quinta-feira, 5 de maio de 2011

Quando vamos aprender?

O futebol brasileiro é o mais vencedor da história do futebol. Ok! Somos pentacampeões do mundo, revelamos a cada ano várias joias raras. Certo, eu concordo. Mas porque diabos a gente tem que se achar muito superiores aos demais? Talvez o nosso futebol seja o que mais protagonize zebras homéricas em toda a história do velho esporte bretão. O maior deles a impressionante derrota em 1950 para o Uruguai, em pleno Maracanã.

E o futebol é o esporte que mais propicia este tipo de situação, em que o menor pode derrotar o maior. Como diz Muricy Ramalho "a bola pune". Pune a falta de humildade, a falta de ousadia, a soberba! Foi o que ocorreu na noite trágica de 4 de maio de 2011, onde quatro (eu disse QUATRO) gigantes do futebol brasileiro foram eliminados da Taça Libertadores da América, competição principal da temporada. E pasmen, exceção feita feita ao Grêmio que perdera o primeiro jogo em casa, todos os outros três (Fluminense, Cruzeiro e Internacional) tinham consideráveis vantagens para avançar de fase.

No caso do Inter, parece que os gaúchos não aprenderem a lição de serem vergonhosamente eliminados pelo insignificante Mazembe, do Congo, no Mundial de Clubes, em dezembro. Pois cinco meses depois, repetiu a falta de respeito a um adversário bem mais qualificado desta vez: o Peñarol, do Uruguai, pentacampeão desta mesma Libertadores.

E o Cruzeiro? Melhor time do país, atropelador de adversários, Barcelona das Américas (quanta heresia!). Pois foi inteiramente dominado pelo Once Caldas-COL, que simplesmente fez a 16ª campanha da Libertadores na fase de grupos. A pior, dentre os classificados. Pois os colombianos não só eliminaram os mineiros, como podiam ter feito um placar muito mais elástico. Eliminação incrível, por pura falta de concentração em um jogo tão importante.

O Fluminense, time que desafia o provável, parece mesmo gostar de contrariar as previsões lógicas. Quando todos apontam que ele está derrotado, ele ressurge. Mas quando a maioria acredita que as favas estão contadas, eles tratam de serem eliminados de forma bisonha pelo poçante Libertad, um time paraguaio incapaz de colocar mais de 10 mil espectadores no estádio.

Que a lição seja aprendida mais uma vez. Grandeza, história e qualidade técnica não são suficientes para vencer no futebol. É preciso seriedade, respeito com os adversários e acima de tudo ousadia para vencer. Esta sempre foi a marca do futebol brasileiro. Ganhar ou perder faz parte, afinal é um esporte. Mas não se pode perder desonrando a própria história, como fizeram estes quatro clubes. E o único que ficou, o Santos de Muricy, que abra o olho, pois como o próprio diz: "a bola pune"!

Um comentário:

Mauricio Motta disse...

Vale lembrar que o Santos, último dos moicanos, só não foi eliminado graças a milagres do goleiro Rafael no México.
Realmente não esperava essas quatro eliminações. Até mesmo o Grêmio se passasse não me surpreenderia.
O Cruzeiro protagonizou a zebra do ano no futebol mundial. O Inter fez mais uma vergonha , cinco meses depois, mas o Peñarol tem tradição e camisa.
O Flu foi surrado pelo fraco Libertad. A vantagem no jogo de ida no Enganhão foi mentirosa. O Flu não deveria ter ganho nem o primeiro jogo. Para falar a verdade, o atual campeão brasileiro não deveria nem ter passado de fase.
E olha que nenhum time argentino passou por cima dos brasileiros na engraçada noite de quarta-feira.
Alguns lamentam e outros se deliciam caso dos rivais.
Abraços