terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O Brasil no Mundial de Clubes

Ao pisar no gramado no estádio Toyota, na cidade japonesa de mesmo nome, nesta quarta o Corinthians representa sim o Brasil no Mundial de Clubes. Por mais que isso irrite os torcedores rivais, o clube é brasileiro e levará o nome de nosso país primeiro contra o egípcio Al-Ahly e muito provavelmente contra o inglês Chelsea na grande final de domingo.

O Corinthians é o nono clube brasileiro a possuir a honra de representar o Brasil em um Mundial de Clubes. O próprio clube já foi campeão do mundo, naquele que foi o primeiro mundial organizado pela Fifa, no Brasil em 2000. A conquista foi polêmica pois o clube não havia ganho a Libertadores e só entrou por ser o campeão brasileiro do ano anterior. Mas a conquista é chancelada pela entidade máxima do futebol e portanto caso conquiste o título, será o segundo mundial do Corinthians sim.

Entre 1960 e 1979 o Mundial era disputado em dois jogos, cada um no país de cada representante. E coube ao Santos a honraria de ser o primeiro brasileiro a conquistar o título. Em 1962 derrotou o Benfica e no ano seguinte foi a vez do Milan. Em ambas oportunidades mandou seus jogos no Maracanã. O Cruzeiro também chegou à final do Mundial nestes moldes, mas acabou perdendo o título para o Bayern de Munique da Alemanha, em 1976. Em 1975 e 1978 não houve a realização do Mundial, por incompatibilidade de datas.

Entre 1980 e 2000 o torneio passou a ser patrocinado pela montadora de carros japonesa Toyota e o Mundial passou a ser decidido em jogo único no Japão. O Flamengo foi o primeiro brasileiro a ser campeão na terra do sol nascente, em 1981. Depois vieram o Grêmio (campeão em 1983 contra o Hamburgo-ALE e vice contra o Ajax-HOL em 1995), o São Paulo (bi-campeão em 1992 e 1993 contra Barcelona-ESP e Milan-ITA), o Cruzeiro (vice em 1997 contra o Borussia Dortmund-ALE), o Vasco (vice contra o Ral Madrid-ESP em 1998) e o Palmeiras (vice contra o Manchester United-ING em 1999).

A cobiçada taça de campeão do mundo!

No ano 2000 a Fifa resolveu chancelar o torneio, que foi disputado no Brasil e teve o Corinthians como campeão na primeira vez que a final não teve um representante europeu. O vice ficou com o Vasco. Neste ano o Boca Junior-ARG venceu o tradicional torneio no Japão e tivemos dois campeões mundiais. Entre 2001 e 2004 o torneio voltou a ser disputado apenas no jogo único na Ásia até 2005, quando a Fifa assumiu por completo a organização do torneio.

A partir de então, sete clubes chegam para disputar o Mundial. O campeão de cada continente mais o país anfitrião. Os vencedores da Libertadores e da Champions League só entram nas semifinais. O São Paulo conquistou o título em 2005 contra o Liverpool e o Internacional em 2006 contra o Barcelona. Em 2010 o clube gaúcho caiu na semifinal e pela primeira e única vez na história uma final de Mundial não teve  um representante sul-americano. Em 2011 o Santos foi humilhado pelo Barcelona.

Esta será a 15a. decisão de Mundial envolvendo um brasileiro e um europeu. A vantagem é nossa, pois vencemos oito vezes finais (a última delas em 2006) e perdemos seis (a mais recente ano passado). No confronto geral entre sul-americanos e europeus nos Mundiais a vantagem, entretanto, está com os clubes do velho continente: 25 contra 24 em 49 decisões.

O italiano Milan é o maior vencedor de mundiais na história, com quatro troféus. Mas o futebol brasileiro encabeça o ranking de conquistas por país, ao lado de argentinos e italianos. Foram nove vezes entre os melhores do planeta: três vezes com o São Paulo (1992,93 e 05), duas com o Santos (1962 e 63), e uma vez cada com o Flamengo (1981), Grêmio (1983), Corinthians (2000) e Internacional (2006).

O Corinthians tem a chance de entrar para a galeria dos bi-campeões do mundo, que já possui oito clubes. Caso conquiste a honraria transformará o Brasil no maior vencedor de Mundiais de Clubes, conquista que já possuimos em Copas do Mundo. Argumentos insuficientes para convencer os rivais a apoiar o Timão. Mas que o Corinthians representa o Brasil no Japão é um fato insofismável.

Nenhum comentário: