As coincidências que podem trazer a Copa para a América!

Há dois dias do início do maior evento esportivo mundial, a Copa do Mundo domina os assuntos e toma de ansiedade todos os amantes de futebol. E se há um torneio onde a técnica e a tática podem ser relegadas a um segundo plano, este torneio é o Mundial. Não são raras as histórias de equipes desacreditadas derrotarem outras mais bem preparadas e com elencos melhores. Ao longo de 80 anos de disputa, mitos caíram e desconhecidos se consagraram. Para a edição de 2010 cada um tem os seus favoritos, mas algumas coincidências me fazem crer que ou Brasil ou Argentina podem voltar ao topo do mundo.

A primeira e mais forte delas é que jamais na história das Copas uma seleção européia conseguiu ganhar um Mundial fora das fronteiras do velho continente. Dos nove títulos conquistados por eles todos foram erguidos na Europa (1934, 1938, 1954, 1966, 1974, 1982, 1990, 1998 e 2006). Repare que estas Copas foram disputadas, pela ordem, na Itália, França, Suíça, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália, França e Alemana, no caso das três últimas a Copa voltando a estes países.

Desde 1962, quando começou a haver um rodízio entre Europa e outros continentes na realização dos mundias, uma outra estranha coincidência vem ocorrendo. Neste momento da história, o placar das Copas estava em 3 Mundias para cada continente. Desde então, europeus e sul-americanos vêm se revezando Copa a Copa na luta pela hegemonia. De lá pra cá, foram mais seis títulos mundias para cada continente. E pela ordem, estaria na hora de dar América do Sul novamente, afinal a última campeã foi a Itália, na Alemanha em 2006.

Não sou muito adepto a numerologia, mas é impressionante a força do número 24 na história das Copas. Após vencer a Copa do México em 1970, o Brasil amargou longos cinco mundias sem uma conquista. E 24 anos depois, nos EUA, de novo contra a Itália o Brasil era tetra campeão mundial. Doze anos depois, na Alemanha, foi a vez da Itália encerrar o jejum de conquistas, quem também durava 24 anos, para também ser tetra campeã. Sabem quem está agora chegando na casa dos 24 anos sem uma Copa? Eles mesmos, os nossos hermanos argentinos que podem ser tri campeões.

Se os europeus jamais ganharam uma Copa fora de seus domínios o mesmo não se pode dizer de nós brasileiros, afinal somos os únicos a vencer mundias em outro continente. Em 1958, ano de nosso primeiro título levantamos a taça na Suécia. 44 anos depois, na primeira Copa disputada no continente asiático, o Brasil venceu pela segunda vez fora de seus domínios e chegou ao penta. Em 2010, será a primeira Copa do Mundo a ser disputada no continente africano e alguma semelhança com 2002 não será mera coincidência.

Aliás, as semelhanças com a trajetória da seleção de Dunga nos aproximam muito do escrete comandado por Felipão em 2002. Assim como na Ásia há toda uma expectativa para uma Copa na África. Assim como oito anos atrás, nossa seleção prima mais pelo conjunto de jogadores do que pela qualidade técnica individual e chega na África com total descrédito até de nós brasileiros. Tal qual ocorrera no Japão e na Coréia, temos um jogador onde depositamos muitas esperanças, mas ninguém sabe suas reais condições físicas. E assim como no ano do penta, agora vamos enfrentar uma seleção asiática totalmente desconhecida na primeira fase.

É claro que estas coincidências sozinhas não garantem a vitória ou a derrota. O futebol ainda é um esporte decido dentro das quatro linhas de um campo, onde inúmeros fatores interferem no resultado final. Mas como bom brasileiro é bom não desprezar as coincidências que cercam a história das Copas e indicam que a Taça FIFA pode parar nas mãos da Argentina (para delírio de meu amigo Mauricio Motta e desespero deste blogueiro) ou do Brasil (aí a situação se inverteria). É como diz um velho ditado, "eu não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem"!