quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ranking dos grandes clubes brasileiros

Sempre que se discute, seja na mesa do bar, seja numa resenha entre amigos sobre a grandeza dos clubes brasileiros, a polêmica fica quente para se definir qual é "o maior clube brasileiro". Na minha concepção esta definição não pode levar em consideração apenas as conquistas, mas também a força política, a legião de torcedores, a estrutura física e a história por completo.

Mas a maioria destes critérios que citei são muito subjetivos, exceto um: a quantidade de conquistas. Por isso o Futebol e Samba, na figura deste que vos escreve, resolveu criar um ranking que define pontuações para cada conquista dos grandes clubes brasileiros, levando em consideração apenas os 12 clubes sediados nos quatro grandes centros de nosso futebol: Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

É desnecessário dizer que este rankingo não tem qualquer valor legal ou oficial, é apenas uma brincadeira para apimentar as discussões sobre se o clube A é maior que o B ou vice versa. Mesmo assim cabe uma explicação sobre os critérios do ranking. Definimos sete tipos de pontuação de acordo com cada competição. Ficou assim:

*Campeonato Mundial (sejaTaça Intercontinental ou Mundial da FIFA): 200 pontos;
*Taça Libertadores: 100 pontos;
*Campeonato Brasileiro (inclusive Taça Brasil e Robertão): 50 pontos;
*Torneio Sul-Americano (organizados pela Conmebol, mesmo os extintos): 40 pontos;
*Copa do Brasil: 30 pontos;
*Nacional/Regional (torneios extintos, como os regionais e a Copa dos Campeões): 20 pontos;
*Estaduais: 10 pontos.

Em caso de empate na pontuação o critério de desempate será o maior número de conquistas importantes. Ou seja, quem tiver mais Mundiais, Libertadores e assim sucessivamente até chegar aos Estaduais, competições que têm o menor peso na pontuação do Ranking.

O critério para distribuir os pontos obedeceu às conquistas de cada clube, devidamente pesquisadas na internet. Mas aqui consideram-se apenas os torneios oficiais. Competições como Troféu Ramón de Carranza ou taças amistosas ou comemorativas foram ignoradas. Fizemos isso para padronizar a classificação.

O Futebol e Samba irá divulgar a cada seis meses uma nova classificação do ranking, de acordo com o final das competições a cada semestre. E a primeira edição tem São Paulo e Santos brigando pela ponta de maneira destacada. Empatados na terceira colocação aparecem Grêmio e Flamengo, com vantagem para os gaúchos no critério de desempate. Mas vamos à classificação da primeira edição do "Ranking Futebol e Samba dos Grandes Clubes Brasileiros" (basta clicar na imagem abaixo para vê-la em boa resolução):


terça-feira, 28 de junho de 2011

¿Qué passa?

O incrível e inacreditável rebaixamento do River Plate, o maior campeão argentino de todos os tempos, é muito mais que lamentável para uma instituição de seu tamanho. Na minha opinião a queda deste gigante é sintomática no aspecto que explica o péssimo momento por que passam nossos hermanos argentinos no seu futebol. Carência de títulos da seleção, clubes falidos, um campeonato nacional caquético. E, apesar de Messi, ausência de ídolos.

Não fosse a Argentina um país semelhante ao Brasil no que diz respeito ao talento para se jogar bola, arrisco-me a dizer que nossos vizinhos teriam se transformado em uma ex-potência no cenário mundial. Isto não ocorreu porque eles são tão capazes como nós de revelar talentos. E a figura de Lionel Messi, o maior jogador do planeta, é o que salva o futebol argentino. Apesar de o craque jamais ter jogado profissionalmente em um clube argentino e ter uma postura muito mais de espanhol que propriamente de argentino. Isso nitidamente o afasta do torcedor argentino.

No aspecto local os argentinos vivem a pior crise de todos os tempos. O River Plate caiu e o Boca Juniors faz campanhas medíocres. Vale ressaltar que na Argentina para um clube ser rebaixado leva-se em consideração a média de pontos das últimas três temporadas, justamente para evitar que os grandes caiam. Mas o Ríver conseguiu mesmo assim. Os dois maiores clubes argentinos não disputam juntos uma Libertadores desde 2008. Maiores campeões da Libertadores, os argentinos chegaram apenas quatro vezes à final nas últimas dez edições. Para efeito de comparação, os brasileiros atingiram 11 vezes a decisão no mesmo período, com direito a duas finais entre nossos clubes em 2005 e 2006.

Tamanha crise no futebol dos nossos hermanos se reflete, claro, na seleção argentina. Bicampeã mundial e reveladora de nomes como Maradona, Verón, Messi, Batistuta e muitos outros craques, a Argentina não conquista um título com sua seleção principal desde 1993, quando levou a Copa América no Equador. São 18 anos de jejum, muita coisa! Neste período colecionou vexames nas Copas do Mundo, com direito a uma eliminação ainda na primeira fase em 2002 e um escândalo de doping em 1994. Para piorar viram os brasileiros dominarem com a chegada do penta.

A grande chance do futebol argentino de voltar a brilhar é agora, com a Copa América que tem início em 01º de julho. O torneio vai acontecer na Argentina e a seleção comandada por Sérgio Batista terá em Lionel Messi a grande esperança de voltar ao topo do pódio. A pressão será grande, mas os argentinos têm uma certa obrigação de levar o 15º caneco desta competição. Quem sabe isso não atenua a crise sem precedentes que vivem nossos hermanos?

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Para exorcisar os fantasmas

O Santos está muito próximo de erguer sua 3ª Taça Libertadores da América e de se igualar ao São Paulo como clube brasileiro mais vencedor desta competição. Mas para chegar lá a tarefa não será simples: tem de vencer o pentacampeão sul-americano, Peñarol, acostumado a vencer este tipo de competição (todas as conquistas da Libertadores do clube ocorreram longe do Uruguai).

Se conseguir o feito que apenas o time de Pelé conseguiu na décadada de 60, a geração de Neymar e Ganso será alçada a um patamar que muitos nem imaginavam, já que equipes tão ou mais talentosas que este Santos não conseguiram ganhar uma Libertadores. Mas se o título vier será a coroação do estilo ofensivo, do futebol moleque, da propalada ousadia e alegria que marcou esses meninos. E virá em um excelente momento, quando o mundo questiona se nosso futebol está descaracterizado.

Vencer um adversário do quilate de um Peñarol pode representar também o exorcismo de um fantasma. Sim, porque apesar de ser o futebol mais vitorioso do planeta, os brasileiros costumam deixar complicar jogos em que são francos favoritos e o descontrole emocional acaba colocando tudo a perder. Prova disso é que o nosso futebol atinge sua sétima final consecutiva de Libertadores e caso o Santos leve a taça será a quarta conquista nesta série, mas apenas a segunda contra equipes de outro país.

Nas últimas oito edições da Copa Libertadores a equipe que conseguiu ser campeã, evitou uma derrota no primeiro jogo, como garantiu o Santos após empatar em 0 a 0 na partida de ida. Vale lembrar que o critério de gols marcados fora de casa não é válido na final. Portanto qualquer empate no Pacaembu leva a final para a prorrogação e os pênaltis, caso seja necessário. Depois da vexatória eliminação em massa nas oitavas de final, os meninos do Santos podem colocar o futebol brasileiro no topo do continente com um bicampeonato da Libertadores, o que seria o 15º título do Brasil na competição.

Para que tudo isso aconteça eu mantenho minha forma de pensar: o Santos é muito superior ao Peñarol dentro das quatro linhas. Os uruguaios dependem totalmente do argentino ensaboado Martinuccio e se ele for bem marcado o time uruguaio inexiste. Já os brasileiros têm o retorno de Paulo Henrique Ganso e as presenças do eficiente Elano e do craque desta Libertadores: Neymar. Sem falar no acerto da defesa que Muricy Ramalho (o melhor treinador brasileiro) conseguiu aplicar no time. Se jogar com o talento que tem e a tranquilidade que precisa ter o Santos será tricampeão da América.

terça-feira, 21 de junho de 2011

UPP que dá samba!

A chegada da 18ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio ao morro da Mangueira não representa apenas o fechamento do chamado "cinturão de segurança" no entorno do Maracanã, palco de grandes eventos na cidade nos próximos anos, mas significa um simbolismo muito importante na história da cultura e do samba carioca. Por um motivo óbvio: naquele lendário morro está sediada uma das maiores instituições culturais do Brasil: a Estação Primeira de Mangueira, 18 vezes campeã do Grupo Especial.

No próximo carnaval se completarão dez anos desde o último campeonato da Mangueira. Durante esta última década a escola apenas conseguiu se manter algumas vezes no grupo das campeãs devido à incrível força de sua comunidade (na minha visão é o melhor canto do carnaval carioca). Porque devido à força do poder paralelo que dominava até os altos escalões da escola, os investimentos estiveram afastados. E no carnaval atual, infelizmente, sem dinheiro não se vai longe.

Mas como bem lembrou o competente Aydano André Motta, no blog de Ancelmo Gois em "O Globo", a instalação da UPP no morro vai mudar o patamar da escola. Hoje os principais investidores no carnaval se localizam na Beija-Flor, Unidos da Tijuca e Grande Rio. A Mangueira, como força cultural e marca a ser explorada, é infinitamente superior à estas agremiações. Com a chegada dos investidores e a já propalada força da comunidade, a escola de Cartola, Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento e muitos outros nomes históricos será naturalmente alçada ao primeiro escalão do Grupo Especial.

Se conseguir neutralizar algumas rixas internas, como conseguiu por exemplo o Salgueiro, a Mangueira em breve conquistará de novo um carnaval. Porque infelizmente as grandes agremiações do passado, como Portela e Império Serrano, além de não possuírem a força financeira, estão mergulhadas em disputas políticas intermináveis. A união e a chegada de investimentos pode fazer o carnaval carioca a novamente ser dominado pelos 4 ases do samba: Mangueira, Império Serrano, Portela e Salgueiro. Que assim possa ser um dia, quem sabe?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Investimento com retorno garantido

Daqui a alguns dias veremos em ação em diferentes países da América Latina a nossa seleção brasileira lutando por dois títulos muito importantes: na Argentina, a principal lutará pelo tri da Copa América e na Colômbia a sub-20 vai em busca do seu quinto título mundial. E chama a atenção a quantidade de jovens talentos com imenso futuro pela frente que participam destas seleções. Como um dia disse o desafeto dos brasileiros, Maradona, "no Brasil basta se levantar uma pedra para se achar um bom talento".

Eu concordo com o ídolo argentino e vou além: em plena era do marketing e dos investimentos em imagem e estrutura, ainda não há investimento mais sólido no futebol do que as divisões de base dos grandes clubes. Tradição que alguns deles abandonaram e outros estão buscando retomar. Não é coincidência que os times brasileiros mais bem sucedidos nos últimos anos têm em comum a revelação de bons valores para o futuro, casos de Santos, São Paulo e Internacional.

Investir em uma safra jovem é muito mais rentável a longo prazo do que trazer atletas caros e que já não rendem tanto como outrora. Um caso crasso desta tese é o Fluminense. Apesar do título brasileiro conquistado em 2010, o tricolor tem uma política esportiva equivocada na minha visão: vende os seus bons valores revelados na base em Xerém, para contratar medalhões que nem sempre rendem o esperado. Deveria tentar manter os jovens e mesclar com bons nomes experientes.
O Flamengo recentemente esteve próximo de cometer a mesma sandice, e ainda não é garantido que não o faça. Precisando desesperadamente de um atacante, o clube negocia com o jovem André, atleta pertencente ao Dinamo de Kiev-RUS, e pretendeu dar uma quantia em dinheiro e o passe do jovem e prodígio Diego Maurício para convencer osa russos a liberar o ex-santista. O que em minha opinião é uma burrice sem tamanho. Trocar um jovem por outro, sendo que Diego foi criado no clube e poderia ser negociado em um futuro próximo por uma excelente quantia.

Este dois exemplos vão na contra-mão do que fazem, por exemplo, Cruzeiro e Santos. O clube paulista, que tem hoje em seu plantel joias do quilate de Neymar e Ganso, luta com todas as forças para mantê-los o máximo de tempo possível em nosso futebol. E nem por isso deixam de contratar bons reforços para fortalecer o elenco. Os mineiros são mestres na arte de negociar. Há poucos anos negociaram a promessa Guilherme (hoje no rival Atlético) e ainda trouxeram o excelente Kléber, hoje no Palmeiras. E receberam uma bolada por isso.

De que adinata investir na estrutura das divisões de base se assim que as joias estouram os clubes só querem é vender, sem os atletas ainda terem atingido a maturidade profissional? Uma pressa que faz o dinheiro ir para o ralo. Se esperassem um pouco mais, fariam o atleta crescer e valer muito mais dinheiro. E aí deixariam de perder o espetáculo futebol, os clubes, os torcedores e o próprio futebol brasileiro, ávido sempre por novos valores!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Uma final com a cara da Libertadores


Quando entrarem no gramado do histórico estádo Centenário, em Montevidéu, Santos e Peñarol começam a decidir muito mais que a edição de 2011 da Libertadores. Em campo estarão nada menos que sete títulos da principal competição do continente com clubes que juntos já disputaram a Libertadores nada menos que 48 vezes. Sem falar no verdadeiro 'flash-back' da decisão de 1962, vencida pelos brasileiros.

Apesar da vasta história na competição, esta decisão resgata dois gigantes do futebol sul-americano. O Santos, que ficou duas décadas sem títulos, voltou a vencer as competições no início dos anos 2000, com a geração de Robinho e Diego. O Clube fracassou na Libertadores de 2003, ao perder a decisão para o Boca Juniors, em pleno Morumbi.

O período de ostracismo do Peñarol é ainda maior. A última vez que o principal clube uruguaio chegou à uma decisão de Libertadores foi em 1987, quando venceu o América de Cali na decisão, com direito a gol nos instantes finais da prorrogação do atual treinador da equipe, Diego Aguírre. Nestes 24 anos o futebol uruguaio só chegou à decisão uma única vez, no ano seguinte, com o título do Nacional em 1988.

Desde a última Copa estamos vivendo uma espécie de renascimento do futebol uruguaio e a chegada do Peñarol à decisão da Libertadores é emblemática neste sentido. Os uruguaios tiraram do caminho nos mata-matas equipes que eram apontadas como favoritas nos confrontos, como a Universidad Católica-CHI e os tradicionais Internacional (atual campeão) e Vélez (campeão argentino). É bom respeitar um clube que tem em seu currículo cinco troféus de campeão da Libertadores e dois Mundiais.

O Santos também dispensa apresentações, pois além das duas Libertadores e dois Mundiais que possui revelou ao planeta o maior jogadpor de futebol de todos os tempos: Pelé. O futebol brasileiro engata sua sétima decisão seguida de Libertadores. Em duas ocasiões tivemos duas equipes nossas decidindo a competição. Se a Conmebol deixasse isso teria acontecido mais vezes. Em minha visão, o Santos tem mais técnica que os uruguaios e o fato de decidirem em casa deixa os paulistas em ligeira vantagem na luta pelo tri.

Santos e Peñarol fizeram a decisão da Libertadores de 1962. Na ocasião deu o Santos de Pelé. O Santos venceu a partida de ida no Uruguai por 2 a 1, mas perdeu em casa por 3 a 2. Na partida extra, disputada no Monumental de Nuñez na Argentina, com dois gols de Pelé os brasileiros venceram uma Libertadores pela primeira vez. Os clubes volatariam a se enfrentar na semifinal da edição de 1965, vencida pelo Independiente-ARG. Na ocasião os uruguaios levaram a melhor, novamente com um jogo extra no Monumental de Nuñez: 2 a 1 para o Peñarol.

A essência da Libertadores estará em campo nestas próximas duas quarta-feiras. Vamos curtir e torcer!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Cadê as promessas Mano?

Mano Menezes foi anunciado como novo treinador da seleção brasileira com o intuito de realizar uma total renovação no time com vistas para a próxima Copa do Mundo, que vai acontecer no território brasileiro. Em sua primeira convocação colocou em campo os prodígios Ganso e Neymar, q1ue foram pedidos no Mundial da áfrica por 10 entre 10 torcedores. O resultado e a atuação agradaram e a torcida e a mídia se encheram de esperanças.

Entretanto as atuações de encher os olhos se limitaram a esta vitória sobre os EUA. De lá pra cá a Era Mano tem sido de jogos ruins da seleção e pior, a cada convocação o treinador traz cada vez mais nomes que estiveram na fatídica campanha na África do Sul. Pior é constatar que o time brasileiro ainda não conseguiu derrotar nenhuma seleção do primeiro escalão mundial. Perdemos de Argentina e França e empatamos com a Holanda.



É bem verdade que Mano Menezes tem dado um certo azar com a lesão de alguns atletas que seriam de sua confiança. Caso de Paulo Henrique Ganso, que está semdo preparado para comandar o meio-campo brasileiro na próxima Copa. Sem o craque do Santos, Mano não consegue escalar o Brasil com um armador nato, como o santista. Já testou no setor Hernanes, Douglas, Jadson, Renato Augusto e até Ronaldinho Gaúcho.

Mas mesmo com tamanha dificuldade, o treinador tem exagerado no conservadorismo ao escalar o meio da seleção. Contra Holanda colocou apenas volantes, sem nenhum jogador de características de armação. O resultado foi uma péssima atuação e vaias em Goiânia. Porquê não insistir em nomes como Hernanes e Douglas, que tiveram apenas uma oportunidade?

Esta é a única ressalva que faço do trabalho de Mano até o momento, mesmo com os resultados aquém do esperado. Temos a melhor defesa do mundo (apesar de eu achar que Lúcio poderia ser um bom reserva) e um ataque poderoso, com nomes como Neymar, Pato, Robinho, Fred e Nilmar. Atacantes que jogam em qualquer time do planeta. Mas para montar o meio, Mano precisa ter a ousadia que ele prometeu ao assumir e que a liturgia deste cargo exige.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O gigante acordou?

O Vasco foi o campeão da Copa do Brasil com totais méritos no meu modo de pensar. Soube usar muito bem o regulamento da competição e principalmente o critério dos gols marcados fora de casa. Teve inteligência em todos os confrontos. Não foi brilhante na decisão, no jogo final teve uma atuação medíocre, mas não importa, venceu, é isso que interessa.

Agora o time da Colina volta à Libertadores em 2012 e terá o direito de disputar esta competição pela oitava vez em sua história, depois de ficar 11 anos afastado. Deve claro fazer contratações para reforçar a equipe e torná-la forte com reais chances de brigar por um bicampeonato. O nível de investimentos e de exposição na mídia agora para o Vasco se elevam a um outro patamar.

E pensar que a menos de três anos os vascaínos amargaram o pior momento da história do clube com um rebaixamento que se avizinhava havia anos. E ele aconteceu justamente no primeiro ano de gestão de Roberto Dinamite, o grande ídolo do Vasco em todos os tempos, como presidente. Crueldade do destino com o maior artilheiro em Campeonatos Brasileiros.

Mas Roberto arregassou as mangas e trouxe o competente Rodrigo Caetano para gerir o futebol do clube. Ele já havia recuperado o prestígio de grandes clubes que estavam na pior, caso do Grêmio por exemplo. Em 2009, o ano da volta, o craque Carlos Alberto foi o astro de um time de operários que reconduziu o Vasco ao lugar de onde jamais poderia ter saído.

Na temporada 2010, Caetano e Roberto fizeram contratações medianas, suficientes para manter a equipe na elite sem passar por grandes sustos com relação a um novo descenço, mas também muito aquém das tradições vascaínas de disputar títulos. O clube obteve o 11º lugar garantindo uma vaga na Copa Sul-Americana deste ano.

Em 2011 depois de um início de ano pífio a equipe melhorou após a vinda do treinador Ricardo Gomes e a chegada de alguns nomes como o atacante Alecssandro. O Vasco, já bem mais estruturado fora de campo, conseguia realizar boas atuações dentro dele e mesmo sendo mais uma vez derrotado pelo arqui-inimigo Flamengo na final do estadual, não se abalou e alcançou a inédita conquista da Copa do Brasil.

Acredito que após um calvário de oito anos sem títulos os vascaínos podem e devem comemorar muito, mas não se contentar apenas com isso. O Vasco é muito grande e suas tradições exigem que ele sempre dispute títulos, ainda que nem sempre seja possível vencê-los. É boa a perspectiva para o clube. A chegada de Juninho Pernambucano e a volta à Libertadores reconduzem o Vasco ao lugar de destaque no cenário nacional. Para satisfação de uma legião de mais de 20 milhões de torcedores, em especial os apaixonados Oswaldo, Maurício e Matheus Motta e para o apaixonado e cardíaco Nilo Chagas, o gigante acordou sim!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Porquê acreditar?

Nesta quarta saberemos quem é o primeiro representante brasileiro na Copa Libertadores de 2012. Vasco ou Coritiba será um campeão inédito da Copa do Brasil. E ambos estão há muitos anos sem disputar a principal competição do continente. Outra coincidência que unes os rivais da noite no Couto Pereira é o fato de serem os últimos dois campeões da Série B e terem reencontrado os momentos de glória. Mas eles estão em lados opostos e o Futebol e Samba traz alguns motivos para que alvi-verdes e cruz-maltinos acreditem no inédito título!

Porquê acreditar no Vasco?

1) Porque o Vasco tem muito mais tradição e camisa do que o Coritiba e ema decisão este fator conta muito sim, apesar de alguns quererem negar. Os atletas do Gigante da Colina preciusam ter consciência disso ao entrarem em campo;

2) Porque o time comandado por Ricardo Gomes vem jogando melhor fora de casa do que dentro de seus domínios nesta Copa do Brasil. Foi assim nas fases agudas, contra Náutico, Atlético-PR e Avaí;

3) O Vasco só não fez gols em um jogo fora de casa nesta Copa do Brasil (diante do ABC em Alagoas). se marcar nesta noite, obriga o adversário a fazer dois gols a mais, o que não será fácil em uma defesa comandada por Dedé e Anderson Martins;

4) Esta é uma chance de ouro para o Vasco deixar a fila de oito anos sem um título na elite do futebol nacional. A vantagem é considerável e com uma dose de calma e ousadia os vascaínos poderão sorrir ao final da partida;

5) Se levar o inédito caneco, o Vasco alcança um novo patamar dentro do futebol nacional, voltando à Libertadores e podendo atrair novos investidores, o que vai permitir a contratação de nomes de peso para o ano que vem, além da manutenção de Rodrigo Caetano.

Porquê acreditar no Coritiba?

1) Porque o Coxa atua em casa e o apoio do torcedor será decisivo. O Couto Pereira estará lotado e jogando diante de seu torcedor nesta Copa do Brasil o Coxa venceu todos os jogos e marcou gols em todos eles;

2) O ímpeto inicial da equipe de Marcelo Oliveira pode ser decisivo. Se marcar um gol rapidamente o Coritiba pode desestabilizar o adversário e com o apoio do torcedor ficar em vantagem;

3) Chegar à uma Libertadores depois de oito anos afastado pode ser a marca do renascimento do clube que chegou à Segunda Divisão e ficou sem seus estádio por quase um ano.

4) Em 2011 nas partidas jogando no Couto Pereira, o Coxa só não fez o placar necessário para levar o título em dois jogos, sendo que em outro dois venceu por 1 a 0, resultado que levaria para uma disputa de pênaltis;

5) Não são raros os casos em que o clube de menor investimento surpreende o gigante, principalmente na Copa do Brasil. A distância entre Vasco e Coritiba é menor do que muitos pensam, mas o Coxa fará história se derrotar um dos principais clubes do Brasil.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Vai melhorar?

A prefeitura do Rio atendeu aos clamores de sambistas que por anos imploravam pela demolição dos prédio da Brahma na Marquês de sapucaí para a construção de novas arquibancadas no local. Apesar de as obras terem se iniciado, elas não começaram pelo pedido mas sim pela proximidade das Olimpíadas de 2016, já que o Sambódromo irá sediar a chegada da Maratona.

Agora o compexo de construções antigas e obsoletas veio abaixo e a partir do carnaval de 2012 o camarote da Brahma deixa de existir, pelo menos naquele local. No lugar serão erguidos novos lances de arquibancadas, o que fará com que a capacidade de público do Sambódromo alcance quase 80 mil pessoas, quase um Maracanã.


A mudança é positiva em alguns aspectos, mas o principal deles na minha opinião é a melhoria na reverberação do som, que fica prensado em quase 80% da extensão da pista, só ganhando em qualidade bem no fim quando o setor 6 e o setor 13 ficam frente a frente. O projeto prevê isso também o início da passarela de desfiles.

Entretanto as obras não são suficientes. A Liga deveria investir mais na contratação dos melhores profissionais para melhorar o sistema de som da Marquês de Sapucaí, já que se trata de um espetáculo de alcance mundial. E alguns carnavalescos deveriam ter a consciência de que devem fazer carnavais que "caibam" no Sambódromo, por menor que ele tenha ficado para a grandiosidade da festa. Mas em 2012 já veremos uma avenida bem mais próxima do que sonha a maioria dos sambistas!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O nome dele é Deján Petkovic

No final da temporada de 1999, apesar de ter conquistado dois títulos, fato que não ocorria desde 1981, o Flamengo encerrava suas atividades com uma certa crise. Depois de romper com o ídolo Romário, o então presidente, Edmundo dos Santos Silva, anunciava uma polêmica parceria com a ISL, que anos mais tarde se comprovou ser um tiro no pé. Para acalmar a torcida e a imprensa o presidente anunciou uma impactante contratação: o sérvio Deján Petkovic, vindo do Venezia-ITA, pela cifra de U$$ 6 milhões.

Petkovic havia se destacado na temporada 1998 pelo Vitória, inclusive participando da eliminação do próprio Flamengo na Copa do Brasil. O sérvio (na época o seu país se chamava Iugoslávia) chegava para comandar o meio-campo e recebeu a camisa 10, exigência feita em contrato na época. Também era o nome de impacto para abafar a ida de Romário para o arqui-rival Vasco. Nem ele e nem ninguém poderia esperar que sua idolatria com a torcida rubro-negra superaria a do próprio Romário.

Aqueles eram anos escassos para o Fla, em vários aspectos. Campeão carioca em 99, o Fla conquistaria o bi em cima do Vasco e Petkovic marcou apenas quatro vezes na campanha, sendo coadjuvante no elenco em que chegou para ser estrela. No Brasileiro, idem. Pet teve que amargar várias partidas no banco de reservas na medíocre campanha do Fla. No segundo semestre, ele teve a companhia de astros do quilate de Alex (atualmente no Fenerbahçe-TUR), Denílson e Gamarra.

