sexta-feira, 28 de setembro de 2012

É chegada a hora da decisão

Desde meados de agosto teve início o período que todo sambista de verdade mais gosta: as eliminatórias de samba-enredo nas escolas de samba. Com a chegada de outubro a partir desta segunda a cada dia teremos um samba escolhido. Ainda em setembro (já neste sábado) a Mangueira abre a maratona, que será encerrada no dia 20 de outubro, com a escolha na atual campeã, a Unidos da Tijuca.

Algumas escolas já estão com sambas finalistas e outras ainda possuem mais obras na disputa. Este post irá descrever a quantas andam as eliminatórias em cada agremiação do Grupo Especial, com direito a links para ouvir os sambas e as datas de cada final. Começando pela grande final na Estação Primeira de Mangueira!

Finais de samba agitam as quadras
29 de setembro - Mangueira: Como o enredo da verde e rosa em 2013 será a cidade de Cuiabá, a escola fez eliminatórias na capital do Mato Grosso também. E na final deste sábado um dos sambas na briga foi composto por cuiabanos. Mas a realidade é que a obra vinda do Centro-Oeste é muito fraca e só chegou à final por pressão política dos governantes sul-matogrossenses. Caso a Mangueira escolha este samba estará fadada a perder ponto em samba-enredo. Se quiser levar um samba de acordo com as tradições da escola a composição de Igor Leal, Jr. Fionda, Lequinho e Paulinho Carvalho deve ser a escolhida. Nem era o meu preferido, mas dos finalistas é disparado o melhor e o favorito da comunidade. Mas em se tratando de Ivo Meirelles tudo pode acontecer!

05 de outubro - São Clemente: Uma curiosidade interessante nesta final da São Clemente: o ex-intérprete da escola Leonardo Bessa gravou para as parcerias de Helinho 107 (maior campeão da escola) e de Gabriel Poeta, que compôs sozinho sua obra. Na minha opinião o samba da parceria de Nelson Amatuzzi é a mais adequada para defender o enredo sobre as telenovelas. Abusa dos históricos bordões que marcaram época na TV brasileira, além de ser irreverente, bem de acordo com a identidade da escola. Mas derrotar Helinho 107 e Leonardo Bessa não é tarefa simples!

11 de outubro - Salgueiro: O polêmico enredo sobre a Fama foi pauta até nas eleições municipais este ano. No momento que escrevo este post o Salgueiro tem ainda quatro sambas na disputa, e portanto ainda não são todos finalistas, pois até a grande final do dia 11 teremos outras eliminatórias. Mesmo assim acredito que o samba de Marcelo Motta e seus parceiros deverá levar de novo na escola tijucana. O refrão tem a cara da escola e de Quinho, seu principal intérprete. O samba de Moisés Santiago também tem muita força. São os favoritos! Vale destacar que a comunidade da escola terá direito a votar no seu samba preferido. Um feito inédito na história das eliminatórias de samba-enredo no Rio de Janeiro.

12 de outubro:
-Portela: Tal qual ocorreu em 2012 com uma obra antológica, a parceria favorita em Oswaldo Cruz é a de Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo e seus parceiros. Entretanto, a obra para 2013, que homenageia o bairro de Madureira, é inferior à composição deste ano e deve sofrer uma pesada concorrência do samba composto por Neyzinho do Cavaco e seus parceiros. Outros 3 sambas ainda seguem vivos na Portela até a grande final de outubro.

-Inocentes de Belford Roxo: Estreante no Grupo Especial em 2013 a escola da baixada errou na escolha do enredo e está fadada ao rebaixamento, a verdade é essa. E tal qual fez na Renascer de Jacarepaguá este ano, Claudio Russo (o compositor mais vencedor de sambas-enredo nos últimos anos) colocou uma parceria na agremiação que levará para a avenida uma homenagem à Coreia do Sul em 2013. E Russo deve sair de lá com mais uma vitória, uma vez que as outras obras estão muito aquém da qualidade que o Grupo Especial exige. Ainda são cinco os sambas em disputa na Inocentes até a final no feriado de 12 de outubro.

