sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Até tu Brutus ???

Foi com um sentimento de muita esperança que recebi a notícia da vitória (após uma intensa batalha judicial) de Roberto Dinamite para a presidência do Vasco, apesar de não ser vascaíno. Afinal, me lembrei de Platini e Beckenbauer, caos em que ídolos do gramado assumiram o terno e a gravata e arregaçaram as mangas, com algum sucesso nas suas gestões.

Roberto Dinamite foi o maior ídolo da história do Vasco. Isto é inquestionável e irrefutável. Mas não basta ser um ídolo para se dar bem no campo da gestão esportiva. Tem de estar preparado, cercado de pessoas de confiança e, principalmente, tem de ser profissional, qualidade tão rara em nossos dirigentes. Eu imaginei que Dinamite tivesse estas características, até porque ele é deputado estadual e conhece os trâmites da lei esportiva.

Mas eu me enganei. As denúncias do ex-vice de marketing do clube, José Henrique Coelho (ainda não comprovadas judicialmente) são graves e precisam de um rápido e convincente esclarecimento. Coelho acusa a administração de Dinamite de nepotismo e caixa dois. Segundo o ex-dirigente, o presidente mantém nos quadros de funcionários vários parentes. Do ponto de vista jurídico não há nada de mais, até porque o Vasco é uma instituição privada e seu presidente tem o total direito de se cercar de pessoas de confiança. Mas do ponto de vista ético não é o ideal, longe disso.

Coelho acusa ainda a diretoria de fazer caixa dois com os ingressos dos jogos, ao vender bilhetes de meia entrada pelo preço de inteira e de repassar gratuitamente entradas para as torcidas organizadas do clube, prática tão utilizada na gestão de Eurico Miranda.

Roberto Dinamite, por toda sua história no esporte e luta para moralizar, não só o Vasco mas todo o futebol carioca, merece crédito e chance para se defender. Mas há que fazê-lo rápido, sob pena de ser igualado a outros dirigentes que colocam os ganhos pessoais em detrimento das instituições que representam.

Nenhum comentário: