sábado, 14 de março de 2009

Time sem alma...

O Flamengo que se viu no jogo deste sábado no Maracanã, empate em 1 a 1 com o Tigres do Brasil (lanterna do estadual) não tinha nada de Flamengo. Não tinha cara de Flamengo. Não tinha alma de Flamengo. Parecia um bando em campo, jogando contra a vontade num sábado nublado na cidade maravilhosa.

A apatia do rubro-negro pode até ser explicada pela inaceitável falta de decência da diretoria rubro-negra, que está em atraso de 2 meses com o salário de jogadores, comissão técnica e funcionários. Explicação que não me pega. Primeiro, não de hoje que este é um problema crônico dos clubes brasileiros (atraso de salário), principalmente as equipes do Rio. E nem sempre falta de vontade pode ser explicada por falta de dinheiro na conta, assim pura e simplismente.

Outro detalhe: o time de basquete do mesmo Flamengo, que venceu a Liga das Américas, o equivalente à uma Libertadores naquele esporte, está com 4 meses de salários atrasados. E quem pôde assistir à partida viu uma equipe aguerrida, lutadora, vencedora. Esta sim com cara e jeito de Flamengo.

A explicação para a falta de empenho, na minha visão, transcende à questão dos salários atrasados. Insisto, não é de hoje que isto acontece no Flamengo (não deveria acontecer, reconheço, mas acontece)

A falta de respeito à instituição e aos indivíduos que ajudaram em sua construção, por parte deste grupo de jogadores, salta aos olhos e causa até uma certa revolta. Vide o caso Bruno x Andrade. Um aspirante à alguma coisa peitando e enfretando um já consagrado ídolo dos rubro negros.

Falta de hierarquia. Outro fator que nos faz compreender esta situação. Não há qualquer consciência dos atletas do Flamengo de que existem pessoas que devem ser respeitadas e obedecidas. Isto é hierarquia. Em qualquer empresa é assim. Os chefes delegam funções a seus funcionários. E estes devem realizá-las. E não é nenhuma humilhação fazê-lo. Recentemente o lateral Juan se negou a realizar uma tarefa delegada pelo preparador físico Riva Carli. Não satisfeito ainda ofendeu o profissional da comissão técnica, que é seu superior na hierarquia, ou deveria ser.

Os jogadores tem todos os motivos para estarem insatisfeitos e desmotivados. Ninguém trabalha de graça. É justo reivindicar seus direitos e lutar para receber os seus honorários. Mas aqueles que não se sentirem com motivação suficiente para correr e se doar o máximo dentro de campo, devem pedir para sair (depois, claro, de acertar as contas).

O que não pode acontecer é esta apatia e este desinteresse pelo jogo, pelo esporte. É falta de respeito com a instituição Flamengo, é falta de respeito com os 35 milhões de torcedores que eles estão ali representando.

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