13 de outubro:
-Grande Rio: Ainda são cinco as obras que seguem vivas na disputa em Caxias no momento da confecção deste post. Uma ou duas eliminatórias devem ocorrer até a grande final do dia 13. Três destas obras devem chegar lá e a grande favorita para ser o hino da agremiação em 2013 é a parceria encabeçada por Edispuma, que vem vencendo na Grande Rio nos últimos anos. Entretanto em uma das parcerias está presente o diretor de carnaval da Portela (Junior Escafura), o que eu considero suspeito e uma enorme falta de ética, fato corriqueiro no mundo do samba hoje em dia. No meu gosto o samba de Edispuma é o mais adequado para representar o enredo sobre a defesa dos royalties do petróleo para o Rio de Janeiro em 2013.

-Vila Isabel: Depois de um sambaço em 2012, a Vila tem uma parceria que mais parece uma seleção de sambistas. Durante o período de eliminatórias a junção de Martinho da Vila, Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Tunico da Vila (filho de Martinho), foi apelidada de "dream team", em alusão ao time de basquete americano formado para as Olimpíadas de 1992. O samba ficou lindo, mas na minha visão é inferior à obra feita por Arlindo para o enredo sobre Angola em 2012. Mesmo assim deve ser aclamado no próximo dia 13 como hino oficial da escola, já que não tem concorrentes à sua altura. O enredo da Vila para 2013 é sobre a vida do homem do campo.

-União da Ilha: A escola que possui alguns dos maiores sambas-enredo da história escolheu um enredo que tem tudo para render ótimos sambas: o poeta Vinicius de Moraes. Seis sambas ainda seguem na disputa e será difícil para a direção escolher o vencedor. Duas obras são favoritas: as parcerias de Walkir (que tem o prata da casa Quinho defendendo o samba na escola) e de Marcinho. Eu espero que sejam mentiras os boatos que vi nas redes sociais, dando conta de que a parceria do jornalista da Rede Globo Alex Escobar já teria a vitória prometida. Seria uma várzea completa.

14 de outubro - Mocidade: Surpreendentemente temos uma boa safra de sambas em Padre Miguel. Não pela ala de compositores da escola que é muito boa, mas pelo enredo ser o Rock in Rio. A parceria liderada por Ricardo Mendonça deve ser a vencedora, pois tem dois refrões muito fortes e que prometem sacudir a galera. Eu continuo achando que a introdução daquele "ô, ô, ô, Rock in Rio" no meio do samba dá uma quebrada. Mas como quase todos os sambas têm isso, deve ter sido imposição do "Rir". Ainda são cinco os sambas na disputa na Mocidade e ainda teremos eliminatórias até a grande final. Destaco ainda as composições encabeçadas por Jeffinho Rodrigues e Jota Giovani.

17 de outubro - Imperatriz: Ainda faltando aproximadamente três semanas para a escolha do samba em Ramos, no momento do post restam sete obras disputando na Imperatriz. Mas a escola já tem o seu hino para contar a história do estado do Pará e me arrisco a dizer que é o samba do ano dentre todas as agremiações, independente do grupo. A composição solo do lendário Zé Katimba é simplesmente sensacional e também possui três refrões, como o samba da Portela para 2012. Se a escola optar por outra obra terá dado um enorme tiro no pé. Lembro que está sendo realizada uma eliminatória no Pará, que classificará uma obra para a grande final do dia 17. Eu duvido que tenha algum samba que possa fazer frente à Zé Katimba. Conversando com torcedores da escola, esse samba já venceu e em caso de surpresa a agremiação vai perder adeptos para esse carnaval. Jefferson Lima e Marquinhos Lessa devem brigar pela outra vaga na final.

18 de outubro - Beija-Flor: Assim como o Salgueiro fará, a Beija-Flor de Nilópolis também dará voz à comunidade na escolha do samba-enredo que versará sobre a história da raça de cavalos manga-larga marchador. Na minha visão a escola nilopolitana tem uma das safras mais fracas de sambas para 2013. Pelo menos entre as grandes escolas. Óbvio que um enredo como este prejudica muito. Cinco sambas ainda seguem vivos na disputa e haverá uma semifinal (no dia 11) até a grande final do dia 18. A composição de J Veloso, com participação especial (!?) de Claudio Russo, deve vencer. A obra de Amendoim do Samba também tem chances.

