quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Qual é a solução?

Na minha forma de ver o futebol, o campeonato de pontos corridos é uma fórmula de disputa absolutamente consolidada. Tanto no aspecto esportivo como no comercial. É justo ser agraciado com o título de campeão o time mais regular durante toda a competição. Quem termina na frente depiis de 38 jogos é um campeão absolutamente incontestável. Sem falar que para quem sabe se organizar dá para ganar dinheiro, no mínimo, por dez meses, já que sabe-se quando e onde se joga o tempo todo.

Mas todo ano, devido ao imenso equilíbrio do Campeonato Brasileiro, vem aquela tese chata de que time A vai entregar para o time B para prejudicar o seu rival. Primeiro é preciso provar o que se diz, porquê se tratam de profissionais. É como disse Fernandão, atacante do São Paulo, recentemente: "No Brasil os jogadores de futebol são tratados como bandidos". E segundo é uma covardia tremenda tirar o mérito de quem vence um jogo ou um campeonato, alegando que o time adversário entregou.

Os defensores da fórmula de mata-mata dizem que esta é a única forma de mudar este panorama. Mas este argumento é falho. Ora, quando se classificavam oito não havia interesse em prejudicar um rival que lutava por uma vaga? Alguém se lembra do jogo Flamengo x Bahia em 1996, que culminou com o rebaixamento do Fluminense? Qual era a fórmula de disputa?

Torcida do Inter pediu para entregar e o Colorado venceu!

A verdade pura e simples é que esta história de entrega é mais uma forma de tirar o foco da incompetência de quem perde. É como jogar a culpa no juiz, dizer que existe um complô para beneficiar time A ou B que está em ano de centenário. É como diz um ditado: "quem não tem competência não se estabelece".

Existem 'n' casos que comprovam ou derrubam esta tese de jogos com entrega. Para ficar nos mais clássicos para um lado e para outro: 1992, se o Vasco se perdesse do São Paulo tiraria o seu maior rival Flamengo da final do Brasileiro daquele ano. E o time da colina venceu por 2 a 0, e o rubro-negro foi pentacampeão brasileiro. Dez anos mais tarde, o Atlético Mineiro botou onze reservas contra o Grêmio na última rodada, perdeu o jogo e evitou que o Cruzeiro chegasse à fase de mata-matas.

Eu não vejo como mudar muito este panorama com ações práticas. O que deve-se tentar alterar é a mentalidade dos treinadores, dirigentes e jogadores. Tem que se acabar com este absurdo de esclar reservas nas partidas. É duro ver Felipão perguntar se tem jogo no domingo, quando ele pode dar um título brasileiro ao Fluminense. Tem que fazer os clubes firmarem em contrato que não vão escalar reservas.

Alguns defendem a tese de que clássicos regionais nas rodadas finais poderiam atenuar esta situação. Eu não tenho tanta certeza. Imagine um Fla-Flu na última rodada! E se os dois já estiveram fora de qualquer disputa? Teremos um estádio vazio, bem diferente da tradição do clássico. Eu reitero que o problema não é da fórmula de disputa da competição. É de mentalidade de todos que organizam o futebol e até dos torcedores! E a solução é mudar a forma de pensar!

Um comentário:

Mauricio Motta disse...

Nem me lembre daquele Vasco e São Paulo de 92.
É como vc disse, se tivesse valendo vaga entre os oito tbm poderia acontecer a mesma história.
Nos pontos corridos, vence o time mais regular. É mais justo, mas eu particularmente, gosto que tenha uma final.
Abraços