terça-feira, 27 de setembro de 2011

Minas pede socorro!

Eu acompanho futebol há quase 20 anos e nunca vi o futebol mineiro em uma fase tão lamentável como essa. Os três grandes clubes do estado, que depois de nove anos, estão juntos na elite do futebol brasileiro, fazem campanha pífia e muito aquém da tradição do estado, que venceu três vezes o Campeonato Brasileiro e revelou grandes nomes como Reinaldo, Tostão e Éder, apenas para ficar nos mais famosos de Atlético, Cruzeiro e América.

Entre o 16º e o 20º lugares, os mineiros representam 60% dos clubes que lutam deseperadamente contra o rebaixamento. Somados os aproveitamentos destas equipes e tirando uma média chegamos ao desempenho de pífios 31% dos pontos, que é melhor apenas que o do Avaí e do próprio América-MG. Já se vão longos oito anos desde o último título importante de um clube mineiro no cenário nacional. Fatos que comprovam um dos piores momentos deste estado no futebol em todos os tempos!

O América-MG conseguiu retornar à elite, de onde saiu em 2002. Mas como todo time de pouco investimento, cometeu os mesmos erros e só por um milagre permanecerá. Tem apenas 19 pontos ganhos e precisaria de pelo menos mais 24 (em 36 a disputar) para escapar do rebaixamento. Convenhamos que é muito pouco provável, não acham? O Coelho já está no terceiro treinador desde que o campeonato começou e aposta em jogadores já acabados para o futebol, como o veterano Fábio Júnior.


O Atlético, que esteve na Série B em 2006, parece flertar com o rebaixamento a cada ano, desde que retornou, exceção feita há 2009. No Galo, como eu já defendi aqui, há uma sequência de diretorias incompetentes e de desmandos inaceitáveis. Assim como o Coelho, em minha opinião, o Atlético gasta muito dinheiro (valores que nem tem) em jogadores que há anos jogam com o nome. E o seu presidente só faz incitar a torcida contra os atletas. Com 25 pontos (e hoje a quatro de distância do 16º colocado, o Cruzeiro), o Galo tem 58,7% de chances de voltar à Série B. Mas me parece ser o mineiro que demonstra maior capacidade de reação neste momento, apesar de ter um time desequilibrado e fraco tecnicamente.

A surpresa esse ano é a presença do Cruzeiro na parte de baixo da tabela. É fato que dos anos 90 pra cá foi o time da Toca da Raposa quem carregou o nome do futebol mineiro no Brasil e no exterior, tendo chegado à decisão da Libertadores em 2009 e tendo feito a melhor campanha da primeira fase em 2011. Entretanto, após a saída inexplicável para o insípido Once Caldas (COL), tudo parece ter desandado por lá. Jogadores insatisfeitos, debandada de atletas e um presidente que parecia ter um cargo vitalício, mas que a cada jogo sofre com as hostilidades da própria torcida. O Cruzeiro aparece com 29 pontos e tem, segundo os matemáticos, 33% de chances de ser rebaixado pela primeira vez! Mas tem apenas dois pontos no segundo turno e a crise entre os próprios jogadores parece não ter fim.

Com este panorama é quase certo que um mineiro vá ser rebaixado. E são grandes as chances de que o clássico pela última rodada (entre Cruzeiro x Atlético) seja capaz de rebaixar mais um mineiro, o que deixaria o estado com apenas um representante na elite, o que ocorreu pela última vez em 2006. Os desmandos e a aposta em jogadores fracassados, além da falta do Mineirão. Esses são os grandes fatores que colocam o futebol de Minas em lugar muita aquém de suas tradições. Uma pena!

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