segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um gênio derrotado pela dor

Nos filmes de super-heróis que a gente costuma ver na infância assistimos aos protagonistas que jamais são derrotados e não sabem o que é sentir dor. Uma ilusão se confrontada com a realidade da vida. A despedida de Ronaldo, o Fenômeno, nesta manhã evidenciou que nem os mais geniais estão livres da simples constatação: a de que o tempo chega e neste aspecto é cruel sem distinção de raça, cor, riqueza ou time de futebol.

Foi comovente ver o genial Ronaldo, que entortou vários adversários ao longo desses 18 anos de carreira, admitir quase num tom de súplica que não pode mais atuar em alto nível. Suas dores o impedem até, segundo ele, de subir uma simples escada. Logo ele que sempre foi sinônimo de alegria para o sofrido povo brasileiro, principalmente por suas atuações na seleção brasileira.

Ronaldo está no panteon eterno dos maiores nomes da história do futebol. Certamente ele foi um dos cinco maiores que eu já vi jogar. E me entristecia muito o ver se arrastando em campo, como se ele precisasse provar alguma coisa mais para alguém. Cheguei a escrever isso aqui no Futebol e Samba, quando o Corinthians saiu da Libertadores de 2010.

Ainda sem ser o Fenômeno, Ronaldo surgiu no modesto São Cristóvão do Rio de Janeiro. Seu talento encheu os olhos do Cruzeiro que o levou para Minas e o jogou em um patamar de grande promessa do futebol. No PSV ele deixou de ser uma promessa e no Barcelona chegou ao patamar de gênio, Fenômeno. Foi na Internazionale de Milão que ele começou a sentir que era um herói, mas de carne e osso. As lesões sérias nos joelhos o tiraram dos campos por quase dois anos. Foi eleito o melhor do mundo três vezes e colecionou títulos e vitórias ainda no Real Madrid, Corinthians e Milan.

Na seleção brasileira, Ronaldo também marcou época. Campeão sem jogar em 1994 na Copa dos EUA, terminou sua participação em Mundiais como o maior artilheiro da história das Copas. Chegou à final em 1998, perdeu. Foi decisivo em 2002, o ano de seu renascimento. Pelo Brasil foram 97 partidas e 62 gols. Apenas Pelé marcou mais que ele com a camisa canarinho.

Um distúrbio denominado hipotireodismo o impedia de perder peso, vital para se praticar futebol em alto nível. Ronaldo deixa os gramados e agora entra para histópria como um dos maiores mitos na história do esporte mais popular do planeta. As dores derrotaram o herói. Paciência, afinal infelizmente a carreira de Ronaldo Luiz Nazário de Lima não foi um filme, como aqueles que víamos na infância. Uma pena, pois bem que poderia ter sido!

Um comentário:

Mauricio Motta disse...

Ronaldo deixará saudades e ficará marcado para sempre na história do futebol mundial. Ninguém fez mais gols que ele em Copas do Mundo. Ninguém foi eleito melhor do mundo mais vezes que ele.
Mas já estava na hora de parar, como ele mesmo disse, as dores foram mais fortes que a vontade de continuar.
Mas Ronaldo ficará marcado para sempre como um jogador vitorioso e que alegrou e muito o povo brasileiro e além de um exemplo de atleta, foi sempre um exemplo de superação.
Parabéns pela carreira, Ronaldo.