quarta-feira, 22 de junho de 2011

Para exorcisar os fantasmas

O Santos está muito próximo de erguer sua 3ª Taça Libertadores da América e de se igualar ao São Paulo como clube brasileiro mais vencedor desta competição. Mas para chegar lá a tarefa não será simples: tem de vencer o pentacampeão sul-americano, Peñarol, acostumado a vencer este tipo de competição (todas as conquistas da Libertadores do clube ocorreram longe do Uruguai).

Se conseguir o feito que apenas o time de Pelé conseguiu na décadada de 60, a geração de Neymar e Ganso será alçada a um patamar que muitos nem imaginavam, já que equipes tão ou mais talentosas que este Santos não conseguiram ganhar uma Libertadores. Mas se o título vier será a coroação do estilo ofensivo, do futebol moleque, da propalada ousadia e alegria que marcou esses meninos. E virá em um excelente momento, quando o mundo questiona se nosso futebol está descaracterizado.

Vencer um adversário do quilate de um Peñarol pode representar também o exorcismo de um fantasma. Sim, porque apesar de ser o futebol mais vitorioso do planeta, os brasileiros costumam deixar complicar jogos em que são francos favoritos e o descontrole emocional acaba colocando tudo a perder. Prova disso é que o nosso futebol atinge sua sétima final consecutiva de Libertadores e caso o Santos leve a taça será a quarta conquista nesta série, mas apenas a segunda contra equipes de outro país.

Nas últimas oito edições da Copa Libertadores a equipe que conseguiu ser campeã, evitou uma derrota no primeiro jogo, como garantiu o Santos após empatar em 0 a 0 na partida de ida. Vale lembrar que o critério de gols marcados fora de casa não é válido na final. Portanto qualquer empate no Pacaembu leva a final para a prorrogação e os pênaltis, caso seja necessário. Depois da vexatória eliminação em massa nas oitavas de final, os meninos do Santos podem colocar o futebol brasileiro no topo do continente com um bicampeonato da Libertadores, o que seria o 15º título do Brasil na competição.

Para que tudo isso aconteça eu mantenho minha forma de pensar: o Santos é muito superior ao Peñarol dentro das quatro linhas. Os uruguaios dependem totalmente do argentino ensaboado Martinuccio e se ele for bem marcado o time uruguaio inexiste. Já os brasileiros têm o retorno de Paulo Henrique Ganso e as presenças do eficiente Elano e do craque desta Libertadores: Neymar. Sem falar no acerto da defesa que Muricy Ramalho (o melhor treinador brasileiro) conseguiu aplicar no time. Se jogar com o talento que tem e a tranquilidade que precisa ter o Santos será tricampeão da América.

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