20 de outubro - Unidos da Tijuca: Campeão do carnaval em 2012, a Tijuca foi a última das grandes escolas a iniciar sua disputa de samba-enredo e também será a última a escolher seu hino oficial para 2013, para contar a história da Alemanha. Ainda são seis as obras vivas na agremiação tijucana. Os favoritos são as parcerias comandadas por Júlio Alves, Jorge Remédio e do atual campeão Josemar Manfredini, favorito novamente pois tem um refrão muito forte.

Enfim, este foi um guia do Futebol e Samba para o sambista acompanhar as finais de samba-enredo do Grupo Especial, seja comparecendo às quadras ou acompanhando pela internet (a Rádio Tupi, a Rádio Arquibancada e os sites Carnavalesco e SRZD transmitem as finais online). Assim que a
última escola definir seu samba e tivermos a safra de 2013 completa, voltarei a escrever sobre a expectativa dos sambas-enredo para o próximo carnaval.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O caminho é esse

Há poucos dias defendi aqui no Futebol e Samba que era desanimadora a ausência do torcedor carioca nos estádios em 2012. Na ocasião joguei luz a algumas premissas daqueles que defendem os motivos deste afastamento. Uma das teses principais era o elevado preço dos ingressos, que em alguns casos chega aos R$ 60,00. Pois o Flamengo, pressionado e desesperado pela proximidade da zona de rebaixamento, reduziu em mais de 60% o valor das entradas e o que se viu foi a resposta direta do torcedor: 34.116 ingressos vendidos e casa cheia para enfrentar (e vencer) o Atlético-MG de Ronaldinho Gaúcho.

O Flamengo arrecadou com esta partida o somatório de R$ 532.060,00. Ainda é preciso aguardar o borderô do estádio para saber de fato de quanto foi o lucro líquido, que é o que vai para os cofres do clube, descontando as despesas com o jogo. O Fla tem uma média líquida de 32% em seus jogos neste Brasileiro, o que no caso do jogo da última quarta daria pouco mais de R$ 170 mil. A renda média líquida em jogos do rubro-negro chega a R$ 226.731,00 por partida. A fonte dos valores é o blog do jornalista Rica Perrone.

Com ingresso barato, torcedor comparece

O torcedor rubro-negro, inflamado pelo fato de reencontrar o ex-ídolo Ronaldinho Gaúcho, compareceu em excelente número e pagou pelos ingressos, em média, a quantia de R$ 13,00, valor que cabe muito mais no bolso do que os absurdos R$ 60,00. Precisando contar com o apoio da torcida até o fim da competição, o Flamengo já anunciou que para a partida com o Bahia (no dia 04/10) a promoção de ingressos está mantida. Para o Fla x Flu de domingo os valores seguem os tradicionais porque se trata de um clássico e há um acordo entre os clubes.

Quando um clube é grande e possui uma grande torcida é preciso criar ações para levá-la ao estádio e não o contrário. Se o time estiver muito bem, as pessoas até pagam um alto valor uma vez ou outra porque têm confiança no resultado positivo. Mas no caso de uma má fase o valor dos ingressos precisa ser diretamente proporcional ao futebol apresentado em campo. Que Vasco, Botafogo e Fluminense sigam o Flamengo e criem ações para trazer o torcedor para o estádio, seja ele qual for!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Velhos Conhecidos




Enfim o esperado reencontro de Ronaldinho com a torcida do Flamengo vai acontecer, nesta quarta em um Engenhão lotado. O duelo era para ter acontecido em 4 de agosto, mas a partida foi adiada a pedido do Botafogo para preservar o gramado do Engenhão. Desde então atleticanos acusaram a CBF de favorecimento ao Fla, que naquele momento vivia uma crise profunda. Mas na verdade o Galo não foi prejudicado pois sempre esteve com um jogo a cumprir em relação aos rivais e agora, se vencer, volta a encostar no Flu.


