. Salvo, raríssimas exceções ! É só ver a já tradicional dança de cadeiras que dominam os ba
stidores após a quarta-feira de cinzas.

No dia de ontem surgiu uma notícia de um verdadeiro barraco entre puxadores de duas grandes escolas do Rio. Wander Pires (que já passou por seis escolas, em 15 anos de carreira) chegou às vias de fato com Bruno Ribas (que conseguiu atingir a marca de quase 10 escolas em sete anos de carreira).



É mais um fato que vem demonstrar a total falta de identificação entre as pessoas que fazem o carnaval de hoje em dia e o próprio carnaval. Os grandes bambas (em sua maioria) já nos deixaram. E os poucos que restaram estão à margem, excluídos das Super Escolas de Samba S.A.

E o samba sambou !!!


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Dunga, o caça-fantasmas...


O trabalho de Dunga pode até ser constantemente questionado, com certa razão até, mas é inegável constatar: o gaúcho vem se especializando em exterminar fantasmas que o rondam. Se em novembro passado ele deu cabo do fantasminha ranzinza Muricy Ramalho, agora ele não titubeou em botar para correr o não menos irritadiço fantasminha Felipão.

E a Seleção Brasileira voltou a vencer a Itália, fato que não ocorria desde 1989. O placar de 2 a 0 acabou sendo justo, graças ao excelente primeiro tempo da equipe de Dunga. Destaques para as exibições de Robinho, Elano e Maicon.

Mas a Itália foi quem assustou primeiro. Com 3 minutos de jogo, a Azzurra marcou um gol com Grosso, após lançamento de Pirlo, mas o gol foi mal anulado pelo juiz em um lance de difícil compreensão.

O gol acordou o Brasil, que passou a dominar a partida. Não tardou e a equipe brasileira abriu o placar com Elano, em uma ótima triangulação entre o meia do Manchester City, Robinho e Ronaldinho Gaúcho.

Aos 26 um golaço com a griffe Robinho. Após bola recuperada pelo próprio atacante do City na entrada da área, o atacante brasileiro pedalou para cima dos zagueiros italianos e bateu no canto de Buffon: Brasil 2 a 0.

Durante todo o restante do primeiro tempo a seleção jogou com leveza e desenvoltura, levando ao delírio os torcedores que lotaram o moderno Emirates Stadium, em Londres.

Seleção cai de rendimento no 2º Tempo.

No segundo tempo o técnico italiano, Marcello Lippi, mudou os 4 jogadores de frente da equipe, na esperança de, pelo menos, diminuir o placar. Em contrapartida, o Brasil passou a recuar muito e o jogo se tornou muito arrastado e entediante.

Aos 19 minutos Luca Toni marcou, mas o gol foi anulado, desta vez corretamente, pois o italiano ajeitara a bola no braço. Aos 36, de novo com Toni, a Itália perdeu sua melhor chance, numa defesa à queima roupa do goleiro Júlio César.

E o exorcista de fantasmas, Dunga, vai ter mais algumas noites para dormir em paz. Pelo menos por enquanto.

Imprensa Esportiva no divã...

Vamos refletir um pouco ??

Qual a principal matéria prima para as coberturas esportivas ??

Ora, o esporte, não é mesmo ??

Grandes coberturas esportivas remontam a grandes competições, grandes recordes batidos, Copas do Mundo, Olimpíadas, Jogos Pan-Americanos, etc...

Não me lembro de ver coleguinhas das editorias de esporte preocupados com a vida pessoal dos atletas. Afinal, o importante é (somente..) o desempenho dentro do esporte a que ele se dedica.

Mas, recentemente, tenho visto muita gente do esporte se meter hipócritamente na vida pessoal dos atletas. Malharam o quanto puderam o fato do craque Ronaldo ter ido a uma balada, quando estava de folga, e teceram todas aquelas teorias de ética e moral, já extremamente batidas e irritantes.

Outro caso foi o consumo de maconha, confessado pelo, não menos fenomenal, nadador Michael Phelps. A pressão da imprensa foi tanta que o nadador acabou suspenso por 3 meses.

Agora raciocinem: e o esporte ?? e o desempenho dos atletas ?? Foi abordado em, algum momento ??

Alguém é capaz de questionar a capacidade de ambos dentro do esporte que praticam ?? O que eu não entendo é porque a imprensa tem sempre que fazer o papel de "conselheira", como se a própria já não tivesse cometido equívocos atrozes, que nem cabe aqui esmiuçar.

Como atletas, tanto Ronaldo como Michael Phelps, estão no hall dos maiores de todos os tempos. Agora, como pessoas são sucetíveis a erros como qualquer ser humano. Claro, eles são pessoas públicas e deveriam dar exemplo aos demais. Mas quem nunca cometeu um deslize ??

Voltando ao questionamento inicial: é papel da imprensa esportiva dar importância a esses fatos obscuros da vida pessoal dos atletas ?? Ou seria mais condizente cumprir o papel de noticiar apenas os fatos esportivos ??

Eu fico com a segunda opção !!

Um abraço a todos...
Olá Amigos !!!

Após um longo inverno volto a postar meu pensamentos e ideias em um novo blog. Este afastamento temporário se deveu a um período de transformação profundo. Mas foi para melhor. Enfim, eu estou de volta para falar sobre música, esporte, cultura, política e o que mais provier em minha mente.

Sejam Bem Vindos !