terça-feira, 14 de maio de 2013

O 'modus operandi' de Felipão

Quando Felipão foi anunciado como treinador da seleção brasileira no lugar de Mano Menezes, eu avisei que as suas atitudes e seu modo de trabalhar seriam os mesmos daqueles de 2001 e 2002. Suas convicções táticas, sua recusa em falar sobre não convocados, seu gosto por trabalhar com jogadores de sua confiança e raramente convocar para uma competição algum atleta que não tenha sido testado antes. Esse é o "modus operandi" dele e foi com ele que o treinador ganhou tantos títulos em sua carreira. Isso não vai mudar.

A lista definitiva da Copa das Confederações anunciada na manhã desta terça, 14, no Rio de Janeiro, só teve uma grande novidade, que foi a surpreendente troca de jogadores do Atlético-MG na convocação, saiu Ronaldinho e entrou Bernard. Os demais nomes eram esperados e poucas eram as dúvidas. Neste aspecto a lista foi coerente e a meu ver conta com os melhores jogadores para tentarem dar ao Brasil o título da Copa das Confederações.

Felipão durante o anúncio, no Rio. (Foto: André Durão/Globoesporte.com)

Eis a lista:

Goleiros: Julio Cesar (Queens Park Rangers-ING); Jefferson (Botafogo) e Diego Cavalieri (Fluminense);
Laterais: Daniel Alves (Barcelona-ESP); Jean (Fluminense); Marcelo (Real Madrid) e Filipe Luis (Atlético de Madrid-ESP);
Zagueiros: Thiago Silva (Paris Saint Germain-FRA); David Luiz (Chelsea-ING); Dante (Bayern de Munique-ALE) e Réver (Atlético Mineiro);
Volantes: Paulinho (Corinthians); Fernando (Grêmio); Luiz Gustavo (Bayern de Munique-ALE) e Hernanes (Lazio-ITA);
Meias: Oscar (Chelsea-ING); Bernard (Atlético Mineiro); Jadson (São Paulo) e Lucas (Paris Saint Germain-FRA);
Atacantes: Neymar (Santos), Fred (Fluminense), Hulk (Zenit-RUS) e Leandro Damião (Internacional).

Durante a coletiva de anúncio dos 23 convocados, Felipão, Parreira e o presidente da CBF, José Maria Marin, invocaram a velha e batida estratégia de invocar o espírito nacionalista do povo brasileiro com relação à sua seleção. Como se estivéssemos em 1970, faltou só ecoar no salão do hotel Sofitel a lendária música "Pra frente Brasil". Esse tipo de estratégia não cola mais e se mostrou furada na última Copa, quando Dunga quis imprimir um espírito excessivamente guerreiro no time brasileiro e todos lembramos o que houve.

Espírito de porco à parte, acredito que se Felipão conseguir dar uma cara a este time e os jogadores conseguirem um entrosamento dá para acreditar que o Brasil possa brigar pelo título da Copa das Confederações. Na minha opinião faltaram na lista os nomes de Alexandre Pato e Ramires. Os demais nomes eu também levaria. Boa sorte à seleção, mas sem essa de "ame-o ou deixe-o".

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