quarta-feira, 30 de maio de 2012

O prefeito do samba

Eduardo Paes foi eleito prefeito do Rio nas últimas eleições municipais de 2008 e ao assumir prometeu acabar com as bandalhas na cidade, criando uma secretaria exclusiva para a ordem pública. Mas como bom carioca, o vascaíno Paes é sambista, fanático torcedor da Portela. E a gestão do peemedebista tem sido uma dádiva para os sambistas e amantes do carnaval carioca. O prefeito incentiva e financia a reforma de quadras das escolas, coloca a Liga contra a parede no que tange à lisura do julgamento e se acaba durante o período carnavalesco.

O primeiro carnaval de Paes como prefeito foi o de 2009, vencido pelo Salgueiro. Naquela ocasião o recém empossado comandante do executivo municipal mais parecia um folião estrangeiro embevecido com as maravilhosas escolas de samba. Nenhuma novidade, uma vez que a maioria de prefeitos da cidade se empolgam na primeira experiência na Sapucaí. Naquela ocasião Paes saiu tocando agogô um ema penca de baterias das escolas de samba, além de receber o então presidente Lula em seu camarote.

Mas as ações do prefeito Eduardo Paes voltadas ao mundo do samba começaram a tomar corpo mesmo a partir de 2010, com o Rio de Janeiro já alçado ao patamar de cidade sede das próximas Copa do Mundo (em 2014) e Olimpíadas (em 2016). Paes criou o viradão do Momo para angariar fundos às escolas em um ano de crise. Infelizmente a má fé de algumas pessoas ligadas às agremiações fez com que o Ministério Público vetasse o uso das verbas, de forma acertada.


Eduardo Paes tentou reduzir o poder da Liesa ao buscar lançar um edital licitatório para a organização dos desfiles, mas claro a ideia foi fritada pelos contraventores de cada agremiação. Mas a fiscalização no julgamento do carnaval segue sendo a tônica de Paes. Uma das grandes ações do prefeito do samba foi financiar a reforma de quadras das grandes escolas do Rio. Para citar os recentes casos de União da Ilha, Portela, Mocidade e Império Serrano. Uma bênção para os amantes do samba.

Mas o grande feito de Eduardo Paes como prefeito ao carnaval talvez tenha sido a reforma do Sambódromo, resgatando o projeto original de Oscar Niemeyer (de 1983). A capacidade da "casa" das escolas de samba subiu em 12,5 mil lugares. Isso porque nem entrarei no mérito do resgate do carnaval de rua, que alçou o Rio de Janeiro ao patamar de maior carnaval do Brasil e do Mundo.

Por tantas realizações em prol das escolas de samba e pelo simples fato de ser um sambista nato, Eduardo Paes mereceria o título de Cidadão Samba, talvez depois de deixar a prefeitura, afinal como prefeito ele não poderia receber tal condecoração!

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