Se o ex-R10 e atual R-49 é um conhecido do Flamengo, imagine o Atlético-MG? Acredito que seja este o confronto interestadual de maior rivalidade do futebol brasileiro, muito mais pelo lado mineiro é verdade. Também pudera: atleticanos não se conformam até hoje com a polêmica eliminação na Libertadores de 1981, quando os dois empatavam um jogo desempate no Serra Dourada e o árbitro José Roberto Wright expulsou vários atletas do alvi-negro. O jogo não terminou e a Conmebol declarou o Fla vencedor.

Além desta partida, outros confrontos históricos marcam a trajetória de Flamengo e Atlético. Desde que o Brasileirão por pontos corridos foi implantado em 2003 acabaram aqueles jogos eletrizantes, de mata-mata. Mas o confronto desta quarta é decisivo, porque o Galo precisa ganhar para encostar no Flu e o Fla precisa dos três pontos para se afastar do Z4. Confronto semelhante aconteceu em 2009, quando o rubro-negro aplicou 3 a 1 no rival em pleno Mineirão lotado e arrancou para a conquista do hexa.

A história do Campeonato Brasileiro registra 48 jogos entre Flamengo e Atlético-MG. O equilíbrio é total, com 18 vitórias para cada lado e 12 empates. O Galo leva vantagem porque marcou 48 gols e sofreu 41 dos cariocas. O que faz o torcedor rubro-negro tirar sarro do atleticano, entretanto, são os duelos decisivos. Sempre deu Flamengo quando o duelo foi eliminatório!

Na era dos pontos corridos, o Galo tem uma vitória a mais (6 a 5). Como mandante o Fla possui o dobro de vitórias, com 14 a 7, inclusive a última no Engenhão, uma goleada de 4 a 1 com direito a show do atual camisa 49 atleticano, Ronaldinho Gaúcho. Flamengo e Atlético parecem estar sempre se reencontrando, tal quais velhos conhecidos e desafetos. Quem leva a  melhor desta vez?

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Precisamos de Ganso

Depois de longos e enfadonhos 32 dias de negociação, Paulo Henrique Ganso é jogador do São Paulo. O tricolor adquiriu parte de seus direitos federativos junto ao rival Santos e a outra fatia foi bancada pelo grupo empresarial DIS, que já possuia a maioria do passe do jogador na época do Peixe. Ganso recebeu propostas de renovação do Santos e ainda do Flamengo, Grêmio e, claro, do São Paulo, que segundo ele foi a melhor.

É claro que o Ganso atual é muito mais uma aposta do que uma certeza de que vai dar certo. Para que isso aconteça o jogador, que tem um indiscutível talento, precisa voltar suas atenções exclusivamente para o futebol, uma vez que desde o início deste ano viveu se digladiando com torcedores e a diretoria do Santos. E isso, por mais talentoso que seja o atleta, influi muito em seu desempenho dentro de campo. Basta lembrar das pífias atuações de Ganso em alguns momentos tanto pelo Santos, como pela seleção brasileira.

Ganso pode voltar a vestir a 10 do Brasil, se quiser

Eu ainda confio que Paulo Henrique Ganso possa ser o comandante do meio-campo do Brasil na Copa do Mundo de 2014, ao lado de Oscar. Não há em nosso futebol nenhum jogador com as suas características de organização de jogo. Se ele voltar a ser o Ganso de 2010 e 2011, a camisa 10 da seleção brasileira tem de ser dele. Caso isso aconteça o São Paulo também ganhará um senhor reforço, já que vai perder Lucas a partir de 2013 para o Paris Saint Germain, da França.