Em 2001, Pet deixaria o patamar de eterna esperança dos rubro-negros para entrar na história eterna do clube. Amargando a reserva durante boa parte do Estadual e quase não entrando em campo na finalíssuma diante do Vasco, Petkovic acabou marcando o gol do tri-campeonato aos 43 do segundo tempo e entrou de vez no hall dos grandes nomes do Flamengo, apesar de até então viver às turras com a diretoria e boa parte da torcida.

O gol antológico não apagava o fato de o sérvio ser uma pessoa de difícil relacionamento, o que o fazia ficar à margem da maioria dos atletas. Em campo o Fla fracassou nas principais competições do primeiro semestre de 2002: perdeu a final da Copa Mercosul (diante do San Lorenzo-ARG) e sucumbiu no Rio-São Paulo, no Carioca e na Libertadores, competição que o clube estava fasrado havia nove anos, saindo ainda na primeira fase. E Pet rescindiu seu contrato depois de 43 gols em 121 partidas. E assim como Romário, desembarcou no Vasco.

No Flamengo, ele comemorou quase sempre!

Sempre polêmico e craque o jogador conseguiu sucesso em dois grandes rivais do Flamengo: no Vasco, conquistou o Carioca em 2003 e marcou 28 gols em 66 jogos. No Fluminense foram 59 partidas, 19 gols e nenhum título. No exterior o sérvio não obteve brilho em, nenhum dos clubes em que atuou, o último deles na Arábia Saudita. De volta ao Brasil, Pet rodou por Goiás, Santos e Atlético mineiro, sem brilhar.

A volta ao Flamengo, em 2009, foi polêmica. A maior parte dos torcedores foi contra. O então treinador, Cuca, e o vice de futebol Kléber Leite se rebelarm, mas o presidente em exercício Delair Drumbosck bateu o pé e bancou o retorno do ídolo, para tentar reduzir a enorme dívida que o Flamengo tinha com o craque. Coincidência ou não, Kléber e Cuca caíram semanas depois o tretorno de Pet.

E Petkovic mais uma vez calou os críticos com atuações espetaculares dentro de campo, sendo decisivo na histórica campanha que conduziu o Flamengo ao título brasileiro, competição que o clube não conquistava havia 17 anos. Para muitos o sérvio foi o craque daquele campeonato, tendo marcado dois gols olímpicos em jogos decisivos contra Palmeiras e Atlético Mineiro. Se alguém ainda duvidava da idolatria de Pet, ele mais uma vez provava seu valor.

O trágico ano de 2010 para o Flamengo também não foi dos melhores para Petkovic. De titular icontestável em 2009, ele foi relegado a reserva de luxo pelo técnico Andrade. O sérvio ainda brigou com parte da diretoria após uma vitória no Fla-Flu e passou o resto do ano sendo boicotado. A realidade era que a genialidade estava sendo superada pela idade avançada.

Em 2011 Vanderlei Luxemburgo decidiu, com o respaldo da presidente Patricia Amorim que o ciclo de Pet estava definitivamente encerrado no Flamengo. Sem proposta de outros clubes, o sérvio ficou treinando separadamente e ficou decidido meio que à revelia do meia que a despedida do futebol seria diante do Corinthians. O outrora decidido e falastrão Petkovic acatou calado.

E a festa de despedida foi quase perfeita, não fosse o empate. A torcida armou uma bela festa para o jogador que se tornou o maior ídolo do Flamengo após a Era Zico, superando nomes como Romário, Adriano, Vágner Love e Ronaldinho Gaúcho. Pet merecia mesmo tamanha festa. Fez 57 gols com a camisa rubro-negra em 198 partidas. Ganhou vários títulos. Colecionou polêmicas ao mesmo tempo em que fez muito rubro-negro se emocionar. Foi o estrangeiro que mais teve sucesso jogando no Brasil em todos os tempos! Nome difícil de dizer e muito mais de esquecer: Valeu Deján Petkovic!