segunda-feira, 4 de maio de 2009

A hora de parar

Fábio Luciano parou. O xerife da Gávea decidiu aposentar-se após o tri carioca e sair por cima. Foram 361 partidas oficiais na carreira, sendo duas delas pela seleção. 54 gols marcou Fábio na carreira. Nada mal para um zagueiro. O agora ex-jogador ganhou, pelo Corinthians, um título estadual (2003), um da Copa do Brasil (2002), um do Torneio RJ-SP (2002) e um Mundial de Clubes (2000). Além disso ergueu, pelo Flamengo, os títulos cariocas de 2007 e 2008. No exterior venceu o campeonato turco duas vezes (2003 e 2004), pelo Fenerbahçe.

É raro vermos no mundo dos boleiros um jogador deixar o futebol ainda no auge de sua forma física e técnica. Não consigo me recordar, nos últimos anos, de aposentadorias onde jogadores deixaram a carreira jogando ainda um bom futebol.

E Fábio Luciano sai de cena, se não jogando o fino, apresentando um futebol que fez dele um dos maiores ídolos dos últimos tempos no Flamengo. Ao lado do goleiro Bruno, de Ronaldo Angelim e dos laterais Juan e Leonardo Moura, Fábio conseguiu algo raro no futebol de hoje. Nenhum dos treinadores que passaram pelo Flamengo ousaram mexer nesta zaga.



Nascido em Vinhedo, interior de São Paulo, Fábio Luciano começou a carreira na Ponte Preta, em 1996, aos 21 anos. Mas foi em 99 que o zagueiro ganhou notoriedade nacional, ao comandar a Macaca na bela campanha que fez naquele Brasileirão, quando chegou até as quartas de final. No fim do ano se transferiu para o Corinthians, onde viveu a melhor fase da carreira. Seu primeiro título no Timão já foi logo o maior que um jogador pode conquistar: Mundial de Clubes, em 2000. Entre 2003 e 2007 o jogador atuou na Europa sem muito brilho. Mesmo assim venceu o campeonato turco duas vezes. Retornou para o futebol brasileiro em agosto daquele ano para defender as cores do Flamengo, onde encerrou a carreira.

Elogiado por treinadores, dirigentes e colegas de profissão, Fábio Luciano sempre foi um líder, mesmo quando era jovem. Osvaldo de Oliveira, seu treinador no Timão, quando perguntado se o xerifão iria fraquejar da decisão de parar, foi categórico: "Duvido. Fábio sempre foi muito centrado e certo de suas decisões." Bela característica para um zagueiro. "Ele engrandece o futebol", palavras de Parreira, seu treinador no Corinthians e no Internacional.

Não é fácil ter este reconhecimento. São poucos os jogadores que possuem o respeito e a admiração de toda uma classe. São menos ainda os jogadores que alcançam a idolatria das duas maiores torcidas do país. Fábio Luciano conseguiu tudo isso. E parou no auge. Acertou a hora de parar.

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