quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Oposição do Fla se organiza para derrotar Patrícia

Wallim Vasconcellos, candidato da oposição no Fla
Está surgindo uma nova corrente política dentro do Flamengo para enfrentar a presidente Patrícia Amorim, que ainda não definiu se vai sair candidata à reeleição do clube nas eleições de dezembro. O grupo é encabeçado pelo empresário Wallim Vasconcellos que será o candidato. A chapa foi lançada nesta terça (28) no Leblon e recebeu apoios de peso da política rubro-negra, casos dos ex-presidentes Kléber Leite e Márcio Braga e pela primeira vez na história do clube, Zico declarou-se favorável a um candidato. Além da provável candidatura de Patrícia à reeleição e do nome de Wallim, há ainda a chapa do também empresário Ronaldo Gomlevsky.

A chapa de Wallim recebeu o nome de "Fla Campeão do Mundo" e é composta basicamente por empresários sem vivência direta no futebol, mas com um vasto currículo no mercado financeiro. O próprio candidato à presidência já foi alto executivo no BNDES. Além dele os principais nomes são:
Luis Eduardo Baptista (atual presidente da SKY);
Sérgio Brandão (que preside a CEO, pertencente ao maior grupo de comunicação do mundo: WPP);
Freederic Kachar (diretor geral da Editora Globo);
Flávio Godinho (sócio-diretor do grupo EBX, de Eike Batista);
Gustavo Oliveira (membro do conselho que regulamenta a propaganda no Brasil, o CONAR);
Rodolfo Landim (executivo do ramo de petróleo e gás, já tendo presidido a Petrobras Distribuidora);
Carlos Langoni (ex-presidente do Banco Central, entre 1980 e 1983);
Rômulo de Mello Dias (presidente da Cielo, das máquinas de cartão de crédito);
Rubén Osta (presidente da Visa no Brasil);
David Zylbersztajn (membro do conselho do Banco do Brasil e ex-diretor da ANP);

Zico deixou claro que não tem intenção de assumir qualquer cargo dentro do clube. Apenas declarou seu apoio à chapa.

Nomes de peso para realizar o necessário choque de gestão que precisa o Flamengo, depois de uma desastrada administração do grupo de Patrícia Amorim. Entretanto é salutar ressaltar que a candidatura da veradora e ex-nadadora do clube foi comemorada por muito como sangue novo na política da Gávea, em 2009. É preciso que estes experientes empresários tenham ciência de que comandar o Flamengo será uma tarefa ainda mais árdua, afinal lida-se com a paixão de uma legião de 35 milhões de torcedores.

O surgimento desta corrente política se assemelha ao que aconteceu nos anos 70, quando o clube amargava um jejum de títulos de expressão e precisava de novos nomes para conduzir o clube. Foi a Frente Ampla pelo Flamengo (FAF) que venceu as eleições de 1977 dando início à geração de ouro dos anos 80, quando o clube venceu quase tudo que disputou e viveu o período mais glorioso de sua história.

Agora o "Flamengo Campeão do Mundo" tem em suas diretrizes de gestão do clube, dentre outras coisas, a profissionalização total do departamento de futebol, com a volta da Fla-Futebol, separando o carro-chefe do clube das demais áreas de atuação. Para se fazer isso é primordial contar com os nomes de peso que esta chapa contém, mas é fundamental que se coloque alguém de vivência no meio do futebol para comandar a pasta.

Como as demais chapas, são muitas as propostas para fazer do Flamengo um dos maiores clubes do mundo, meta palpável uma vez que se têm nas mãos uma marca de tanta força, mas que precisa de uma gestão séria. É por isso que confio nestes nomes e declaro meu total apoio ao candidato Wallim Vasconcellos para presidência do Flamengo. Não há mais espaço no nível de profissionalizção que atingiu o futebol, para o narcisismo de alguns nomes que comandam atualmente o Flamengo, que creem que a grandeza do clube é auto-suficiente. Não é, e a hora da mudança é já! Os sócios do rubro-negro têm a faca e o queijo nas mãos. 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

O Carnaval em debate

Bastou um dos candidatos à prefeitura do Rio (Marcelo Freixo-PSOL) tocar na ferida dos sambistas para um enorme debate se iniciar nas redes sociais. Isso porque o prefeitável disse em entrevista ao RJTV que para receber dinheiro público, as escolas de samba precisam levar para a avenida enredos que tenham "contrapartida cultural". Além disso questionou o poder da LIESA e indagou porque toda a organização dos desfiles fica nas mãos de uma instituição privada! Pronto, foi uma chuva de argumentos contra e à favor.

Alguns taxaram a proposta de censura prévia, principalmente integrantes do Salgueiro, uma vez que Freixo usou na entrevista o exemplo da escola tijucana, que vai falar em 2013 sobre a fama, enredo patrocinado pela revista "Caras". Na verdade, as propostas do candidato do PSOL para o samba são muito mais profundas que isso. Em meados de junho, o então pré-candidato reuniu-se com sambistas engajados e criou o manifesto "Nossa Avenida vai Além do carnaval".

O documento foi divulgado na imprensa especializada em carnaval e teve a assinatura de todos os envolvidos. Dentre as principais propstas, além da polêmica dos "enredos culturais", há a criação de uma secretaria específica para tratar do carnaval, com a possibilidade desta pasta indicar os jurados, tão questionados hoje em dia. Além disso, um maior apoio financeiro às escolas do acesso e às demais instituções carnavalescas, retomar o projeto original do Sambódromo, rediscussão dos direitos televisivos de transmissão, encerrando um monopólio da Rede Globo que já dura mais de 20 anos.

Os integrantes das escolas que se rebelaram contra esta proposta são os mesmos que transformaram o desfile das escolas de samba em um espetáculo meramente turístico, consagrado pelo estilo Paulo Barros de se fazer carnaval. Com isso afastou-se o indivíduo que foi o responsável pelo surgimento deste espetáculo: o sambista. Escolas tradicionais que levam o samba em sua bandeira foram alijadas das conquistas para dar lugar a agremiações midiáticas e recheadas de celebridades! As propostas de Freixo são boas e caso eleito ele pode mudar a história do carnaval. Está aberto o debate!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Meio do caminho




Terminado o primeiro turno do Brasileirão-2012 há que se destacar um fato que raramente aconteceu na competição, desde a era dos pontos corridos. Dois times se destacam na briga pelo título e apenas eles parecem capazes de conseguir sorrir no final. Nos últimos anos tivemos ao final da primeira metade da competição pelo menos cinco postulantes ao caneco. A campanha do Atlético-MG até aqui (43 pontos ganhos em 18 jogos) é a melhor da história do Brasileirão de pontos corridos em um primeiro turno, inclusive se considerarmos os anos em que o campeonato teve mais de 20 clubes, entre 2003 e 2005. O Fluminense se mantém na cola dos mineiros com 42 pontos ganhos, mas já com os 19 jogos disputados, uma vez que o Galo precisa enfrentar o Flamengo em partida adiada no primeiro turno.


Me parece justo destacar que o Atlético sobra na turma. Com um time homegêneo e que tem jogadores de muita qualidade e um esquema de jogo que prima pela velocidade ofensiva e uma marcação forte, que já se inicia com os seus atacantes em uma tática de sufocar o adversário. O fator Independência faz do Galo um time quase imbatível em casa, tanto que jogando em BH perdeu apenas quatro pontos em 30 disputados. O mérito do Fluminense, que se mantém colado no adversário mesmo fazendo partidas ruins em alguns momentos, é justamente não deixá-lo descolar em um momento que o time carioca sofre com muitos desfalques. O Atlético ainda não sofreu uma queda de rendimento no campeonato e nem teve de atuar muitas partidas sem seus principais jogadores. A briga pelo caneco dificilmente fugirá de Atlético-MG e Fluminense, que se enfrentam em Belo Horizonte no dia 20 de outubro.

A briga pelo G4 a meu ver engloba mais postulantes, já que é praticamente certa a presença de Galo e Flu na próxima edição da Libertadores. Hoje Grêmio e Vasco completam o G4, com São Paulo e Inter distantes quatro pontos. A queda de rendimento do cruzmaltino pode fazê-lo deixar essa briga se uma reação não se iniciar já. O Santos vem crescendo com o retorno de Neymar e Botafogo e Flamengo precisam rezar muito para chegar entre os primeiros. O irregular Cruzeiro também corre por fora.

A briga contra o rebaixamento ainda está basante embolada, haja vista que cumprimos apenas a metade do campeonato. Na minha visão, abaixo do Corinthians (o 12o. com 24 pontos) todos os times precisam abrir os olhos. Dentre eles o Palmeiras, que estaria rebaixado caso o campeonato terminasse hoje. Levando em consideração que precisam-se de 45 pontos em média para evitar a queda, o Verdão precisará somar 29 pontos no returno. Somou 16 no primeiro. A briga será feia da Ponte Preta (13a) ao Figueirense (lanterna).

Esta foi a seleção do Primeiro Turno para o Futebol e Samba:

Diego Cavalieri (Fluminense): Decidiu jogos a favor do Flu. É o melhor do Brasil hoje;
Marcos Rocha (Atlético-MG): Regularidade que faz o Galo cair muito quando não atua;
Réver (Atlético-MG): O capitão do líder passa uma segurança incrível à zaga atleticana;
Leonardo Silva (Atlético-MG): Além de bom zagueiro fez gols decisivos;
Márcio Azevedo (Botafogo): É limitado, mas fez um ótimo primeiro turno;
Pierre (Atlético-MG): Importantíssimo no esquema do Cuca, apesar de ser muito violento;
Paulinho (Corinthians): Jogou pouco, mas sempre que joga faz ótimas partidas;
Bernard (Atlético-MG): O craque do primeiro turno, mas precisa se acalmar;
Ronaldinho Gaúcho (Atlético-MG): Reencontrou o futebol em Minas e vem sendo o maestro do time;
Barcos (Palmeiras): O "pirata" consegue se destacar no medíocre Palmeiras;
Fred (Fluminense): Artilheiro e melhor atacante do campeonato disparado;
Cuca (Atlético-MG): Um exímio montador de times, vem fazendo o Galo jogar o fino da bola.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A derrota da civilidade

Neste final de semana acontece a última rodada do primeiro turno do Campeonato Brasileiro de 2012 e tal qual ocorreu em 2011, sete clássicos regionais agitam os torcedores por todo o território nacional. Um destes duelos é mais um Cruzeiro x Atlético (com mando de campo celeste) que desta vez tem um molho especial: o Galo lidera o Brasileirão e tem, depois de muito tempo, voltado a protagonizar a principal competição nacional. Ingredientes não faltam para o torcedor comparecer ao Independência domingo. Entretanto, por decisão da Polícia Militar apenas os cruzeirenses poderão assistir ao jogo. Eu pergunto: porquê?

A PM de Minas Gerais assume sua total incapacidade de manter a ordem com esta absurda decisão. Ora, o dever institucional da polícia nada mais é do que garantir a segurança, a ordem e a lei no seu seio. É claro que não dá para fazer o mesmo esquema de segurança que era feito no Mineirão, um estádio muito maior e com o acesso muito mais facilitado. Entretanto, já houve clássicos entre os dois maiores clubes de Minas no acanhado Independência!

Somente cruzeirenses irão comparecer no clássico 

O reformado estádio, que se transformou em uma Arena hoje pode receber (no máximo) 23 mil torcedores. Com o acordo atual entre os clubes, os visitantes (no caso deste jogo, o Atlético) teriam direito a menos de 2,5 mil ingressos. Se fosse feito como no Rio, onde é tradicional se dividir público e renda em clássicos, aí teríamos a venda de cerca de 10 mil ingressos por torcida. Tudo isso é melhor que privar o torcedor do direito de assistir o seu clube.

Atlético e Cruzeiro jogavam no Independência durante até os anos 60, quando o estádio era o principal de Belo Horizonte, até a inauguração do Mineirão, em 1965. A última vez que se enfrentaram no estádio do América foi em 10 de agosto de 1995, empate por 1 a 1. Foi uma partida amistosa que valeu a Taça Governador do Estado, vencida pelo Cruzeiro depois de disputa de pênaltis.

Se houvesse vontade política dos clubes, da polícia e da federação daria para ser feito um esquema especial de segurança para esta partida. Afinal, desde março sabem-se as datas dos dois clássicos pelo Brasileiro. Com um planejamento prévio daria para definir a quantidade de ingressos para cada lado e organizar, por exemplo, um esquema de escolta das torcidas organizadas, as grandes responsáveis pelo futebol chegar neste ponto de barbárie. Isto é feito quando torcidas de outros estados vão para os jogos. Porquê não repetir esta fórmula nos clássicos locais? A resposta é simples: não querem o torcedor nos estádios!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Mais uma vez a arbitragem!

Teorias de conspiração à parte, a arbitragem brasileira vai de mal a pior. O episódio ocorrido na partida Santos 3x2 Corinthians, beira o escândalo de tão primários que foram os três erros em um mesmo lance, com os impedimentos não marcados contra o Timão. Sim, o clube que todos dizem que só ganha com a ajuda da arbitragem. Balela de torcedores neuróticos que sempre acham que o seu clube é prejudicado e os outros beneficiados.

