terça-feira, 28 de junho de 2011

¿Qué passa?

O incrível e inacreditável rebaixamento do River Plate, o maior campeão argentino de todos os tempos, é muito mais que lamentável para uma instituição de seu tamanho. Na minha opinião a queda deste gigante é sintomática no aspecto que explica o péssimo momento por que passam nossos hermanos argentinos no seu futebol. Carência de títulos da seleção, clubes falidos, um campeonato nacional caquético. E, apesar de Messi, ausência de ídolos.

Não fosse a Argentina um país semelhante ao Brasil no que diz respeito ao talento para se jogar bola, arrisco-me a dizer que nossos vizinhos teriam se transformado em uma ex-potência no cenário mundial. Isto não ocorreu porque eles são tão capazes como nós de revelar talentos. E a figura de Lionel Messi, o maior jogador do planeta, é o que salva o futebol argentino. Apesar de o craque jamais ter jogado profissionalmente em um clube argentino e ter uma postura muito mais de espanhol que propriamente de argentino. Isso nitidamente o afasta do torcedor argentino.

No aspecto local os argentinos vivem a pior crise de todos os tempos. O River Plate caiu e o Boca Juniors faz campanhas medíocres. Vale ressaltar que na Argentina para um clube ser rebaixado leva-se em consideração a média de pontos das últimas três temporadas, justamente para evitar que os grandes caiam. Mas o Ríver conseguiu mesmo assim. Os dois maiores clubes argentinos não disputam juntos uma Libertadores desde 2008. Maiores campeões da Libertadores, os argentinos chegaram apenas quatro vezes à final nas últimas dez edições. Para efeito de comparação, os brasileiros atingiram 11 vezes a decisão no mesmo período, com direito a duas finais entre nossos clubes em 2005 e 2006.

Tamanha crise no futebol dos nossos hermanos se reflete, claro, na seleção argentina. Bicampeã mundial e reveladora de nomes como Maradona, Verón, Messi, Batistuta e muitos outros craques, a Argentina não conquista um título com sua seleção principal desde 1993, quando levou a Copa América no Equador. São 18 anos de jejum, muita coisa! Neste período colecionou vexames nas Copas do Mundo, com direito a uma eliminação ainda na primeira fase em 2002 e um escândalo de doping em 1994. Para piorar viram os brasileiros dominarem com a chegada do penta.

A grande chance do futebol argentino de voltar a brilhar é agora, com a Copa América que tem início em 01º de julho. O torneio vai acontecer na Argentina e a seleção comandada por Sérgio Batista terá em Lionel Messi a grande esperança de voltar ao topo do pódio. A pressão será grande, mas os argentinos têm uma certa obrigação de levar o 15º caneco desta competição. Quem sabe isso não atenua a crise sem precedentes que vivem nossos hermanos?

Um comentário:

Mauricio Motta disse...

Ex-Potência? Vamos ver a partir do dia 1º.
Messi é genial, de outro planeta, mas se ele não tem tanta identificação com o povo argentino (e não tem mesmo), Carlitos Tevez tem de sobra. Este sim é o jogador do povo. Além disso temos Di Maria que joga muita bola, mas inexplicavelmente, Sérgio Batista tem escalado o meia do Real Madrid entre os reservas. Além de revelações como Lavezzi e Pastore. Lá atrás, assumo que o goleiro e a zaga são fracos, mas a experiência de Zanetti e Cambiasso deve ajudar e muito.
Me atrevo a dizer que a estreia da Seleção Brasileira contra a Venezuela não será fácil. Os venezuelanos têm evoluído, mas dará Brasil.
Realmente foi uma pena um time da grandeza do River cair para a Segundona. As cenas dos torcedores foram lamentáveis. Isto foi resultado de administrações ruins. Até pq, como vc disse, cair no futebol argentino é bem difícil devido ao regulamento.
Saludos