quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

E o Samba Sambou...

O samba-enredo campeão do Império Serrano em 1982 - aliás última vez em que a escola da Serrinha levou o título do carnaval carioca - já alertava:

"Super escolas de samba S.A./super alegorias
Escondendo gente de bamba/que covardia..."

Oito anos depois, em 1990, a simpática São Clemente também deu o recado:

"Vejam só/o jeito que o samba ficou (e sambou)
nosso povão ficou fora da jogada
nem lugar na arquibancada
ele tem mais pra ficar"

As escolas já deram o recado nestes dois sambas antológicos, mas as pessoas que dirijem o carnaval carioca não comprrenderam ainda, ou não quiseram comprrender. O resultado ?? A perda de espontaneidade dos componentes, o afastamento a cada ano dos verdadeiros bambas (nos áureos tempos a Velha Guarda vinha como a Comissão de Frente; hoje em dia ela vem atrás do último carro, quando vem).

Pior: as pessoas que são responsáveis pelo carnaval das escolas sequer tem alguma identificação com a agremiação que representam. Salvo, raríssimas exceções ! É só ver a já tradicional dança de cadeiras que dominam os ba
stidores após a quarta-feira de cinzas.

No dia de ontem surgiu uma notícia de um verdadeiro barraco entre puxadores de duas grandes escolas do Rio. Wander Pires (que já passou por seis escolas, em 15 anos de carreira) chegou às vias de fato com Bruno Ribas (que conseguiu atingir a marca de quase 10 escolas em sete anos de carreira).



É mais um fato que vem demonstrar a total falta de identificação entre as pessoas que fazem o carnaval de hoje em dia e o próprio carnaval. Os grandes bambas (em sua maioria) já nos deixaram. E os poucos que restaram estão à margem, excluídos das Super Escolas de Samba S.A.

E o samba sambou !!!


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