O presidente da CBF, José Maria Marin, que ao contrário de seu antecessor coloca a cara para bater nos momentos em que é cobrado, agiu rápido e, além de afastar o bandeira Emerson Augusto de Carvalho, destituiu do cargo o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem (Conaf), Sérgio Correa, e para o seu lugar foi escolhido o carioca Aristeu Leonardo Tavares. Rapidamente os conspiradores irão aparecer para dizer que agora é a vez dos clubes cariocas serem os beneficiados.

Aristeu Tavares à esquerda de Marin
Neuroses à parte, eu sigo com a minha teoria de anos: só se corrigirá a arbitragem brasileira, quando os nossos juízes e auxiliares forem profissionalizados. O futebol atingiu um índice de profissionalismo onde o único setor que não é 100% profissional é justamente aquele que fala pelas regras do jogo. Urge que nossos juízes recebam treinamento de ponta e que quando errem (sim, porque todo humano é passivo de erro) deem satisfação e justifiquem seus erros. Como fazem, por exemplo, jogadores e treinadores nas coletivas após as partidas.

O afastamento do auxiliar do jogo Santos x Corinthians abriu um precedente perigoso para o agora novo presidente da Conaf, Aristeu Leonardo Tavares, administrar. Sim, porque todo clube que se sentir lesado pela arbitragem vai pedir o afastamento de algum juiz ou auxiliar? Então meu caros amigos do Futebol e Samba terminaremos o ano sem árbitros para apitar os jogos. Com todo respeito!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O Imperador voltou! Voltou?

Em 07 de maio de 2009, aqui no Futebol e Samba eu escrevia sobre a chegada de Adriano ao Flamengo com um título parecido com o que escolho agora, uma pergunta cercada de incertezas! Pois agora o outrora Imperador retorna para o clube que o projetou diante de ainda mais pontos de interrogação que naquela ocasião! Em sua última passagem ele correpondeu às expectativas e em 2009 e foi peça fundamental para um título que o Flamengo esperou 17 anos para voltar a erguer, o de campeão brasileiro!

Em 2009 deu certo!
Adriano deixou o Flamengo em 26 de maio de 2010. De lá pra cá 814 dias se passaram e o atacante atuou apenas 16 vezes nos dois clubes que em vão tentaram apostar no jogador, o Roma da Itália e o Corinthians. Nestas ocasiões ele balançou a rede míseras duas vezes, o que dá uma média de 0,12 por partida. É justo ressaltar que o jogador sofreu uma séria lesão no tendão de aquiles e luta há mais de um ano para voltar a jogar, mas muito em função de seu desleixo na recuperação.

Em um primeiro momento a chegada de Adriano beira a insensatez, ainda mais em um Flamengo que só agora começa a se reerguer depois de um começo de ano caótico, onde foi humilhantemente eliminado da Libertadores e do Carioca. Mas o jogador assinará um contrato por rendimento e produtividade, semelhante ao que Juninho Pernambucano tem com o Vasco. Aí eu penso que é algo interessante a se fazer! Sim, porque se o jogador não for profissional somente ele tem a perder e não o clube, ao menos no aspecto financeiro. Diferentemente do que ocorreu no caso R10.

Adriano está de volta! Dará certo de novo?

Eu penso que apenas o Flamengo pode "curar" Adriano. Sim, porque não é segredo para ninguém que o Imperador é rubro-negro dos pés à cabeça! E quer queiram ou não foi na Gávea que o jogador viveu seus últimos momentos de glória e chegou a voltar para a seleção brasileira. Se novamente houver um casamento entre Flamengo e Adriano, o rubro-negro alçará o patamar de melhor ataque do Brasil, porque já tem no time Vágner Love e Liedson, além da garotada promissora.

Adriano tem 94 partidas disputadas pelo Flamengo, onde marcou 46 gols (média de 0,48 por jogo). Junto de Vágner Love ele formou o polêmico "Império do Amor" no primeiro semestre de 2010, quando marcaram 38 gols pelo clube. É preciso que Adriano tenha consciência de que talvez esta seja sua última chance de voltar a jogar em alto nível e voltar à seleção brasileira, que não tem um centro-avante decente há tempos! Adriano está de volta! Resta saber se ele será o Imperador de novo! Vamos aguardar!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Bronzil!

Terminou mais uma edição dos Jogos Olímpicos, a 30a. da Era Moderna, em Londres e muitas imagens e momentos marcantes entram para a história deste evento multi-global. Para citar apenas os brasileiros, como esquecer da garra dos irmãos Falcão e de todos os demais atletas do boxe, que deram ao esporte medalhas depois de mais de quatro décadas? E a atuação de gala de Artur Zanetti na ginástica ou o histórico bicampeonato das meninas do vôlei? As decepções também foram muitas, como o bronze de Cesar Cielo (quando esperávamos o ouro), o vexame das duas seleções de futebol, a improvável prata no vôlei masculino!

Perder ou ganhar faz parte do esporte, mas me parece muito nítido que o Brasil ainda engatinha quando observamos nossa posição final no quadro de medalhas. A sexta economia do mundo terminou numa vexatória 22a. posição, atrás de países como Coreia do Norte, Jamaica, Irã e Cazaquistão, países com uma economia muito menor. O investimento em esportes e atletas de alto rendimento aumentou e a previsão de medalhas feita pelo COB até foi superior (eram 15 e voltamos de Londres com 17). Mas é muito pouco para quem pretende figurar entre as 10 primeiras colocações no quadro de medalhas nas próximas Olimpíadas, que serão no Rio.

Para chegar lá, o Brasil vai precisar, no mínimo, aumentar em 105% o seu desempenho no número total de medalhas ou em 130% no número de ouros, se tomarmos por base o quadro de medalhas em Londres-2012. A Austrália, 10a. colocada, ganhou sete medalhas de ouro, 16 de prata e 12 de bronze, em um total de 35. O Brasil deve mirar esta meta se quiser terminar no top-10 em 2016.

Eu analiso o mau desempenho brasileiro no geral por inúmeros fatores, mas o principal deles é a total falta de investimento na base. Sim, porque é na escola ou na universidade que os jovens desenvolvem as suas aptidões esportivas e é a partir daí que se estrutura um plano de alto rendimento, dependendo do talento de cada um. Antes de valer medalhas em uma Olimpíada o esporte vale saúde, educação, discilplina e outros conceitos que servem para a vida toda, independente de o indivíduo se tornar ou não um atleta de ponta.
Cielo: a maior decepção brasileira nos Jogos!
Além disso falta também investimento nos chamados esportes individuais, que realmente não chamam a atenção das pessoas no Brasil até as Olimpíadas começarem. Ninguém se interessa por Ginástica, Natação, Judô, Atletismo ou Boxe fora dos Jogos. Nem os principais patrocinadores, que só investem naqueles nomes já consagrados, como Cesar Cielo, Thiago Pereira, os irmãos Hipollytto e a saltadora Maurren Maggi, para citar os mais badalados. Talvez por isso as medalhas conquistadas pelo boxe sejam históricas e nos enxam de orgulho. Sem uma estrutura adequada, estes atletas não tem qualquer chance contra os países que dão este respaldo. E não adianta cobrar resultado.

Um outro fator que eu considero vital nesta análise do mal desempenho brasileiro em Londres. Há uma diferença básica entre as maiores esperanças brasileiras de medalhas e as de países mais acostumados às vitórias: a pressão! Vejamos o caso de Cesar Cielo: em 2008 ele caiu na água sem qualquer expectativa sobre ele e o nosso nadador assombrou o mundo ao levar o ouro. Agora em Londres dávamos sua medalha de ouro como certa e ele terminou com o bronze! Se isso acontecer com um atleta americano, chinês ou alemão o efeito será mínimo, porque outra centena de nomes podem suprir esta derrota. Os atletas brasileiros que têm reais chances de conquista competem com um peso do tamanho do Brasil em suas costas e isso faz toda diferença, principalmente nos esportes individuais!

Esquiva: uma medalha muito suada!
Para brilhar no Rio daqui a quatro anos se faz necessária uma maior atenção a esportes que possuem várias categorias e assim distrubuem mais medalhas, casos das várias lutas. E o judô brasileiro nos deu mostras disso, ao levar quatro medalhas. Entender que não podemos cobrar de quem não tem condições de disputar com os favoritos, mas sim incentivar os jovens talentos. Acreditar que esporte é fator de saúde pública e educação, e portanto obrigação do governo federal de investir na base!  Com algumas atitudes como essas, poderemos escapar das gaiatas piadas criadas por nós mesmos, de que mudaremos nosso nome nas Olimpíadas de Brasil para Bronzil, com todo respeito!