domingo, 17 de janeiro de 2010

A Terra do Carnaval é Aqui !!


Há um belo samba de Zé Keti, ilustre compositor portelense, que diz assim: "Eu sou o samba/Sou natural daqui do Rio de Janeiro..." Nada mais oportuno que este trecho do lendário "A Voz do Morro" para iniciar este post. O Rio é, de fato, a terra natal do samba e do carnaval.

E, ontem, na Fundição Progresso, na Lapa, ficou bem claro que esta tese está mais que comprovada. O Grito de Carnaval da Sebastiana (uma espécie de Liga com os mais famosos blocos da Zona Sul, Centro e Sta. Teresa) foi algo próximo do lúdico. Uma noite que começou com o excelente "Batuque na Cozinha" (ninguém tem Martinho da Vila como padrinho à toa!). Os garotos que agitam, quase todo fim de semana, as rodas de samba do bar "Mas Será o Benedito?", emprestaram sua ginga e talento para os amantes do carnaval.

Mestres na arte de suingar, eles entoaram clássicos do partido alto, como "Quando eu Contar (Iaiá)", "Ô Irene" e "Vai Lá, Vai Lá", mas atingiram seu ápice quando chamaram ao palco o ilustre Sombrinha, talvez o maior partideiro do Rio de Janeiro. O bom e velho Sombrinha empolgou o público, que a esta altura já quase que tomava a Fundição, com canções históricas (a maioria de sua composição com o velho parceiro Arlindo Cruz) como "O show tem que continuar", "Malandro sou eu" e "Ainda é tempo para ser feliz".

Mas não dá para falar de carnaval, principalmente no Rio de Janeiro, sem lembrar da brincadeira na rua, dos blocos, das marchinhas. Então, que suba ao palco o mais emblemático bloco desta cidade: o Cordão do Bola Preta! Com simplesmente 91 anos de existência, o velho Bola agitou a galera com marchinhas e sambas-enredo históricos, como o hino principal do cordão: "Marcha do Cordão do Bola Preta". Não tem como não recordar: "Quem não chora não mama, segura meu bem a chupeta!/Lugar quente é na cama, ou então no Bola Preta!/Vem pro Bola meu bem/Com alegria infernal/Todos são de coração/Foliões do carnaval".

Bola Preta é preto e branco, que lembra Botafogo, que lembra o eterno Garrincha, que lembra Elza Soares, a eterna madrinha do Bola. Com dificuldade de andar e de achar o tom em algumas músicas, Elza compensou com sua enorme simpatia e vozeirão sempre afinado. A rainha de bateria da Mocidade para o próximo carnaval, entoou canções como "Malandro" e a sua marca registrada "Salve a Mocidade"!

Mas uma noite nostálgica marcada pela abertura oficial da folia de Momo no Rio, não poderia terminar de forma mais carioca. A bateria da Sebastiana requebrou e agitou o resto da noite com os sambas enredo que marcaram época no Rio de Janeiro. A bateria é composta por integrantes das percussões de todos os blocos que integram a Associação: "Bloco da Ansiedade", "Bloco do Barbas", "Bloco das Carmelitas", "Bloco de Segunda", "Bloco Virtual", "Escravos da Mauá", "Gigantes da Lira", "Imprensa que eu Gamo", "Meu bem, volto já!," "Que merda é essa?", "Simpatia é quase amor" e "Suvaco do Cristo!"

Bela forma de abrir a folia no Rio de Janeiro, a terra do ritmo que, como bem disse Zé Keti, leva a alegria para milhões de corações cariocas e brasileiros!

Bom carnaval para todo mundo!

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