É inegável que no futebol de hoje em dia o marketing tem um papel decisivo, tanto para aproximar cada vez mais o torcedor de seus clubes e ídolos, mas principalmente para viabilizar financeiramente a vinda e permanência de grandes jogadores em nosso futebol, conforme este blogueiro lembrou aqui neste espaço há pouco tempo. Mas há que se respeitar um limite, onde o esporte deve (ou deveria) ser mais importante que as ações de marketing.
Falo isso devido a mais uma polêmica envolvendo o garoto e craque Neymar. Ao comemorar seu golaço diante do Colo Colo-CHI na vitória por 3 a 2, o jovem atacante pegou uma máscara com seu próprio rosto, foi punido com o cartão amarelo e acabou expulso, por já ter sido advertido uma vez. Segundo a própria presidência do Santos, foi uma ação combinada com um patrocinador. O resultado? O principal jogador da equipe não enfrenta o Cerro Porteño-PAR em jogo decisivo pela Libertadores.
Entendo o presidente do Santos, Luiz Álvaro Oliveira, quando ele diz que Neymar só permaneceu no Santos graças ao apoio destes patrocinadores, que viabilizam financeiramente o pagamento do salário astronômico que recebe o moleque prodígio. Mas daí a querer interferir dentro de uma partida de futebol já acho um pouco demais, independente de quem seja. E se o Santos perde na próxima rodada e fica por ventura fora da Libertadores? O prejuízo financeiro e esportivo será incalculável.
Também estou com aqueles que defendem a tese de que o rigor do árbitro foi excessivo. Entretanto há que se dizer que o juiz apenas cumpriu uma determinação da FIFA, que manda punir com o cartão amarelo o jogador que se exceda nas comemorações de um gol, como levantar a camisa, escalar o alambrado ou usar objetos estranhos ao jogo. Rigor excessivo, mas dentro da lei.
Jogadores e as empresas que atuam no futebol precisam entender que só existem graças a uma instituição que é maior: o próprio futebol e os clubes. Neste caso uma instituição do calibre de um Santos Futebol Clube, que revelou para o futebol ninguém menos que Pelé! Para essas ações de marketing serem mais bem sucedidas sem prejudicar o desempenho técnico e esportivo, é preciso que elas sejam planejadas fora das quatro linhas.
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