Paulo Henrique Lima é paraense da cidade de Ananindeua e sempre que pode demonstra orgulho por sua terra natal. Começou a carreira nas divisões de base da Tuna Luso e ainda passou pelo Paysandu, até chegar aos profissionais do Santos em 2008. Comandou, ao lado de Neymar, um time irresistível que em 2010 encantou o Brasil. Entretanto duas lesões no joelho atrapalharam o seguimento de sua carreira, aliados aos problemas jurídicos com o clube que o revelou. Ganso é uma joia do futebol brasileiro e quem realmente quer uma seleção brasileira forte, deve torcer para que o meia volte a brilhar dentro das quatro linhas. Boa sorte pra ele!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A agonia dos gigantes

Restando 14 rodadas para terminar o Brasileirão-2012 duas das maiores instituições do futebol brasileiro lutam a duras penas contra um fantasma que volta e meia ronda grandes clubes: o rebaixamento para a Segunda Divisão. Flamengo e Palmeiras, que juntos possuem nada menos que 17 conquistas nacionais, sofrem com a má formação de seus times e veem o pesadelo se tornar cada vez mais real, à medida que as rodadas avançam.

O rubro-negro carioca cumpre todos os rituais que a história já ensinou que culminam com rebaixamentos. Brigas políticas, elenco enfraquecido, trocas de treinador, muitos jovens jogadores no time, goleadas acachapantes ao longo da campanha. No momento deste post, o Flamengo ocupa a 16a. colocação na tabela e está distante da zona apenas quatro pontos.


Torcedores de Fla e Palmeiras precisam assistir aos jogos de calculadora na mão

Com 27 pontos ganhos e seguindo a média de equipes que conseguiram se manter na elite desde 2006, quando o Brasileiro passou a ter 20 clubes, o Fla necessita chegar aos 45, restando portanto 18, o equivalente a mais seis vitórias em 15 partidas (já que o rubro-negro tem um jogo a cumprir contra o Atlético-MG). Os comandados de Dorival Júnior enfrentarão justamente seis concorrentes diretos na luta contra a queda até o fim do campeonato, sendo que três deste compromissos serão em casa. Além disso o Fla ainda terá que encarar cada um dos cinco primeiros colocados na tabela hoje. Cruzeiro e Corinthians, que parecem que já estarão de férias ao enfrentarem o Fla, serão bons adversártios para tentar garantir os 45 pontos e se manter na elite.

Se a situação dos cariocas é preocupante, a dos palmeirenses já passou a ser desesperadora. Com apenas 20 pontos e a 19a. colocação o Verdão precisa de mais 25 para escapar, tomando pos base a média necessária desde 2006. Isso equivale há oito vitórias nos próximos 14 jogos. Considerando-se que o Palmeiras venceu apenas cinco em todo o campeonato até aqui, parece ser uma tarefa impossível. O Palmeiras precisará operar um verdadeiro milagre para não ser rebaixado e eu acredito que dificilmente o fará! Infelizmente...

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Burros!

O treinador Cristóvão Borges não suportou a pressão da torcida do Vasco depois da acachapante derrota por 4 a 0 para o Bahia em pleno São Januário e resolveu pedir o boné ao presidente Roberto Dinamite. Desde que assumiu o clube após o AVC de Ricardo Gomes o ex-auxiliar vem sendo perseguido pelo torcedor vascaíno, mesmo nos momentos em que o Gigante da Colina brigava por títulos em 2011. 

Eu considero a saída de Cristóvão mais maléfica que benéfica ao Vasco. Desde que assumiu o clube em uma tremenda fogueira, o treinador jamais deixou de figurar no G4 do Campeonato Brasileiro, o que configura um recorde na história do Brasileirão por pontos corridos. Some-se a isso o fato de que com Cristóvão o Vasco brigou por todos os títulos que disputou no período. O treinador comandou o Vasco em um total de 78 jogos, obtendo 41 vitórias, 18 empates e 19 derrotas, aproveitamento de 60%. Se contarem essa história lá em Portugal vai virar piada!


