segunda-feira, 20 de junho de 2011

Investimento com retorno garantido

Daqui a alguns dias veremos em ação em diferentes países da América Latina a nossa seleção brasileira lutando por dois títulos muito importantes: na Argentina, a principal lutará pelo tri da Copa América e na Colômbia a sub-20 vai em busca do seu quinto título mundial. E chama a atenção a quantidade de jovens talentos com imenso futuro pela frente que participam destas seleções. Como um dia disse o desafeto dos brasileiros, Maradona, "no Brasil basta se levantar uma pedra para se achar um bom talento".

Eu concordo com o ídolo argentino e vou além: em plena era do marketing e dos investimentos em imagem e estrutura, ainda não há investimento mais sólido no futebol do que as divisões de base dos grandes clubes. Tradição que alguns deles abandonaram e outros estão buscando retomar. Não é coincidência que os times brasileiros mais bem sucedidos nos últimos anos têm em comum a revelação de bons valores para o futuro, casos de Santos, São Paulo e Internacional.

Investir em uma safra jovem é muito mais rentável a longo prazo do que trazer atletas caros e que já não rendem tanto como outrora. Um caso crasso desta tese é o Fluminense. Apesar do título brasileiro conquistado em 2010, o tricolor tem uma política esportiva equivocada na minha visão: vende os seus bons valores revelados na base em Xerém, para contratar medalhões que nem sempre rendem o esperado. Deveria tentar manter os jovens e mesclar com bons nomes experientes.
O Flamengo recentemente esteve próximo de cometer a mesma sandice, e ainda não é garantido que não o faça. Precisando desesperadamente de um atacante, o clube negocia com o jovem André, atleta pertencente ao Dinamo de Kiev-RUS, e pretendeu dar uma quantia em dinheiro e o passe do jovem e prodígio Diego Maurício para convencer osa russos a liberar o ex-santista. O que em minha opinião é uma burrice sem tamanho. Trocar um jovem por outro, sendo que Diego foi criado no clube e poderia ser negociado em um futuro próximo por uma excelente quantia.

Este dois exemplos vão na contra-mão do que fazem, por exemplo, Cruzeiro e Santos. O clube paulista, que tem hoje em seu plantel joias do quilate de Neymar e Ganso, luta com todas as forças para mantê-los o máximo de tempo possível em nosso futebol. E nem por isso deixam de contratar bons reforços para fortalecer o elenco. Os mineiros são mestres na arte de negociar. Há poucos anos negociaram a promessa Guilherme (hoje no rival Atlético) e ainda trouxeram o excelente Kléber, hoje no Palmeiras. E receberam uma bolada por isso.

De que adinata investir na estrutura das divisões de base se assim que as joias estouram os clubes só querem é vender, sem os atletas ainda terem atingido a maturidade profissional? Uma pressa que faz o dinheiro ir para o ralo. Se esperassem um pouco mais, fariam o atleta crescer e valer muito mais dinheiro. E aí deixariam de perder o espetáculo futebol, os clubes, os torcedores e o próprio futebol brasileiro, ávido sempre por novos valores!

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