Se antes da partida entre Flamengo e Universidad de Chile a situação já era dramática, devido à toda tragédia das chuvas que castigam a cidade do Rio, após o apito final a coisa ficou ainda pior, pelo menos para a torcida do Flamengo. O empate em casa com o placar de 2 a 2 faz o clube carioca precisar de duas vitórias em dois jogos para avançar na competição continental. Sendo que uma delas será fora de casa, contra o agora adversário direto Universidad Católica. Além de ter de torcer contra o Universidad de Chile.
Os poucos torcedores que se aventuraram a ir ao Maraca viram uma escalação diferente do Flamengo entrar em campo. Andrade, sem poder contar com Adriano, fez entrar na equipe o meia-volante-lateral Michael, que havia feito boa partida diante do Friburguense. “Ele foi bem no amistoso”, disse Andrade esquecendo-se de que a partida de domingo foi oficial. Além disso, Ronaldo Angelim voltou a formar a dupla de zaga ao lado de Álvaro. “É uma partida decisiva e preciso de uma zaga experiente”, explicava o Tromba.
O Flamengo começou a partida com muito mais posse de bola que seu adversário, mas atacava sem nenhuma organização e sentia a falta de um homem de referência, já que Vágner Love não tinha estatura para disputar a bola com os grandalhões zagueiros chilenos, e o atacante tinha de vir buscar jogo fora da área. Por outro lado, a equipe do Universidad de Chile apenas estudava o jogo e esperava o Flamengo, tentando se aventurar em contra-ataques.
A primeira chance real de gol do Flamengo se deu aos 17 minutos, com o atacante Vagner Love. Ele fez uma jogada individual no bico esquerdo da grande área e chegou de frente para o goleiro Conte, mas chutou na rede pelo lado de fora. O Universidad respondeu aos 25, em contra-ataque elaborado por Contrera. O jogador cruzou e por sorte a bola passou toda a extensão da grande área sem encontrar nenhum jogador da equipe do Chile.
Aos 27, Iturra pôs a mão na bola e recebeu cartão amarelo do árbitro uruguaio Roberto Carlos Silveira. E aos 38, após empurrar Vinícis Pacheco, o Rojas foi premiado com a punição pelo árbitro da partida. Aos 41, o uruguaio que apitava a partida ignorou pênalti claro em Vinícius Pacheco, após o meia rubro-negro ser derrubado dentro da área pelo zagueiro Olarra.
Aos 43 da etapa final tudo o que os rubro-negros temiam acabou acontecendo. A equipe chilena não havia dado um único ataque, mas um foi o suficiente para complicar a vida do Flamengo. Um cruzamento veio da esquerda e sem nenhuma marcação Montillo conferiu. 1 a 0! O Fla desceu para o vestiário perdendo um jogo que não podia perder sob nenhuma hipótese.
Andrade meche e Pet sacode o jogo
Antes do reinício do jogo, o técnico do Flamengo Andrade tirou da equipe o volante Kléberson e colocou o atacante Bruno Mezenga. Com esta mudança, o comandante rubro-negro pretendia fazer com que a defsa chilena tivesse um novo atacante para se preocupar, o que não acontecia na primeira etapa.
Aos 08 minutos jogados na etapa final, Vinicius Pacheco levou amarelo e fez a torcida se impacientar de vez com ele. Os gritos de “Pet, Pet, Pet” ecoavam por todo o Maracanã. Outro temor do Fla veio a se concretizar no início da etapa final: a chuva, a grande personagem deste jogo, voltava a comparecer com toda a força. Aos 13, Bruno Mezenga chutou prenssado na zaga chilena e o goleiro fez uma defesaça, jogando para escanteio. Estava aberta a blitz rubro-negra no jogo!
Aos 14 da segunda etapa o clamor popular foi ouvido. Pet entrou em campo no lugar de Vinicius Pacheco. Aos 15, Angelim deu uma cabeçada parecida com aquela que dara na partida contra o Grêmio que resultou no gol do título brasileiro. Desta vez ele não virou herói, pois a bola foi para fora. Um minuto depois uma nova cabeçada, agora de Bruno Mezenga, bateu na trave do goleiro Conde.
Neste momento havia um jogo de ataque contra defesa. O Flamengo partia desesperado para o ataque, deixando um buraco enorme na defesa que, se bem explorado pela equipe do Universidad de Chile, poderia sacramentar o fechamento do caixão rubro-negro. Aos 22, a blitz do Fla surtiu efeito. Após um tremendo bate e rebata na área chilena, a bola sobrou para Michael estufar as redes. Jogo empatado e o Maracanã pegando fogo, apesar da chuva torrencial que caía no maior do mundo.
O panorama não mudou após o gol. Flamengo em cima no afã de virar o jogo e Universidad levando perigo nos contra-ataques, pois a defesa rubro-negra estava totalmente desguarnecida. Aos 33, Vagner Love perdeu um gol feito, após passe de Bruno Mezenga. Mas aos 37 veio a virada: Pet, que incendiou o jogo com sua entrada, fez um lançamento primoroso para Vagner Love cruzar para a área. Michael chutou, o goleiro salvou mas no rebote Léo Moura, melhor em campo, chutou certeiro. O Flamengo na frente em um jogo dramático.
Mas como o futebol pune qualquer vacilo que se tenha em uma partida, o Flamengo cochilou no último instante da partida e levou o empate. Rodriguez chutou uma bola com rara eficiência e não deu chances à Bruno. Um empate que mantém a situação no Grupo 8. “La U” em primeiro e Flamengo na segunda colocação.
O rubro-negro encara uma maratona de jogos decisivos pela frente agora. No domingo tem o clássico contra o Vasco pela semifinal da Taça Rio, valendo uma vaga na decisão da competição. Sem poder respirar já encara outro chileno: o Universidad Católica, lá no Chile, em seu quinto jogo na Libertadores 2010. A equipe do Universidad Católica também não terá moleza, pois tem o clássico contra o Cobreloa pelo Campeonato Chileno no sábado. Na terça joga seu penúltimo jogo nesta Libertadores, contra o Caracas, em nova partida fora de casa.
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