A diretoria vascaína resolveu fazer dinheiro e vender toda a espinha dorsal da equipe que fez sucesso em 2011. Foram embora Diego Souza, Fágner, Allan e Rômulo. Ora, que time consegue manter um bom nível perdendo quatro atletas deste nível. Até se desfazer deles o Vasco fazia brilhante campanha, que beirava os 80% de aproveitamento, na ocasião inferior apenas ao Atlético-MG. Entretanto após a 11a. rodada (quando Diego Souza e Fagner foram os últimos a deixarem o cruzmaltino) o aproveitamento do clube despencou para pífios 36% (apenas três vitórias em 12 jogos). Campanha que deixaria o Vasco na 16a. colocação, brigando contra o rebaixamento.

O torcedor vascaíno criticava as escalações de Cristóvão. Mas como ele poderia fazer diferente com um elenco esfacelado, sem laterais de qualidade, volantes com boa saída de bola, um ataque descente e um goleiro que está em péssima fase? Some-se a isso as notícias de bastidores de que alguns atletas não se dedicam como deveriam, caso de Felipe que em recuperação jogava futevôlei na praia no dia da goleada para o Bahia. Será que a culpa é do Cristóvão? Será que ele é o burro? Pensem!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Onde foi parar o torcedor carioca?

Conhecido mundialmente por ser o tipo de torcedor que mais gosta de futebol, o torcedor dos clubes do Rio de Janeiro vem protagonizando uma triste estatística nesta edição do Brasileirão. Nenhum time carioca figura sequer entre os dez melhores no ranking da média de público. E pasmen: o enchovalhado Botafogo é quem mais tem levado torcedores ao estádio na atual edição do brasileiro. Nem Vasco e Fluminense, que estão entre os líderes da competição, conseguem fazer sua torcida comparecer com frequência aos jogos. 

Qual é a explicação? A violência que assola a cidade em dias de grandes jogos? Desencanto com o time (neste cao justificativa de rubro-negros e alvi-negros)? A dificuldade de acesso ao Engenhão? O preço dos ingressos? A facilidade e comodidade de assistir às partidas em casa ou em bares? Teses defendidas por muitos e todas têm uma certa razão.

É nítido que a ausência do Maracanã me parece a principal causa do afastamento do torcedor carioca dos jogos. No Rio ir ao Maracanã é muito mais que simplesmente acompanhar uma partida de futebol, é um ato que faz parte do costume carioca, como ir à praia ou a uma roda de samba na Lapa, por exemplo. O fechamento do ex-maior do mundo para as obras da próxima Copa do Mundo deixou o torcedor "órfão" de seu estádio e o fato de o Engenhão não ter pego favoreceu a debandada.

Cariocas decepcionam na média de público

Esta me parece a tese mais plausível, apesar de as demais também terem fundamento. A violência pode afastar alguns, mas porque os bares da cidade seguem cheios de gente, já que as brigas de torcida se dão mesmo é na rua? O desencanto com o time é explicação sim para uma fraca média de público. Nenhuma torcida comparece com o time mal (NENHUMA)! Mas Vasco e Fluminense estão na briga pelo título, ora. Sobre chegar ao Engenhão, um adendo: é difícil sim para os torcedores que moram na Zona Sul ou no Centro do Rio, mas para quem mora na Zona Norte é até melhor do que chegar ao Maracanã. A diferença é o entorno do estádio.

Apenas para efeito de comparação com o cenário atual: em 2009 quando o Flamengo iniciou sua reação que culminou com o título brasileiro, em paralelo o Vasco atropelava os adversários na Segunda Divisão e se aproximava do retorno à elite. O que se viu no Rio foi um embate histórico das duas maiores torcidas da cidade. Os vascaínos passaram a jogar no Maracanã e assim como os rubro-negros passaram a pulverizar os recordes de público da temporada. Um verdadeiro show!

Este ano nem Botafogo, nem Flamengo, nem Vasco e nem Fluminense conseguiram colocar (em média) mais de 10 mil torcedores por jogo em suas partidas como mandante. O melhor dos cariocas na tabela do campeonato, o Flu, tem a pior média, com inacreditáveis 8,8 mil pagantes por jogo. Clube que tem todos os recordes de público do futebol mundial, o Flamengo possui a pífia 13a. média de público. Algo precisa ser feito no Rio para que o torcedor carioca, o mais alegre e criativo do Brasil, volte aos estádios da cidade.