sábado, 16 de abril de 2011

Muito mais que um jogo de futebol


A partir deste sábado o mundo do futebol vai parar para acompanhar os duelos entre Barcelona e Real Madrid que vão definir o futuro das equipes em três competições distintas. O primeiro dos confrontos ocorre pela 32ª rodada do Campeonato Espanhol, no qual os catalães possuem oito pontos de vantagem sobre os madrilenhos. No dia 20 de abril jogam para decidir a Copa do Rei, competição que não tem os dois maiores do futebol espanhol frente a frente em uma final desde a temporada 1989-90. Mas os jogos mais aguardados entre os dois sem dúvida vão ocorrer nos dias 27 de abril e 03 de maio pelas semifinais da Liga dos Campeões da Europa. Duelos que reúnem quase R$ 70 milhões em premiações e contratos de publicidade.

Mas o confronto histórico entre Barcelona e Real Madrid vai muito além da presença de astros dos calibres de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, apenas para citar os mais importantes de cada time. Este clássico coloca frente a frente dois dos maiores clubes do planeta, mas também transcende as barreiras do esporte e do futebol. Rixas políticas e históricas também explicam porque este jogo transcende ao esporte mais popular do planeta.

Barcelona e Real Madrid representam duas correntes de pensamentos ideológicos distintos dentro do território espanhol. Quando eles duelaram pela primeira vez, em 1902, com vitória do Barça por 3 a 1, nem imaginavam tal conotação nos dias atuais. Os madrilenhos representam o poderio econômico e o forte nacionalismo espanhol, vigentes na capital do país: Madrid. Por outro lado, o Barcelona é identificado com o nacionalismo catalão, que dentro da Espanha é visto quase como um país à parte. Tanto que o hino catalão é entoado antes de cada jogo do clube no Camp Nou.

A ferrenha rivalidade ganhou força a partir dos anos 30 e foi encorpada durante os anos da ditadura do militar Francisco Franco, que assolou o país europeu entre 1939 e 1975. Neste período, o Barcelona representava aqueles que eram contra o regime fascista do ditador e foi durante este período que surgiu o slogan que permeia o time de Messi até hoje: "Muito mais que um clube". Por outro lado, o Real Madrid era a síntese dos apoiadores de Franco. Tanto que venceram 14 espanhois no período e o Barcelona apenas oito.

Durante o governo franquista o Barcelona chegou a sofrer uma intervenção do governante, após o assassinato (por tropas de Franco) do então presidente do clube catalão, Josep Sunyol. Foi durante a presença dessa espécie de "presidente biônico" que o Barcelona "abriu" mão de contar com o argentino Alfredo Di Stéfano. O embróglio chegou até a FIFA e Di Stéfano acabou por se transformar no maior ídolo da história do Real Madrid.

Os dois clubes, ao longo de mais de um século de duelos, dominam o futebol da Espanha e detêm, juntos, nada menos que 51 títulos do Campeonato Nacional local (31 do Real e 20 do Barça). Além disso, somam mais de 20 torneios oficiais com a chancela da UEFA, entidade que comanda o futebol europeu. Sem falar nos quatro mundiais que ambos conquistaram com o selo da FIFA, entidade máxima do futebol. Mais de uma centena de conquistas juntos, somados!

O equilíbrio nos jogos entre os dois giganres espanhois se reflete nos números e estatísticas daquele que é conhecido na Espanha como "El Superclássico". Em 241 partidas disputadas entre Real Madrid e Barcelona, os madrilenhos possuem uma pequena vantagem de 97 vitórias contra 92 triunfos catalães. Foram ainda 52 empates. O maior artilheiro deste clássico é o argentino Di Stéfano, que marcou 18 gols.
Ultimamente o Barcelona ve protagonizando momentos históricos no duelo. Na última partida entre os dois rivais, o time comandado por Messi aplicou 5 a 0 no maior rival jogando no Camp Nou. E quem esquece do momento antológico quando Ronaldinho Gaúcho, jogando pelo Barcelona, foi aplaudido de pé no estádio do Real, Santiago Bernabéu, na vitória por 3 a 0 em 2005? Algo impensável em gramados brasileiros.

Os amantes do futebol cancelarão todos os compromissos possíveis ao redor do mundo para assistir à maratona de duelos entre Real Madrid e Barcelona. A Espanha vai parar para curtir mais um "El Superclassico". Frente a frente os geniais Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Muita paixão, muita história, muita rivalidade. E se o slogan do Barça é "mais que um clube", o lema para este confronto poderia ser "muito mais que um jogo"!

Um comentário:

Mauricio Motta disse...

Só empatamos no sábado pq o juiz não marcou um pênalti claro em cima do Villa no primeiro tempo e inventou um para o Real no final. Só assim mesmo para parar o time de Messi.
Quero a Triplice Coroa.
Dá lhe Barça. Més que un club!
Abraços